A Estratégia Saúde da Família (ESF) tem destaque em reportagem publicado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz. Foram entrevistados vários pesquisadores da área como Luiz Augusto Facchini, Márcia Valéria Morosini, Paulo Capel Narvai, dentre outros, quem destacaram aspectos históricos, resultados positivos da estratégia e as ameaças atuais da mesma.
Na reportagem salienta-se que a ESF democratizou a atenção a saúde, passando de uma cobertura de 4,4% da população (sete milhões de pessoas) há 20 anos a 64% (133,6 milhões) atualmente. Além disso, apresenta resultados de pesquisas que demonstram redução na taxa de internações sensíveis à Atenção Básica e importantes resultados positivos na percepção dos usuários.
Também, ressalta-se que a ideia que orienta a ESF é a mudança do modelo de atenção biomédico centrado no hospital. Com esse objetivo conformaram-se as equipes multiprofissionais que deveriam ficar mais perto da realidade na qual vivem as pessoas e estão conformadas por médico, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem, agentes comunitários de saúde, profissionais de saúde bucal e de outras áreas.
O papel do médico é de reconhecida importância para a garantia da saúde das populações, porém, sua presença na atenção básica não está consolidada e seu processo de trabalho nem sempre é desenvolvido em concordância com os princípios da Saúde da Família.
No caso da enfermagem, maior força de trabalho no SUS, destaca-se a importância da possibilidade de adoção das práticas avançadas da enfermagem.
Os agentes comunitários de saúde no Brasil fazem parte do processo de expansão do direito à saúde dentro do SUS e têm contribuído na diminuição da mortalidade infantil, materna e mortes por causas evitáveis. Por morarem nas comunidades, ajudam a visibilizar as caraterísticas do território e situações de vida das pessoas.
A participação dos profissionais de saúde bucal na ESF trouxe importantes avanços na prevalência de caries e no acesso aos serviços, ainda que seja aquém das necessidades da população, com percentual de cobertura populacional de 41%, por parte das equipes de saúde bucal.
A reportagem finaliza apontando as ameaças atuais à ESF, dentre as quais destaca-se: a Política Nacional de Atenção Básica de setembro de 2017, que permite o financiamento de outros arranjos de atenção primaria além da ESF, questão mencionada por todos os pesquisadores entrevistados; e o fim da parceria entre Cuba e Brasil no Programa Mais Médicos, que reativa e pode agravar o problema de fixação e provimento desses profissionais em locais muito distantes como em terras indígenas.
Convidamos à leitura em: http://www.epsjv.fiocruz.br/noticias/reportagem/mais-perto-das-pessoas
Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS
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