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Arquivo Mensal agosto 2015

Atributos da atenção primária prestada às crianças/adolescentes com e sem deficiência

Este estudo objetivou comparar os atributos da Atenção Primária à Saúde (APS) prestada pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) às crianças e adolescentes com e sem deficiência física em Palmas (TO). Trata-se de um estudo transversal, descritivo de abordagem quantitativa. Para coleta de dados utilizou-se o instrumento PCATool-Brasil (versão criança), aplicado aos cuidadores das crianças e adolescentes residentes e cadastradas em equipes de saúde da família. Os atributos da atenção primária foram avaliados através dos escores aferidos de acordo com critérios do instrumento. Os resultados registraram que três atributos apresentaram escores acima do ponto de corte para a população deficiente e dois para a população sem deficiência. Em geral os dados não apresentam diferenças significativas entre crianças com e sem deficiência segundo a visão dos cuidadores. O escore geral também mostrou valor abaixo do satisfatório nos dois grupos. A avaliação dos atributos da APS caracterizou-se como um atendimento de baixa qualidade à população infanto-juvenil, independente de ter ou não deficiência física, ressaltando que os desafios maiores são a garantia da atenção à saúde para crianças e adolescentes.

Autores: 

Fernando Rodrigues Peixoto Quaresma 1
Airton Tetelbom Stein 2

Leia artigo – artigo31_08_2015

Artigo publicado na Ciênc. saúde coletiva vol.20 no.8 Rio de Janeiro ago. 2015

Município do RJ amplia meta em APS

Ampliar o acesso à rede de atenção à saúde, a partir da consolidação da estratégia da Saúde da Família, é uma das metas do Acordo de Resultados para 2016. A SMS -RJ permanecerá trabalhando para a expansão da cobertura do Saúde Presente com a implantação de novas Clinicas da Família, ofertando atendimento mais resolutivo e reduzindo o fluxo de pacientes nas grandes emergências.

Também trabalha na implantação, em parceria com outros setores, de estratégias de ação sobre os determinantes socioambientais da saúde para melhorar as condições de vida e saúde da população.

Para alcançar a meta proposta, os gestores e profissionais da rede terão objetivos específicos como: construção, ampliação e reforma de unidades de saúde da família; viabilizar políticas e ações estratégicas de promoção da saúde; garantir o acesso a medicamentos essenciais; reduzir os índices de doenças bucais dos cariocas e ampliar as ações de educação e reabilitação e ampliar a oferta de ações de média e alta complexidade para garantir a integralidade da atenção em saúde bucal na cidade.

Outra meta é manter adequada a capacidade de funcionamento da rede primária e da rede de apoio secundário, com aquisição de insumos, equipamentos, contratação de serviços continuados e contratos de gestão.

Fonte – site http://www.rio.rj.gov.br/web/sms

Mais Médicos – Sessenta municípios receberão médicos do programa em setembro

A partir do dia 1º de setembro, 60 médicos brasileiros iniciarão as atividades em 60 municípios do país por meio do Programa Mais Médicos. As vagas foram preenchidas na segunda chamada do edital de reposição, publicado em julho deste ano. A atuação desses participantes levará assistência a mais 200 mil pessoas de todas as regiões. Com isso, 100% da demanda desta etapa foi atendida com profissionais brasileiros.

Confira os municípios selecionados na segunda chamada

“A participação recorde de profissionais brasileiros que estamos obtendo com as chamadas neste ano demostra a consolidação do Programa. Agora, serão mais 60 municípios que receberão médicos para seguir desenvolvendo as atividades com atendimento na atenção básica, realizando consultas, ações de promoção da saúde até atendimentos de pequenas urgências”, destaca o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto.

Os médicos selecionados nesta etapa têm até o próximo dia 31 para apresentar suas documentações aos gestores municipais. O Nordeste foi a região mais beneficiada, com 24 médicos. O Sudeste receberá 20 profissionais, seguido do Centro-Oeste (7), Sul (7) e o Norte com 2 participantes alocados.

Ao todo, 276 vagas foram solicitadas por 200 municípios no edital de reposição. Na primeira chamada, 266 profissionais foram alocados em 193 cidades. No entanto, além das dez oportunidades não preenchidas no primeiro chamamento, outros 50 médicos não confirmaram a participação e tiveram as vagas reabertas na segunda chamada.

REGRAS DO EDITAL – No momento do cadastro, os candidatos escolheram entre a pontuação adicional de 10% nas provas de residência com atuação por, no mínimo 12 meses na Unidade Básica de Saúde (UBS), ou a permanência no município por até três anos e o direito a benefícios como auxílios moradia e alimentação pagos pelas prefeituras.

Para a classificação, foram estabelecidas as mesmas regras adotadas no edital anterior: ter título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade; experiência comprovada na Estratégia Saúde da Família; ter participado do Programa de Educação pelo Trabalho – PET (Vigilância, Saúde, Saúde da Família e Saúde Indígena); do VER-SUS; do ProUni ou do FIES. Como critérios de desempate são considerados a maior proximidade entre o município desejado e o de nascimento e ter a maior idade.

No primeiro chamamento de 2015, realizado em janeiro, os médicos formados no Brasil ou com diploma revalidado e os brasileiros graduados no exterior preencheram todas as 4.139 vagas ofertadas em 1.289 municípios e 12 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Com essa expansão, o programa conta com 18.240 médicos em 4.058 municípios e 34 distritos indígenas, beneficiando cerca de 63 milhões de pessoas.

SOBRE O PROGRAMA – Criado em 2013, o Programa Mais Médicos ampliou à assistência na Atenção Básica fixando médicos nas regiões com carência de profissionais. Além do provimento emergencial de médicos, a iniciativa prevê ações voltadas à infraestrutura e expansão da formação médica no país.

No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São mais de R$ 5 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil vagas de residência médica para formação de especialistas com o foco na valorização da Atenção Básica e outras áreas prioritárias para o SUS.

Fonte site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

CBTms 2015

Entre os dias 28 a 30 de outubro  acontecerá o 7° Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms) que terá como tema “A Telessaúde para a Universalização da Saúde”. O evento será realizado na UERJ, no Rio de Janeiro.

No mundo intercomunicado em que vivemos, o progresso tecnológico tem levado a notáveis avanços, que salvam vidas e melhoram sua qualidade. A circulação intensiva de informação certamente impacta bastante em um dos setores mais dinâmicos da economia, que é a saúde. Neste mundo globalizado, a Telessaúde tem lugar de destaque: a inexistência de barreiras geográficas entre profissionais e usuários faz com que diagnósticos e intervenções possam se dar a centenas de milhares de quilômetros…
Em teoria, qualquer usuário poderia se consultar com qualquer profissional do globo. Liberta das paredes físicas dos consultórios e hospitais, a interação em saúde tem um impacto notável, que pode ser de enorme benefício à sociedade, da mesma forma que a redução da assimetria do conhecimento o é. A telessaúde deve, assim, ser entendida como uma poderosa ferramenta que contribui para incrementar o acesso e a qualidade dos serviços de saúde.  Aplica-se aqui a mesma lógica assistencial da medicina presencial: a atenção deve também se deslocar cada vez mais dos hospitais complexos e dos procedimentos terciários para hospitais locais, comunidades e para o próprio domicílio dos usuários. Faz sentido e se encaixa especialmente no contexto de uma Atenção Primária resolutiva, a fim de fortalecer os sistemas nacionais de saúde. Graças à ferramenta, aliada à tecnologia, penosos deslocamentos podem ser evitados, propiciando o conforto dos usuários e a otimização de recursos escassos, permitindo que sejam direcionados aonde sejam mais necessários. Não é um brinquedo sofisticado, mas sim uma ferramenta capaz de contribuir para a construção de um mundo mais
Há duas estratégias que fazem com que a telessaúde seja um elemento central para a ascensão da cobertura dos serviços de saúde. A primeira delas é a resposta terapêutica eficaz e imediata às situações relacionadas a casos clínicos que, sem essa tecnologia, só poderiam ser resolvidos em centros de maior complexidade. A segunda estratégia diz respeito à disponibilização de segunda opinião formativa, que contribui à capacitação dos profissionais em áreas remotas, incentivando sua permanência.
Considerando o aumento da expectativa de vida, a imprescindível promoção de ações preventivas e os avanços na medicina – que possibilitam o tratamento de inúmeras enfermidades para as quais não haviam possibilidades terapêuticas no passado – certamente se exigirá cada vez mais investimentos em saúde nos próximos anos. Quanto mais recursos investidos de forma inclusiva e equitativa, que permitam maior qualidade no atendimento aos serviços de saúde, melhor!A Telessaúde para a Universalização da Saúde. Francisco Campus – Presidente

Visite o site do Congresso: http://www.telessaude.uerj.br/cbtms2015/

 

Estrutura e processo de trabalho na prevenção do câncer de colo de útero na APS no Brasil: Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade – PMAQ

Objetivos: descrever e analisar a adequação da estrutura e processo das equipes do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PMAQ-AB) na prevenção do câncer de colo de útero na Atenção Básica no Brasil.

Métodos: estudo transversal conduzido em todas as unidades básicas de saúde (UBS), entre 2012 e 2013. Estimou-se a prevalência da adequação da estrutura (insumos/materiais) e do processo de trabalho para o exame de Papanicolau. A associação da adequação com características das unidades e equipes foi estimada pela razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%).

Resultados: foram estudadas 38.812 UBS e 17.202 equipes de saúde. A prevalência de adequação da estrutura e do processo de trabalho foi 49% e 30%, respectivamente. A adequação da estrutura e o processo estiveram associados ao maior porte do município e IDH. A prevalência de adequação da estrutura foi maior nas unidades da Estratégia de
Saúde da Família (RP=1,35; IC95%:1,33-1,38), cuja adequação do processo de trabalho esteve associada à população adscrita <4.000 pessoas e equipe mínima completa.

Conclusões: a estrutura e o processo de trabalho para o rastreamento do câncer de colo uterino necessitam ser aprimoradas. As equipes de saúde carecem de maior qualificação das ações relacionadas a esta ação programática.

Autores: 

Elaine Tomasi 1
Talita Fischer Oliveira 2
Pedro Agner Aguiar Fernandes 3
Elaine Thumé 4
Denise Silva da Silveira 5
Fernando Vinholes Siqueira 6
Suele Manjourany Silva Duro 7
Mirelle de Oliveira Saes 8
Bruno Pereira Nunes 9
Anaclaudia Gastal Fassa 10
Luiz Augusto Facchini 11

Leia artigo – Artigo24_08_2015

Artigo publicado na Revista  Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 15 (2): 171-180 172 abr. / jun., 2015

Governo Federal vai formar mais profissionais para atuar nas residências – MFC

As políticas direcionadas à formação de médicos ganham mais um incentivo. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, anunciou ontem, quarta-feira (19), em Brasília, o Plano Nacional de Formação de Preceptores, durante seminário promovido pelo Ministério da Educação para debater os desafios e avanços na formação médica no Brasil. O objetivo é aumentar a quantidade de profissionais capacitados para atender os programas de residência em Medicina Geral de Família e Comunidade (MGFC) em todas as regiões do país.

“Isso implica em recursos, estratégias, mobilização com os gestores municipais, mas fundamentalmente com as instituições de ensino superiores públicas e privadas para fazer uma forte articulação nesse processo de formação de preceptores. A ideia é dar oportunidade aos próprios médicos residentes para que façam também uma formação de preceptor para que, ao concluírem a especialização, sejam formadores de novos especialistas”, destacou o ministro Arthur Chioro.

A medida integra o Programa Mais Médicos e traz também benefícios à expansão e qualificação da graduação em Medicina. Com a oferta do curso de preceptoria para os residentes em MGFC, os profissionais concluirão a especialização capacitados também para serem preceptores tanto da residência como da graduação.

A expectativa é formar mais 10 mil preceptores até 2018, chegando a 14,2 mil profissionais. Com essa ação, o governo federal vai garantir, no mínimo, um preceptor para cada três residentes, que é um dos requisitos exigidos para abrir novas vagas de residência.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto, reforçou que a iniciativa dá um salto na qualificação dos profissionais. “Teremos por meio da residência a formação de um médico especialista e, ao mesmo tempo vamos formá-los na dimensão pedagógica para ele poder ser um competente preceptor com capacidade de receber com qualidade os alunos em processo de graduação e até se tornar um docente da escola médica da região”, ressaltou o secretário.

RESIDÊNCIA – A universalização da residência médica faz parte das ações do Mais Médicos, que estabeleceu, até 2018, uma vaga de residência para cada médico formado. Desde 2013, já foram autorizadas 4.742 vagas dentre as 12,4 mil previstas para formação de especialistas. Com a criação de mais três mil bolsas de residência médica no país anunciadas no início de agosto, sendo duas mil financiadas pelo Ministério da Saúde e mil pelo Ministério da Educação, a quantidade de vagas chegará a 7.472 (62% da meta).

As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste terão prioridade nas novas bolsas para corrigir o déficit histórico de profissionais nessas regiões. Das novas vagas, 75% são para ampliar a formação de médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade. A ampliação das oportunidades para formação de médicos de família também cumpre à legislação do Programa que transformou a especialização nesta área em pré-requisito para a formação em outras especialidades.

SEMINÁRIO – O seminário Mudanças na Formação Médica no Brasil, organizado pelo Ministério da Educação, discutirá até esta quinta-feira (20), em Brasília, a melhoria da formação de médicos em nível de graduação e residência no país após a implantação da Lei do Mais Médicos. O evento conta com a participação de cerca de 150 escolas médicas do país. Entre os temas que serão debatidos pelos reitores, diretores, coordenadores, docentes e estudantes, estão as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de medicina, além da avaliação de progresso para todos os estudantes de medicina do 2º, 4º e 6º anos.

O Mais Médicos prevê que os estudantes de Medicina deverão cursar pelo menos 30% da carga horária do internato médico na graduação serão desenvolvidos na Atenção Básica e em serviço de urgência e emergência do SUS, respeitando o tempo mínimo de dois anos. A Lei ainda prevê que a avaliação de progresso será obrigatória e o resultado deverá ser contado como parte do processo de classificação para os exames dos programas de residência médica. A prova será elaborada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável por avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Além disso, também foi apresentada pelo Ministério da Saúde a proposta dos programas Pet-Saúde 2015 e Inovasus 2015. O primeiro pretende promover adequação dos cursos às novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) – atuação e estudo da mudança, apoiar a integração ensino serviço e a contratualização ensino-saúde (COAPES), formação de preceptores e docentes e construção de Planos de Formação. Já o InovaSUS 2015 abordará a Mudança da Formação e Integração Ensino-serviço – Educação Permanente para docência e preceptoria.  A iniciativa premiará experiências ou projetos inovadores na integração ensino-serviço-comunidade, deve articular COAPES, implantação das DCNs e  formação de preceptores.

Fonte site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

Dialoga Brasil vai ajudar a aprimorar o Mais Médicos e orientar Plano Nacional de Saúde

Estamos vivendo um momento muito especial de participação da sociedade brasileira, disse o ministro Arthur Chioro, da Saúde, durante o evento que marcou a entrada dos temas da Cultura na plataforma Dialoga Brasil, nesta sexta-feira (14), em Salvador (BA). Ele destacou que em sua área, além dos debates na nova plataforma, estão sendo realizadas conferências estaduais e municipais em diversas cidades brasileiras, para levantar os grandes temas para a 15ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada em dezembro.

“É o momento de o Brasil decidir como vamos planejar a saúde nos próximos quatro anos. Isso vai orientar o Plano Nacional de Saúde”, enfatizou. “E agora, com o Dialoga Brasil, temos uma nova ferramenta de participação. Através das redes sociais, da internet, cada cidadão e cidadã brasileira pode dar sua contribuição – e é isso que a gente espera receber”.

O ministro lembrou que apresentou, no Dialoga Brasil, sete programas estratégicos principais, que são definidos como prioridades para o Brasil na área de Saúde. E o Mais Médicos foi uma delas.

Mais Médicos agora é 100% brasileiro
“Tem muita gente que acha que o Mais Médicos foi somente a participação dos médicos cubanos. E é verdade que, no primeiro momento, graças a mais de 11 mil médicas e médicos cubanos conseguimos levar atendimento médico básico aonde nunca antes o Brasil conseguiu colocar”, afirmou.

“Só que agora, para desespero de muitos e felicidade geral da nação, abrimos mais de quatro mil vagas e 100% foram ocupadas por médicos brasileiros. Fizemos uma escolha, agora no meio do ano, para cerca de 300 vagas de reposição e todas foram preenchidas por médicos brasileiros”.

Isso porque, segundo Chioro, entre os brasileiros que participaram da primeira etapa do Mais Médicos, 91% disseram que foram muito bem recebidos pelas prefeituras e pela população. E recomendaram fortemente aos seus colegas brasileiros que participassem do programa.

Infraestrutura de atendimento

“Mas o Mais Médicos é muito mais do que só colocar médico nas unidades básicas, nos postos de saúde. Se bem que só isso já valeria a pena. Estamos olhando o Brasil do futuro. E por isso estamos mexendo também na infraestrutura. São 26 mil postos de saúde sendo reformados, construídos e ampliados com recursos do governo federal, em parceria com as prefeituras”.

“Estamos também fazendo conexão em banda larga, para a gente poder usar os recursos das tecnologias de informação. De fato usar a internet para a gente poder favorecer e qualificar o atendimento para a população”.

Cursos de medicina
O mais importante, disse o ministro, é que o Brasil vai  passar de 1,8 médicos por mil habitantes, que tinha em 2013, e chegar a 2,7 médicos, padrão que o Reino Unido oferece hoje à sua população, graças também ao ousado programa de ampliação das vagas nos cursos de medicina.

São 11,5 mil novas vagas sendo criadas no Brasil. “Formar médico vai deixar de ser privilégio de família de gente bem colocada na sociedade. Como vimos na solenidade dos dois anos do Mais Médicos, uma estudante de medicina, filha de lavradores, fazendo faculdade de Medicina na Universidade Federal de Caicó”, lembrou.

Na ocasião, acrescentou, a moça disse à presidenta Dilma: “Hoje eu estou realizando um sonho. A senhora disse na sua posse que nós podemos, nós, mulheres, podemos mudar o mundo e realizar os nossos sonhos. E eu estou realizando o meu sonho. Eu vou ser doutora e vou cuidar da minha comunidade”.

“Lamentavelmente ela está sendo vítima de agressões absurdas da intolerância que agente repudia de forma muito clara”, alertou Chioro.

Disse ainda que o governo já está chegando à meta de criar 11.500 novas vagas em cursos de medicina. E que hoje o Nordeste já tem o mesmo número de vagas por dez mil habitantes que tem o Sudeste e que tem o Sul do País. “Aqui na Bahia foram abertas três universidades federais com cursos de medicina: a Universidade Federal do Vale do São Francisco; a do Oeste e a do Sul. Para o ano que vem, está prevista a abertura de cursos de medicina também na universidade federal de Vitória da Conquista e da Unilab”.

E, mostrando que o Brasil é muito mais do que suas capitais, o governo também está interiorizando processo de formação de médicos e da residência médica. “E é por isso que Juazeiro, Jacobina, Alagoinhas, Guananbi, Eunápolis, Itabuna já  estão com cursos de medicina autorizados pelo Ministério da Educação. E, neste momento, está tendo um edital para também abrir curso de medicina em Brumado, Senhor do Bonfim, Euclides da Cunha, Irecê e Ribeira Pombal”, contou o ministro.

“Ou seja, vamos mudar porque estamos planejando e invertendo prioridades, mas nós queremos, acima de tudo, ouvir a opinião de cada baiano de cada brasileiro de como melhorar e construir o futuro do nosso País”.

Mais Especialidades
O ministro da Saúde destacou um ponto que considerou importante para o futuro próximo. “Agora, temos condições de avançar para também para atender as especialidades médicas. O gargalo está nas consultas das especialidades”, apontou.

Mas lembrou que o Brasil não poderia avançar para as especialidades se não tivesse estruturado a atenção básica. “Vamos implantar, em breve, estamos na fase de planejamento do Programa Mais Especialidades. Garantindo o atendimento a consultas, o exame, o procedimento, a reabilitação, de maneira integral. Porque não podemos mais admitir atender o paciente, dar a fichinha na mão e ele que vai correr atrás para se virar, para arrumar o próximo passo. Então nós vamos enfrentar a fila de atendimento das especialidades”

Fonte – Blog do Planalto

Saúde e Educação discutem Cadastro Nacional de Especialistas

A implantação do Cadastro Nacional de Especialistas continuou a ser debatida nesta quinta-feira (13) em reunião, em Brasília, com representantes dos ministérios da Saúde e Educação, da Associação Brasileira de Educação Médica, do Conselho Nacional de Educação e da Comissão Nacional de Residência Médica. No encontro, foram esclarecidas dúvidas sobre propostas de reconhecimento dos certificados das associações médicas pelas instituições acadêmicas.
“Foi um encontro importante para discutir e esclarecer as dúvidas quanto ao cadastro. A implantação do decreto só será retomada após a reunião da comissão que foi formada ontem no Congresso”, reforça o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Hêider Pinto, em referência ao grupo formado durante visita do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao Congresso Nacional. Este grupo é composto por representantes do governo federal, parlamentares e integrantes do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira e trabalhará por 15 dias no assunto.Também estiveram presentes na reunião os conselhos das secretarias estaduais e municipais de saúde (Conass e Conasems) e do Sistema Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS). Essa atividade faz parte de grupo de trabalho formado em 2013 voltado a viabilização do cadastro de especialistas e elaboração de materiais para capacitação de médicos para o SUS. Esse grupo conta com a participação do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira.

EQUIVALÊNCIA – Durante a reunião, os participantes debateram diversos pontos do Cadastro e aprofundaram a discussão sobre o artigo 14 do decreto 8497/2015 que prevê a criação de regras para que a formação e titulação de médicos especialistas possam ser reconhecidas também no sistema de ensino, como títulos de pós-graduação.
Para o presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, o cadastro ajuda a ter uma diferenciação entre as duas modalidades de formação. “A especialidade médica, por ter maior tempo de formação, pode resultar também em um título acadêmico de pós-graduação. Mas está muito claro para o conselho que o inverso não é possível”, destacou.Segundo a vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), Lúcia Ioshida, a reunião esclareceu alguns pontos que estavam gerando dúvidas. “Acreditamos que a iniciativa do cadastro é positiva para dar mais clareza às informações desses profissionais, mas ainda existem pontos a serem aperfeiçoados”, disse.

SOBRE O CADASTRO – O Cadastro Nacional de Especialistas integra o Programa Mais Médicos do governo federal e vai englobar as informações do Ministério da Educação, do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, da Associação Médica Brasileira e no Conselho Federal de Medicina. O principal objetivo é aprimorar o planejamento para formação e investimentos na expansão de serviços de atenção especializada, o que subsidiará a criação de novas políticas na área.
O banco permitirá saber em cada região quantos médicos são especialistas, onde atuam e onde se formaram. Ele incluirá, ainda, informações sobre as formações e pós-graduações dos profissionais, o que será importante para o sistema de ensino, principalmente em um momento de ampliação do quadro de docentes médicos nas universidades. É um passo importante para o estabelecimento de um sistema nacional de saúde capaz de vencer as diferenças regionais e levar atendimento de qualidade a toda a população.Um estudo preliminar do Ministério da Saúde aponta uma desigualdade de informações existentes sobre formação de médicos especialistas no Brasil. A diferença entre o número de profissionais cadastrados nos bancos atualmente existentes pode é de 75,6% no caso da oftalmologia, primeira área analisada. Outras duas especialidades, cardiologia e ortopedia, também estão sendo analisadas e já apresentam um desencontro de informações. Isso demonstra a importância de qualificar as informações existentes para o desenvolvimento das políticas públicas de atenção à população brasileira.A Lei e o decreto não alteram o modo atual de concessão e registro do título de especialista, que continua sendo prerrogativa da Comissão Nacional de Residência Médica, das associações médicas e do Conselho Federal de Medicina.A residência médica e sua universalização, com a oferta de vagas a todos os médicos formados, é uma das prioridades do Mais Médicos. O Programa prevê, até 2018, 12,4 mil vagas de especialização. Desde 2013, já foram autorizadas 7.742 vagas, o equivalente a 62% da meta. A ampliação das oportunidades para formação de médicos de família também cumpre à legislação do Programa que transformou a especialização nesta área em pré-requisito para a formação em outras especialidades.
O Mais Médicos prioriza também a formação e o provimento emergencial de profissionais. Além das 12,4 mil oportunidades de residência, serão criadas também, até 2017, 11,5 mil vagas de graduação, das quais 5.306 (46%) já foram autorizadas em 82 municípios. Além disso, o Programa está levando médicos para o interior e periferias enquanto as medidas de longo prazo ainda não são capazes de gerar resultados, já que cada médico demora seis anos para se formar e pelo menos dois para se especializar. Existem, atualmente, 18.240 médicos do Programa atuando em 4.058 municípios, beneficiando 63 milhões de pessoas. A atuação desses profissionais já mostra bons resultados, com aumento acentuado do número de consultas (33%) e redução das internações (4% mais que em outros locais).

Fonte site MS – www.saude.gov.br

Livro Atenção Primária à Saúde na coordenação do cuidado em Regiões de Saúde

O livro “Atenção Primária à Saúde na coordenação do cuidado em Regiões de Saúde”, organizado por Patty Fidelis de Almeida (UFF), Adriano Maia dos Santos (UFBA) e Mariluce Karla Bomfim de Souza (UFBA) apresenta os resultados de estudos de caso realizados em cidades sede de regiões de saúde no estado da Bahia com objetivo de analisar o alcance da coordenação do cuidado pela APS em redes regionalizadas. A principal inovação deste trabalho é trazer a discussão para o contexto das regiões de saúde, considerando que ainda são inéditas pesquisas que buscam investigar como as Equipes de Saúde da Família desenvolvem a função de coordenação em situação que exige a integração horizontal entre profissionais e prestadores do mesmo nível e a vertical entre serviços de saúde sob gestão de diversos municípios e/ou entes federados em contexto regional.

O livro está dividido em três partes. A primeira apresenta contribuições teóricas de investigadores com ampla experiência no debate sobre APS para subsidiar diferentes perspectivas sobre o tema da coordenação do cuidado. Nesse sentido, abarca textos que discutem a APS no contexto internacional, nacional e regional, conformando uma teia de perspectivas que se interconectam e substanciam o debate, no intuito de fortalecer os argumentos sobre a coordenação do cuidado ou mesmo, interrogá-los. A segunda parte da obra apresenta e debate os principais desafios e possibilidades para coordenação do cuidado em municípios sede de regiões de saúde com base nos três casos estudados, trazendo a perspectiva dos usuários, gestores e profissionais. É reconhecida a complexidade e importância deste atributo para garantia de cuidados contínuos e integrais, embora os resultados apresentados sinalizem barreiras de diversas ordens que comprometem a materialização deste dispositivo nas práticas cotidianas. A última parte traz reflexões e considerações finais, resgatando o lugar dos sujeitos nas redes de atenção, tendo como foco a micropolítica do trabalho na APS, e retomando o diálogo entre as evidências empíricas da pesquisa e os distintos pesquisadores que aceitaram o desafio de imergir no debate sobre a coordenação do cuidado.

O estudo foi financiado pelo CNPq por meio do Edital Universal (14/2011).

Patty Fidelis de Almeida; Adriano Maia dos Santos & Mariluce Karla Bomfim de Souza (Organizadores)

 

Rede entrevista pesquisadora belga Sara Willems

A Rede de Pesquisa em APS convidou a pesquisadora belga Sara Willems a participar do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva na atividade M96-APS Perspectiva Comparada em Países da Europa e América do Sul que foi coordenada pelo professor Luiz Augusto Facchini. Sara apresentou os resultados da pesquisa QUALICOPC (Qualidade e Custos dos Cuidados Primários na Europa) que teve como objetivo analisar e comparar a atenção primária à saúde em 35 países buscando responder a pergunta: Quais configurações de cuidados primários de saúde estão associadas a melhores resultados no desempenho dos sistemas de saúde em qualidade, acesso equidade e eficiência? O estudo desenvolveu diferentes questionários e entrevistou cerca de 7 mil GPs e 65 mil usuários.
Conversamos com Sara sobre sua pesquisa.

Sara Willems é mestre em promoção da saúde (1999) e PhD em ciências médicas (2005) pela Universidade de Ghent, Bélgica. Desde 2005 coordena o grupo de pesquisa “Desigualdades em saúde e na atenção primária” e em 2011 foi indicada como a primeira professora expert em Equidade e Saúde da Universidade de Ghent. Suas pesquisas têm como foco as desigualdades sociais em saúde, no acesso aos serviços no sistema de saúde belga, o papel da atenção primária para lidar com a desigualdade em saúde, e as relações entre capital social e a saúde. Em suas pesquisas emprega principalmente métodos de pesquisa qualitativos. Sara Willems é autora de diversos capítulos de livros, artigos em periódicos e coautora de relatórios de pesquisa para autoridades federais e locais. É professora na Universidade de Ghent; participa da implementação de diversos projetos comunitários de saúde em Ghent e é diretora de um centro médico comunitário em uma área desfavorecida da cidade.

1)Você participa na pesquisa sobre Qualidade e Custos da Atenção Primária na Europa (QUALICOPC) como coordenadora nacional na Bélgica. O estudo QUALICOPC tem como objetivo analisar e comparar o funcionamento da atenção primária em 34 países em termos de qualidade, custos e igualdade? Poderia nos explicar como a pesquisa é desenvolvida e o processo para construir a metodologia?

QUALICOPC é um projeto de pesquisa financiado pela União Europeia que tem como objetivo analisar a qualidade, custo e equidade na atenção primária na Europa. O estudo é feito pela parceria de cinco grupos de pesquisa: o NIVEL, instituto de pesquisa de saúde da Holanda, a Universidade de Ljubljana (Eslovênia), a Hochschule Fulda (Alemanha), a Escola de Estudos Avançados de Sant’ Anna (Itália), a Universidade de Ghent (Bélgica), Instituto Nacional para a Saúde Pública e o Meio Ambiente (RIVM) (Holanda). QUALICOPC começou como um projeto que deu sequência PHAMEU, um estudo anterior que focou na Atenção primária na Europa. PHAMEU objetivava estabelecer um sistema de informação sobre o estado e o desenvolvimento da atenção primária na Europa: Monitoramento da Atenção Primária na Europa. Esse instrumento descreve como a atenção primária está organizada em diferentes países da Europa, e monitora o grau de desenvolvimento da APS. Para construir o Monitoramento, o PHAMEU realizou uma revisão sistemática de literatura sobre atenção primária na Europa. QUALICOPC avança na construção do PHAMEU ao focar na relação entre características da APS e sua performance em relação à qualidade, igualdade e custos.
QUALICOPC coletou informações de 31 países europeus, sendo 26 membros da União Europeia; 5 países europeus que não são membros da União Europeia, (Islândia, Macedônia, Noruega, Suíça e Turquia); e três países não europeus (Austrália, Canadá e Nova Zelândia). Em todos os países participantes, foi selecionada uma amostra de clínicas de atenção primária dos bancos de dados nacionais de médicos de atenção primária. Todas as clínicas participantes foram visitadas por um pesquisador, e, em cada clinica, um médico e dez pacientes foram entrevistados. Ademais, o pesquisador preencheu um check list com observações referentes à clínica de APS visitada. Para coletar as informações, foi utilizado um questionário (um para médicos, dois para pacientes e uma lista de observações). Esses questionários foram desenvolvidos utilizando um rigoroso processo de revisão sistemática da literatura de modo a identificar os instrumentos de medição existentes (exemplo, PCATool), conhecer a qualidade dos instrumentos identificados e painéis de expert para validar os instrumentos selecionados. Todos os questionários foram traduzidos para a língua dos países participantes e algumas outras línguas adicionais (por exemplo, árabe para imigrantes) por meio de um processo de tradução reiterativo (tradução, versão, tradução) e com validação por um expert acerca da adequação dos termos empregados (por exemplo, o significado de uma palavra em inglês pode ser diferente na Inglaterra e na Austrália). Todos os questionários passaram por teste piloto e em consequência pequenas alterações foram feitas.O questionário para os médicos focou nas atividades e tarefas executadas (como por exemplo, colaboração com outros profissionais, tarefas realizadas, processos na clinica ligados à qualidade da atenção, disponibilidade de prontuário eletrônico dos pacientes; e a acessibilidade da clínica em termos organizacionais (hora de abertura, tempo de espera). Um dos dois questionários para pacientes (aplicado a nove pacientes por clínica), focou na percepção do paciente em termos de qualidade e acessibilidade da atenção; e as barreiras e o custo da atenção. O segundo questionário para pacientes (respondido por 1 paciente por clínica), focou na valorização conferida pelo paciente à atenção primária. A lista de observações, feita pelo pesquisador para cada clínica visitada, inclui itens relativos à acessibilidade física do serviço e limpeza e à privacidade do paciente na consulta com o médico.
Para organizar a coleta de dados, em cada país participante foi indicado um coordenador nacional (por exemplo um centro acadêmico especializado em atenção primária, ou um conselho de profissionais de APS). O coordenador nacional estava encarregado de obter as aprovações necessárias para conduzir o estudo (Comitê de ética, comitê nacional médico), selecionar as clínicas APS, motivar os médicos a participar do estudo, organizar a coleta de dados e de enviar os questionários preenchidos de volta ao instituto NIVEL na Holanda, encarregado de realizar a leitura ótica dos questionários. As informações foram coletadas por um pesquisador ao visitar as clínicas, usando questionários em papel. Na Bélgica, algumas informações foram coletadas usando um tablet. A organização da seleção e a coleta de dados foi descrito em um protocolo detalhado, que os coordenadores nacionais tinham que seguir de modo a garantir a qualidade e representatividade dos dados coletados.

2. Quantos GPs e pacientes participaram da pesquisa?

No total, 6.830 GPs e 58.606 pacientes participaram da pesquisa QUALICOPC.

3. O projeto inclui 31 países europeus, sendo 26 membros da União Europeia e a Islândia, Macedônia, Noruega, Suíça e Turquia. Além desses, a Austrália, o Canadá e a Nova Zelândia também participam. Quais foram as maiores dificuldades em implementar a pesquisa em tantos países? Quantos pesquisadores fizeram parte?

O estudo foi coordenado e organizado por um consórcio de cinco grupos de pesquisa. Em cada um desses grupos um pesquisador sênior e pelo um aluno de doutorado estavam envolvidos. Em alguns grupos de pesquisa a Universidade aumentou o financiamento para ter mais alunos PhD envolvidos. Ao todo, seis alunos estão preparando um PhD baseado nas pesquisas da QUALICOPC. Em cada país um coordenador nacional foi designado. Este estava encarregado de coletar as informações. O time de coleta de informações variou bastante de país para país. Em alguns países a coleta era feita por poucas pessoas, e em outros, por grandes grupos de estudantes, voluntários ou pesquisadores pagos. Coordenadores nacionais tiveram livre acesso ao banco de dados de seus países.Em alguns países, o banco de dados foi analisado detalhadamente por grandes grupos de pesquisadores, em outros, apenas análises limitadas foram realizadas. A variação no processo de seleção de amostras e coleta de dados entre países foi minimizada ao usar um protocolo de pesquisa bem detalhado o qual os coordenadores nacionais deviam seguir estritamente.
Esse modo de trabalho com coordenador nacional e protocolo de pesquisa bem detalhado deu bons resultados, contudo, vieses poderiam ser esperados. Diversas estratégias foram utilizadas para minimizar e descrever esses vieses: uma análise específica dos dados foi feita para identificar possíveis vieses; representantes nacionais tiveram que descrever os processos de seleção das amostras e de coleta de dados de forma detalhada; em alguns países, entramos em contato com os médicos para saber se o pesquisador de campo de fato visitou a clínica.

4. Como os resultados foram analisados? Como é distribuído o trabalho de análise entre os pesquisadores?

Todos os questionários preenchidos foram enviados para NIVEL que fez a leitura ótica de todos eles, e construiu a base de dados. NIVEL também limpou a base de dados usando a entrada de dados dos outros quatro grupos de pesquisa. Cada um dos cinco sócios do consórcio tem uma expertise particular e analisaram os dados de acordo com sua especialidade: a Universidade de Ghent analisou a dimensão da equidade da APS na Europa, a Escola de Medicina de Sant’Anna analisou os custos, NIVEL analisou a qualidade, RIVM analisou as internações evitáveis. Os grupos de pesquisa estão sempre envolvidos, participam e discutem as análises e trabalho dos outros. Regularmente, reuniões de pesquisa são realizadas para discutir novas informações, novos desafios para análise dos dados, discutir novas questões de pesquisa.

5. Quais são as configurações da atenção primária associadas com melhores resultados na Europa?

PHAMEU e QUALICOPC claramente indicam uma relação entre a força da atenção primária e os resultados para a saúde. Ou seja, um sistema de atenção primária forte gera menos internações para asma, diabetes e doenças pulmonares obstrutivas crônicas, e reduz anos de vida perdidos por doenças isquêmicas do coração, asma, bronquite e enfisema. Os sistemas europeus com atenção primária forte nem sempre são os sistemas mais baratos. Contudo, provavelmente não é a força da APS que gera maiores custos no país, mas em países com sistemas fortes em atenção primária, os governos investem mais para melhorar a qualidade dos cuidados em geral (por exemplo, reduzir as listas de espera) o que pode aumentar os gastos como um todo. Em relação à equidade, apenas evidências limitadas indicam uma relação entre a força da APS e a equidade na saúde. Sistemas de APS fortes não são per se sistemas mais equitativos. Estudos mais avançados acerca das características relacionados a uma maior equidade revelaram que sistemas nos quais a APS coordena robustamente os cuidados apresentam associação significativa com equidade na atenção à saúde. Nos próximos meses, outras pesquisas irão identificar quais aspectos da APS contribuem mais para a equidade e se os processos de trabalho no nível das clínicas de APS podem evitar possíveis características negativas dos sistemas de saúde como um todo.

6. Em sua opinião, quais são os maiores desafios para a pesquisa comparada de sistemas de saúde?

Definitivamente um dos aspectos de força do estudo QUALICOPC foi o bom relacionamento profissional entre os membros do consórcio de pesquisa e a forte liderança do NIVEL. Descrições rígidas das atividades e metas temporais claras foram feitas. Reuniões de pesquisa regulares em que todos os sócios compareciam e onde o design do estudo e métodos foram discutidos, em muito contribuíram para a sensação de envolvimento de todos os sócios. Graças a esse sentimento de envolvimento e comprometimento os pontos positivos e expertise de cada sócio foram usadas de forma eficiente. Em conjunto com uma boa colaboração entre os sócios da pesquisa, um bom conhecimento da área onde o estudo acontece parece ser muito importante. É muito difícil conhecer bem todos os sistemas de atenção primária na Europa. O fato de que éramos um grande grupo com membros de cinco países diferentes fez com que o nosso conhecimento abarcasse toda a Europa. Trabalhar com coordenadores nacionais em cada um dos países participantes definitivamente também contribuiu muito. Isso tornou possível organizar a coleta de dados em cada um dos países europeus de forma otimizada e permitiu a interpretação dos resultados corretamente, considerando a situação de cada diferente país.

7. Você poderia indicar algumas publicações do estudo QUALICOPC para difundir entre os membros da nossa rede?

Mais informações do QUALICOPC, incluindo publicações, podem ser encontradas no nosso site: http://www.nivel.nl/Qualicopc  ou pelo site oficial da Comissão Europeia:

http://ec.europa.eu/research/health/public-health/health-systems/projects/qualicopc_en.html

Todas as nossas publicações sobre equidade (incluindo os PDFs dos trabalhos publicados) também podem ser encontrados através da lista de publicações de Sara Willems: http://lib.ugent.be/bibliografie/801001384026 ou simplesmente pelo Google “Sara Willems” e “Biblio”.

Apresentação de Sara no ABRASCÃO – SaraWillems