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Arquivo Mensal dezembro 2016

Capacidade funcional para atividades da vida diária de idosos da ESF da zona rural.

O artigo objetivou descrever o perfil dos idosos da zona rural de Pelotas, considerando a prevalência de capacidade funcional para as atividades básicas e instrumentais da vida diária segundo idade, sexo, renda, escolaridade e doenças crônicas não transmissíveis. Estudo quantitativo, transversal e analítico, realizado com 820 idosos, de julho a outubro de 2014. Utilizou-se o teste de qui-quadrado de heterogeneidade de Pearson para as exposições nominais e o teste de tendência para aquelas ordinais. Na amostra predominaram as mulheres, entre 60-69 anos, que se autodenominaram brancas e viviam com seus companheiros. A prevalência de capacidade para as atividades básicas da vida diária (ABVD) foi de 81,8% e para as instrumentais da vida diária (AIVD) 54,6%. As variáveis sexo (masculino), idade (60-69) e não ter problemas cardíacos foram associadas de forma significativa com as ABVD. Já, as AIVD apresentaram associação com idade (60-69 anos), anos de escolaridade (5-8), renda (1-2 salários) e osteoporose. O estudo conclui que os idosos, na maioria, eram funcionalmente capazes para a realização das atividades da vida diária, tanto básicas quanto instrumentais. Espera-se que os resultados e a iniciativa em estudar os idosos residentes na zona rural sirvam de estimulo a futuras pesquisas.

Autores: Andressa Hoffmann Pinto 1
Celmira Lange 1
Carla Albereci Pastore 2
Patricia Mirapalheta Pereira de Llano 1
Denise Przylynski Castro 1
Fernanda dos Santos

Leia artigo artigo19_12_2016

Evidências em prol da gestão para sustentabilidade do PMM é consenso no Seminário Programa Mais Médicos: resultados, lições aprendidas e desafios

A necessidade de avaliar o Programa Mais Médicos como política pública para o fortalecimento da Atenção Primária no SUS foi o tema principal debatido no seminário que marcou os três anos do Programa Mais Médicos e contou com a participação dos principais pesquisadores e instituições. O evento foi realizado na sede da OPAS, nos dois dias 5 e 6 de dezembro, em Brasília. Também foi consenso a necessidade de produção e divulgação das evidências científicas para apoiar o gestor da saúde no planejamento e na tomada de decisões visando corrigir os rumos e sustentabilidade do Programa. O seminário, coordenado pela OPAS Brasil, debateu os principais resultados das pesquisas científicas sobre o Programa e os desafios para os próximos três anos.
A forte contribuição do Programa Mais Médicos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), verificada pelas evidências científicas apresentadas, foi o principal argumento para a continuidade e o avanço das pesquisas articuladas com as necessidades da gestão. “A OPAS tem o compromisso de fomentar estudos e apoiar na divulgação dos resultados do Mais Médicos dentro e fora do Brasil, tendo em vista que os países das Américas têm desafios sanitários semelhantes e podem se beneficiar da experiência do programa”, afirmou o Representante da OPAS OMS no Brasil, Joaquín Molina. A construção de uma agenda prioritária de pesquisas avaliativas sobre o Programa Mais Médicos com adoção de marcos comuns de avaliação foi defendidos pelo coordenador da Unidade Técnica do Programa Mais Médicos, Renato Tasca,. “A Opas se compromete a fazer parte e a facilitar a construção de uma agenda de pesquisas em comum com os diversos atores interessados sobre o PMM, ”, ressaltou Tasca. “As pesquisas devem caminhar bem próximo com quem toca a gestão, no nível municipal e estadual, porque é compromisso da gestão a atenção básica, porque é compromisso da gestão manter a melhoria da qualidade, a universalidade, da integralidade que nós estamos tentando conseguir dentro do sistema. Para a sustentabilidade do PMM será essencial o envolvimento dos municípios e do nível estadual”, aponta o pesquisador Osvaldo Tanaka, da Universidade de São Paulo. Na oportunidade, os pesquisadores de diversas instituições acadêmicas apresentaram resultados de pesquisas realizadas no período que abrangeram desde o acesso à Atenção Primária, cobertura, fixação e distribuição de médicos, integração sociocultural e lições aprendidas entre Cuba e Brasil com a implantação do programa.

Mesa Panorama da Produção científica do PMM

As pesquisadoras Maria Guadalupe Medina (ISC) e Patty Fidelis (UFF), da Rede de Pesquisas em APS da Abrasco, apresentaram os resultados do mapeamento da produção acadêmica sobre o Programa Mais Médicos. A pesquisa sistematizou e analisou mais de 200 publicações entre artigos (científico e de opinião), anais de eventos, monografias (TCC, dissertações de mestrado e teses de doutorados) e registros de pesquisas, inclusive as cadastradas na Plataforma de Conhecimentos do Programa Mais Médicos (mais médicos.bvsalud.org), sendo os dados coletados entre 5 de julho a 30 de outubro.“Nós identificamos uma grande expansão das instituições que publicam sobre o Mais Médicos, mas ainda há uma forte concentração nas regiões Sudeste e no Centro-Oeste, devido ao Distrito Federal. Desse conjunto de publicações, nos encontramos 47 artigos científicos e 35 artigos de opinião, sendo que nestes de opinião nós pudemos observar uma narrativa desfavorável no início do programa e no decorrer do período, com apoio da população, as narrativas passaram a ser apoiadores do programa”, ressalta Guadalupe. “É uma quantidade expressiva de artigos publicados em alguns periódicos, como no número especial da Revista Ciência e Saúde Coletiva, que traz um conjunto de artigos com evidências bastante robustas, principalmente, na questão da diminuição nas desigualdades na distribuição de médicos em áreas vulneráveis, principalmente, no Norte e no Nordeste, em áreas quilombolas e indígenas. Também foram evidenciados problemas na distribuição de médicos devido a não adesão ao programa de municípios com perfil e certa distribuição de médicos em municípios não considerados prioritários pelo critério da política, mas que aderiram”, revela Patty Fidellis. Dos 47 artigos científicos analisados, 79% não contaram com financiamento público, 13% receberam recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério da Saúde e 2% foram financiados pela Fapesc e Fundação Araucária. O estudo identificou que 51% do artigos científicos abordaram o eixo provimento do PMM, 30% foram classificados como geral, 9% foram sobre formação, 6% Provimento e Formação e 4% Provimento e Infraestrutura. A abordagem metodologia que sobressaiu nos artigos científicos foi a qualitativa (47%), ficando 42% dos artigos com abordagem quantitativa e 11% mista. Sobre a análises dos efeitos destes artigos científicos, 62% foram positivos, 26% não avalia efeito e 6% nulo.

Mesa Evidências da Efetividade do PMM

A mesa Evidências da Efetividade do PMM, realizada na tarde de segunda-feira (5/12), reuniu os pesquisadores Allan Barbosa ( UFMG), João Paulo Oliveira (UnB), Erno Harzheim (UFRGS), Ângelo Roncelli (UFRN) e Luiz Augusto Facchini (UFPel) além do coordenador de Avaliação do Departamento de Atenção Básica/MS, José Eudes Barroso Vieira.
“Com o programa houve uma inversão dos indicadores de rotatividades de médicos na APS com a redução da taxa de rotatividade após 2014. Também é evidenciado o crescimento do tempo de permanência desses profissionais médicos”, apontou o pesquisador Allan Barbosa, do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da UFMG. O pesquisador João Paulo Oliveira (UnB) apresentou os resultados da análise da implementação do provimento de médicos entre 2013 e 2014. “Houve redução de carência de médicos no Brasil com o PMM, porém 699 municípios com perfil prioritário não participaram do PMM”, afirmou Oliveira.“Estamos analisando se o PMM tem capacidade de provocar mudanças importantes que visam o fortalecimento dos sistemas de saúde do município. O Cosems do Maranhão, por exemplo, percebeu uma mudança na atuação da APS na rede de saúde após o PMM”, apontou o pesquisador Ângelo Roncelli (UFRN), que apresentou resultados preliminares da pesquisa que analisa a implementação do PMM a partir de seis estudos de caso (Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Maranhão), publicados pela Opas.

Lições Aprendidas: Saúde Universal e Programa Mais Médicos

Na terça-feira (6/12), foi realizada a mesa Lições Aprendidas: Saúde Universal e Programa Mais Médicos, com apresentações do consultor em sistemas e serviços de saúde, Jorge Hadad; Lizette Perez, assessora da Opas em Cuba; Leonardo Cavalcanti, do Observatório de Migrações da UnB; Osvaldo Tanaka, professor da USP; e Joaquín Molina, Representante da OPAS Brasil.
Osvaldo Tanaka, da Universidade de São Paulo, apresentou a pesquisa que procura identificar inovações no Programa Mais Médicos, partindo do princípio que o Eixo de Provimento Emergencial trouxe médicos com outra formação, porém com mas com a mesma lógica de fortalecimento da APS. “Nos interessa identificar as mudanças nos processos com a entrada do médico cubano, seja na prática clínica, seja na promoção da saúde e prevenção das doenças crônicas com envolvimento da comunidade e na gerência e na gestão do serviço (do ponto de vista da UBS e também com os outros níveis do sistema). Então estamos tentando identificar, essencialmente, como ele trabalha e como ele se auxilia de outros recursos e o que ele potencialmente melhora na atenção, ligada essencialmente ao vínculo e à corresponsabilização do cuidado”, explica Tanaka. A pesquisa está em fase de captação das entrevistas, são 14 casos sendo 8 deles realizados, com previsão de resultados para janeiro.
“O encontro foi importante para gente ter uma ideia do estado da arte de como está o processo e, ao mesmo tempo, fazer uma reflexão crítica do momento em que está o PMM. É extremamente importante rever as estratégias e identificar novas oportunidades para aumentar a capacidade do PMM e realmente ter os benefícios que a gente espera para a população brasileira”, reflete Tanaka.

Por Vanessa Borges – jornalista do Portal da Inovação em Saúde

Confira as apresentações disponibilizadas:
Provimento e Distribuição – João Paulo Oliveira (UnB)
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Cooperação Sul-Sul – Transferência de Conhecimento e Inovação – Osvaldo Tanaka (USP)
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Desafios da Avaliação de resultados do PMM: Reflexões e propostas – Renato Tasca (OPAS Brasil)
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Rede APS participa do evento sobre o Programa Mais Médicos

Acontece entre hoje e amanhã, na OPAS em Brasília, o evento Programa Mais Médicos: resultados, lições aprendidas e desafios. O objetivo é apresentar e debater os principais resultados do programa, com foco no provimento emergencial, contemplando as perspectivas políticas, gestoras, técnicas, e dos pesquisadores. Busca também identificar as lições aprendidas do programa como política pública, apontar os principais desafios do PMM e os instrumentos efetivos para uma ação coordenada, especialmente no processo de avaliação dos resultados entre os diferentes atores envolvidos no programa.
A Rede APS participa da programação hoje, dia 5, na mesa 1: Panorama da produção científica do PMM com as pesquisadoras Maria Guadalupe Medina (ISC) e Patty Fidelis (UFF)
As pesquisadoras fizeram um levantamento bibliográfico das pesquisas cadastradas na Plataforma do Programa Mais Médicos que está na página da REDE APS, para conhecer o que está sendo produzido em pesquisas cientificas e o que pode ser melhorado.

DAB realiza reunião da Coordenação Nacional da Avaliação Externa do PMAQ com Instituições de Ensino e Pesquisa

O O Departamento de Atenção Básica realizou nesta quarta-feira, 23/11, reunião da Coordenação Nacional da Avaliação Externa (AE) do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica – PMAQ. A Coordenação é composta pelo Departamento de Atenção Básica e as oito Instituições de Ensino e Pesquisa (IEP) parceiras do programa, responsáveis pela pesquisa da avaliação externa: Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal Rio Grande Sul (UFRGS), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Instituto de Saúde Coletiva/Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Com programação extensa, o encontro contou com pesquisadores representantes das Instituições parceiras e foi voltada para avaliar as etapas já realizadas e, ainda, planejar a 2ª fase desse ciclo que será a certificação das equipes participantes do 3º Ciclo do PMAQ.“Estamos no momento de preparação para a Avaliação Externa do PMAQ, assim como de desenvolvimento de estratégias de apoio institucional aos Estados e Municípios, divulgando os relatórios Analíticos do PMAQ e o acesso ao AMAQ on-line, sistemas desenvolvidos pelo MS. Essa reunião da Coordenação Nacional é para preparar e definir ações da Avaliação Externa do PMAQ, que está prevista para abril de 2017, quando todas as universidades visitarão as equipes que aderiram ao programa neste 3º Ciclo, realizando entrevistas com os profissionais das equipes participantes do PMAQ e enviando os dados ao Ministério da Saúde. Ao receber os dados, o MS é responsável pela avaliação das informações coletadas pelos entrevistadores e por realizar a certificação das equipes”, resumiu Davllyn dos Anjos, da Coordenação Geral de Acompanhamento e Avaliação, do Departamento de Atenção Básica (CGAA/DAB).

Daniele Montenegro e Sedir Moraes, gerentes de projetos e pesquisadores da UFRN, apresentaram o Sistema de Gestão da Avaliação Externa, esclareceram sobre o seu funcionamento, e sinalizaram as melhorias consolidadas no sistema. “Para essa nova etapa, apresentamos alguns avanços, como um painel público para o acesso dos gestores municipais e equipes da AB, além de um ambiente restrito para a gestão do trabalho de campo das IEPs.”, relatou Sedir.

Gabriela Evangelista Pereira, coordenadora de Campo da Avaliação Externa do PMAQ do ISC/UFBA, nos relata o que achou mais importante no encontro. “A retomada dessa agenda promove o fortalecimento do PMAQ. No encontro, foi possível discutir o cronograma e a sua viabilidade. Acredito também que é um grande avanço a possibilidade de acompanhar processualmente a inserção dos dados, agora poderemos vê-los desde o momento em que o entrevistador lança essas informações no sistema. Além disso, tornar os dados públicos, reforça a transparência no processo de trabalho”, elogiou.
Está previsto um piloto para o campo da Avaliação Externa para fevereiro de 2017 em que alguns municípios do país vão ajudar a calibrar o instrumento da AE. Funciona assim: o questionário é aplicado por pesquisadores nesses locais em módulo teste, para verificar se existem ajustes técnicos, teóricos ou logísticos a serem feitos. Após essa simulação, é validado o instrumento que compõe a certificação das equipes.

PMAQ
Lançado em 2011, o PMAQ tem como objetivo incentivar os gestores e as equipes a melhorar a qualidade dos serviços de saúde oferecidos aos cidadãos do território. Para isso, propõe um conjunto de estratégias de qualificação, acompanhamento e avaliação do trabalho das equipes de saúde e elevando o repasse de recursos do incentivo federal para os municípios participantes que atingirem melhora no padrão de qualidade no atendimento. Em 2016, seu 3º ciclo é iniciado com a adesão de 95,6% dos municípios brasileiros. No total, participam 38.865 (93,9%) equipes de Atenção Básica. Destas, 25.090 (95,9%) com equipes de Saúde Bucal e 4.110 (91,2%) Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Fonte DAB/MS http://dab.saude.gov.br/portaldab/