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Arquivo Mensal julho 2012

A solução para melhoria da saúde no Brasil está também nas mãos dos profissionais

Quem acha que na saúde é preciso ter soluções mirabolantes para resolver os problemas que se acumulam ao longo dos anos pode estar redondamente enganado. Claro, em alguns casos são realmente necessários altos investimentos para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Mas na maioria das vezes uma conversa aberta e franca entre os profissionais de saúde envolvidos e a busca de ações simples para reduzir as dificuldades que existem pelo caminho podem ser a melhor solução. Um exemplo de resultado eficaz é o caso da Equipe de Saúde de Testo Central, localizada na cidade de Pomerode, em Santa Catarina. Essa ESF é uma das maiores do município, responsável pelo atendimento de 4.700 usuários. Há alguns anos, a equipe vinha sofrendo com excesso de demanda e conflitos naquela unidade no horário de 7h às 9h30 – período que habitualmente é realizado o acolhimento. A discussão entre a equipe ocorria porque o número de pessoas que buscava o posto no período citado gerava insatisfação pelo tempo de espera para o atendimento. A maior demanda nesse período era por consulta médica.

A equipe se sentia pressionada porque os usuários queriam ser atendidos, mas não tinham um horário definido para a consulta. Essa longa espera gerava conflitos entre equipe e população. Por outro lado, o médico, com a intenção de diminuir esse tempo de espera, fazia o atendimento na base da queixa-conduta, com um tempo médio de permanência na consulta de 5 minutos para cada usuário. Mas o tempo era corrido demais, diminuindo a resolubilidade, o que resultou no aumento da procura por outros atendimentos pelo mesmo paciente.

Apesar das tentativas individuais e não planejadas, o conflito de Testo Central só cresceu. A tal ponto que os profissionais começaram a pedir para mudar de equipe. Com o alerta vermelho disparado, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), criado há um ano em Pomerode, foi chamado em maio deste ano (2012) para atuar junto com aquela equipe, como conta o integrante do NASF, Roberto Moreira.

Na reunião da equipe (composta por um médico, uma enfermeira, dois técnicos em enfermagem, uma recepcionista, um dentista, um técnico em Higiene Dentária, uma auxiliar de serviços gerais e dez agentes comunitários) e os representantes do NASF foram levantadas as causas do problema:
– atendimento realizado sem ouvir outras queixas do paciente;
– muitos usuários na unidade que esperavam por atendimento sem saber o horário certo;
– tempo de consulta médica reduzido;
– falta de consciência coletiva por parte da população para entender os problemas mais graves;
– e fila de espera antes de abrir a unidade.

Diante dos problemas, foram levantadas sugestões para melhorar. Segundo Roberto, apesar da insatisfação e conflitos dentro da equipe, os profissionais tentavam de alguma maneira buscar uma solução eficaz para melhorar o atendimento de Testo Central.

Um dos participantes da reunião colocou que a demanda de atendimentos em emergência é essencialmente ambulatorial e que somente 10% a 15% são realmente de urgência. Mesmo assim, todos esperavam na unidade pelo atendimento. Os casos mais graves eram passados na frente.

Outros pontos levantados pelos profissionais de Testo Central foram:
– a importância do acolhimento por parte de toda a equipe de trabalho, desde o médico até a funcionária de serviços gerais.
– mudar o termo de “acolhimento” para “demanda espontânea” para os atendimentos médicos realizados no referido período.
– agendamento do horário de atendimento da consulta médica (maior demanda da ESF Testo Central) a cada 10 minutos, dobrando o tempo de permanência na consulta dos usuários após consentimento do médico.

Com essas e outras sugestões que tiveram o apoio da coordenadora do NASF de Pomerode, Anna Carolina Raduenz, foi estabelecido que a equipe de enfermagem faria uma triagem da demanda e estabeleceria prioridade no atendimento para os casos mais graves. Outra ação foi feita pelos agentes comunitários que ficaram responsáveis em comunicar à comunidade local sobre as mudanças discutidas.

Resultados

Após dois meses da implantação das mudanças, já pode se notar a melhoria do relacionamento entre a equipe. Como resultado, os pacientes estão mais satisfeitos com o atendimento geral porque, segundo Roberto, os usuários estão sendo melhores atendidos e com equidade. A fila de espera antes de abrir a unidade acabou e há menos usuários circulando na unidade já que há um horário programado para a consulta médica na demanda espontânea e sendo cumprido como previsto. Ele contou ainda que na última reunião, os profissionais que até então levavam queixas para o encontro, passaram a elogiar o atendimento de Testo Central.

”Acreditamos que pulamos mais uma etapa na construção do SUS em nossa cidade, pois estamos dando acessibilidade, qualidade, humanização e resolubilidade no atendimento da ESF”, ressaltou o integrante do NASF, Roberto Moreira.

Pomerode

Considerada a cidade mais alemã do Brasil, Pomerode está localizada no médio Vale do Itajaí, em Santa Catarina. Com 28 mil habitantes, o município tem 100% de cobertura de Estratégia da Saúde da Família (ESF). São oito equipes, todas inscritas no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). Em agosto, todas elas passarão pela fase 3 do PMAQ, que é a Avaliação Externa.

De acordo com dados do NASF de Pomerode, todos os habitantes estão cadastrados no sistema de informática da Secretária Municipal de Saúde e todos os atendimentos são informatizados.

* texto colaborativo produzido por Roberto Moreira e Maria Lopes e publicado no site da COMUNIDADE DE PRÁTICAS http://atencaobasica.org.br/

 

Rede entrevista Marcela Dohms e Marly Wuerges

 

Rede entrevista Marcela Dohms e Marly Wuerges de Aquino duas profissionais de saúde que atuam na equipe e gerência da US do Saco Grande, em Florianópolis. As inovações gerenciais, a qualificação do cuidado e a melhoria da relação entre profissional de saúde e usuário merecem destaque na Rede APS.

Marcela Dohms é médica de Família e Comunidade e mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua, também, como tutora de estágio prático dos alunos de medicina na disciplina de Interação Comunitária na UFSC e preceptora de Residência em MFC. É presidente da ACMFC (Associação Catarinense de Medicina de Família e Comunidade). Concursada, é médica da equipe do Saco Grande.

Marly Denise Wuerges de Aquino é enfermeira especialista em saúde de família e comunidade e mestre em enfermagem pela UFSC. É preceptora dos alunos de enfermagem e residência multiprofissional em saúde da família pela UFSC.Concursada, é coordenadora do CS do Saco Grande, em Florianópolis.

1)Quais foram as inovações gerenciais implantadas na unidade de Saco Grande, em Florianópolis?
Ao longo do tempo a organização no CS Saco Grande vem se afirmando no trabalho em equipe e na lógica da gestão compartilhada. Em todos os momentos, sempre que necessário, as decisões importantes são compartilhadas. Os momentos formais de decisão acontecem nas reuniões mensais de planejamento e nas reuniões quinzenais do Colegiado Gestor. Participam deste último, um representante de cada equipe das ESF, um representante do setor administrativo e a coordenadora que é responsável pela condução da reunião. A pauta é sempre organizada a partir das demandas dos equipes trazidas pelos seus representantes. As decisões são tomadas sempre por consenso e predomina o movimento de ida e volta dos assuntos até o esgotamento das questões.

2)E  as principais  dificuldades?
As dificuldades estão relacionadas à diversidade e complexidade próprio das instituições maiores: seis equipes de saúde da família operando numa mesma unidade. No entanto, como existe um alto grau de comprometimento e responsabilização da grande maioria dos trabalhadores, os diversos saberes e maneiras de pensar, acabam se constituindo em ferramentas poderosas para o desenvolvimento da criatividade que permite a superação das  dificuldades e busca de soluções o tempo todo.  No entanto, algumas vezes acontecem momentos de conflito e stress que acabam sendo superados.

3) Como é a relação médico e paciente?
Os médicos buscam uma relação centrada no paciente, e não na doença. Buscam desenvolver uma comunicação mais efetiva com os pacientes e familiares, com relações mais simétricas, e procurando realizar uma decisão compartilhada do plano terapêutico. Para isso, quase todos os médicos participam de atividades de formação em habilidades de comunicação, como cursos, congressos e técnicas específicas de aperfeiçoamento como filmagem das próprias consultas e discussão em grupo, chamada PBI (Problem Based Interview), muito usada em países europeus. Além disso, alguns médicos e os residentes participam de Grupo Balint, que são discussões de casos focados na relação médico-paciente.
4)E como população tem respondido as mudanças?
A facilitação do acesso é tema contínuo de discussão. Neste sentido inovações e melhorias vem sendo constantemente colocadas à disposição das pessoas, como o agendamento de consultas de forma presencial, por telefone e e-mail diariamente. Todas as pessoas tem acesso ao agendamento diário. Não temos demanda reprimida interna. O acesso para as necessidades pontuais ( urgência e emergência) também é garantida diariamente e preferencialmente no início dos turnos. No entanto, após estes horários, todas as pessoas que chegam são ouvidas e suas necessidades são resolvidas de alguma forma (atendimento pontual, agendamento de consulta, encaminhamento para grupos diversos, entre outros). O número de ouvidorias relacionadas ao acesso é praticamente inexistente.

5)Com melhorias na comunicação interna como é o trabalho de uma equipe em Florianópolis?
O uso do google talk e e-mails entre todos os trabalhadores durante todos os períodos de funcionamento da unidade tem facilitado a comunicação entre todos. Além disso, colabora para o processo contínuo de melhoria da comunicação,  o modelo de gestão centrado na lógica da co-responsabilização e comprometimento.

6) As unidades recebem estudantes universitários de diferentes áreas da graduação e da residência. Poderias falar mais a respeito?
O Centro de Saúde recebe alunos de graduação de vários cursos, como Medicina, Enfermagem, Odontologia, Farmácia, Serviço Social, Fonoaudiologia e Psicologia. Há residentes de Medicina de Família e Comunidade da UFSC em tempo integral. Cada medico residente se inserem em uma das equipes, com seu preceptor. Durante o matriciamento com o psiquiatra de referência, há residentes de psiquiatria que o acompanham também

7) Sabemos que há estudos e pesquisas sobre melhoria da relação profissional de saúde e usuários? Como a equipe trabalha os resultados?
A equipe busca observar onde é possível melhorar e procurar estratégias para qualificar-se constantemente.
 
8) A rede municipal em Florianópolis é considerada como um caso positivo de implementação do SUS e da estratégia de saúde da família. A classe média está presente nos postos?  Sabe-se que a presença desse segmento é importante para a legitimidade de Sistemas Nacionais, tal como ocorreu na Espanha e Portugal, por exemplo.  Falem um pouco mais sobre isso.
A equipe tem a percepção de que cada vez mais a classe média tem aderido à Estratégia Saúde da Família e que sua participação é realmente muito importante para qualificar a sua efetivação. Muitos ao conhecerem o funcionamento do centro de saúde acabam usando o seu plano privado apenas para exames que têm demora no agendamento, que é um ponto que ainda precisa ser melhorado no SUS.

Equipe Saco Grande

Pesquisa avalia a satisfação dos usuários do SUS

O Ministério da Saúde acaba de divulgar os resultados de uma pesquisa desenvolvida com o objetivo de avaliar o grau de satisfação dos usuários do Sistema Único de Saúde em relação a diferentes aspectos da assistência à saúde no Brasil, tais como, acesso e qualidade, percebidos tanto na atenção básica quanto na urgência e emergência, mediante inquérito amostral.A pesquisa considera como “satisfação” o grau de contentamento – ou de alcance de expectativa – de uma pessoa frente a determinada situação, serviço ou mesmo outros indivíduos. Isso significa que “satisfação” não é propriamente um conceito fixo ou imutável, pois pode ser diferente para cada indivíduo. No campo da saúde diversos aspectos costumam ser avaliados quanto ao grau de satisfação, tais como: acesso, tempo de espera, acolhimento.
 A pesquisa foi realizada pelo Departamento de Ouvidoria Geral do SUS, da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, por meio de contato telefônico, em dois períodos distintos: de 30 de junho a 29 de julho de 2011 e de 08 de novembro de 2011 a 09 de janeiro de 2012. Seu público-alvo constituiu-se de cidadãos com 16 anos ou mais e dependentes abaixo desta idade que tivessem utilizado o SUS nos últimos 12 meses, para procedimentos diversos.Em linhas bastante gerais, a pesquisa demonstrou que as mulheres são as que mais procuraram o SUS, com 66,5%, enquanto entre os que não utilizam o SUS elas representaram 54,8%. O atendimento pela Saúde da Família é maior para os que detêm menores níveis de escolaridade. Assim, os que são apenas alfabetizados somaram 60,1% dos atendimentos, enquanto pessoas com ensino superior representaram apenas 39,6%. Informação interessante é a de que aqueles que utilizaram o SUS têm perfis são bastante semelhantes àqueles que não o utilizaram nos últimos doze meses, fixando-se as características de idade e cor/raça. Dentre os que não utilizaram o SUS, o nível superior representou quase o dobro daqueles com a mesma escolaridade dentre os que não o utilizaram.
 
Constituem ainda aspectos dignos de nota na pesquisa:
 
1.    A maior procura foi por consultas, 78,7%, seguida de medicamentos com 52,7% e exames com 49,2%; Para os menores de 16 anos, o atendimento mais buscado foi vacinação (68,4%).
 
2.    O maior número de entrevistados atendido pela Estratégia de Saúde da Família ocorreu na região Nordeste (62%).
 
3.    Cerca de 36% dos entrevistados que foram atendidos no último ano avaliaram o SUS como “bom” ou “muito bom”, 34% como “regular” e 28,6% como “ruim” ou “muito ruim”.
 
4.    Já entre os que não buscaram o SUS, 25,2% avaliaram o mesmo como “bom” ou “muito bom”, 29,7% como “regular” e 45% como “ruim” ou “muito ruim”.
 
5.    Dentre os que utilizaram o SUS nos últimos 12 meses 23,3% possuem plano de saúde, enquanto dentre aqueles que não utilizaram o SUS esse índice é de 49,5%.

 

Fonte site www.apsredes.org

 

 

Bolsas de estudos universitários na Suíça 2013/2014

A Embaixada da Suíça abriu de inscrições para o processo de seleção para bolsas oferecidas para brasileiros pelo Governo Suíço (doutorado sanduiche, doutorado e pós-doutorado), para o ano acadêmico de 2013/2014.As bolsas serão destinadas exclusivamente a estudantes brasileiros já graduados, jovens pesquisadores e cientistas, para aprofundar seus conhecimentos ou fazer pesquisas nas áreas nas quais as universidades suíças possuem excelência. Será dada prioridade a candidaturas submetidas dentro de um programa de cooperação entre uma universidade do país de origem e uma universidade suíça.

O prazo limite para as candidaturas é 31 de outubro de 2012 (será considerada a data da postagem).O edital (em alemão, francês e inglês), um FAQ (Frequently Asked Questions) e os formulários estão disponíveis na pagina da Embaixada:

http://www.eda.admin.ch/eda/pt/home/reps/sameri/vbra/embbra/brasci/brauni.html

Todos os documentos e anexos – inclusive a ficha de inscrição, o formulário para cartas de recomendação e ficha médica deverão ser enviados pelo correio, num único Sedex, para a Embaixada da Suíça, em Brasília, em 03 vias separadas (3 dossiês: 1 original e 2 cópias)
para:

Embaixada da Suíça
SES Av. das Nações, Quadra 811, Lote 41
70448-900 Brasília DF

 

Ministério da Saúde custeará unidades fluviais

Em iniciativa inédita, publicada em portaria na terça-feira (24), no Diário Oficial da União (DOU), o Ministério da Saúde estabelece critérios para que estados e municípios da Amazônia Legal e do Pantanal Sul Matogrossense, que possuam Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), requisitem custeio do órgão. Com a garantia de pagamento mensal às embarcações, as populações ribeirinhas ganham mais qualidade de vida e a certeza de mais saúde nas suas regiões.As embarcações terão até R$ 600 mil anuais para manutenção dos serviços. “A população das regiões amazônicas necessitam deste tipo de serviço. Muitas vezes para chegar a um hospital convencional, o paciente passa dias viajando, seja em barco, carro ou de bicicleta. Com essas Unidades Básicas de Saúde Fluvial as comunidades ganham em agilidade e qualidade de vida”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. As embarcações contam com Equipes de Saúde da Família Fluviais formadas, no mínimo, por médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e de laboratório, além dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). As embarcações também podem contar com dentista e auxiliar, ou ainda, de técnico de Saúde Bucal. Cada unidade será custeada no valor de R$ 50 mil mensais (para equipes com Saúde Bucal) e R$ 40 mil para equipes sem Saúde Bucal. As unidades fluviais possuem consultório médico, odontológico e de enfermagem, além de ambiente para armazenamento e oferta de medicamentos, laboratório, sala de vacina, banheiros, sala para outros procedimentos ambulatoriais, cozinha e cabines com leitos em quantidade suficiente para abrigar a tripulação. CONSTRUÇÃO- O Ministério da Saúde trabalha com uma política diferenciada para ampliar e qualificar o acesso das populações ribeirinhas aos serviços de saúde. Além do custeio inédito às unidades fluviais, o ministério aprovou, no ano passado, a liberação de verba para construção de 13 unidades no país. Outras 19 devem ser aprovadas ainda este ano. Até 2014, serão 64 embarcações serão aprovadas. E para o funcionamento dos hospitais barcos o Ministério da Saúde investirá R$ 76,8 milhões.

Fonte site MS  – www.saude.gov.br

 

PMAQ já avaliou 31% das equipes de atenção básica

Componente da fase 3 do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), a Escola Nacional de Saúde Pública já entrevistou 31% das Equipes de Atenção Básica (EAB) dos nove estados que estão sob sua responsabilidade. O PMAQ, desenvolvido pelo Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde (DAB/MS), trará um retrato fiel da atenção básica em todo o território nacional e conta com a adesão de 70% dos municípios do país.O PMAQ está organizado em quatro fases, que se complementam e conformam um ciclo contínuo de melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica. São elas: Adesão e contratualização (Fase 1); Desenvolvimento (Fase 2); Avaliação externa (Fase 3); e Recontratualização (Fase 4). A avaliação externa, da qual a ENSP participa, consiste no levantamento de informações para análise das condições de acesso e de qualidade das EAB participantes do programa. Para tanto, são desenvolvidas três dimensões de pesquisa: a avaliação das equipes, um censo das Unidades Básicas de Saúde de todo o país (100% das UBS em funcionamento) e a percepção dos usuários sobre a atenção básica.O processo de inserção da ENSP no PMAQ teve início em março e a Escola ficaria responsável pela pesquisa em cinco estados: Rio de Janeiro, exceto a capital, Espírito Santo, Paraná e Tocantins. Esse número subiu para nove com a participação das unidades da Fiocruz de Manaus e Pernambuco, com a inclusão dos estados de Alagoas, do Amazonas, do Amapá, de Pernambuco e de Roraima, além da parceria com a Universidade Federal Fluminense para análise do município do Rio de Janeiro.
Para as coordenadoras do PMAQ na ENSP, as pesquisadoras da Escola de Governo em Saúde Márcia Fausto, Helena Seidl e Valéria Morgana, o bom andamento da pesquisa também se deve ao processo seletivo para o trabalho de campo. A opção de selecionar profissionais com atuação na área de saúde demonstrou ser bem-sucedida. “Procuramos aproveitar profissionais que atuam no campo da atenção básica, além de ex-alunos da instituição. Essa opção foi bastante exitosa, pois a nossa perda tem sido mínima e estamos caminhando muito bem. A meu ver, isso é reflexo de uma estratégia de contratação, seleção e formação”, explicou Márcia.

Censo contabiliza dados de 10.271 mil Unidades Básicas de Saúde
Os primeiros dados sobre o andamento do trabalho de campo revelam que 31,22% das 4.343 equipes de Atenção Básica já foram avaliadas, com aproximadamente um mês de trabalho. Já em relação ao censo das mais de dez mil UBS, 17% já foram avaliadas, segundo as coordenadoras. As reuniões com os avaliadores são semanais e, na opinião de Helena, a diversidade de ações e atividades de cada região demonstra a dimensão do país: “O PMAQ nos proporcionará um retrato bem fiel do que representa a Atenção Básica no Brasil”.Sobre a experiência do trabalho em campo, a também coordenadora do PMAQ Mariana da Rocha Cruz comentou a expectativa das equipes de saúde. “Eles nos recebem com um misto de expectativa e medo durante as duas horas de entrevista. As equipes só se dão conta das diferenças de um município para o outro a partir do processo avaliativo. Com isso, percebem o que pode ser feito e incorporado ao trabalho. O PMAQ tem esse potencial de fazer as pessoas refletirem sobre suas ações”.Esse processo, de acordo com Márcia Fausto, reflete uma estratégia do processo de avaliação: a de qualificar as ações. “A iniciativa do MS de implementar uma política de avaliação para a Atenção Básica é uma maneira de monitorar e identificar o que não vai bem, além de permitir apresentar as ações exitosas aos demais lugares. O processo de avaliação auxilia na tomada de decisão dos gestores e também em uma apropriação de conhecimento por parte da equipe no momento da entrevista. Uma outra questão já dita é a diversidade de ações. Englobaremos 70% dos municípios do país e teremos propriedade para falar como funciona a AB no Brasil”.
 Nota publicada pela ENSP – www.enspfiocruz.br

Lições sobre a morte de Bárbara Starfield!

Artigo publicado recentemente de autoria de Neil A. Holtzman (médico e marido de Bárbara Starfield) traz uma reflexão importante sobre a morte da mesma. Temas como a falta de coordenação do cuidado, multimorbidade, limitações dos estudos clínicos randomizados e ausência de relato de efeitos adversos de medicamentos fazem parte da discussão. O mesmo pode ser acessado em archinternmed.2012.2204

EVIPNet: um mecanismo inovador para promover o uso sistemático de evidências na formulação de políticas

Buscando promover a utilização do conhecimento científico nos processos de tomada de decisão no SUS, a Evipnet contribui para o desenvolvimento de métodos e estratégias inovadoras em saúde e é um espaço de troca de informações e experiências entre os países.EVIPNet Américas foi lançada em 2007 e o Brasil aderiu à EVIPNet em 2008, quando produziu a sua primeira síntese de evidências entre 2009 e 2010. O foco da síntese é a redução da mortalidade perinatal nas regiões norte e nordeste do país, com ações aplicáveis no âmbito da atenção primária à saúde.As sínteses de evidências (policy briefs) são produtos elaborados por países da rede EVIPNet. Com base na metodologia SUPPORT e considerando contextos locais, as melhores e mais relevantes evidências são extraídas e apresentadas em formato para fácil utilização pelos tomadores de decisão.

Acesse:

• Portal EVIPNet Brasil integrado ao portal EVIPNet Global e Regional (Américas), constituindo-se modelo para os portais dos demais países: http://brasil.evipnet.org

• Espaço Colaborativo online para integração dos membros da rede EVIPNet Brasil: http://cspace.evipnetbrasil.bvsalud.org

• Página Wiki para elaboração da síntese de evidências de forma colaborativa e à distância

• Disponibilização da versão eletrônica do livro SUPPORT: http://sintese.evipnet.net/livro

• Publicação da síntese de evidências EVIPNet Brasil em formato de impresso e eletrônico: http://sintese.evipnet.net

• Acesse também notícias, vídeos entre outros produtos da rede EVIPNet Brasil: http://brasil.evipnet.org
Fonte: UTSS Medicamentos e Tecnologia da OPAS/OMS Brasil e EVIPNET Brasil

 Fonte site APSREDES www.apsredes.org