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Arquivo Mensal março 2012

Renato Tasca

Renato Tasca

Médico, formado em Turim, Itália. Especializou-se em saúde pública na Itália (Universidade de Turim) e na Inglaterra (London School of Tropical Medicine and Hygiene e Institute of Development Sudies de Brighton, Sussex). No final dos anos oitenta, junto com a Cooperaçao Italiana foi Coordenador do “Projeto Distrito Sanitário de Pau da Lima” em Salvador, Bahia, uma experiência pioneira com sistemas regionalizalizados de atenção à saúde no âmbito do SUS. Trabalhou em projetos de cooperação técnica na área da saúde com várias instituições em vários países da América Latina e da África, entre elas OPS, BID, Banco Mundial e Comunidade Européia. De 2001 a 2005 foi coordenador do programa “Cantieri”, uma iniciativa nacional de apoio à reforma e modernização das administrações públicas, promovidas pelo governo da Itália. Desde 2008 coordena a Unidade Técnica de Serviços de Saúde da OPAS/OMS no Brasil.

 

1. Nesses quatro anos como coordenador de serviços de saúde na OPAS/Brasil, como o senhor avalia a contribuição da OPAS para o aperfeiçoamento do SUS em nosso país?

É difícil fazer uma avaliação desse tipo. O SUS é um sistema enorme, extremamente complexo e em contínua evolução. Para ter uma contribuição efetiva, a Opas deve tentar focar a sua cooperação/ apoio em alguns aspectos específicos, aonde pode realmente agregar valor. Na área de serviços de saúde nós tentamos focar nossa ação na gestão do conhecimento. Concentramos esforços para resgatar os saberes e os conhecimentos que são desenvolvidos pelos gestores do SUS nas diferentes realidades do Brasil. Com os Laboratórios de Inovação buscamos valorizar e divulgar práticas, instrumentos e metodologias de trabalho inovadoras para fortalecer a gestão do SUS, para apoiar os gestores a construir as próprias soluções se beneficiando das experiências de outros. Os gestores do SUS, para aprimorar a gestão e melhorar a qualidade da atenção à saúde, necessitam muito interagir, debater e conhecer outras experiências. O trabalho de análise e valorização de experiências inovadoras de gestão de redes de atenção foi a nossa principal contribuição nesses anos.

 

2. Em sua opinião, quais as vantagens de se organizar os serviços de APS com base na Estratégia Saúde da Família?

As vantagens são enormes e os benefícios para a população gigantescos! Mas a minha opinião conta pouco. O que conta de verdade são os inúmeros trabalhos de pesquisa e de análise que proporcionam evidências incontestáveis que, no Brasil, a Estratégia Saúde da Família levou a resultados extraordinários, por exemplo, a redução da taxa de mortalidade infantil e de menores de 5 anos, a queda das internações sensíveis a atenção ambulatorial, são apenas alguns exemplos do valor público produzido por esta política inovadora.

 

3. No cenário internacional, quais as possíveis contribuições e sinergismos podem surgir de uma maior interação entre os países integrantes do bloco BRICS para a construção das redes de atenção com base na APS?

Os países BRICS representam um grupo emergente de países, cujo papel no desenvolvimento global é muito importante. Graças ao rápido crescimento econômico dos últimos anos, os sistemas públicos desses países devem proporcionar às populações respostas sociais coerentes com as novas expectativas. Índia e China estão com grandes dificuldades, pois estão tirando da pobreza um grande número de pessoas, mas existem graves problemas de cobertura e de modelos de atenção nesses países. O Brasil, implementando a Saúde da Família, demonstrou que a cobertura universal é alcançável em prazos relativamente curtos e é uma estratégia sustentável. Acredito que o Brasil deveria se relacionar sempre mais com esses países, colocando a disposição a sua experiência e se propondo como país capaz de liderar um movimento global para fortalecer as políticas sociais dos países emergentes. A paz mundial depende também disso, o Brasil tem uma grande responsabilidade.

 

4. Frente a uma já prevista “epidemia” de doenças crônicas, em nível nacional e mundial, quais seriam, em sua opinião, três ações prioritárias que permitiriam mitigar este impacto?

A epidemia de condições crônicas veio para ficar. Aproximadamente 70-80% da carga de doença, em nível global, é causada por condições crônicas. Há uma ação fundamental, que é a mudança radical do modelo de atenção e, consequentemente, do modelo organizacional. Na perspectiva da atenção às condições crônicas, a continuidade do cuidado e a coordenação assistencial são centrais. Isso impõe mudanças radicais em vários níveis, principalmente na atenção primária, cujas práticas clínicas e organizativas devem ser inovadas. Os sistemas logísticos (regulação do acesso, transporte, registro e prontuários) e de apoio (medicamentos, procedimentos, laboratórios) têm que ser coerentes com as exigências da atenção primária. Os instrumentos de medicina baseada em evidência têm que permear toda a prática clínica.

 

5. No campo da pesquisa voltada para a APS, o que precisa mais urgentemente ser desenvolvido para dar sustentabilidade técnica às redes de atenção?

Acredito que seja necessário trabalhar intensamente para produzir evidências para promover esta estratégia. As redes de atenção coordenadas pela APS não podem representar uma moda ou uma tendência genérica de organização dos sistemas de saúde. Na área de organização da atenção à saúde, as pesquisas têm a grande responsabilidade de produzir evidências robustas que a integração dos serviços e a inovação das práticas de cuidado e de gestão pode concretamente ter impacto na melhoria da qualidade da atenção e consequentemente nos indicadores de saúde. Os estudos de caso são instrumentos importantes de análise e deveriam ser mais utilizados. O melhor método para encontrar soluções efetivas para melhorar a atenção é estudar e compreender os processos inovadores que estão acontecendo hoje no SUS, resultados da criatividade e competência dos gestores espalhados pelo Brasil.

 

6. Em seu novo trabalho, na sede regional da OPAS em Washington, como o senhor pretende continuar colaborando com a saúde no Brasil?

A designação para o Escritório Central da Opas em Washington constitui um grande desafio pessoal e profissional, pois assumirei o tema das redes de atenção à saúde baseadas na APS. Uma das minhas prioridades será valorizar algumas praticas e experiências do SUS, especialmente na atenção primária e na gestão de redes de atenção, pois estou convencido que o sistema público de saúde do Brasil, apesar de ter ainda muitos desafios pela frente, é uma ponta avançada no panorama global das políticas sociais, especialmente no âmbito dos países emergentes.

Saúde da Família: flexibilizar sem perder a compostura

A rigidez estrutural da estratégia de Saúde da Família (PSF) precisa urgentemente superar sua fase heróica de implantação, durante a qual ela talvez tenha sido necessária. A própria criatividade dos gestores da saúde já tem proposto inúmeras alternativas, configurando-se, assim, no País-real, não “o” PSF (único), mas muitos e variados PSF. O grande problema, porém, é que tais variações nem sempre se estabelecem de forma conseqüente ou regulada. Mas é preciso mais ousadia, criando mecanismos flexibilizadores – que frequentemente causam horror aos puristas – mas que na verdade podem representar a salvação da Saúde da Família, mais do que sua extinção, com as devidas precauções e salvaguardas.

http://www.rededepesquisaaps.org.br/wp-content/uploads/2012/05/flexibilizarsemperder.pdf

Autor: Flavio A. de Andrade Goulart –Médico; Doutor em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ – Rio de Janeiro.

 

 

Atenção primária é debatida em evento internacional

O segundo dia do Seminário Internacional Integração Assistencial em Redes de Atenção à Saúde realizado pela ENSP foi marcado pela discussão dos temas modelos de atenção; atenção primária; atenção especializada ambulatorial e hospitalar; cuidados prolongados, paliativos e reabilitação. Para falar sobre a Atenção primária: funções, interfaces e coordenação clínica, o diretor de Atenção Primária da Catalunha, Jose Luis Fernández, enumerou quatro características básicas da APS, entre elas: acessibilidade, integralidade, longitudinalidade e coordenação. Segundo ele, a acessibildade corresponde à capacidade de responder às demandas de saúde da população, por meio de serviços e ações de saúde próximos à população. Já a integralidade está ligada à capacidade de resolver a maioria dos problemas de saúde da população atendida. A capacidade de acompanhamento dos diferentes problemas de saúde de um paciente pela mesma equipe está atrelada à longitudinalidade e a coordenação compreende a capacidade de exercer liderança integradora, para maximizar os resultados das ações dos serviços de saúde.Em seguida Jose Luis falou sobre a reforma da atenção primária na Espanha e citou dados históricos, como a reforma da Previdência Social, em 1977, o reconhecimento da especialidade Medicina Familiar e Comunitária, em 1978, e a Lei Geral da Saúde, em 1986, entre outros. No âmbito da Lei Geral da Saúde, o diretor apontou a divisão do território em áreas básicas de saúde (ABS) e a designação da população do território para cada ABS.Em relação ao conteúdo das prestações de Atenção Primária à Saúde na Espanha, ele cita a promoção da saúde individual, familiar e comunitária, que engloba a prevenção das doenças; o controle epidemiológico; os cuidados agudos e crônicos de saúde e social; e as pesquisas e a formação de especialistas em Medicina Familiar e Comunitária. Segundo Jose Luis, a atenção primária é o pilar do sistema de saúde da Catalunha. “O serviço de saúde catalão é responsável pela distribuição dos recursos econômicos e compra de serviços, além da diversidade de fórmulas de gestão, descentralização da organização, que envolve a estrutura territorial, o acesso equitativo aos serviços para os cidadãos – a Catalunha possui 65 hospitais, 356 Áreas Básicas de Saúde e 400 Centro de Atenção Primária – e, ainda, a participação comunitária formalizada na estrutura, que envolve os conselhos de direção e participação”, apontou.Sobre os Centro de Atenção Primária, o diretor apontou que são responsáveis pela promoção da saúde (educação para a saúde, saúde pública); prevenção das doenças (individual e coletiva) e cuidados (cuidados no CAP e domiciliar e assistência às urgências). Jose Luis citou, também, o trabalho multidisciplinar das Equipes de Atenção Primária (EAP), que, segundo ele, trabalham de forma diretiva, com profissionais em tempo integral e com médicos especialistas em Medicina Familiar e Saúde da Comunidade, além de possuir especialistas de enfermagem familiar e comunitária e incorporar outras cinco especialidades: pediatras, odontólogos, parteiras, assistentes sociais e farmacêuticos.

 

Atenção especializada e atenção sócio-sanitária na Catalunha

 

Dando início à mesa Atenção especializada ambulatorial e hospitalar na Catalunha: funções e interfaces, a coordenadora e responsável pela rede de Tarragona, Encarna Grifell, abordou os conceitos e características gerais da atenção especializada hospitalar e ambulatorial, a coordenação com outros níveis e dispositivos do sistema e algumas de suas ferramentas, a segurança de pacientes e os desafios atuais dos sistemas de saúde. “A atenção especializada é o segundo nível de acesso dos cidadãos à assistência sanitária e atua como referência e consultora da atenção primária. Na Catalunha, ela compreende atenção hospitalar, atenção sócio-sanitária, atenção psiquiátrica e saúde mental, atenção à drogodependência, outros recursos de atenção especializados, como diálises, por exemplo, e atenção farmacêutica”, afirmou.Encarna Grifell apontou algumas características gerais da Atenção Especializada, entre elas o modelo hospitalar territorial, que está baseado em hospitais comarcais básicos, que assumem os pacientes de determinadas Áreas Básicas de Saúde (ABS) e têm hospitais regionais de maior complexidade de referência. Segundo ela, todos os hospitais dispõem de serviços de urgências/emergências com classificação de nível de urgência segundo modelo de cinco níveis validado. “Todos os hospitais na Catalunha dispõem de mecanismos de gestão interna e de avaliação do desempenho que permitem a translação dos objetivos do contrato e da instituição a todos os profissionais. Todos têm autonomia de gestão, o que lhes permite desenvolver fórmulas próprias de organização, pactos, alianças, compras, contratações, além de todos se conformarem à Rede Hospitalar de Utilização Pública, independentemente de sua titularidade, acreditados pela autoridade sanitária”, destacou.De acordo com a coordenadora, o modelo hospitalar territorial da Catalunha está baseado em hospitais distritais básicos que assumem os pacientes de determinadas ABS e têm hospitais regionais de maior complexidade de referência. Em seguida, Encarna falou sobre a Unidade de Gestão do Paciente, que tem por objetivo facilitar o acesso da população aos serviços de atenção especializada em regime ambulatorial ou de hospitalização, no que se refere à documentação clínica e administrativa. A coordenadora citou, ainda, o Circuito de Diagnóstico Rápido de Câncer (DRC), que visa reduzir o tempo decorrido entre a suspeita fundamentada de câncer e seu diagnóstico e tratamento, sendo o último atribuível ao sistema sanitário. “O DRC visa, ainda, reduzir o nível de ansiedade dos pacientes que apresentam sintomas compatíveis e melhorar a qualidade do processo assistencial nos casos de câncer ou de suspeita de câncer”, explicou.Encarna Grifell citou a consulta virtual sem paciente, que tem por objetivo melhorar a acessibilidade à consulta do médico especialista, evitando demoras e deslocamentos desnecessários, através da informação clínica. De acordo com ela, a ação visa à solicitação de consulta com informação clínica e provas diagnósticas, que é programada diretamente na agenda do especialista e, em seguida, se autoprograma uma consulta para revisar resposta em um máximo de sete dias. Por fim, a coordenadora apontou desafios da Atenção Especializada, como a melhora da acessibilidade, coordenação, qualidade e segurança; a modificação do papel dentro da rede – hospital mais relacionado, aberto e flexível; avanços na ambulatorização da Atenção Hospitalar; a racionalização de procedimentos de alta complexidade; e a sustentabilidade.

 

Centro Sócio-Sanitário da Catalunha possui quatro grandes linhas de atenção

Encerrando a mesa redonda Modelos de atenção: perfis e coordenação assistencial, o diretor do Centro Sócio-Sanitário da Catalunha, Joan Cunill, abordou a atenção sócio-sanitária na Catalunha. Segundo ele, a missão da atenção sócio-sanitária é melhorar a saúde das pessoas incluídas em quatro grandes linhas de atenção: geriatria; doença de Alzheimer e outras demências; cuidados paliativos; e doenças neurodegenerativas. “Utilizamos o recurso de longa permanência para pessoas que precisam de uma atenção sanitária de forma continuada, que padecem de doenças ou processos crônicos e diferentes níveis de dependência, com diversos graus de complexidade, e que não podem ser atendidos no seu domicílio ou centro residencial”, explicou ele.De acordo com Joan Cunill, os cuidados paliativos são destinados a pessoas com doenças em situação avançada, irreversível ou terminal, que requerem tratamento específico paliativo em regime de hospitalização. O diretor falou sobre o Programa de Atenção Domiciliar Equipe de Suporte (Pades), que corresponde a uma equipe especializada e tem como função dar suporte às equipes de Atenção Primária, especialmente no âmbito domiciliar, a doentes geriátricos complexos e doentes paliativos. Ainda segundo ele, o Pades não substitui a Atenção Primária, sua intervenção é complementar e, portanto, eles devem coordenar-se. Joan citou também a Unidade Funcional Interdisciplinar Sócio-Sanitária (Ufiss), uma equipe especializada cuja função é dar suporte às equipes assistenciais dos hospitais de agudos e intervir em doentes geriátricos complexos e doentes paliativos.Outro ponto apontado pelo diretor foi a avaliação integral ambulatória, cujo objetivo é estabelecer um diagnóstico, mediante um processo de avaliação interdisciplinar, e estabelecer uma estratégia terapêutica adequada. Em seguida, Joan abordou a Atenção Domiciliar à Complexidade (ADC), um conjunto de programas assistenciais orientados à atenção do paciente complexo crônico no seu meio habitual. A ADC está baseada no modelo de Cuidados Intermediários do Departamento de Saúde da Grã Bretanha e da British Geriatrics Society. “A experiência clínica mostrou à ADC um eixo importante no processo assistencial dos pacientes complexos, além de fazer um eixo entre a atenção hospitalar sócio-sanitária e a atenção primária”, destacou.Segundo Joan, o objetivo principal da ADC é priorizar a atenção e intervenção sócio-sanitária coordenada do paciente complexo, evitar reingressos hospitalares/sócio-sanitários desnecessários; evitar institucionalizações; evitar e reordenar a polifarmácia; priorizar a máxima autonomia e o máximo bem-estar do paciente e da família; e ser o nexo entre níveis assistenciais, facilitando as transições. Por fim, o diretor afirmou que os serviços sócio-sanitários na Catalunha são plenamente consolidados em suas quatro linhas de atividade, despregados em todo o território, possuem dispositivos em todos os níveis assistenciais e grande capacidade de adaptação, além de serem um elemento chave para a atenção ao paciente crônico complexo. “Nosso grande desafio é conseguir a integração das prestações sociais e os serviços de saúde e a intervenção simultânea dos dois âmbitos, especialmente no nível domiciliário”, concluiu Joan.

 

Fonte site da ENPS www.ensp.fiocruz.br

 

Livro sobre o cuidado das condições crônicas na APS será lançado em abril

De autoria de Eugênio Vilaça Mendes, o livro O Cuidado das Condições Crônicas na Atenção Primária à Saúde é a primeira publicação do Laboratório de Inovações – Atenção às Condições Crônicas na Atenção Primária em Saúde no marco das RAS, coordenado pela OPAS Brasil e Conass, com apoio do Ministério da Saúde e Conasems.No livro, Eugênio Vilaça faz uma análise da história da Atenção Primária no sistema público de saúde brasileiro até chegar ao Programa da Saúde da Família (PSF). “A análise do PSF mostrou que essa política de atenção primária foi um sucesso dentro dos limites em que ela se desenvolveu. Contudo, a permanência de problemas estruturais não solucionados fez com que esse ciclo evolutivo do PSF se esgotasse”, afirma o autor. Para Vilaça, é necessário inaugurar um novo ciclo que vai se caracterizar pela consolidação da Estratégia da Saúde de Família (ESF). Ele aponta os problemas estruturais que impedem a APS de ser resolutiva e ordenadora das Redes de Atenção à Saúde (RAS’s) e sugere soluções para cada um desses problemas.Eugênio Vilaça descreve ainda, nessa obra, as principais mudanças na APS para o manejo das condições crônicas e traz experiências nacionais e internacionais de instituições de saúde que ousaram mudar o modelo de atenção. Saiba mais sobre o livro nesta entrevista exclusiva que Eugênio Vilaça concedeu à equipe do Portal para Gestores sobre Redes de Atenção e APS.

O livro estará disponível para download no portal das Redes de Atenção à Saúde.

 

http://new.paho.org/bra/apsredes/

PROVAB – Municípios devem informar a quantidade de profissionais

Gestores municipais devem confirmar quantidade de médicos, dentistas e enfermeiros que querem contratar dentre os selecionados pelo ProvabTodos os gestores municipais inscritos no Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab) devem entrar em contato com o Ministério da Saúde para informar o número de profissionais de saúde que desejam contratar dentre os selecionados pelo programa. O ministério está monitorando a contratação desses profissionais para remanejamento, conforme a necessidade dos municípios. O contato deve ser feito por meio do site provab.saude.gov.br (sem o www no início), utilizando login e senha informados via mala direta.O Ministério da Saúde vai garantir que todos os profissionais selecionados para o programa sejam integrados aos serviços de Atenção Básica do SUS, onde terão exercício profissional supervisionado na modalidade de treinamento em serviço. Nos casos em que a contratação não foi ainda efetivada pelo município, os médicos vão ser remanejados para atuarem na atenção básica do SUS de outros municípios participantes do PROVAB que ainda não foram contemplados com profissionais. Na próxima semana, serão enviadas aos profissionais desta categoria as orientações pertinentes para a viabilização da contratação.Os cirurgiões dentistas e enfermeiros serão integrados aos serviços de atenção básica do SUS, de acordo com as prioridades da política nacional de atenção básica, com toda a qualificação e supervisão prevista no Provab. Na próxima semana, serão enviadas aos profissionais destas duas categorias as orientações cabíveis.

 

O PROGRAMA – O resultado do processo seletivo do Provab foi divulgado no dia 29 no Diário Oficial da União, com a lista dos aprovados e os respectivos municípios onde foram alocados. Ao todo, 4.657 profissionais de saúde foram selecionados em 1.293 municípios: 1.458 médicos, 1.322 dentistas e 1.877 enfermeiros. Nesta primeira edição do Provab será firmado contrato de um ano com os profissionais que se inscreverem e forem convocados. Ao final desse período, os médicos que tiverem uma boa avaliação de desempenho terão um bônus de 10% na nota dos exames de residência médica.Durante toda a atuação nas unidades de saúde, os profissionais serão tutorados pelas instituições de ensino superior participantes, que darão suporte presencial e à distância por meio do programa Telessaúde, coordenado pelo Ministério da Saúde. Além do benefício de contar com profissional por 40 horas semanais, os municípios também receberão incentivo para a implantação e manutenção do Telessaúde, que permitirá às instituições de ensino superior vinculadas ao Provab dar suporte à atuação dos médicos, enfermeiros e cirurgiões-dentistas. O governo federal financiará a operação dos Núcleos de Telessaúde das unidades onde os profissionais estiverem trabalhando, bem como as atividades dos tutores. Os municípios serão responsáveis pela contratação e remuneração dos profissionais, bem como pelo custeio de moradias quando houver necessidade, de acordo com as regras do programa.

 

Fonte site MS www.saude.gov.br

Curso capacitará gestores e profissionais de saúde do RJ

Com o objetivo de capacitar gestores e profissionais de saúde que atuem na Rede de Atenção Primária do Município do Rio de Janeiro, nas áreas de promoção, vigilância e assistência básica à saúde, que a Escola Nacional de Saúde Pública e a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro abrem inscrições para o Curso de Especialização em Saúde Pública. Oferecido sob demanda da Secretaria, o curso é desenvolvido no âmbito do projeto Teias – Escola Manguinhos e está com inscrições abertas até o dia 16 de março. Os candidatos deverão preencher o formulário eletrônico disponível na Plataforma Siga Lato Sensu da Fiocruz. O curso está sob a coordenação dos pesquisadores Sandra Aparecida Venancio de Siqueira e José Inácio Jardim Motta (DCS/ENSP/Fiocruz). Serão oferecidas 35 vagas, e o objetivo da especialização é apresentar ao aluno o campo da saúde coletiva, desenvolvendo os conceitos estruturantes correspondentes às subáreas constitutivas, gerando competências gerais e específicas para a atuação como sanitarista. Além disso, busca capacitar o aluno para a análise da situação de saúde; avaliar as práticas de atenção em saúde e da gestão e buscar soluções criativas e originais para o funcionamento da rede local de serviços e; contribuir para a organização social, fortalecendo a participação da população na gestão do cuidado. Há 57 anos na grade curricular da Escola, essa especialização é a formação mais tradicional da ENSP. Embora esteja vinculada ao projeto Teias – Escola Manguinhos, é direcionada aos profissionais de saúde que atuam na Rede de Atenção Primária do Município do Rio de Janeiro. A carga horária total é de 490 horas e será ministrada em dois dias por semana, em horário integral. A seleção dos alunos ocorrerá em duas etapas: prova escrita e entrevista. A prova escrita está marcada para o dia 1º de abril e tem caráter eliminatório. A entrevista também possui caráter eliminatório e será marcada pela coordenação do curso. O Resultado Final da Seleção será dia 20 de abril de 2012.

 

Fonte site da ENSP www.ensp.fiocruz.br

Mais Unidades Básicas de Saúde da Família em Cariri – Ceará

Mais duas Unidades Básicas de Saúde da Família construídas com recursos do governo do Estado serão inauguradas. Desta vez em municípios do Cariri, macrorregião onde foram construídas ou estão em fase de conclusão 35 UBSFs. As inaugurações aconteceram marcadas na quinta-feira, 2, em Farias Brito, às 15 horas, e em Santana do Cariri, às 18 horas, com a presença do secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos.Em Farias Brito, a Unidade Básica de Saúde da Família fica no distrito de Cariutaba. Para o prefeito da cidade, Vandevelder Freitas Francelino, “a nova UBSF pela qualidade e estrutura do prédio vai melhorar tanto as condições de trabalho dos profissionais como o acolhimento e atendimento aos pacientes”. Ele destaca que na nova unidade, bem maior do que a que existia anteriormente no distrito, a população tem num só lugar, funcionando de forma integrada, assistência médica e à saúde bucal. Na UBSF, que está com as portas abertas há duas semanas mesmo antes da inauguração, os moradores dispõem de um consultório odontológico.Já em Santana do Cariri a nova Unidade Básica de Saúde da Família fica no bairro São Pedro, sede do município. A secretária municipal de saúde, Eliane Cidade, informa que inicialmente a UBSF vai funcionar com médico pediatra, enfermeiro, dentista e profissionais de nível médio e apoio. “Tudo vai melhorar no nosso trabalho de assegurar para a população o direito aos serviços de atenção básica”, comenta. Segundo ela, a unidade começa a funcionar na segunda-feira, 6.E apoiar os municípios nas ações da atenção básica é o objetivo central do governo do Estado, através da Secretaria da Saúde, com a construção da nova rede de Unidades Básicas de Saúde da Família no interior. Precisamente, em 150 municípios. “Ao mesmo tempo em que investe na ampliação e modernização da rede de assistência à média e alta complexidade, com a construção de hospitais regionais, policlínicas, Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na capital e no interior, o governo do Estado sabe da importância de reforçar as ações da atenção básica nos municípios”, afirma Arruda Bastos. Ele observa que “com ações básicas efetivas e de qualidade a saúde da criança e da mulher, por exemplo, podem apresentar melhores indicadores, que na prática traduzem mais qualidade de vida para toda a família”.

 Mais de 26 milhões

Na construção das 153 UBSFs distribuídas nos 150 municípios cearenses de todas as regiões, os investimentos do Estado totalizam R$ 26.779.000,00. Em cada nova unidade, que tem padrão único de construção com base em orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o investimento é de R$178.660,00. Os municípios conquistaram as Unidades Básicas de Saúde da Família com base em critérios. Entre eles, comprovação de cobertura do Programa Saúde da Família igual ou superior a 70%, pelo menos 90% das gestantes recebendo quatro ou mais consultas e ainda adesão aos consórcios públicos de saúde como estratégia de gestão das unidades de saúde regionais.

 

Fonte site www.saude.ce.gov.br

Oficina debate rumos da humanização do SUS em Belém

Acolhimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) da Região Metropolitana de Belém, redes de atenção e qualificação de profissionais de saúde estiveram em pauta durante o primeiro Encontro dos Coletivos de Humanização da Região Metropolitana da capital paraense, que acontece até esta terça-feira, 31, no auditório do Centro Integrado de Governo (CIG), em Belém. O evento é promovido pela Coordenação de Humanização da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), com apoio do Ministério da Saúde (MS).O Encontro foi mediado pelo coordenador geral da Política Nacional de Humanização (PNH), Gustavo Nunes de Oliveira, que destacou o objetivo do evento. “Cada encontro de coletivo serve para aproximar os envolvidos na PNH, no sentido de estabelecer um diálogo entre os atores do sistema público de saúde e a população”, explicou.”Esses dois dias de encontro servirão para que os participantes ampliem o conceito de uma rede de colaboração, que permita o encontro, a troca, o afeto, o conhecimento, o aprendizado, a expressão livre, a escuta sensível, a multiplicidade de visões e a arte da conversa, além da discussão da capacidade transformadora das práticas de saúde e de gestão”, explica Gustavo Nunes. De acordo com o coordenador estadual de Humanização, Luiz Guilherme Martins, a humanização trabalha com várias vertentes do atendimento na saúde. “A saúde do trabalhador, o atendimento e a ambiência são áreas que fazem parte do processo de humanização da atenção e gestão em saúde”, afirmou. Segundo ele, em conformidade com os trabalhos já construídos e desenvolvidos sobre o assunto no Pará, o objetivo é implementar, coletivamente, essa política em todo Estado, estimulando o protagonismo de todas as pessoas envolvidas e favorecendo a articulação e organização em rede.Para Dione Cunha, diretora técnica da Sespa, o encontro possibilitará também o compartilhamento, a atualização e o debate de estratégias para a consolidação da Rede Cegonha no Pará, que deverá ocorrer ainda este ano. “Não deixa de ser uma oportunidade para esclarecimento e pactuação das ações de apoio institucional à Rede, a partir da região de Belém, para estimular a articulação das pessoas que têm a missão direta de implementar essas ações de saúde.

Sobre a PNH

Voltada tanto para usuários do SUS quanto para trabalhadores e gestores, a PNH trabalha a partir da proposta de inclusão destes três protagonistas na produção de saúde. Ela estimula o desdobramento de suas diretrizes em dispositivos que possam aprimorar o serviço de saúde, como o acolhimento com classificação de risco; equipe de referência e apoio matricial; projeto terapêutico singular, projeto de saúde coletiva; construção coletiva da ambiência; gestão compartilhada (colegiados, contratos de gestão); sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde; projeto de acolhimento do familiar/cuidador; programa de formação em saúde e trabalho e atividades de qualidade de vida e atenção à saúde para os trabalhadores da saúde e os chamados grupos de trabalho em humanização (GTH).O trabalho da PNH é regionalizado e, em cada território de atuação, pode haver diferentes arranjos de trabalho, como coordenações/gerências de humanização ou, estando vinculada à área de educação em saúde, recursos humanos e outras áreas das secretarias de saúde. Há também coletivos que conduzem a humanização nos diferentes pontos da rede de saúde, apoiados por consultores divididos em oito Coordenações Regionais: Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul); Nordeste (Alagoas, Bahia, Sergipe e Pernambuco); Nordeste (Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte); Norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins); Sudeste 1 (São Paulo), Sudeste 2 (Espírito Santo e Rio de Janeiro), Sudeste 3 (Minas Gerais) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Além disso, a PNH desenvolve e oferece cursos, oficinas e seminários, certifica e divulga experiências bem-sucedidas de humanização no SUS e, produz materiais educativos e de divulgação para a implantação desses dispositivos.O Encontro acontece até a manhã desta terça-feira, 31, e conta com a parceria do Ministério da Saúde, através da Coordenação Nacional e Regional da PNH, e das Secretarias Municipais de Saúde da Região Metropolitana Belém, através das suas respectivas Referências Técnicas de Humanização. Mediarão o evento o coordenador nacional da PNH, Gustavo Nunes; a coordenadora da PNH da região Norte, Terezinha Moreira, o apoiador da Política no Pará, Victor Melo, além do coordenador estadual de Humanização, Luiz Guilherme Martins.

 

fonte Site www.saude.pa.gov.br

Seminário Anual da Rede APS

Dentre a programação terá temas como: · Perspectivas e abordagens na produção de conhecimentos e tecnologias para a atenção básica; · Produção e Utilização de Evidências; · Produção de conhecimentos e tecnologias a partir de experiências concretas; · Estudos Avaliativos; · Panorama e Perspectivas da Política Nacional de Atenção Básica;
Local: OPAS – Brasília

I Fórum Nacional de Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde

Além de questões teóricas implicadas na convivência de distintos paradigmas em saúde na cultura atual, o Fórum RMPICS propõe-se a colocar em discussão aspectos relativos à pesquisa, ao ensino e à formação de profissionais, assim como às políticas e processos de institucionalização dessas racionalidades e práticas, à situação de efetiva integração dos profissionais na rede, suas relações com outros profissionais do campo, instabilidade ocupacional etc. Será realizado em Niterói-RJ, no período de 25 a 28/04/2012, na Universidade Federal Fluminense. Envie seu trabalho e garanta sua participação.
Link: http://www.forumrmpics2012.com.br
Local: Universidade Federal Fluminense – Campus de Gragoatá – Niterói -RJ