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Arquivo Mensal setembro 2016

Pesquisas sobre o Programa Mais Médicos: análises e perspectivas

Organizado pelo grupo de pesquisadores que compõe o Comitê Coordenador da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (APS) da Abrasco, Luiz Augusto Facchini, Sandro Rodrigues Batista, Aluísio Gomes da Silva Jr e Lígia Giovanella, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde, este número temático aprofunda informações sobre o Programa Mais Médicos, analisando os avanços, os impasses e os desafios dessa política pública que completa apenas três anos de existência.

O Programa Mais Médicos (PMM) hoje está presente em 4.058 municípios e nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, e é constituídos por um contingente de mais de 18 mil médicos. Além de agregar medidas emergenciais de provisão de médicos para possibilitar o acesso a populações até então desassistidas, o Programa vem modificando a estrutura de formação destes profissionais no Brasil, orientando a universalização da residência médica de formação ge­neralista em medicina da família e da comunidade e organizando mudanças nas diretrizes curriculares dos cursos de medicina, buscando a consolidação do SUS.

Os artigos aqui publicados abarcam três componentes: provimento emergencial, formação médica e infraestrutura das unidades básicas de saúde (UBS). É óbvio que o tempo é curto para uma avaliação em profundidade, mas o momento presente já mostra: redução importante do número de municípios com escassez de médicos; implantação predominantemente orientada para os que apresentam maior vul­nerabilidade social; aumento do acesso aos serviços de Atenção Primária, impacto positivo em indicadores de produção do setor; convergência com outros programas de melhoria da qualidade da atenção básica; e satisfação dos usuários. Desafios permanecem e são destacados. É necessário que cada vez se aprofundem monitoramento e avaliação permanente do Programa, tendo em vista que os melhores resultados são esperados no médio e longo prazo.

Debate

1. A Atenção Primária e o Programa Mais Médicos do Sistema Único de Saúde: conquistas e limites – Gastão Wagner de Sousa Campos; Nilton Pereira Júnior

Debatedores
Para muito além do Programa Mais Médicos – Mário Scheffer; Thiago Gomes Trindade; Sandro Rodrigues Batista

Medicina de Família e Comunidade: agora mais do que nunca! – Sandro Batista; Henrique Sater de Andrade

Formação Médica no Programa Mais Médicos: alguns riscos. Aluísio Gomes da Silva Jr, Henrique Sater de Andrade

O que pode o Mais Médicos? – Eduardo Alves Melo

Artigos temáticos
2. Impacto do Programa Mais Médicos na redução da escassez de médicos em Atenção Primária à Saúde – Sábado Nicolau Girardi; Ana Cristina de Sousa van Stralen; Joana Natalia Cella; Lucas Wan Der Maas; Cristiana Leite Carvalho; Erick de Oliveira Faria

3. A Atenção Básica no Brasil e o Programa Mais Médicos: uma análise de indicadores de produção – Rodrigo Tobias de Sousa Lima; Tiotrefis Gomes Fernandes; Antônio Alcirley da Silva Balieiro; Felipe dos Santos Costa; Joyce Mendes de Andrade Schramm; Julio Cesar Schweickardt; Alcindo Antonio Ferla

4. A provisão emergencial de médicos pelo Programa Mais Médicos e a qualidade da estrutura das unidades básicas de saúde – Ligia Giovanella; Maria Helena Magalhães de Mendonça; Marcia Cristina Rodrigues Fausto; Patty Fidelis de Almeida; Aylene Bousquat; Juliana Gagno Lima; Helena Seidl; Cassiano Mendes Franco; Edgard Rodrigues Fusaro; Sueli Zeferino Ferreira Almeida

5. O Programa Mais Médicos, a infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde e o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Joaquim José Soares Neto; Maria Helena Machado; Cecília Brito Alves

6. O Programa Mais Médicos: provimento de médicos em municípios brasileiros prioritários entre 2013 e 2014 – João Paulo Alves Oliveira; Mauro Niskier Sanchez; Leonor Maria Pacheco Santos

7. A implementação do Programa Mais Médicos e a integralidade nas práticas da Estratégia Saúde da Família – Yamila Comes; Josélia de Souza Trindade; Vanira Matos Pessoa; Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto; Helena Eri Shimizu; Diego Dewes; Carlos André Moura Arruda; Leonor Maria Pacheco Santos

8. Avaliação do escopo de prática de médicos participantes do Programa Mais Médicos e fatores associados – Sábado Nicolau Girardi; Cristiana Leite Carvalho; Célia Regina Pierantoni; Juliana de Oliveira Costa; Ana Cristina de Sousa van Stralen; Thaís Viana Lauar; Renata Bernardes David

9. Avaliação da satisfação dos usuários e da responsividade dos serviços em municípios inscritos no Programa Mais Médicos – Yamila Comes; Josélia de Souza Trindade; Helena Eri Shimizu; Edgar Merchan Hamann; Florencia Bargioni; Loana Ramirez; Mauro Niskier Sanchez; Leonor Maria Pacheco Santos

10. Análise do Programa Mais Médicos à luz dos arranjos institucionais: intersetorialidade, relações federativas, participação social e territorialidade – Gabriela Spanghero Lotta; Maria Cristina Costa Pinto Galvão; Arilson da Silva Favareto

11. A contribuição do Programa Mais Médicos: análise a partir das recomendações da OMS para provimento de médicos – Viviane Karoline da Silva Carvalho; Carla Pintas Marques; Everton Nunes da Silva

12. Programa Mais Médicos: panorama da produção científica – Elisandréa Sguario Kemper; Ana Valeria Machado Mendonça; Maria Fátima de Sousa

13. Tutoria acadêmica do Projeto Mais Médicos para o Brasil em Santa Catarina: perspectiva ético-política – Rita de Cássia Gabrielli Souza Lima; Denis William Gripa; Elisete Navas Sanches Prospero; Marco Aurélio da Ros

14. Reflexões dos médicos sobre o processo pessoal de aprendizagem e os significados da especialização à distância em saúde da família – Elaine Thumé; Louriele Soares Wachs; Mariangela Uhlmann Soares; Marcia Regina Cubas; Maria Elizabeth Gastal Fassa; Elaine Tomasi; Anaclaudia Gastal Fassa; Luiz Augusto Facchini

15. Programa Mais Médicos no Nordeste: avaliação das internações por condições sensíveis

à Atenção Primária à Saúde – Rogério Fabiano Gonçalves; Islândia Maria Carvalho de Sousa; Oswaldo Yoshimi Tanaka; Carlos Renato dos Santos; Keila Brito-Silva; Lara Ximenes Santos; Adriana Falangola; Benjamin Bezerra

16. Análise da experiência de médicos cubanos numa metrópole brasileira segundo o Método Paideia – Lilian Soares Vidal Terra; Fabiano Tonaco Borges; Maria Lidola; Silvia S. Hernández; Juan Ignacio Martínez Millán; Gastão Wagner de Sousa Campos

17. Análise comparativa sobre a implantação do Programa Mais Médicos em agregados de municípios do Rio Grande do Sul, Brasil – Alcides Silva de Miranda; Diego Azevedo Melo

18. Efetividade da Estratégia Saúde da Família em unidades com e sem Programa Mais Médicos em município no oeste do Paraná, Brasil – Andreia Carrer; Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira Toso; Ana Teresa Bittencourt Guimarães; Julia Reis Conterno; Kamila Caroline Minosso

19. Percepção de usuários sobre o Programa Mais Médicos no município de Mossoró, Brasil – Tiago Rodrigues Bento da Silva; Jennifer do Vale e Silva; Andrezza Graziella Veríssimo Pontes; Andrea Taborda Ribas da Cunha

20. O fortalecimento da Atenção Primária à Saúde nos municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre, Brasil, após a inserção no Programa Mais Médicos: uma comparação intermunicipal – Claunara Schilling Mendonça; Margarita Silva Diercks; Luciane Kopittke

21. O Programa Mais Médicos no Estado de Mato Grosso, Brasil: uma análise de implementação – Reinaldo Gaspar da Mota; Nelson Filice Barros

22. Características da distribuição de profissionais do Programa Mais Médicos nos estados do Nordeste, Brasil – Priscila Tamar Alves Nogueira; Adriana Falangola Benjamin Bezerra; Antonio Flaudiano Bem Leite; Islândia Maria de Sousa Carvalho; Rogério Fabiano Gonçalves; Keila Silene de Brito-Silva

23. Ampliação do acesso à saúde na região mais vulnerável do estado de São Paulo, Brasil: reflexo do Programa Mais Médicos? – Bruna Pontes da Silva; Denise Stockmann; Donavan de Souza Lúcio; Elaine Henna; Maria Carolina Pereira da Rocha; Fábio Miranda Junqueira

24. Participação dos municípios de pequeno porte no Projeto Mais Médicos para o Brasil na macrorregião norte do Paraná – Fernanda de Freitas Mendonça; Luis Fernando Abucarub de Mattos; Emmeline Bernardes Duarte de Oliveira; Carolina Milena Domingos; Carlos Takeo Okamura; Brígida Gimenez Carvalho; Elisabete de Fátima Polo de Almeida Nunes

Opinião

25. Entrevista: Avaliação de impactos do Programa Mais Médicos: como medir os resultados? – Renato Tasca; Raquel Abrantes Pêgo

26. Mais Médicos (More Doctors) Program – a view from England – Matthew Harris

27. Monitoramento e avaliação do Projeto de Cooperação da OPAS/OMS com o Programa Mais Médicos: reflexões a meio caminho – Joaquín Molina; Renato Tasca; Julio Suárez

Artigos de revisão

28. Impacto de estratégias educacionais no pré-natal de baixo risco: revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados – Esther Pereira da Silva; Roberto Teixeira de Lima; Mônica Maria Osório

29. Integração Ensino-Serviço no âmbito do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde – Carine Vendruscolo; Marta Lenise do Prado; Maria Elisabeth Kleba

30. Saúde da criança no Brasil: orientação da rede básica à Atenção Primária à Saúde – Simone Soares Damasceno; Vanessa Medeiros da Nóbrega; Simone Elizabeth Duarte Coutinho; Altamira Pereira da Silva Reichert; Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira Toso; Neusa Collet

Resenhas

Epidemiology kept simple: an introduction to traditional and modern Epidemiology

Gerstman BB. Resenhado por Carla Jorge Machado e Claudia Cristina de Aguiar Pereira

Pesquisador destaca a diversidade de olhares nas pesquisas do PMM

Os artigos selecionados para o número temático da Revista sobre o Programa Mais Médicos são resultados de pesquisas com metodologias diversificadas, que propiciam amplo panorama da implementação do PMM e abarcam temas relacionados aos seus três componentes: provimento emergencial, formação médica e infraestrutura das unidades básicas de saúde. Divulgamos, nesta semana, a entrevista com o pesquisador da Universidade Federal de Santa Catarina Fúlvio Nedel, que contribuiu na avaliação dos artigos para a publicação.
Um pouco sobre o profissional Fúlvio:

É graduado em Medicina pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre com residência em Medicina Geral Comunitária e especialização em Planejamento e Gerência de Serviços de Saúde (UNISUL);
Tem mestrado em Salud Pública para Países en Desarrollo – Escuela Nacional de Sanidad Madrid e doutorado em Epidemiologia pela UFPel.

Qual a sua avaliação da Revista Especial do PMM?
A Revista publica estudos com diferentes focos e abordagens metodológicas sobre o Mais Médico, o que é bom. Fomentou ainda a aproximação entre os trabalhadores do Programa e pesquisadores das Universidades brasileiras. A diversidade de olhares dá mais força à consistência que se percebe entre as conclusões dos estudos: entre problemas estruturais ou particularmente anedotários, o PMM garantiu acesso à saúde a um grande contingente de cidadãos, que — assim como os gestores da saúde nesses municípios — não querem o cancelamento do Programa.

Em três anos do PMM, qual a contribuição do Programa para o SUS?
A clareza de que para melhorar os indicadores de atenção à saúde é necessário o investimento na Atenção Básica, de que é necessária alguma política de fixação de médicos em locais de alta rotatividade, e que tais investimentos trazem resultados em pouco tempo e têm boa acolhida da população e gestores.

Do ponto das pesquisas, é possível encontrar evidências que demonstram impactos positivos do PMM na saúde da população?
Sim, especialmente sobre o acesso.

Qual o papel da Rede de Pesquisas em APS da ABRASCO com relação ao PMM (em que a Plataforma de Conhecimentos MM pode contribuir?
A Rede tem colaborado nessa aproximação entre investigadores e gestores e trabalhadores do PMM, sobretudo na divulgação do trabalho e seus resultados. A manutenção de um tópico sobre o PMM na Plataforma de Conhecimentos pode contribuir para essa divulgação. Outra possível ação, já conversada em outros momentos na Rede, é a criação de uma rede de apoio ao desenvolvimento de projetos de pesquisa na AB. Um esforço específico sobre o PMM pode ser importante, especialmente no momento de incertezas políticas que vive o país.

Rede APS participa do 7º Congresso de Ciências Sociais

A Rede de Pesquisa em APS participará do 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde que será realizado de 9 a 12 de outubro na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá. O tema central do congresso expressa as preocupações de pesquisadores do campo das Ciências Sociais e Humanas em Saúde com a atual situação e decorre da reflexão sobre a pluralidade de experiências sociais nos seus mais diferentes níveis e que se expressam na vida de pessoas e coletividades.

A Rede de Pesquisa em APS estará envolvida nas seguintes atividades:

Dia 9 de outubro – domingo, das 9h30 às 17h oficina de trabalho e reunião do comitê coordenador da Rede APS com discussão de síntese de Pesquisas e Avaliações sobre o Programa Mais Médicos da Plataforma do Conhecimento sobre o PMM (http://apsredes.org/mais-medicos/) e elaboração de programação de atividades da Rede APS.

No dia 10, segunda-feira, das 10h45 às 12h, a Rede participa da Mesa Redonda – Repercussões do Programa Mais Médico sobre a regulação, inserção e formação de médicos na Atenção Primária em Saúde no Brasil que será conduzida pelo coordenador da Rede APS Luiz Augusto Facchini. Os expositores serão: Sábado Girardi (UFMG), Rita de Cassia G.Souza Lima (Univali), Yamilla Gomes (UnB) e Maria Helena Magalhaes de Mendonça (ENSP) que apresentarão síntese de resultados de pesquisas e análises publicadas em artigos do número temático da revista Revista Ciência e Saúde Coletiva sobre o Programa Mais Médicos (PMM).

Também no dia 10, os integrantes da Rede de Pesquisa em APS participarão do lançamento do número temático “Pesquisas sobre o Programa Mais Médicos: Análises e Perspectivas” da Revista Ciência e Saúde Coletiva. A Rede APS, em parceria com a OPAS, organizou uma chamada pública para este número temático que teve como editores membros de seu comitê coordenador. Os artigos selecionados, resultados de pesquisas com metodologias diversificadas, foco e abrangência distintos, propiciam amplo panorama da implementação do PMM e abarcam temas relacionados aos seus três componentes: provimento emergencial, formação médica e infraestrutura das unidades básicas de saúde. O artigo debate discute as contribuições do PMM para o fortalecimento da atenção primária à saúde no Brasil.
Saiba mais sobre a programação do Congresso na página – http://cshs.com.br/
http://cshs.com.br/programacao/index.php#topo

Pesquisadora avalia a revista temática sobre o Mais Médicos

A Rede de Pesquisa e a OPAS Brasil, por meio da Plataforma de Conhecimentos do Programa Mais Médicos, publicam a segunda entrevista realizada com pesquisadores envolvidos na elaboração do número temático sobre o Mais Médicos na revista Ciência & Saúde Coletiva. Nesta semana, a entrevista é com a pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Márcia Guimarães de Mello Alves.

Uma breve descrição profissional da Márcia
• Possui graduação em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense e residência em Medicina Preventiva e Social pela Universidade Federal Fluminense.
• Realizou seu mestrado e doutorado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.
• Concluiu seu Pós-doutorado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
• Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal Fluminense onde atua na graduação (Medicina) e pós-graduação (Saúde Coletiva), além de participar de projeto de pesquisa na Universidade Federal Fluminense (Grupo de Estudos de Gerência e Ensino em Saúde – GEGES), na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Projeto ELSA) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Estudo Pró-Saúde).

Qual a sua avaliação da Revista Especial do PMM?
Minha avaliação é positiva. Acredito que foi possível reunir, nesse exemplar, muitas pesquisas que estão sendo realizadas, nas instituições das diferentes regiões do Brasil. Essas pesquisas vêm aumentando no tocante ao seu número e à sua qualidade, envolvendo as diferentes temáticas propostas pelo Programa. Certamente não foi possível incluir todos os artigos encaminhados à revista, até mesmo porque muitos não tratavam de pesquisas. Foi um trabalho intenso, mas muito gratificante, porque colaborativo, do ponto de vista do aprendizado. Pudemos também identificar lacunas – o que ainda não está sendo produzido e sobre o que devemos nos debruçar ainda. Como, por exemplo, acerca das mudanças produzidas na formação de novos profissionais de saúde, especialmente médicos. Então, se lembrarmos a proposta inicial desse projeto – identificar o que tem sido produzido, em termos de temáticas, quais as lacunas, o que temos de avanço, o que ainda precisamos avançar, concluo que fomos bem sucedidos. É importante lembrar que o Programa não surgiu do nada, mas a partir de um diagnóstico, elaborado ao longo dos anos e ele é muito recente: são apenas 3 anos desde sua implantação. Foi possível identificar um movimento nas ações e na produção do conhecimento. Outro aspecto importante para mim é que conseguimos estabelecer algo como uma linha de base do panorama dessa temática, em termos de produção do conhecimento. Certamente ainda existem ações e trabalhos produzidos que ainda não conseguimos acessar. Porém, demos um pontapé inicial!

Em três anos do PMM, qual a contribuição do Programa para o SUS?
Apesar de toda a polêmica desde sua implantação, pelo que temos lido e encontrado em nossas pesquisas, o provimento emergencial, especialmente nos menores ou mais violentos ou mais distantes municípios, mostrou que a simples presença de um médico influencia a atenção à saúde e pode propiciar outros resultados no perfil de morbimortalidade dos lugares. As formas de atuação dos médicos, principalmente dos estrangeiros, com formação na atenção primária em saúde, têm permitido ressaltar a nossa necessidade de mudança na formação desse profissional. Como essa também é uma das propostas do Programa, é quase uma confirmação de que é uma estratégia apropriada. De forma indireta ressalta também a importância de se considerar a determinação social das doenças, pois já se sabe há muito tempo que a atenção à saúde é um aspecto, mas não o único que afeta a saúde das pessoas.

Do ponto das pesquisas, é possível encontrar evidências que demonstram impactos positivos do PMM na saúde da população?
Sim. Ainda que pontual e com possibilidade de retorno aos patamares anteriores, na medida em que não se sabe o que acontecerá no cenário nacional, especialmente com relação ao Programa. Vale ressaltar também que o Programa por si só, não produz essas modificações. Trata-se de um conjunto de medidas que aconteceram nesse ínterim, ainda que de forma compensatória.

Qual o papel da Rede de Pesquisas em APS da ABRASCO com relação ao PMM (em que a Plataforma de Conhecimentos MM pode contribuir?)
Desde seu início, há cerca de seis anos, a Rede de Pesquisas tem agregado pesquisadores, especialmente da Saúde Coletiva, além de profissionais de saúde, usuários e gestores envolvidos com a pesquisa sobre a atenção primária em saúde. Não tem sido diferente no tocante ao Programa Mais Médicos: tem sido feito um trabalho articulado com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva e com a Organização Panamericana de saúde, no sentido de produzir e dar visibilidade ao que tem sido produzido, em termos de conhecimento sobre o Programa e seus resultados.

Plataforma do Mais Médicos entrevista pesquisadores sobre o programa

A Rede de Pesquisa em APS da ABRASCO, em parceira com a OPAS, criou a Plataforma de Conhecimentos do Programa Mais Médicos, uma ferramenta de interação entre pesquisadores e gestores que objetiva reunir informações e evidências científicas das pesquisas sobre o Programa Mais Médicos. A finalidade é compartilhar os conhecimentos no processo de implementação do programa para tornar transparente os resultados, fortalecer as ações públicas e facilitar o intercâmbio de experiências.

Em novembro de 2015 foi realizado o Seminário de Pesquisas Sobre o Programa Mais Médicos para discutir os resultados iniciais das pesquisas produzidas sobre o tema. Para divulgar essa produção científica a Rede recomendou e colaborou na organização de um número temático na respeitada revista Ciência & Saúde Coletiva. Finalizada a produção da publicação seu lançamento acontecerá no 7º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, que será realizado de 9 a 12 de outubro em Cuiabá.
Allan Claudius Q.Barbosa, pesquisador da UFMG, um dos protagonistas desta iniciativa, fala sobre a importância desta publicação.

Uma breve apresentação do Allan
Professor Titular da UFMG, é também Professor Afiliado da Universidade do Porto.
Pesquisador do CNPq e da Fapemig, coordena o Observatório de Recursos Humanos em Saúde da FACE/UFMG.
Membro do Comitê Coordenador da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (OPAS/MS/Abrasco).
Editor da Revista Gestão e Sociedade da FAE/UFMG.
Economista com Mestrado, Doutorado, e Pós-Doutorado em Administração. Realizou 03 supervisões de Pós-Doutorado, orientou 12 teses de doutorado (sendo duas co-orientações) e 43 dissertações de mestrado (sendo 5 co-orientações) até a presente data.

Qual a sua avaliação da Revista Especial (Revista Ciencia e Saúde Coletiva da ABRASCO) do PMM?
O número especial sobre o Programa Mais Médicos expressa o esforço da comunidade científica em analisar, a partir de diferentes metodologias, uma importante ação pública que tem gerado controvérsias e debates desde sua implantação em 2013. Abordando perspectivas distintas sobre o MM e representando em grande medida a diversidade regional com suas nuances acadêmicas reforça o compromisso com a qualidade e rigor.

Em três anos do PMM, qual a contribuição do Programa para o SUS?
O Programa Mais Médicos do Brasil, criado pela Medida Provisória nº 621/2013 e regulamentado pela Lei nº 12.871/2013, tem como premissas atender ao princípio da equidade de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). Através da seleção de médicos brasileiros e estrangeiros para atuar em áreas de maior necessidade, já deixa claro o preenchimento de lacunas do sistema de atenção e aponta a relevância do Programa. Ao mesmo tempo, reforça a necessidade de estudos como estes apresentados neste número especial, que permitem o aperfeiçoamento do PMM considerando um olhar rigoroso e imparcial.

Do ponto de vista das pesquisas, é possível encontrar evidências que demonstram impactos positivos do PMM na saúde da população?
Embora com três anos de implantação, os artigos sinalizam impactos positivos para a saúde. Deve-se observar que o contínuo monitoramento e análise do PMM é essencial para sua melhoria, notadamente através de práticas avaliativas de possíveis resultados proporcionados. Não resta dúvida que este mosaico sobre o PMM (que vem se juntar aos artigos publicados pela Revista Gestão e Sociedade da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, com foco na gestão (Revista Eletrônica Gestão & Sociedade, v.10, n.26. Maio/Agosto – 2016 ISSN 1980-5756), permitirá indicar os caminhos e alternativas de reflexão acadêmica e científica que venham contribuir para a melhoria da gestão pública da saúde.

Qual o papel da Rede de Pesquisas em APS da ABRASCO com relação ao Programa Mais Médicos?
A Rede de Pesquisa em APS da Abrasco cumpre o objetivo fundamental de proporcionar a comunicação e articulação entre pesquisadores, profissionais, usuários e gestores da APS que tenham estudos sobre o PMM e a Plataforma de Conhecimentos Mais Médicos promove a divulgação e consequente utilização dos resultados para qualificar a gestão e potencializar o conhecimento. Trata-se de iniciativa relevante que congrega toda a comunidade interessada no debate qualificado da saúde

Mais Médicos faz reposição de 376 profissionais brasileiros

Mais 376 profissionais brasileiros começaram a atuar em todas as regiões do país por meio do Programa Mais Médicos. A atuação desses participantes levará assistência a mais de um milhão de pessoas. Os médicos foram selecionados na primeira chamada do edital de reposição, publicado em julho deste ano. Os profissionais com CRM do Brasil que não conseguiram ser alocados terão nova chance de ingresso no Programa.

Os candidatos inscritos poderão escolher entre as 121 cidades que contam, conjuntamente, com 126 vagas remanescentes. Os médicos têm entre esta quarta-feira (31) e quinta-feira (1º) para optar pelos municípios, via o sistema de gerenciamento do Mais Médicos.

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, enfatiza a importância de se dar nova oportunidade para os médicos com registro no país. “Nós já preenchemos 75% das vagas com médicos brasileiros, mas, como algumas cidades são mais concorridas que outras, acontece de alguns médicos não conseguirem ser alocados em suas opções na primeira chamada”, explica. “É por isso que damos essa nova oportunidade – para que médicos nacionais possam escolher novamente. E é um compromisso da minha gestão incentivar ao máximo a presença dos médicos formados aqui”, completa.

O Ministério da Saúde garante a reposição constante de todas as desistências, por meio de editais trimestrais para preenchimento dessas vagas. Em todos os editais de reposição, entre 70% e 100% das vagas foram ocupados por médicos com registro no país. Já as vagas pertencentes à cooperação tornadas ociosas são preenchidas diretamente pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que trouxe, nesse mês de agosto, 1.200 médicos cubanos a país para reposição.

Confira aqui a lista de vagas remanescentes

Acesse o cronograma do edital de reposição

INTERCAMBISTAS – Os médicos brasileiros e estrangeiros formados no exterior interessados no Programa deverão se inscrever, por meio do sistema do Mais Médicos, até esta sexta-feira (2). Esses profissionais ocuparão eventuais vagas remanescentes da segunda chamada dos médicos com CRM do Brasil. Dessa forma, a escolha de municípios ocorrerá apenas após o final da fase atual dos brasileiros.

O edital já segue as regras da Medida Provisória 723/2016 aprovada pelo Congresso Nacional. O texto acolhido retira a exigência do índice médico/habitante do país de origem como critério classificatório para os brasileiros formados no exterior. Até então, só podiam participar médicos que atuavam em países com a proporção de profissionais superior que a do Brasil – 1,8 médicos por mil habitantes. Agora, os brasileiros podem se inscrever independente do país de atuação.

Neste momento, o objetivo da inscrição é adiantar o processo de análise dos documentos desses profissionais, realizada de forma criteriosa pela coordenação do Programa Mais Médicos. Os profissionais precisam apresentar os documentos exigidos no edital, como, por exemplo, comprovante de situação regular perante autoridade competente na esfera criminal do país em que está habilitado para o exercício da medicina no exterior, mediante documento expedido há no máximo dois anos, cópia do diploma de conclusão da graduação em medicina em instituição de ensino superior estrangeira, cópia do documento de habilitação para o exercício da medicina no exterior, acompanhado de declaração de situação regular, atestado pelo respectivo órgão competente – todos legalizados e acompanhados de tradução simples.

Confira aqui o edital e a documentação necessária

Fonte site MS – www.saude.gov.br