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Arquivo Diário 12 de setembro de 2016

Pesquisadora avalia a revista temática sobre o Mais Médicos

A Rede de Pesquisa e a OPAS Brasil, por meio da Plataforma de Conhecimentos do Programa Mais Médicos, publicam a segunda entrevista realizada com pesquisadores envolvidos na elaboração do número temático sobre o Mais Médicos na revista Ciência & Saúde Coletiva. Nesta semana, a entrevista é com a pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Márcia Guimarães de Mello Alves.

Uma breve descrição profissional da Márcia
• Possui graduação em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense e residência em Medicina Preventiva e Social pela Universidade Federal Fluminense.
• Realizou seu mestrado e doutorado em Saúde Pública na Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz.
• Concluiu seu Pós-doutorado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
• Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal Fluminense onde atua na graduação (Medicina) e pós-graduação (Saúde Coletiva), além de participar de projeto de pesquisa na Universidade Federal Fluminense (Grupo de Estudos de Gerência e Ensino em Saúde – GEGES), na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Projeto ELSA) e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Estudo Pró-Saúde).

Qual a sua avaliação da Revista Especial do PMM?
Minha avaliação é positiva. Acredito que foi possível reunir, nesse exemplar, muitas pesquisas que estão sendo realizadas, nas instituições das diferentes regiões do Brasil. Essas pesquisas vêm aumentando no tocante ao seu número e à sua qualidade, envolvendo as diferentes temáticas propostas pelo Programa. Certamente não foi possível incluir todos os artigos encaminhados à revista, até mesmo porque muitos não tratavam de pesquisas. Foi um trabalho intenso, mas muito gratificante, porque colaborativo, do ponto de vista do aprendizado. Pudemos também identificar lacunas – o que ainda não está sendo produzido e sobre o que devemos nos debruçar ainda. Como, por exemplo, acerca das mudanças produzidas na formação de novos profissionais de saúde, especialmente médicos. Então, se lembrarmos a proposta inicial desse projeto – identificar o que tem sido produzido, em termos de temáticas, quais as lacunas, o que temos de avanço, o que ainda precisamos avançar, concluo que fomos bem sucedidos. É importante lembrar que o Programa não surgiu do nada, mas a partir de um diagnóstico, elaborado ao longo dos anos e ele é muito recente: são apenas 3 anos desde sua implantação. Foi possível identificar um movimento nas ações e na produção do conhecimento. Outro aspecto importante para mim é que conseguimos estabelecer algo como uma linha de base do panorama dessa temática, em termos de produção do conhecimento. Certamente ainda existem ações e trabalhos produzidos que ainda não conseguimos acessar. Porém, demos um pontapé inicial!

Em três anos do PMM, qual a contribuição do Programa para o SUS?
Apesar de toda a polêmica desde sua implantação, pelo que temos lido e encontrado em nossas pesquisas, o provimento emergencial, especialmente nos menores ou mais violentos ou mais distantes municípios, mostrou que a simples presença de um médico influencia a atenção à saúde e pode propiciar outros resultados no perfil de morbimortalidade dos lugares. As formas de atuação dos médicos, principalmente dos estrangeiros, com formação na atenção primária em saúde, têm permitido ressaltar a nossa necessidade de mudança na formação desse profissional. Como essa também é uma das propostas do Programa, é quase uma confirmação de que é uma estratégia apropriada. De forma indireta ressalta também a importância de se considerar a determinação social das doenças, pois já se sabe há muito tempo que a atenção à saúde é um aspecto, mas não o único que afeta a saúde das pessoas.

Do ponto das pesquisas, é possível encontrar evidências que demonstram impactos positivos do PMM na saúde da população?
Sim. Ainda que pontual e com possibilidade de retorno aos patamares anteriores, na medida em que não se sabe o que acontecerá no cenário nacional, especialmente com relação ao Programa. Vale ressaltar também que o Programa por si só, não produz essas modificações. Trata-se de um conjunto de medidas que aconteceram nesse ínterim, ainda que de forma compensatória.

Qual o papel da Rede de Pesquisas em APS da ABRASCO com relação ao PMM (em que a Plataforma de Conhecimentos MM pode contribuir?)
Desde seu início, há cerca de seis anos, a Rede de Pesquisas tem agregado pesquisadores, especialmente da Saúde Coletiva, além de profissionais de saúde, usuários e gestores envolvidos com a pesquisa sobre a atenção primária em saúde. Não tem sido diferente no tocante ao Programa Mais Médicos: tem sido feito um trabalho articulado com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva e com a Organização Panamericana de saúde, no sentido de produzir e dar visibilidade ao que tem sido produzido, em termos de conhecimento sobre o Programa e seus resultados.