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Arquivo Mensal novembro 2013

11° Congresso da Rede Unida

 

Contribuir propositivamente para as mudanças na formação e desenvolvimento dos profissionais de saúde, bem como na transformação do modelo de atenção e na busca da consolidação do Sistema Único de Saúde em seus princípios e diretrizes, são os principais objetivo do 11º Congresso da Rede Unida. O maior evento de educação permanente e formação em saúde da América Latina terá o tema central Girar Vida, Políticas e Existências: a delicadeza da Educação e do Trabalho no cotidiano do SUS. Com abrangência internacional, a 11ª edição do evento realizado pela Associação Brasileira Rede Unida ocorrerá no ocorrerá no Centro de Convenções do Ceará, de 10 a 13 de abril de 2014, e segue com o prazo para submissão de trabalhos aberto até 15 de dezembro de 2013.

 

Estão abertas as inscrições para a prova de título de especialista em MFC- SBMFC

A 16ª edição do Exame de Suficiência para Obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade (TEMFC) já está marcada acontecerá no dia 6 de abril de 2014.

Inscrições: 25/11/2013 a 15/02/2014

A Diretoria de Titulação da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) faz saber, através deste Edital, que serão abertas, de 25/11/2013 a 15/02/2014, as inscrições para o Exame (Concurso) de Suficiência para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade (TEMFC) – décima sexta edição, a ser iniciado em 6 de abril de 2014 (data da etapa da prova escrita).

Baixe o edital.

Inscrições

Anexo I: Grade de pontuação Edital

Anexo II: Conteúdo programático Edital

Anexo III: Bibliografia Edital

 

Clique aqui e inscreva-se!

Fonte SBMFC-http://sbmfc.org.br

 

Começa hoje o Seminário Brasileiro de Prevenção Quaternária em Atenção Primária à Saúde Curitiba

O evento acontece de 28 a 30 de novembro na  Universidade Positivo – Curitiba-PR. A promoção é da Associação Paranaense de Medicina de Família e Comunidade e da SBMFC.

 

Local do evento: Universidade Positivo I – Bloco Azul – Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 Campo Comprido – Curitiba – PR.

PROGRAMAÇÃO

28/11/2013

 19:00 – Mesa redonda: Abertura do Seminário com sessão solene

19:30 – Todos Loucos – excesso de medicalização em saúde mental
Palestrante Jean Claude St Onge

20:15 Definindo prevenção quaternária, conceitos e importância
Palestrante André Luiz Silva

29/11 /2013

08:00-  Mesa redonda: Prevenção quaternária e a Atenção à Mulher -Ca de Mama.

Moderadora: Ingrid K Z Ostermayer

• 08:05 Epidemiologia do Ca de Mama
Marina Galhardi
• 08:20 Rastreamento de Ca de Mama
Cristiane Prado
• 08:35 Prevenção quaternária do rastreamento de Ca de Mama
Miguel Pizzanelli
• 08:50 Debate (35 min)

09:25 Coffe break

09:40 Mesa redonda: Prevenção quaternária e a Atenção à Mulher – Ca. de Colo Uterino
Moderadora: Nadir Fernanda Faria
• 09:45 Epidemiologia Câncer de Colo Uterino
Cynthia Soares
• 10:00 Rastreamento de Ca de Colo (15 min)
Marcos Takimura
• 10:15 Prevenção quaternária do rastreamento de Ca de Colo (15 min)
Luciano Duro
• 10:30 Debate (45 min)

11:15 Palestra: Disease Mongering – o efeito nocivo da mídia
Palestrante: Cláudia Collucci

12:00 Almoço
14:00 Mesa redonda: Prevenção quaternária e Atenção à Mulher – HPV
Moderadora: Vera Ferreira Gomes Drehmer
• 14:05 Revisão da literatura sobre HPV (15 min)
Dioneia Dobrowolski Kovalski
• 14:20 Indicações para a vacinação para o HPV (15 min)
Rosires Andrade
• 14:35 Prevenção quaternária e vacina para HPV (15 min)
Rodrigo Lima
• 14:50 Debate (35 min)

15:25 Coffe break

16:00 Mesa redonda: Prevenção quaternária e Influenza
Moderadora: Marcela Dohms
• 16:05 Influenza – imunização e tratamento – Epidemiologia
Bernardo Cordeiro Santos
• 16:20 A importância da imunização e do tratamento
Moacir Ramos
• 16:35 Influenza e prevenção quaternária
Eduardo Bertol
• 16:50 Debate (40 min)

17:30 Coffe break

17:45 – Palestra: Viés de publicação, a epidemiologia clínica como ferramenta para a prevenção quaternária – epidemiologista
João Carlos Schneider

18:30 Palestra: EVIPNet – Tomada de decisão em saúde informada por evidência
Nathan Mendes Souza

30/11/2013

08:00 Mesa Redonda: TDAH

Moderadora: Tânia Maria Pires
• 08:05 TDAH – epidemiologia e impacto
Thaís Merino Lesnovski
• 08:20 TDAH – a clínica psiquiátrica
• 08:35 TDAH – prevenção quaternária
Jean Claude St Onge
• 08:50 Debate (35 min)

09:25 Coffe Break

09:40 Mesa Redonda: Multimorbidade
Moderador: Cláudio Silveira Viana
• 09:45 Multimorbidade prevalência e impacto na atenção
Cesar Monte Serrat Titton
• 10:00 Multiborbidade a clínica do paciente complexo
José Mário Tupiná
• 10:15 Multimorbidade e a prevenção quaternária
Sandro Rodrigues
• 10:30 Debate (45 min)

11:15 – Palestra: Ceticismo como ferramenta da prevenção quaternária
Palestrante: André Luiz Silva

12:00 Almoço
14:00 Mesa Redonda: HAS e a prevenção quaternária:
Moderador: Vitor Moreschi
• 14:05 Hipertensão, prevalência e mortalidade associada
Diogo Leão
• 14:20 Hipertensão, clinica e manejo
• 14:35 Hipertensão e prevenção quaternária
Luiz Henrique Furlan
• 14:50 Debate (35 min)

15:25 Coffe break

16:00 Mesa Redonda: Dislipidemia e a prevenção quaternária:
Moderador: Julimerme Mellinger
• 16:05 Dislipidemia prevalência e impacto
Ana Cláudia Martins
• 16:20 Dislipidemia diagnóstico e tratamento
Alexei Volaco
• 16:35 Dislipidemia e prevenção quaternária
João Carlos Schneider
• 16:50 Debate (40 min)

17:30 Coffe break

17:45 Palestra: Gestão de agenda (demora permitida) como ferramenta da prevenção quaternária
Paulo Poli

18:45 Multiborbidade e Prevenção Quaternária
Sandro Rodrigues
19:45-  Palestra Final: Disease Mongering – doenças criadas pela saúde e sua influência na atenção à saúde
Dee Mangin

 

Investimentos em pesquisa nacional tendem a reduzir com projeto de bolsas no exterior

A política de envio de brasileiros a centros universitários estrangeiros vem reduzindo os investimentos na produção científica nacional. Essa conclusão, já percebida por muitos pesquisadores, foi trazida à tona pelo jornalista Herton Escobar, do jornal O Estado de S.Paulo, em entrevista com pesquisadores de diversas áreas durante o Fórum Mundial da Ciência, nesta semana, no Rio de Janeiro.

Segundo o levantamento do jornal, pela primeira vez o programa Ciência sem Fronteiras (CsF) recebeu boa parcela do repasse federal do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), destinado a pesquisas científicas feitas em universidades e centros de pesquisas federais e estaduais. O mesmo deve voltar a acontecer no próximo ano, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), em análise no Congresso Nacional. Com a destinação de recursos voltada ao Ciência Sem Fronteiras, perdem investimentos projetos como o Programa de Capacitação de Recursos Humanos para o Desenvolvimento Tecnológico (RHAE), Edital Universal e os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs).

Para 2014, o CsF deverá receber quase R$ 1,4 bilhão, com participação do FNTC, recursos diretos do CNPq e da Capes, do Ministério da Educação. O FNDCT está estimado em R$ 3,38 bilhões, segundo o PLOA, uma redução de cerca de R$ 38,6 milhões em comparação a 2013.

Não é a primeira vez que o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sofre com restrição orçamentária no governo DilmaRoussef. Segundo a matéria, houve corte de cerca de 20% de 2011 para 2012. Apesar da recuperação deste ano, o projeto de Lei Orçamentária prevê redução de um milhão de reais do orçamento do MCTI para 2014, chegando a destinação final de R$ 9,3 bilhões. Para o CNPq, é destinado acréscimo de apenas R$ 10 milhões, alcançando R$ 1,73 bilhão. Confira esses e outros valores em http://blogs.estadao.com.br/herton-escobar/

Pesquisora da ENSP analisa relação do território na gestão da ESF

O território e seus determinantes sociais envolvem, produzem e tensionam os processos de gestão, produção e promoção da saúde.” Com essa afirmação, Daniele Rodrigues Vidal Rocha apresentou sua dissertação de mestrado profissional em Saúde Pública na ENSP, abordando o tema As múltiplas dimensões do Território na construção de uma prática de gestão comprometida com as necessidades da população: um estudo de caso de uma Clínica da Família do município do Rio de Janeiro. O objetivo do estudo foi reconhecer, na abordagem do território, as concepções, os dispositivos e a potência operacional para estruturação de uma prática de gestão na Estratégia Saúde da Família (ESF) comprometida com os problemas e as necessidades da população.

O trabalho, orientado pela pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Gracia Maria de Miranda Gondim, se baseou na clínica localizada no bairro do Engenho Novo, que possui quatro Equipes de Saúde da Família, sendo elas: Céu Azul, Dois de Maio, Polônia e Engenho. A amostra trabalhada foi de 56 pessoas. Observou-se que 27% da amostra apresentava ensino médio completo. Isso em razão da própria composição da equipe da ESF, que possui dois profissionais de nível superior e oito profissionais de nível médio, e da Equipe de Saúde Bucal, que é composta de um profissional de nível superior e três profissionais de nível médio. A grande maioria da amostra (61%) é mãe, apesar de ser uma amostra de pessoas jovens, o que reflete uma característica do território da Equipe Dois de Maio, a gravidez na adolescência.

Na clínica estudada, 66,1% da amostra identificam o trabalho no território como a forma de integração e interação da ESF com a comunidade. Segundo o estudo, essa característica é muito positiva, pois todos os espaços que o território oferece devem ser considerados possíveis promotores de saúde, e o território estudado oferece muitos dispositivos operativos que podem ser utilizados na construção de uma gestão comprometida com as necessidades da população.

De acordo com a nova mestre, a categoria território tem grande relevância para a prática da gestão do cuidado, tendo em vista que o processo saúde-doença possui uma forte dependência social e territorial, pautado nos determinantes sociais das condições de saúde. “O diagnóstico situacional é uma ferramenta fundamental para o planejamento e a potencialização do processo de trabalho na ESF, pois permite o conhecimento dos diversos fatores e formas de adoecimento por microárea, levando em consideração o risco social e epidemiológico”, afirmou Daniele.

Os resultados da pesquisa constataram que a apropriação do território e dos seus dispositivos operacionais ocorreu na maior parte da amostra por meio do diagnóstico situacional e da construção do Conselho Gestor Local. Observou-se também que a gerência local e os profissionais de modo geral valorizam a gestão participativa, apoiando e participando da construção do Conselho Gestor Local e da construção de parcerias, o que possibilita ações intersetoriais. Conforme aponta o estudo, as estratégias são fundamentais para a potencialização da gestão do cuidado, levando em consideração as necessidades da população.

Fonte site da ENPS www.ensp.fiocruz.br

Rede entrevista Elaine Thume

Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Pelotas, doutorado em Epidemiologia na Universidade Federal de Pelotas (2010) com estágio de doutoramento na Harvard School of Public Health (2009-2010). Membro do grupo de pesquisa AQUARES. Possui experiência na gestão do Sistema Único de Saúde, no ensino e na pesquisa no âmbito da atenção básica à saúde, com especial interesse na avaliação de políticas, serviços e programas de saúde.

1) Como pesquisadora qual foi o maior aprendizado na participação do PMAQ?

O maior aprendizado foi trabalhar com pesquisadores de Universidades Federais de todas as regiões do Brasil em parceria com o Ministério da Saúde, através de um trabalho articulado ao interior da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde. O debate entre pesquisadores e os técnicos do Departamento de Atenção Básica oportunizou conhecer a proposta da atual gestão para a ampliação do acesso e os investimentos na melhoria da qualidade dos serviços ofertados à população. Além disso, a preparação da avaliação externa do PMAQ exigiu a construção de consensos e esclarecimentos dos propósitos não apenas da política, mas também do processo de pesquisa que possibilitará a efetivação dos investimentos na melhoria da estrutura das Unidades Básicas de Saúde, incluindo equipamentos e no processo de trabalho dos profissionais do SUS. Estas questões ganham relevância considerando as marcantes diferenças regionais em nosso país.

2) Entre as instituições parceiras da UFPEL quais foram os maiores desafios para a realização da pesquisa?

Um dos desafios foi conciliar o tempo acadêmico para o desenvolvimento da pesquisa, respeitando todos os critérios de qualidade de uma investigação, com o tempo político, levando em conta um cronograma exíguo marcado pela necessidade de coletar os dados no período anterior as eleições municipais de 2012. Também foi desafiador trabalhar com outras cinco Universidades Federais (UFSC, UFMG-FACE, UFG, UFMA e UnB) e estabelecer um processo de organização das atividades de pesquisa de forma a valorizar os conhecimentos regionais, incentivar a troca de experiências e a solidariedade entre as equipes de pesquisa. Desde o princípio, as dificuldades decorrentes das grandes distâncias geográficas entre nossas instituições foram superadas através de reuniões presenciais e também a distância, contribuindo para alcançar consensos entre os grupos de pesquisa envolvidos e para padronizar a coleta de dados. Em conjunto planejamos a logística da pesquisa, incluindo a seleção dos entrevistadores, capacitação, contato com gestores, trajetos para deslocamento entre municípios e conduta no campo. Ao olharmos este processo à véspera do início do trabalho de campo do ciclo 2 do PMAQ podemos dizer que formamos um time de pesquisadores extremamente comprometidos no propósito da avaliação externa e fortalecidos em nossas instituições e grupos de pesquisa.

3) Como a instituição pretende transformar  os dados gerados em produção e divulgação científica?

Estamos trabalhando na perspectiva de produção de artigos científicos para publicação em periódicos nacionais e internacionais. Há um esforço em curso, liderado pela professora Márcia Fausto, de organização de um número temático no periódico Cadernos de Saúde Pública com o objetivo de apresentar resultados relevantes sobre a atenção primária no Brasil. Além disso, outros periódicos tem mostrado interesse em divulgar números especiais sobre os resultados da avaliação externa do PMAQ, como por exemplo, a revista Ciência e Saúde Coletiva. Nossos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação também estão envolvidos no esforço de divulgação dos achados sobre o PMAQ em suas teses, dissertações e monografias.

Os resultados também estão sendo apresentados em eventos científicos regionais, nacionais e internacionais. A experiência do Maranhão, por exemplo, foi apresentada no Seminário Nacional de Atenção Básica na Amazônia Legal, realizado em junho deste ano em Manaus e organizado pela Escola Nacional de Saúde Pública, o Instituto Leônidas e Maria Deane – Fiocruz Amazônia e o Departamento de Atenção Básica/MS.

4) Qual foi o papel da universidade no processo de avaliação e implementação do PMAQ?

As Universidades tiveram um papel crucial na realização da coleta de dados considerada por muitos acadêmicos e gestores como impossível de ser feita dada sua magnitude e abrangência. Antes disso, a participação das universidades foi destacada na crítica aos princípios teóricos e fundamentação metodológica da avaliação externa. Também participamos ativamente na construção dos instrumentos, fortalecendo o debate sobre os propósitos e desafios da certificação das unidades básicas. A agilidade na coleta de dados e sua disponibilidade para a certificação favoreceu o recebimento dos recursos financeiros repassados aos gestores municipais através do PMAQ, cumprindo assim com o propósito desta estratégia política.

5) Como o PMAQ poderá contribuir para o desenvolvimento de pesquisas em APS?

Ao mobilizar professores vinculados às instituições públicas de ensino e pesquisa, o PMAQ auxiliou na formação e/ou consolidação de grupos de pesquisa capazes de realizar avaliações complexas da atenção primária que extrapolam o âmbito da própria avaliação externa. O estudo foi um aprendizado para pesquisadores e entrevistadores, aproximando-nos de gestores, trabalhadores e usuários em áreas remotas e aglomerados urbanos com especificidades extremamente diversas. Para muitos pesquisadores o SUS deixou de ser teórico e passou a ser parte da vida prática. A experiência, para todos, neste ‘mutirão’ onde todas as Unidades Básicas de Saúde do país foram visitadas, possibilitou identificar a real situação da atenção primária no Brasil, seus avanços, retrocessos e desafios para futuros estudos.

6) E como a rede poderá contribuir  com as ações do PMAQ?

O papel da Rede de Pesquisa é o de manter a postura crítica em defesa da APS, da Saúde da Família e da consolidação dos princípios e diretrizes do SUS. Ao aglutinar pesquisadores, gestores, trabalhadores e estudantes, a Rede propicia o olhar crítico sobre os propósitos da política nacional de saúde. A Rede, que reúne mais de 4.000 pessoas, é um excelente espaço para a difusão do conhecimento, a troca de experiências e o debate construtivo do sistema de saúde que almejamos para toda a sociedade brasileira.

 

Série Inovação na Gestão – resultados da pesquisa avaliativa sobre as Clínicas da Família na cidade do Rio de Janeiro

A nova edição da Série Técnica Inovação da Gestão da OPAS traz os resultados da pesquisa avaliativa sobre os três primeiros anos de implantação das Clínicas da Família na cidade do Rio de Janeiro. A evidência científica ratifica a decisão da prefeitura do Rio de Janeiro em investir na estratégia Saúde da Família (ESF) como modelo para a efetivação do SUS, propiciando uma revolução na qualidade da Atenção Primária em Saúde (APS). A pesquisa foi coordenada pelo Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, organizada pelo professor Erno Harzheim.

O estudo contempla o período em que houve grande incremento na cobertura da Estratégia Saúde da Família no município do Rio de Janeiro. Em 2009, o a cidade tinha apenas 6,9% de cobertura, saltando para 39% de cobertura no fim de 2012, com 734 equipes de Saúde da Família implantadas e credenciadas de acordo com o Ministério da Saúde. No fim de 2012, a rede de APS, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS_RJ), contava com 68 Clínicas da Família e 115 Unidades tipo A (ambas 100% ESF), diferentes das 74 unidades tipo B (com algumas ESF) e 6 unidades tipo C (sem ESF).

O estudo de caso sobre a implantação das Clínicas da Família, complementado por um estudo transversal acerca do grau de orientação à APS dos distintos tipos de serviços de APS (Unidades A, B ou C), mostrou que: de um total de 114 itens do PCATool-Brasil, os profissionais do modelo A alcançam escores estatisticamente superiores que o modelo B e/ou C em 64 itens (56%), enquanto o modelo C em 6 itens (5,3%), e o modelo B não é superior ao A em nenhum item. Para os pesquisadores, essa análise individual por itens demonstra a superioridade inequívoca do modelo A sobre os outros dois modelos em relação à sua orientação para APS.

A pesquisa também traz dados sobre a situação de saúde da população do Rio de Janeiro, que em 2012 apresentava uma população de quase 6,4 milhões de pessoas, entre as quais 15% tinham mais de 60 anos de idade. Segundo a pesquisa, assim como grande parte do país, a cidade do Rio de Janeiro apresenta uma tripla carga de doenças: afecções agudas (ex: dengue) e condições materno-infantis (mortalidade infantil e materna, sífilis congênita) ainda não resolvidas, a epidemia das doenças crônicas (doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças mentais, HIV/AIDS) e das causas externas (violência e acidentes, nem mencionadas anteriormente).

Como conclusão do trabalho, os pesquisadores são enfáticos ao afirmar que a proposta de expansão da cobertura da ESF com qualidade ainda não está consolidada. Eles ressaltam que alguns atributos da ESF devem ser mais fortalecidos, em especial o acesso, a longitudinalidade e a coordenação. Segundo a pesquisa, o grande risco para a consolidação do modelo proposto é a falta de recursos humanos de qualidade e bem preparados para trabalhar em APS, em especial de médicos de família e comunidade.

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Fonte site http://apsredes.org

Lançado edital de concursos de experiências no PSE

Para conhecer melhor e valorizar as várias atividades que são desenvolvidas nos mais de 4.800 municípios que participam do PSE 2013, foi criado o edital do concurso de experiências do PSE. O relato das experiências pode ser feito por meio de três categorias: vídeo de longa duração (5 minutos), vídeo de curta duração (2 minutos) e exposição fotográfica. A linguagem deve ser livre e criativa, e o mais importante é transmitir a essência da experiência!

Os profissionais de saúde e educação, representantes dos Grupos de Trabalho Intersetoriais e educandos de todo o país podem enviar suas experiências, com vistas à estimular soluções criativas e adaptáveis para os desafios encontrados no PSE. Cada experiência poderá ter dois autores (participantes responsáveis pela inscrição e apresentação dos relatos) e cada autor poderá inscrever quantas experiências quiser.

O autor poderá escolher até dois eixos temáticos para cada experiência. Os eixostemáticos são: Avaliação das Condições de Saúde, Formação Intersetorial, Gestão Intersetorial, Participação Infantil e/ou Juvenil e Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças e Agravos.

As experiências devem ser enviadas para o e-mail consursopse@saude.gov.br dos dias 06/11 a 31/12. Os trabalhos ficarão expostos na Tenda Escola do PSE na IV Mostra de Saúde da Família que ocorrerá em 2014. Os selecionados ganharão passagem aérea e hospedagem para exporem os seus trabalhos. Acessem o Edital do Concurso e o Roteiro de Inscrição para maiores informações.

 

Pesquisadora comenta formação dos médicos brasileiros

“A insuficiência de uma visão mais aprofundada dos problemas sociais do país é a principal deficiência existente hoje nos currículos de medicina”, apontou a pesquisadora da ENSP e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Recursos Humanos e Saúde da Escola, Maria Helena Machado, ao comentar a complexa formação dos futuros doutores brasileiros. Segundo ela, a medicina requer formação rígida, forte e complexa; no entanto, não deve passar somente pela técnica. A pesquisadora defende ainda que a formação médica deve se ajustar adequadamente à atenção básica, que é de extrema importância e precisa ser mais valorizada em nosso país.
A matéria A complexa formação do futuro doutor, integra uma grande reportagem publicada na edição de novembro de 2013, nº 134, da Revista Radis, sobre o programa do Governo Federal Mais Médicos e aponta que os profissionais contratados neste programa já estão nas comunidades, mas que a solução permanente para a atenção à saúde ainda merece destaque. Maria Helena, que comentou a formação do profissional de medicina, ressaltou que a solução para fixar profissionais na atenção básica não passa pela criação de novas escolas e tampouco por estimular as residências em Saúde da Família e Comunidade. De acordo com ela, todo médico bem formado já deveria sair da graduação preparado para ser médico da família e da comunidade.
A reportagem lembra que o curso de Medicina foi o primeiro em nível superior a ser criado no país, ainda no período colonial, que a carreira é uma das mais procuradas pelos estudantes e que forma mais de 16 mil alunos por ano. As diretrizes curriculares de Medicina, descritas na Resolução nº 4 do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Superior (CNE/CES), de 7 de novembro de 2001, apontam que a formação deve “incluir dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno atitudes e valores orientados para a cidadania”. Maria Helena alerta que há uma resistência por parte das escolas em adequar os currículos e aderir a uma formação voltada para o SUS. Segundo a pesquisadora, “elas tendem a formar o médico na crença de que ele vai se tornar um profissional liberal, mas o SUS é a principal alternativa de trabalho dos profissionais.
Na reportagem, o também pesquisador da ENSP e coordenador da Articulação do Fórum da ENSP com os Movimentos Sociais, Eduardo Stotz, lembrou a que as primeiras turmas baseadas nas diretrizes curriculares de 2001, só começaram a se formar recentemente. Portanto, segundo ele, “os alunos que estudaram segundo o projeto político pedagógico sintonizado com o SUS começaram a se formar a partir de 2007”.

Fonte site da ENSP – http://www.ensp.fiocruz.br/