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Livro analisa a implementação da APS abrangente (“Comprehensive Primary Health Care”) em diferentes partes do mundo

“O conceito de APS abrangente – “comprehensive Primary Health Care” – tem como foco o esforço dos sistemas de saúde em melhorar a equidade no acesso, empoderamento comunitário, a participação de grupos marginalizados e a ação nos determinantes sociais de saúde. Apesar de sua existência desde os anos 70, poucos estudos foram capazes de destacar os resultados desse conceito – até agora.”

Essa é a apresentação do livro “Revitalizing Health for All: Case Studies of the Struggle for Comprehensive Primary Health Care”, editado por Ronald Labonté, David Sanders, Corinne Packer e Nikki Schaay, pesquisadores em Saúde Pública do Canadá e da África do Sul. O livro examina 13 estudos de caso de reformas relacionadas à estruturação de uma APS abrangente de diferentes países pelo mundo, dentre eles o Brasil.

O livro parte do desafio da implementação da APS desde 1978, ano da Conferência de Alma-ata, que tinha como meta ambiciosa “Saúde para todos até o ano 2000”. Desde então, os autores afirmam que:

  • Ainda que tenha havido maciços avanços na biomedicina, o progresso da melhoria da saúde populacional do mundo foi moderado;
  • As iniquidades de renda e de saúde aumentaram nas últimas décadas e em alguns países a condição de saúde estagnou e até piorou;
  • Ainda que a APS abrangente tenha sido a base da elaboração de políticas governamentais e da OMS, a ênfase numa APS seletiva, vertical e com abordagens centradas na doença levou a um panorama insustentável que vem sendo cada vez mais reconhecido como um impedimento para atingir equidade na saúde de várias partes do mundo.

Na introdução do livro, os autores apresentam a APS abrangente tanto como uma filosofia sócio-política quanto como uma estratégia de implementação. Incorporando as definições de Alma Ata referentes aos princípios da APS, os autores elencam seis ideais da APS que se pretenda abrangente.

Para isso, ela deve a) aumentar a equidade no acesso à saúde e outros serviços e recursos essenciais à saúde; b) promover empoderamento comunitário e reduzir vulnerabilidades sociais; c) enfrentar os determinantes sociais e ambientais de saúde e reduzir a exposição ao risco; d) aumentar a participação comunitária e as capacidades políticas de grupos marginalizados; e) aumentar as ações políticas intersetoriais sobre determinantes econômicos e sociais de saúde e f) melhorar os indicadores da saúde populacional e da equidade em saúde.

O livro conta com um capítulo de sistematização das evidências científicas na literatura dos achados da APS abrangente e é dividido em 4 seções: 1) “Aumentando o acesso com equidade do cuidado em saúde”; 2) “Engajamento comunitário”; 3) “Trabalhadores de saúde comunitários” e 4) “Governança e ação intersetorial”.

Com diferentes perspectivas, trata-se de uma obra que contribui muito para o debate da qualificação e estruturação da APS no Brasil.

Boa leitura!

 

Rede APS

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