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Arquivo Mensal janeiro 2019

A contribuição da Atenção Primária à Saúde para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Três autores de proeminentes universidades do Brasil, EUA e o Reino Unido – Thomas Hone e os professores James Macinko e Christopher Millett – em recente publicação do jornal The Lancet discutiram a inter-relação entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), a partir da  revisão de evidências que comprovaram que os países que escolheram reorientar seus sistemas de saúde para a APS têm maiores chances de atingir os ODS dentro do prazo de 2030, comparados aos países com sistemas de saúde centrados na atenção hospitalar e países com baixos investimentos no setor saúde.

Os ODS foram adotados por representantes dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2015, como sucessores aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) elaborados em 2000 para orientar a ação dos governos nos níveis internacional, nacional e local por 15 anos. Os autores apontaram que a falta de referência à APS nos ODS reflete a implementação decepcionante, até o momento, dos princípios de Alma Ata, atribuindo esta deficiência à má interpretação da Declaração, baixa motivação política e financiamentos limitados.

Para reforçar seus argumentos, os pesquisadores destacaram a diferença entre a APS e os serviços de atenção básica (primary health care and primary services), ressaltando que embora os últimos sejam vitais, são apenas um de vários componentes necessários a organização da APS. Ademais propuseram interpretar a APS como uma visão social para a saúde e o desenvolvimento, e como plataforma para articular diferentes movimentos baseados em princípios chaves comuns, a saber: a intersetorialidade da saúde, a promoção da saúde, os determinantes sociais da saúde, a cobertura universal de saúde, a inequidade em saúde, abordagens para o desenvolvimento da primeira infância e do curso da vida, e cuidados centrados na comunidade e no paciente.

Em relação aos ODS,  os pesquisadores apresentaram duas extensas tabelas que descrevem como a APS pode contribuir não apenas para o objetivo 3, especificamente relacionado à saúde  (Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades), mas como para o alcance de todos os outros 16 ODS, a saber: 1) Erradicação da pobreza; 2) Fome zero e agricultura sustentável; 4) Educação de qualidade; 5) Igualdade de gênero; 6) Água potável e saneamento; 7) Energia accessível e limpa; 8) Trabalho decente e crescimento econômico; 9) Indústria, inovação e infraestrutura; 10) Redução das desigualdades; 11) Cidades e comunidades sustentáveis; 12) Consumo e produção responsáveis; 13) Ação contra a mudança global do clima; 14) Vida na água; 15) Vida terrestre; 16) Paz, justiça e instituições eficazes; 17) Parcerias e meios de implementação.

Os autores também traçaram uma conexão entre a APS declarada em Alma Ata e o surgimento do movimento da cobertura universal de saúde (Universal Health Coverage – UHC), citando como a declaração de 1978 demandava que a atenção à saúde seja acessível universalmente e para todos. Ademais defenderam que para enfrentar as preocupações que a UHC seja enfocada demais em serviços curativos é preciso incorporá-la com a visão de saúde mais ampla da APS.

Finalmente, depois de reconhecer os esforços durante a última década para incluir a APS na agenda global, os autores ressaltaram que ainda permanecem desafios e encorajaram os países e instituições internacionais a valorizar a APS enquanto estratégia fundamental para alcançar os ODS.

Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

Nota Abrasco contra o Decreto 9.685, que flexibiliza porte de armas de fogo e munições no Brasil

Em face da aprovação do Decreto 9.685, que facilita a posse de armas de fogo e
munições à população brasileira, publicado em edição especial do Diário Oficial
da União em vigor desde o dia 15 de janeiro de 2019, a Associação Brasileira de
Saúde Coletiva – Abrasco manifesta sua discordância e aponta os riscos que esta
medida pode acarretar para a população brasileira.

O Brasil já se apresenta como o país com o maior número de mortes por arma
de fogo no mundo segundo dados da Pesquisa Global de Mortalidade por Armas
de Fogo (Institute for Health Metrics and Evaluation. Global Mortality from
firearms, 1990 – 2016, 2018). Em 2016, foram registrados no país 62.517
homicídios (Ministério da Saúde, Sistema de Informações de Mortalidade,
2018). Este número equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil
habitantes, o que corresponde a 30 vezes a taxa da Europa. Nos últimos dez
anos, 553 mil pessoas morreram devido à violência intencional no Brasil, sendo
que 71% dos homicídios foram associados a armas de fogo. O maior percentual

destes óbitos ocorreu entre jovens do sexo masculino, negros, de periferia, com
baixa escolaridade (Cerqueira et al. Atlas da Violência. IPEA, 2018).

A lei federal sobre o Estatuto do Desarmamento entrou em vigor em 23 de
dezembro de 2003. É importante ressaltar que as alarmantes taxas de mortes
por armas de fogo, após esta lei entrar em vigor, diminuíram em estados como
Rio de Janeiro e São Paulo (IPEA. Atlas da Violência, 2018).

O novo decreto assinado pelo atual governo é um retrocesso e pode resultar em
um quadro ainda pior nos nossos índices de violência. O decreto não considera
as evidências científicas vitais que comprovam que a maior circulação de armas
de fogo contribui para o aumento da violência letal no país.
Alertamos que a liberação da posse de armas terá consequências gravíssimas
com risco potencial de aumento da violência inter e intrapessoal, o que não só
pode levar a um número elevado de óbitos como também a sequelas físicas e
mentais. Esta situação agravará as condições de vida de toda a população do
país e, em especial, a dos grupos mais vulneráveis que já sofrem em seu
cotidiano as consequências das desigualdades sociais, econômicas e culturais.
Estaremos atentos e conclamamos a toda comunidade acadêmica e os
profissionais de saúde que monitorem dados qualificados sobre os efeitos da
violência ao longo dos próximos anos.

A Abrasco se soma a todas as manifestações em repúdio ao Decreto 9.685 e
entende que o combate à violência deve se dar respeitando a cultura da paz com
grande investimento no campo da segurança levando em conta medidas
integradas que assegurem educação, saúde e proteção social a todos os
brasileiros.

Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2019.

10 prioridades de pesquisa em APS identificadas através da utilização de um método Delphi modificado

Com este estudo publicado pelo jornal aberto PLOS ONE, seis pesquisadores de instituições acadêmicas canadenses procuraram estabelecer quais são as 10 prioridades de pesquisa em atenção primária em saúde (APS), focando-se em particular nas necessidades de países de renda média e baixa. Justificaram a necessidade de um estudo desta natureza ressaltando a importância da APS para o êxito dos sistemas de saúde, e apontando a escassez de pesquisa centrada em temas de APS. Os autores argumentaram que o estabelecimento de prioridades de pesquisa em APS tornaria o financiamento desta mais efetivo.

O método escolhido para o estudo foi o processo da James Lind Alliance (JLA), desenvolvido para determinar prioridades empregando diferentes abordagens, como enquêtes e grupos focais. O JLA inspira-se no método Delphi, reconhecido para o desenvolvimento de consenso entre partes interessadas. O primeiro passo foi solicitar, através de uma plataforma na internet, respostas abertas à seguinte pergunta: “Por favor sugira até três questões importantes para a pesquisa em APS”. Os respondentes, ademais, tinham que identificar sua posição como parte interessada, entre “profissional médico”, “pesquisador”, ou “membro do público”. De fato, os autores visavam incluir a opinião do público geral, que, porém, somente representou 18,7% dos respondentes. A enquete foi disseminada em inglês, francês e espanhol através de uma abordagem dirigida, que procurou envolver principalmente, porém não unicamente, atores de países de renda média e baixa. Utilizaram-se contatos existentes com organizações de atenção primária, medicina da família e organizações de pacientes, convidando-os a disseminar a enquete para seus contatos, tipo bola de neve.

131 pessoas de 27 países responderam à enquete, provendo um total de 379 propostas de pesquisa. A maioria delas foi feita por profissionais médicos (60,4%) e pesquisadores (20,8%). Num primeiro momento, os autores eliminaram algumas das propostas: 29 por serem fora do tema da APS, 65 por considerar que dificilmente chegariam a ser escolhidas entre as 36 que seriam discutidas por um grupo focal, e 6 por serem relacionadas a temas já amplamente estudados. Dois dos autores trabalharam nas 279 propostas mantidas, juntando as similares, totalizando-se  101 questões. Estas foram classificadas de forma independente por cada autor, obtendo as 36 mais importantes segundo a classificação dos autores. O passo final foi de submeter as 36 propostas a uma reunião presencial de 26 participantes de 13 países (principalmente da África e da Ásia), durante um congresso internacional de medicina da família. As 10 propostas de pesquisa em APS identificadas através deste último exercício foram: 1) Qual a melhor maneira de abordar os determinantes sociais da saúde e promover a equidade em saúde através da APS? 2) Como financiar, organizar e prover profissionais para a APS 3) Qual o melhor jeito de alcançar a cobertura universal em saúde nos países de renda média e baixa? 4) Como medir o desempenho da APS? 5) Quais as maneiras mais efetivas de traduzir conhecimento e evidências em APS? 6) Quais as intervenções mais efetivas para melhorar as habilidades funcionais e qualidade de vida das pessoas com multimorbidade? 7) Quais as melhores estratégias para envolver os pacientes no desenho e implantação de ações de APS? 8) Como integrar o conhecimento de comunidades indígenas na provisão de serviços individuais em APS? 9) Qual o melhor jeito para a APS promover hábitos saudáveis na população? 10) Quais os efeitos de utilizar comunicação eletrônica (incluindo e-mail, mensagens de texto e registros eletrônicos) na provisão de APS?

Para concluir, os autores citaram um artigo de 2004 do jornal Annals of Family Medicine, que já ressaltava a necessidade de levar a cabo pesquisa centrada em medicina da família, descrevendo a pesquisa em APS como o elo perdido no desenvolvimento de cuidados na saúde que sejam de alta qualidade e baseados em evidências.

Para ler o artigo na íntegra clique aqui.

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

 

Livro Atenção Primária à Saúde no Brasil: Conceitos, Prática e Pesquisa é o mais vendido na ABRASCO Livros

A Abrasco Livros divulgou a relação dos livros mais vendidos e em primeiro lugar está Atenção Primária à Saúde no Brasil: Conceitos, Prática e Pesquisa organizado pela integrante do comitê gestor Maria Helena Mendonça  e com participação de vários pesquisadores da REDE APS. Parabéns a todos pelo excelente trabalho. Sucesso!!!

Abaixo parte da divulgação da ABRASCO sobre a publicação:

Qualidade acadêmica, debate atualizado, panoramas amplos e com profundidade, lacunas na bibliografia. O que define o sucesso de um livro? Não há uma única resposta, nem mágica. Há sim muito trabalho, experiência e alegrias na trajetória. 
Dentro de um catálogo com quase sete mil títulos, constantemente renovados e expostos tanto na loja física – no Rio de Janeiro – na loja virtual, e em ações itinerantes em eventos e congressos, a Abrasco Livros movimenta a produção de conhecimento da Saúde Coletiva e áreas afins e complementares, oferecendo ao público uma seleção de sucesso. Ou seja, de livros atualizados, necessários e que preenchem as lacunas na sua biblioteca.

O primeiro colocado, Atenção Primária à Saúde no Brasil: Conceitos, Práticas e Pesquisa, é uma coletânea com mais de 20 artigos sobre a temática, responsável pela atenção à saúde de mais da metade dos brasileiros. “Estamos plenamente satisfeitos, convencidos e esperançosos sobre a adequação e temporalidade da contribuição dessa obra” diz Maria Helena M. de Mendonça, uma das organizadoras junto com Gustavo C. Matta, Roberta Gondim e Lígia Giovanella.

Com o objetivo de apresentar um panorama sobre as principais questões que deram vida à história da implementação da política nacional da APS brasileira nos últimos anos, o livro traz o debate sobre os atuais desafios à consolidação do direito humano à saúde como valor fundamental para a construção do SUS e para a garantia de um cuidado digno e integral para a população brasileira. “Essa obra preenche uma lacuna no acervo da Editora Fiocruz e se constitui em uma construção coletiva, profunda, apoiada em abordagens diversas e de caráter multidisciplinar onde cada uma temática resulta da dedicação e expertise dos autores/pesquisadores” completa Roberta Gondim.

Confira o ranking dos 10 livros mais vendidos na Abrasco Livros em 2018 – Clique nos títulos e compre online

📕#1 Atenção Primária à Saúde no Brasil: Conceitos, Prática e Pesquisa

📗#2 Teoria da Reforma Sanitária – Diálogos Críticos

📘#3 Políticas Sociais: Conceitos, Trajetórias e a Experiência Brasileira

📙#4 Subcidadania Brasileira: para entender o país além do jeitinho brasileiro

📕#5 O que é o SUS?

📗#6 O jogo como prática de saúde

📘#7 Saúde Mental e Atenção Psicossocial

📙#8 História Saúde Coletiva & Medicina

📕#9 O Apoio Paideia e Suas Rodas

📗#10 Investigação sobre Cogestão Apoio Institucional e Apoio Matricial no SUS

1o Seminário Integração Ensino-Serviço Rural UFPE Caruaru

Evento: 1º Seminário Integração Ensino-Serviço Rural UFPE Caruaru

Data: 05/02/2019

Local: Auditório da Faculdade de Medicina da UFPE  – Caruaru

Horário: 8h30 às 18h

Público-alvo: docentes, preceptores, gestores em saúde e educacionais, estudantes da área da saúde e usuários dos serviços de saúde interessados na temática

Inscrições:  são limitadas, devendo ser realizadas antecipadamente pelo link:
https://goo.gl/forms/0wZ3ipYnN2KRywYp2

1ª Oficina do Comitê Gestor APS de 2019

 

 1ª Oficina do Comitê Gestor APS – Inovações para APS forte no SUS
22 de março de 2019
Local: Auditório 4 da Faculdade de Ciências Econômicas FACE/UFMG – Endereço – Av. Pres. Antônio Carlos, 6627 – Pampulha – BH

08h30/09h30 – Abertura – Boas vindas
Participantes: Mauro Guimarães Junqueira(presidente do CONASEMS), Hugo Eduardo (Diretor da Face), Renato Tasca ( OPAS/OMS), Luiz A Facchini (coordenador Rede APS), Ligia Giovanella (coordenadora Rede APS) Allan C Q Barbosa (comitê gestor/professor FACE)

09h30/11h– Conferência de Abertura – Os Desafios da APS no novo contexto
Debatedor: Renato Tasca (OPAS/OMS)
Apresentação: Helvécio Miranda Magalhães Júnior PBH – FIOCRUZ Instituto René Rachou
11h00/12h30 – Avaliação da Atenção Primária à Saúde – Estudo Realizado entre Profissionais de Saúde aliado a Estudo Transversal de Base Populacional
Apresentação: Maria Turci – Professora UNIFENAS

13h00/14h30 – Intervalo almoço

14h30/16h30 – Reunião Comitê Gestor da Rede APS -Pauta: Apresentação dos grupos das pesquisas em desenvolvimento, programação de atividades  no 8º Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde/PB e assuntos gerais.

16h30/ 17h30 – Lançamento da Revista eletrônica da REDE APS-APS em Revista
18h – Encerramento da Oficina

 

 

 

 

O Programa Mais Médicos chama a atenção internacional

A saída dos médicos cubanos do Programa Mais Médicos (PMM) não demorou em atrair atenção internacional. A renomada revista científica British Medical Journal dedicou ao tema um editorial do seu número de dezembro de 2018, perguntando-se se essa decisão marcará o fim do programa.

O editorial, escrito por pesquisadores da Universidade de Brasília, a Universidade de São Paulo, a Universidade Federal da Bahia e o Imperial College de Londres, destaca que o PMM procurou abordar o problema da distribuição desigual de médicos no país. De fato, o Brasil apesar de ter nacionalmente uma taxa de médicos por população não muito inferior aos países de renda alta com sistemas universais de saúde (Brasil: 2/1.000; Reino Unido: 2,83/1.000; Canada: 2,54/1.000; Australia: 3,5/1.000), a má distribuição destes profissionais acaba deixando o 42% da população brasileira com menos de 0,25 médicos por 1.000 habitantes.

Essa escassez de médicos para as zonas mais desprovidas tem afetado os benefícios de outros programas de atenção primária, ressalta o editorial, como a Estratégia Saúde da Família, limitando sua expansão para as áreas mais remotas. Por esse motivo foi lançado em 2013 o PMM, procurando inicialmente priorizar o recrutamento de médicos brasileiros. Porém, para as 16.000 vagas abertas inicialmente apresentaram-se somente 1.096 médicos nacionais, provocando assim o acordo entre Brasil e Cuba, mediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Apesar dos vários benefícios do programa demonstrados por muitos estudos já levados a cabo sobre a efetividade do PMM – como menos escassez de médicos, usuários mais satisfeitos, menos internações hospitalares evitáveis e melhorias nos serviços, como melhor relacionamento médico-paciente, continuidade dos cuidados e coordenação da equipe multidisciplinar – os autores do editorial destacam que o PMM tem limitações significativas. Primeiramente, como demonstrado pela repentina saída de miles de médicos cubanos, a importação de profissionais do exterior somente pode ser uma medida temporária. Ademais, ressaltam os autores, que a mesma distribuição destes médicos importados pareceu sofrer de alguma distorção, com municípios de menor necessidade recebendo vários médicos pelo programa.   

Portanto, concluem que o problema fundamental de recrutamento, retenção e alocação de médicos no Brasil ainda não tem sido resolvido.

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

“Geolocalização de internações cadastradas no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde: uma solução baseada no programa estatístico R.”

No artigo publicado na “Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde” destacou-se a importância da realização de estudos que localizem geograficamente os eventos em saúde, sendo fundamental para compreender os determinantes sociais e geográficos da saúde-doença.

Os autores desenvolveram e apresentaram um método para a geolocalização de internações cadastradas no Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde, mediante a estruturação de um script em linguagem R, utilizando os pacotes microdatasus e CepR. O script foi aplicado para a espacialização de AIHs em Goiás, referentes a 2015. Foram extraídos 24.220 CEPs das 361.213 AIHs processadas. 98,7% (23.910) desses CEPs foram geolocalizados, a geolocalização desses CEPs permitiu a espacialização de 97,7% das AIHs processadas. Concluiu-se que o método desenvolvido, descrito no artigo, permite especializar as AIHs com muito sucesso. Isto abre as possibilidades para estudos muito diversos tais como: análises concomitantes de perfis de incidência de agravos e outros aspectos sociais como nível socioeconômico, de urbanização, variáveis ambientais; análise das redes cuidado permitindo comparar o local de residência de um usuário e o estabelecimento onde ele foi atendido; análises das cargas de internações associadas a determinados serviços de saúde como a APS, dentre outros. Por tanto, potencialmente poderia ser utilizado para o desenho de estudos orientados à melhoria na formulação e planejamento de ações e políticas de saúde.

Convidamos à leitura do artigo na íntegra, no link a seguir: https://scielosp.org/article/ress/2018.v27n4/e2017444/#

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS