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Arquivo Diário 12 de fevereiro de 2015

Mais Médicos – 91% dos municípios tiveram todas as vagas preenchidas na 1ª chamada

A demanda de 91% dos municípios que aderiram ao novo edital do Programa Mais Médicos foi integralmente atendida já com a primeira chamada de médicos com CRM Brasil. Dentre as 1.294 cidades, 1.181 conseguiram atrair profissionais para suprir 100% das vagas disponíveis no novo edital, lançado em janeiro. Outras 46 tiveram a solicitação parcialmente atendida e 67 municípios ainda não conseguiram atrair nenhum médico. Destas, 30 cidades não foram escolhidas por nenhum profissional dentre as quatro opções disponíveis. Apenas um, dos 12 Distritos Indígenas, não preencheu todas as vagas.

Confira a apresentação do ministro.

Das 4.146 opções disponíveis para os médicos, 3.936 já foram ocupadas. Ao todo, 1.227 cidades e 12 DSEIs atraíram médicos para ocupar integral ou parcialmente as vagas nas unidades básicas de saúde. Cerca de 50% (605) dos municípios escolhidos estão dentro do critério de vulnerabilidade social e econômico, como as cidades com 20% de sua população em extrema pobreza, com IDH baixo e muito baixo, localizadas no semiárido, Vales do Jequitinhonha, Mucuri e Ribeira e nas periferias de capitais e regiões metropolitanas. Também foi garantida expansão para os distritos indígenas. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, avalia que os excelentes números de inscrição dos médicos e escolha de municípios demonstram a efetividade do Programa. “O Mais Médicos de fato está tendo uma resposta de credibilidade da população e dos gestores, que avaliam positivamente, além dos médicos que participam do Programa. Todos demostram uma satisfação muito grande com o Mais Médicos”, comemora.

O Sudeste foi a região mais atendida: das 1.019 opções disponíveis, 1.010 foram preenchidas. No Sul, das 520 solicitadas, 504 foram ocupadas, seguido do Centro-Oeste, com 380 ocupadas entre as 393 disponíveis, do Nordeste, com 1.708, das 1.784 possíveis e do Norte que 303 profissionais para as 395 vagas apontadas pelos municípios. As 210 vagas disponíveis serão abertas para a segunda chamada de profissionais.

Acesse a lista de municípios com vagas disponíveis na 2ª chamada.

Com a ocupação das 4.146 vagas apontadas pelos municípios no novo edital, o governo federal garantirá em 2015 a permanência de 18.247 médicos nas unidades básicas de saúde de todo o país, levando assistência para cerca de 63 milhões de pessoas. Serão 4.058 municípios beneficiados, 72,8% de todas as cidades do Brasil, além dos 34 distritos indígenas. Até 2014, 14.462 médicos atuavam em 3.785 municípios, beneficiando 50 milhões de brasileiros. “Em um curto espaço de tempo conseguiremos um salto enorme na ampliação da assistência na atenção básica. Hoje, população e entidades médicas, têm a real dimensão que o Programa representa para a população brasileira”, enfatizou Arthur Chioro.

PERFIL DOS PROFISSIONAIS  Dos 15.747 médicos com registro profissional do Brasil que se inscreveram no edital, 12.580 selecionaram municípios e 3.936 conseguiram ocupar vagas. A maioria deles (2.330 médicos) optou pelo benefício da pontuação de 10% nas provas de residência médica, caso tenha conceito satisfatório no seu percurso educacional. Outros 676 profissionais escolheram os benefícios do Mais Médicos e 930 médicos do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab)  escolheram continuar atuando no município por mais três anos.

Os profissionais que conseguiram alocação na primeira chamada têm de 11 a 20/2, exceto o período de Carnaval, para se apresentarem nos municípios, portando documento oficial com foto, que comprove sua naturalidade (estado/município), a cópia do Diploma ou Certificado de Conclusão de Curso e cópia do registro profissional emitido pelo Conselho Regional de Medicina ou declaração de que apresentará o documento até o dia do início das atividades. Os que não cumprirem esta etapa terão suas vagas disponibilizadas para a segunda chamada de seleção de municípios, que acontecerá nos dias 23 e 24 de fevereiro. A terceira chamada está prevista para os dias 17 e 18 de março. O profissional que for alocado no município que escolheu e não se apresentar na data prevista não poderá participar das outras chamadas.

Como regras para a classificação do médico na concorrência das vagas foi levada em conta, principalmente, a opção de prioridade do médico no município, e posterior análise curricular quanto a título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade, experiência comprovada na Estratégia Saúde da Família, ter participado do Programa de Educação pelo Trabalho – PET (Vigilância, Saúde, Saúde da Família e Saúde Indígena), VER-SUS, do ProUni ou FIES. Como critérios de desempate foram considerados a maior proximidade entre o município desejado e o de nascimento e ter maior idade. Data e horário da inscrição não são mais considerados.

Caso ainda existam vagas em 10 de abril, será aberta chamada para brasileiros formados no exterior e, no dia 5 de maio, para médicos estrangeiros. O módulo de acolhimento para esses profissionais está previsto para iniciar em 8 de junho. Trimestralmente, o Ministério da Saúde lançará edital para oferta das vagas em aberto. Os editais poderão contemplar municípios que antes não conseguiram aderir ao programa pela incapacidade instalada.

BALANÇO – Lançado em 2013, o Mais Médicos ampliou à assistência na atenção básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Além de suprir a demanda dos municípios, a iniciativa prevê investimento na infraestrutura e formação profissional.

No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São R$ 5,6 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e R$ 1,9 bilhão para construções e ampliações de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Foram 26 mil UBS com recursos aprovados para construção ou melhoria e 24.935 obras contratadas. Do universo de obras contratadas, 22.782 (91,36%) estão em andamento ou já foram concluídas. Em relação às UPAs, 382 já foram concluídas e 443 estão em obras, de um total de 943 propostas aprovadas.

Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas até 2018, com o foco nas áreas prioritárias para o SUS. Já foram autorizadas 4.460 novas vagas de graduação, além da seleção de 39 municípios para criação de novos cursos. Em 2014, o governo federal autorizou 2.822 novas vagas de residência. Para 2015, serão 1.048 vagas abertas.

Fonte – site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

Desigualdades socioeconômicas no acesso e qualidade da atenção nos serviços de saúde

OBJETIVO: Avaliar desigualdades no acesso, utilização e qualidade da atenção à saúde associadas a características socioeconômicas.

MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional que realizou inquérito domiciliar com 2.927 indivíduos de 20 anos ou mais, em Pelotas, RS, em 2012. Variáveis de classificação econômica e escolaridade foram utilizadas para estimar associação com os desfechos: falta de acesso, utilização dos serviços de saúde, dias de espera para atendimento e tempo na fila de espera. Utilizou-se regressão de Poisson para as análises bruta e ajustada.

RESULTADOS: A falta de acesso foi referida por 6,5% dos indivíduos que buscaram atendimento. A prevalência de utilização de serviços de saúde nos 30 dias anteriores à entrevista foi de 29,3%. Destes, 26,4% esperaram cinco dias ou mais para o atendimento, 32,1% esperaram uma hora ou mais na fila. Aproximadamente metade dos atendimentos foi realizada nos serviços do Sistema Único de Saúde. O uso de serviços de saúde foi semelhante entre os estratos dos indicadores socioeconômicos. A falta de acesso e o tempo na fila de espera foram maiores entre os indivíduos de piores posições socioeconômicas, mesmo após ajuste para necessidades em saúde. O número de dias de espera para atendimento foi maior entre aqueles com melhor poder aquisitivo.

CONCLUSÕES: Embora não tenham sido observadas diferenças socioeconômicas no uso de serviços de saúde, foram evidenciadas desigualdades no acesso e na qualidade da atenção à saúde.

Autores: Bruno Pereira NunesI, Elaine ThuméII, Elaine TomasiI, Suele Manjourany Silva DuroI, Luiz Augusto FacchiniI,II

Artigo – artigo16_02_2015

Artigo publicado na Revista de Saúde Pública

Educação permanente em alimentação e nutrição na Estratégia Saúde da Família: encontros e desencontros em municípios brasileiros de grande porte

O objetivo foi conhecer fatores facilitadores e dificultadores e estratégias utilizadas por 28 municípios brasileiros de grande porte na realização de Educação Permanente em alimentação e nutrição, na Estratégia Saúde da Família. Método qualitativo de múltiplos casos. A técnica de coleta de dados foi a entrevista com coordenadores municipais das ações de alimentação e nutrição, das cinco regiões do país. O estudo foi realizado entre 2009 e 2010. Utilizou-se o software NVivo e a análise de conteúdo foi orientada por categorias temáticas. Foram entrevistados 44 profissionais, sendo 19 nutricionistas. A maioria dos municípios era do Nordeste e Sudeste, 14 eram capitais, 7 metrópoles e 14 tinham Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Os fatores facilitadores para Educação Permanente em nutrição mais citados foram as parcerias e a disponibilidade de recursos. Os dificultadores mais frequentes foram a indisponibilidade de agendas e a falta de profissionais na gestão das ações de nutrição. As estratégias mais utilizadas foram a realização de ações educativas no nível local, por grupos e o planejamento e programação. Concluiu-se que são necessários maiores investimentos para que a Educação Permanente em alimentação e nutrição se concretize.

Autores: Luciani Martins  Ricardi e Maria Fátima de Sousa

Leia artigo – artigo23_02_2015