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Arquivo Mensal outubro 2017

OPAS/OMS e revista Interface abrem prazo para submissão de artigos sobre educação, trabalho interprofissional e formação no Mais Médicos

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) e a revista Interface: Comunicação, Saúde, Educação convidam usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), pesquisadores, gestores, acadêmicos, trabalhadores e professores envolvidos no desenvolvimento de políticas públicas de saúde para participarem de dois suplementos temáticos da publicação, um sobre educação e trabalho interprofissional em saúde no Brasil e outro sobre formação médica no programa Mais Médicos.

Educação e Trabalho Interprofissional em Saúde no Brasil
A submissão de artigos pode ser realizada até 5 de novembro deste ano,por este link. No ato da inscrição, é preciso informar na carta aos editores que o trabalho é direcionado ao suplemento “Educação e Trabalho Interprofissional em Saúde no Brasil”. O objetivo da iniciativa é promover a produção técnico-científica e a análise dos processos relacionados à educação e trabalho interprofissional em saúde.

Serão aceitos textos relacionados a nove eixos:
• Aspectos teórico-conceituais da educação e do trabalho interprofissional em saúde;
• Políticas de reorientação da formação e do trabalho em saúde potentes para a adoção da interprofissionalidade;
• Iniciativas de educação interprofissional em saúde;
• Métodos de ensino-aprendizagem na educação interprofissional em saúde;
• Iniciativas de trabalho interprofissional e práticas colaborativas nos diversos cenários de produção dos serviços de saúde;
• Implicações da interprofissionalidade nos processos de mudanças da formação e do trabalho em saúde;
• Avaliação das iniciativas de educação e trabalho interprofissional em saúde;
• Trabalho interprofissional e práticas colaborativas em saúde no processo de fortalecimento e consolidação do SUS; e
• Centralidade dos usuários e de suas necessidades como fundamento para a educação e o trabalho interprofissional em saúde.

Desenvolvimento e Expansão do Ensino em Saúde no Brasil
O prazo para envio de artigos sobre formação médica no programa Mais Médicos – a serem publicados em um suplemento especial da revista Interface sobre desenvolvimento e expansão do ensino e saúde no Brasil – foi prorrogado até 30 de novembro. Os interessados em participar podem submeter seus trabalhos pelo site da revista. É importante informar na carta aos editores que o conteúdo é direcionado ao suplemento “Desenvolvimento e Expansão do Ensino em Saúde no Brasil”.

Serão aceitos textos relacionados a oito eixos:
• Democratização do acesso ao ensino médico;
• Gênese da Política Nacional de Expansão das escolas médicas;
• Impacto do programa Mais Médicos e das diretrizes curriculares de 2014 no projeto pedagógico das escolas médicas;
• Provimento, fixação e desenvolvimento docente nas escolas médicas no Brasil;
• Relações institucionais entre as novas escolas médicas e aquelas já existentes;
• Experiências de implantação e desenvolvimento de escolas médicas criadas a partir do programa Mais Médicos;
• Implementação das ações do eixo formação do programa Mais Médicos (graduação, residência, módulos de acolhimento e avaliação, supervisão/tutoria acadêmica e métodos educacionais); e
• Residências médicas – o redirecionamento da formação médica e a (re)emergência da medicina de família e comunidade.

As seções a serem cobertas pelos suplemento temáticos são:

• Artigos: textos ensaísticos, analíticos ou de revisão resultantes de pesquisas originais teóricas ou de campo (de natureza qualitativa), referentes à temática do fascículo (até seis mil palavras);
• Espaço aberto (relato de experiência): textos que descrevam e analisem criticamente experiência relevante para o escopo do suplemento, à luz da literatura nacional e internacional, sempre que couber (até cinco mil palavras).

Estudo analisa internações por condições sensíveis à APS no município de Belo Horizonte

As “internações por condições sensíveis à atenção primária” vêm sendo utilizadas como medida da efetividade da APS. Poucos estudos, no entanto, tiveram como foco o impacto de intervenções que aumentem a qualidade da APS em relação à tendência desse indicador.

Esse foi o objetivo descrito do artigo recentemente publicado no periódico da Oxford (Health Policy and Planning) por Claunara Mendonça, Vanessa Leotti, Juvenal Dias-da-Costa e Erno Harzeim, pesquisadores da UFRGS, Unisinos e UFPel, analisando este indicador associado ao status socioeconômico e a qualidade da ESF no município de Belo Horizonte.

A investigação partiu de um estudo que observou a relação da APS e o número de internações por condições sensíveis à atenção primária na cidade entre 2003 e 2006. Segundo os autores, o objetivo da nova investigação foi detectar variáveis adicionais que pudessem explicar a relação entre a qualidade das equipes de Saúde da Família (a partir do instrumento de avaliação PCA-Tool) e as tendências temporais de internação nos hospitais públicos de Belo Horizonte entre 2010 e 2013, associadas a fatores demográficos e socioeconômicos (utilizando o Índice de Vulnerabilidade à Saúde, criado pela secretaria de saúde do município).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Das 447.500 hospitalizações no período analisado, 19% (85.211) foram por condições sensíveis à APS. Do total de hospitalizações, mais de 75 mil (16,7%) eram referentes a 133 unidades básicas de saúde da capital mineira. Os pesquisadores estratificaram essas internações referentes à APS por risco socioeconômico: 47% eram de médio, 16,5% de baixo e 36,5% de alto risco.

Das variáveis analisadas, apenas os indicadores “acesso” e “vulnerabilidade social” demonstraram efeito nas taxas de hospitalização. A cada ponto a mais no índice de acesso, significou uma redução de 8 hospitalizações/10 mil por condições sensíveis à APS nos homens e 8,7/10 mil nas mulheres.

Em relação ao risco socioeconômico, um aumento de 10% na população sob alto risco representou um aumento de 7/10 mil hospitalizações, enquanto um aumento de também de 10% na população de baixo risco, traduziu-se numa redução de 10/10 mil, tanto no sexo masculino quanto feminino.

Na discussão dos dados, os autores realizam uma densa comparação dos achados encontrados com outros estudos nacionais e internacionais, em especial em relação à cobertura populacional, ao sexo, aos diferentes atributos avaliados pelo PCA-Tool e à rotatividade e perfil dos profissionais médicos nas equipes.

No que concerne aos determinantes sociais do processo saúde-doença, afirmam que a caracterização das populações vulneráveis, suportou os dados encontrados de outros estudos, em que os fatores ambientais e econômicos, como moradia, condições sanitárias, renda, educação e questões étnicas foram importantes preditores de internação e morbidade hospitalar.

Em suma, o artigo traz à tona, de forma densa, os impactos da qualidade da APS e diferentes determinantes no processo saúde-doença nas taxas de hospitalização populacional, chamando à atenção que, no Brasil, ainda há uma parcela significativa de pessoas sem acesso à ESF e com graves e históricos desafios, como a desigualdade de renda e a baixa escolarização.

Nesse sentido, os autores finalizam o artigo afirmando que a monitorização deve ser contínua e sistemática e deve incluir análises temporais para determinar o número e o perfil de profissionais nas equipes de ESF bem como avaliar o tamanho da população adscrita por equipe. O uso dessas diferentes estratégias de análise possibilitará o estabelecimento de padrões de qualidade e apoiará a tomada de decisões governamentais de forma mais efetiva, para que produza melhores indicadores de saúde no âmbito da APS.

Boa leitura!

 

 

TRF derruba liminar que impedia enfermeiros de requisitar exames

TRF derruba liminar que impedia enfermeiros de requisitar exames

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a decisão do juiz substituto da 20ª Vara Cível do Distrito Federal que proibia enfermeiros de realizar consultas, exames e prescrição de medicamentos a pacientes. A suspensão vale até o julgamento do mérito da liminar. A decisão se deu após a manifestação pública de diversas entidades contrárias a medida judicial.

Conforme nota do Conselho Federal de Enfermagem, “a solicitação de exames de rotina e complementares é realidade consolidada no Brasil desde 1997, quando foi editada a Resolução Cofen 195/97 (em vigor). A consulta de Enfermagem, o diagnóstico de Enfermagem e a prescrição de medicamentos em protocolos são competências dos enfermeiros estabelecidas na Lei 7.498/1986, regulamentada pelo Decreto 94.406/1987 e pela Portaria MS 2.436/2017”.

Durante o período de vigência da liminar, a população atendida pela Estratégia de Saúde da Família foi impedida de acessar diversos exames e protocolos, especialmente o pré-natal, a puericultura e o acompanhamento longitudinal de doenças crônicas no âmbito da APS.

Por conta disso, o desembargador Hilton Queiroz, presidente do TRF-1, suspendeu a liminar, tendo em vista “a grave lesão à Saúde Pública, a ordem jurídica, à economia pública e à ordem administrativa.”

Ainda que de forma não definitiva, a decisão representa uma vitória para as entidades contrárias à medida e que afeta diretamente a organização da APS no país.

 

 

12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – ABRASCÃO 2018

Fortalecer o SUS, os direitos e a democracia

Rio de Janeiro, 26 a 29 de julho de 2018

 

O Abrascão 2018 acontecerá num momento muito particular da história do Brasil: um contexto difícil. 
Direitos, liberdade, democracia, Universidade Pública e o Sistema Único de Saúde estão submetidos a ataques cerrados. 
O principal recurso à nossa disposição para organizarmos a resistência e impedir retrocessos à liberdade e aos direitos sociais somos nós mesmos. O Abrascão 2018 é um dos meios pelos quais podemos ecoar nossa voz. 
Precisamos organizar um Congresso que demonstre a conexão entre a Ciência produzida pela Saúde Coletiva e a defesa da vida e do bem-estar. 
Precisamos de um Congresso Político que ao final publique o Caderno da Abrasco pelo fortalecimento do SUS, dos direitos e da democracia. 
Precisamos de um Congresso que consiga combinar a crítica, a mais extensa liberdade de expressão, com a solidariedade e com a determinação de vivermos de maneira ética e democrática desde sempre. 
Este será um congresso-processo. O Abrascão 2018 já começou, e uma série de seminários, cursos e atividades regionais serão realizados em universidades, unidades de serviços e pesquisa para fomentar o debate e a construção de um projeto comum em defesa da sociedade. 
O 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva vai acontecer no campus da Fundação Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, uma escolha que representa a necessidade de ressaltarmos a trajetória da Saúde Pública à Saúde Coletiva. 
O pré-congresso será na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, um exemplo de resistência – A UERJ Resiste! – e também prova da determinação da elite brasileira e dos conservadores em destruir as universidades públicas e a política nacional de Ciência e Tecnologia.  
Duas instituições relevantes na criação da Saúde Coletiva e do SUS, duas instituições ameaçadas. Vamos abraçá-las, vamos comunicar ao mundo que resistiremos, que protegeremos o Brasil, a saúde da população e as instituições públicas da ordem perversa que domina o país. 
O engajamento coletivo com o nosso Abrascão, com os direitos, com o SUS e com a democracia serão nossas bandeiras. Vamos que vamos! 

 

Gastão Wagner de Sousa Campos 
Presidente da Abrasco

Visite o site do congresso – http://www.saudecoletiva.org.br/

Rede APS realiza oficina sobre Estratégias para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde no Congresso de Epidemiologia da ABRASCO

O Comitê Coordenador da Rede de Pesquisa APS realizou uma oficina no último domingo (8) no X Congresso Brasileiro de Epidemiologia da ABRASCO em Florianópolis. O encontro teve como tema central as “Estratégias Metodológicas para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde”. Após a abertura conduzida pelos professores Ligia Giovanella (ENSP-Fiocruz) e Luiz Facchini (UFPel), houve três apresentações relacionadas à temática do encontro.

A primeira, feita pela Profª Rosana Aquino (UFBA), trouxe à tona reflexões sobre estratégias para avaliação do Programa Mais Médicos. Além de caracterizar as dimensões da política instituída em 2013 e suas relações com o déficit de médicos no país, Aquino aprofundou as particularidades do conceito de impacto na literatura sobre avaliação de programas. Utilizando, dentre outros materiais, um artigo de Howard White, discutiu-se a importância de mapear cadeias causais, compreender contextos, antecipar heterogeneidades e buscar identificar “valores contrafactuais” de maneira rigorosa para medir os impactos de uma política.

Em seguida, o Prof. Thiago Fernandez (UFMG) realizou uma exposição com sugestões de parâmetros para monitoramento na avaliação do acesso e da distribuição de médicos do Programa Mais Médicos (PMM) na ESF. Utilizando metodologias mistas e dados georreferenciados referentes a internações hospitalares em geral e especificamente de condições sensíveis a APS (ICSAP), Fernandez apresentou formas potenciais para medir o impacto do PMM na saúde populacional.

Por último, o Prof. Luiz Facchini (UFPel) discutiu a avaliação do acesso e da qualidade da Atenção Básica. Partindo da idéia de que as necessidades em saúde são socialmente determinadas, Facchini contextualizou e fundamentou teoricamente o debate sobre avaliação do acesso e da qualidade na atenção à saúde. Após apresentar um estudo comparativo entre unidades de saúde com e sem PMM, o professor apontou que as primeiras evidências mostram que o PMM é efetivo na ampliação do acesso e na melhoria da qualidade da APS, especialmente em localidades mais pobres, mais distantes e com populações mais vulneráveis. No entanto, afirma que ainda falta financiamento adequado e aprimorar as formas de avaliação de processos e resultados para esse nível de atenção.

Após as exposições, os integrantes da Rede de Pesquisa em APS realizaram uma apresentação geral sobre as pesquisas que vem desenvolvendo. Foram apresentados os grupos:

  1. GBEM (Grupo Brasileiro de Estudos Sobre Multimorbidade) – UFG
  2. CepAPS (Centro de Estudo e Pesquisa em Atenção Primaria à Saúde) – Grupo Hospitalar Conceição
  3. LAPACIS (Laboratório de Práticas Alternativas, Complementares e Integrativas em Saúde) – FCM-UNICAMP
  4. FIOCRUZ CEARÁ
  5. AQUARES – Avaliação em Saúde – UFPel
  6. Grupo de Pesquisas em Atenção Primária à Saúde – ENSP-FIOCRUZ
  7. GEGES (Grupo de Estudos de Gerência e Ensino em Saúde) – ISC-UFF
  8. Observatório de Recursos Humanos em Saúde – FACE-UFMG
  9. GRAB (Programa integrado de pesquisa e cooperação técnica em formação e avaliação da atenção básica) – ISC-UFBA
  10. LAPOG (Laboratório de Política e Gestão) – FSP-USP

Iniciou-se a formulação de uma agenda de pesquisas em APS no Brasil a partir das perspectivas dos pesquisadores.

Temas

—  Escopo de práticas e qualidade da atenção prestada

—  Impacto da APS na saúde da população

—  Impacto da APS nas desigualdades sociais

—  Fatores associados à efetividade dos atributos da APS

—  Práticas avançadas em enfermagem na APS

—  Práticas e competências de ACS

—  Coordenação de cuidados pela APS

—  Acesso às populações do campo, florestas e águas

—  Pesquisas intervenção com introdução de novas práticas e avaliação concomitante

—  Análise das repercussões das mudanças da PNAB 2017 na qualidade dos cuidados e atributos da APS, incluindo  comparação da efetividade das práticas entre equipes AB (da mudança da PNAB prevista em 2017) e equipes ESF

—  Avaliação de tecnologias leves para cuidado de portadores de doenças crônicas na APS, incluindo práticas alternativas e complementares

—  Abordagens territoriais em APS

—  Financiamento em APS: modalidades e prospecção

—  Modelos assistenciais em APS para multimorbidade

—  Análise de tendências e perspectivas da APS em longo prazo

—  Modalidades de gestão em APS – comparativo eficiência e efetividade

—  Formação em APS – análise das mudanças curriculares

—  Trabalho em equipe multiprofissional

—  Promoção da saúde

—  Avaliação da incorporação de tecnologias preventivas em APS

—  Pesquisa clinica em APS (foco?)

—  Articulação entre práticas clínicas e de saúde coletiva em APS

 Em suma, tratou-se de uma oficina bastante produtiva, com uma agenda plural e densa a ser encaminhada pelos integrantes da rede, no complexo momento que vive a APS e o Sistema Único de Saúde como um todo no país.

 

Oficina da Rede APS debate Estratégias Metodológicas para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde.

O Comitê coordenador da Rede de Pesquisa APS realizou uma
oficina durante as atividades do pré-congresso do X Congresso
Brasileiro de Epidemiologia  que acontece de 7 a 11 de
outubro, em Florianópolis. O encontro foi realizado no dia 8 de outubro e teve como tema central a discussão de Estratégias Metodológicas para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde.

O coordenador da Rede Luiz Augusto Facchini abriu as atividades
informando a programação do dia e a professora Ligia Giovanella,
que integra o comitê, falou dos 7 anos de trabalho da
Rede e convidou a todos os participantes a se cadastrarem no
site. Destacou a cooperação da rede com a OPAS nas pesquisas
e análises do Programa Mais Médico e da proposta do presidente
da ABRASCO Gastão Wagner para a Rede organizar uma
atividade durante as atividades de pré-congresso do ABRASCÃO
2018 pois serão 40 anos da Alma -Ata.

A Professora da UFBA Rosana Aquino expôs o tema PMM: Estratégias para a Avaliação, o  pesquisador Thiago Rocha do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da UFMG abordou a Utilização de técnicas de geoprocessamento para a definição de contratuais em estudos avaliativos voltados a APS e o coordenador da Rede e do projeto Aquares da UFPEL Facchini apresentou o Acesso a Atenção Básica.Após as apresentações foi aberto um debate com os participantes.

Na parte da tarde os integrantes do comitê mostraram seus
grupos de pesquisas e  convidaram os participantes a falar
dos seus trabalhos. Às 17h  foram encerradas as atividades com o encaminhamentos de pensar os grandes eixos de pesquisas em APS e a elaboração de uma agenda estratégica e política para a Atenção Primária. O comitê voltou a reunir-se no dia 9 das 12h às 14h para dar andamento aos encaminhamentos definidos na oficina.

Coordenador da Rede APS Luiz Augusto Facchini é homenageado no X EPI

“A Reforma Sanitária está viva, ela está em todos os espaços, ela está aqui. Este é o momento em que ela precisa inspirar e mobilizar: precisamos articular nossa prática teórica com a prática política” pediu Antonio Boing, presidente do 10º Congresso Brasileiro de Epidemiologia da Abrasco. A fala de Boing foi a primeira de uma série de depoimentos fortes, emocionados, esperançosos, que fizeram da solenidade de abertura do Epi2017, um chamamento para todos os congressistas: – “Nossa estratégia de sobrevivência é a gente ser coerente em cada ação nossa, e produzir um movimento de oposição e resistência que ao mesmo tempo vá criando um mundo novo como a gente quer. Vamos resistir e vamos criar, o Brasil é melhor do que esse povo que está lá em Brasília”, disse Gastão Wagner, presidente da Abrasco, abrindo oficialmente o congresso diante de quase três mil pessoas.

Além de Antonio Boing e Gastão Wagner, a mesa de abertura contou com a presença de Joaquim Molina (representante da Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS); Jarbas Barbosa (presidente da Anvisa); Sergio Freitas (Pró-Reitor da UFSC); Nísia Trindade (presidente da Fiocruz); Ana Cristina Vidor (Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis); Henrique Barros (presidente da Associação Internacional de Epidemiologia – IEA) e ainda Maria Amélia Veras (coordenadora da Comissão de Epidemiologia da Abrasco e coordenadora da Comissão Científica do Epi2017).

Foram homenageados quatro expoentes da Epidemiologia brasileira durante a cerimônia de abertura: Maria Zélia Rouquayrol, professora emérita da Universidade Federal do Ceará, José da Silva Guedes, Professor pleno de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Luiz Augusto Facchini, Ex-presidente da ABRASCO e coordenador da Rede APS , Moyses Szklo, brasileiro, que leciona na universidade Johns Hopkins, editor do American Journal of Epidemiology . A última homenagem foi feita pela coordenadora do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da UFSC, professora Josimari Lacerda, ao professor Luiz Carlos Cancellier, Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, que cometeu suicídio na manhã da segunda-feira, 2 de outubro de 2017.

Vencer a noite

Quando Luiz Augusto Facchini recebeu a homenagem, pediu quebra de protocolo para agradecer: – “É muita generosidade de vocês, eu não mereço… A gente tem noites pessoais que são terríveis, talvez nunca passem, mas nós temos convicção que a noite que este país enfrenta, será vencida, e só o trabalho coletivo permite isso!” disse Facchini, já em meio a uma salva de palmas. 

Nota publicada pela ABRASCO – https://www.abrasco.org.br/site/

PETIÇÃO PÚBLICA – Contra Decisão Judicial 1006566-69.2017.4.01.3400, quanto ao que permite o enfermeiro solicitar exames determinados em Protocolos

Nós profissionais de Enfermagem, cidadãs e cidadãos mobilizados, ABAIXO ASSINAMOS nosso total REPÚDIO contra a decisão Judicial 1006566-69.2017.4.01.3400 movida pelo Conselho Federal de Medicina contra a União no que tange à suspensão parcial da Portaria nº 2.488 de 2011, quanto á solicitação de exames por estes profissionais. 
A decisão se sobrepôs ao interesse público, em detrimento da população brasileira, ameaçando a efetividade de programas de assistência consolidados na Atenção Básica. A restrição imposta pela decisão liminar proferida no processo movido pelo CFM prejudica a efetividade do atendimento na Atenção Básica e no pré-natal de baixo risco, atrasando ou inviabilizando exames essenciais como VDRL, em um momento crítico no qual o Brasil enfrenta epidemia declarada de sífilis, associada a complicações graves, inclusive cegueira e morte neonatal. 
O atendimento feito por enfermeiras e enfermeiros em programas de Saúde que atendem diabéticos e hipertensos (“hiperdia”), tuberculose, hanseníase, DST/Aids, dentre outros agravos, também pode sofrer descontinuidade, causando prejuízos graves à população. 
A própria RESOLUÇÃO COFEN-195/1997, já analisa o teor da solicitação de exames pelos enfermeiros (as) e ressalva que “para a prescrição de medicamentos em programa de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde, o Enfermeiro necessita solicitar exame de rotina e complementares para uma efetiva assistência ao paciente sem risco para o mesmo” e que “considerando que a não solicitação de exames de rotina e complementares quando necessários para a prescrição de medicamentos é agir de forma omissa, negligente e imprudente, colocando em risco seu cliente (paciente)”, sendo assim nesta mesma portaria atribuiu a este profissional através do Art. 1º: ” O Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e complementares quando no exercício de suas atividades profissionais”.  Reafirmamos o compromisso da Enfermagem com a população brasileira e repudiamos a maneira sensacionalista como a questão foi tratada pelo CFM, acirrando falsa rivalidade entre profissões essenciais ao cuidado. O corporativismo médico não pode se sobrepor ao interesse coletivo, prejudicando o atendimento à população.  (Fonte: COFEN). 
Solicitamos enquanto profissionais da saúde e usuários do sistema que a Justiça Federal analise com mais cautela e interpele pela saúde pública deste país, voltando a permitir aos profissionais da Enfermagem a sua atuação quanto ao que foi vetado. 

Nota da SBMFC: restrições do trabalho do enfermeiro na estratégia saúde da família

“A SBMFC vem a público manifestar sua preocupação quanto ao risco de prejuízos assistenciais na Estratégia Saúde da Família com a limitação do trabalho do enfermeiro na atenção primária por uma determinação judicial.

A maioria dos países com sistemas de saúde universais e orientados por uma atenção primária forte e de qualidade contam, cada vez mais, com a presença do enfermeiro. Podemos citar o caso da Inglaterra e do Canadá, onde as Nurse Practitioners prestam assistência aos problemas de saúde mais frequentes na atenção primária, com farta demonstração na literatura da qualidade prestada e da custo-efetividade global. Este trabalho, por suposto, é realizado de forma conjunta com o médico de família e comunidade, dividindo responsabilidades e otimizando o cuidado abrangente à saúde.

No Brasil, há mais de 20 anos o Ministério da Saúde publica diversos protocolos assistenciais para a Estratégia Saúde da Família (ESF), que orientam a prática assistencial prestada pelas diversas profissões de forma conjunta, onde médicos e enfermeiros fazem suas consultas e discutem buscando as melhores práticas para seus pacientes. São exemplos o cuidado materno-infantil, a atenção às pessoas com doenças crônicas como hipertensão ou diabetes e as doenças infecto-contagiosas como tuberculose e hanseníase. Ambos tomam decisões dentro do seu escopo profissional realizando procedimentos propedêuticos e terapêuticos de sua competência.

Na busca por uma melhor oferta dos cuidados na ESF, defendemos que todas as profissões que atuem na atenção primária brasileira tenham formação especializada em saúde da família, através da pós-graduação na modalidade residência, considerada padrão ouro de formação do especialista: no caso do médico, a residência em medicina de família e comunidade, e do enfermeiro, a residência em saúde da família.

Entendemos que o caminho da judicialização das profissões em saúde não tem sido proveitoso ao longo da história da construção do SUS, e sempre o maior prejudicado é o usuário.

Acreditamos que possamos avançar para um diálogo mais consistente entre os conselhos profissionais, para que possamos atingir um patamar de trabalho interprofissional de alta qualidade, beneficiando sempre o usuário do sistema de saúde”.

Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade  

Rede APS realizará oficina durante as atividades do X Congresso Brasileiro de Epidemiologia

O Comitê coordenador da Rede de Pesquisa APS estará reunido no dia 8 de outubro, domingo, nas atividades do pré-congresso do X Congresso Brasileiro de Epidemiologia que acontece de 7 a 11 de outubro em Florianópolis. Os integrantes discutirão  estratégias metodológicas para avaliação de impacto e políticas de saúde e  apresentarão seus grupos de pesquisas com sugestões para uma agenda de pesquisas em APS.

No dia 11 de outubro, das 11:10 às 13h, o coordenador da Rede Luiz Augusto Facchini integra da mesa redonda que abordará a Avaliação do Programa Mais Médicos para o Brasil: contribuições da epidemiologia e abordará o tema Indicadores de processo na avaliação do Programa Mais Médicos.

Confira abaixo a programação oficial das atividades:

PROGRAMAÇÃO:  Oficina Rede APS

Estratégias Metodológicas para Avaliação de Impacto de Políticas de Saúde

Dia: 08/10/2017 – Domingo 

Horário: 9h às 18h 

Local : UFSC – Centro de Ciências da Saúde da UFSC – Bloco B – 3º andar – Sala 924

9:00 – 9:15 – Recepção e abertura da Oficina

Coordenação: Ligia Giovanella e Luiz Augusto Facchini

Estratégias metodológicas para avaliação de impacto de políticas de saúde.

9:15 – 9:45 – apresentação Rosana Aquino – UFBA

9:45 – 10:00 – apresentação Thiago Hernandez – UFMG

10:00 – 10:15 – apresentação Luiz Augusto Facchini – UFPEL

10:15 – 10:30 – Intervalo

10:30 – 12:00 – discussão plenária e encaminhamento de propostas

12:00 – 14:00 – Intervalo almoço

14:00 – 16:00 – Apresentação dos Grupos de Pesquisa em APS do Brasil

– sugestões para uma Agenda Nacional de Pesquisa em APS 

16:00 – 17:00 – Construção do ABRASCÃO 2018

Planejamento do Seminário sobre APS

17:00 Encerramento da Oficina

17:00 -18:00 – Reunião do comitê coordenador – Rede APS 

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Dia 11/10/2017

Horário: das 11h10 às 13h 

Local: Sala Arvoredo 02 – Centrosul 

Mesa Redonda – Avaliação do Programa Mais Médicos para o Brasil: contribuições da epidemiologia

Palestrante: Leonor Maria Pacheco Santos (DF)

Programa Mais Médicos e qualidade da atenção primária a saúde
Palestrante: Erno Harzheim (RS)

Indicadores de processo na avaliação do Programa Mais Médicos
Palestrante: Luiz Augusto Facchini (RS)
Moderador: Carlos Rosales (DF)
Debate e Perguntas