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A atenção Primária à Saúde é uma só, mas as práticas da mesma variam intensamente. Isso é bom ou ruim para seus usuários?

Título: Family Medicine East of Eden  

Título traduzido: A Leste do Paraíso

Autor: Igor Švab (Professor and Chairman, Department of Family Medicine, University of Ljubljana, Slovenia and former President of WONCA-Europe)

Idioma: Inglês

Referência: Rev Port Med Geral Fam 2012;28:83-4

SÍNTESE:
O título do presente artigo remete ao famoso romance A Leste do Éden, do escritor americano John Steinbeck, que pelo conjunto de sua obra ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1962. No livro, uma família californiana vive entre as glórias da riqueza e seus lados opostos: a depressão econômica e a desagregação familiar. Tudo isso bem próximo, “a Leste” do Paraíso…

O autor, Igor Svab, é docente do Departamento de Medicina de Família da Universidade de Ljubljana (Eslovênia) e apresenta interessantes reflexões sobre os modos diferenciados da prática da Medicina de Família na Europa atual, fazendo comparações entre o que acontece no Leste do continente e o que ocorre na sua parte ocidental mais desenvolvida e mais rica, chamando atenção para diferenças de qualidade entre uma realidade e outra, com prejuízo para quem se situa “a leste do paraíso”. São aspectos que têm especial importância na realidade brasileira, onde este tipo de dilema também está presente.

Inicia chamando atenção para a importância da questão da universalidade, que é intrínseca á Medicina de Família (MF) e já firmemente estabelecida há bastante tempo. Deplora, contudo, que quando se atravessa o continente europeu o que se vê são as marcantes diferenças que marcam tais práticas, em diferentes países. Neste aspecto, aponta que a MF é diferente de outras disciplinas médicas, nas quais práticas estabelecidas em determinadas realidades podem ser transferidas, sem grandes problemas, a outros ambientes. Isso poderia ser reconhecido como um sinal de valor para aquele campo de conhecimento, mas nem sempre é assim, pois a variabilidade pode não ter nada a ver com ciência.

Assim, variações em práticas clínicas podem significar que é muito difícil detectar melhorias nas mesmas, a não ser que se procure compreender não a disciplina em si, mas os contextos nos quais é praticada. Isso requer uma melhor apreensão da cultura, da história, da etnologia e da legislação de cada país. Indaga o autor: quando se quer uniformidade e padronização de tais práticas na Europa, o quanto a variação seria desejável? Se a Europa atual tem a marca da diversidade, quão esta seria benéfica ou não?

Conclui que na área de Medicina de Família, bem como na Atenção Primária á Saúde como um todo, os padrões europeus atuais são marcados por um laissez faire que não contribui para a qualidade das práticas vigentes, já que cada país tem a liberdade – a seu ver, excessiva – de fazer como quiser. O autor se revela, ainda, especialmente preocupado com tais questões, considerando que na maioria dos países do Mundo, com exceção dos EUA, o padrão de política de saúde, marcado pela MF/APS, praticado na Europa é quase sempre tomado como referencial, o que aumenta a responsabilidade de todos os componentes do Bloco, principalmente no que diz respeito à preparação formal de seus praticantes*.

ACESSE O TEXTO

*Nota produzida por Flávio Goulart para o Portal da Inovação na Gestão – http://apsredes.org/site2012/

Rede APS

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