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Arquivo Mensal maio 2019

Nota da ABRASCO em apoio aos pesquisadores da Fiocruz

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) manifesta a sua solidariedade com a equipe de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) responsável pelo 3° Levantamento Nacional sobre o Uso de Drogas pela População Brasileira. Pesquisadores de diversas áreas do conhecimento científico, gestores do Sistema Único de Saúde e profissionais da saúde de nosso país reconhecem a contribuição da área da Saúde Coletiva para a identificação e dimensionamento dos problemas de saúde da população brasileira. O mencionado levantamento reafirma esta atuação, que busca subsidiar tanto a elaboração quanto a implantação de ações, programas e serviços de saúde capazes de enfrentar tais problemas adequadamente.

Além do compromisso com a melhoria das condições de vida e de saúde da população, os estudos desenvolvidos em nossas instituições têm sido guiados pelo rigor científico e por práticas que preservam a integridade ética em todas as etapas do processo de pesquisa. Desta forma, não é possível reagir com indiferença às afirmações que questionam a conduta de pesquisadores e de uma instituição como a Fiocruz.

A Abrasco reafirma o seu dever em defender nossos pesquisadores e nossas instituições de ensino e pesquisa e, ao mesmo tempo, convoca a comunidade da Saúde Coletiva a participar, com engajamento ainda maior, da resistência aos sucessivos ataques à pesquisa científica e ao ensino superior do nosso país.

Rio de Janeiro, 24 de maio de 2019.

Associação Brasileira de Saúde Coletiva

Veja também:

Fiocruz assegura qualidade da Pesquisa Nacional sobre Drogas

Esclarecimentos à Rede Globo sobre a atuação da Enfermagem na Atenção Básica

Publicado pelo COREN -SP nota de esclarecimento a Rede Globo

O Coren-SP vem por esta nota esclarecer a Rede Globo de Televisão sobre a real atuação da enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), após veiculação de reportagem no telejornal Bom Dia São Paulo do último dia 21 de maio, e que abordava as filas de espera em frente à UBS Jardim Ipê, em São Bernardo do Campo. Na ocasião, a repórter Mariana Aldano conduziu entrevistas com pacientes e realizou os comentários abaixo:

“O pessoal estava me contando aqui também, Rodrigo [Bocardi, apresentador], que para marcar consulta também não é muito fácil. Antes, eles têm que passar por uma enfermeira e aí a enfermeira decide se a pessoa vai passar pela consulta com o médico ou não”.

“E você estava me contando que a enfermeira já chegou a te receitar, a te fazer uma receita médica, é isso?”.

“A gente ouviu alguns casos, de pessoas que têm essa dificuldade, essa barreira do enfermeiro nesse processo até chegar ao médico”.

As manifestações contrariam a atuação da enfermagem prevista tanto na Lei do Exercício Profissional (Lei 7498/86) quanto na Política Nacional de Atenção Básica – PNAB (Portaria 2436/2017 do Ministério da Saúde).

No que tange à “decisão” da enfermeira, na verdade trata-se da classificação de risco, que consiste, de acordo com o previsto na PNAB, em “escuta qualificada e comprometida com a avaliação do potencial de risco, agravo à saúde e grau de sofrimento dos usuários, considerando dimensões de expressão (física, psíquica, social, etc) e gravidade, que possibilita priorizar os atendimentos a eventos agudos (condições agudas e agudizações de condições crônicas) conforme a necessidade, a partir de critérios clínicos e de vulnerabilidade disponíveis em diretrizes e protocolos assistenciais definidos no SUS”.

De acordo com o Art. 11 da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, cabe privativamente ao enfermeiro a “prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde”. Ou seja, dentro do âmbito das UBS, que prestam atendimento como parte da Estratégia Saúde da Família (ESF) — portanto, pertinente às definições da PNAB —, é pertinente a prescrição de medicamentos pelo profissional enfermeiro. Nota-se, neste caso, um equívoco do termo “receita médica”, relacionando a prescrição à atuação do profissional médico.

A Portaria 2436/2017 do Ministério da Saúde prevê como atribuição específica do enfermeiro nas equipes que atuam na Atenção Básica: “Realizar consulta de enfermagem, procedimentos, solicitar exames complementares, prescrever medicações conforme protocolos, diretrizes clínicas e terapêuticas, ou outras normativas técnicas estabelecidas pelo gestor federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, observadas as disposições legais da profissão” e “Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos”.

A atuação dos profissionais de enfermagem nessa etapa também é preconizada pela “Cartilha de Acolhimento com Avaliação e Classificação de Risco”, lançada em 2004 pela Política Nacional de Humanização (PNH), publicada pelo Ministério da Saúde.

Ou seja, a presença do profissional enfermeiro no acolhimento à população não se trata jamais de uma “barreira” ao atendimento médico, mas exatamente o contrário, pois significa um facilitador da assistência à saúde.

A enfermagem também é vítima da má gestão e do subfinanciamento da saúde pública, o que acarreta problemas diretos como violência no ambiente de trabalho e adoecimento mental decorrente da sobrecarga de trabalho, como já divulgado em pesquisas recentes realizadas pelo Coren-SP e amplamente divulgadas pela imprensa. Qualquer culpa impetrada à profissão pela demora no atendimento, com a qual a enfermagem também sofre, apenas contribui para uma perigosa desvalorização da profissão.

Desta forma, o Coren-SP pede à Rede Globo, pelo impacto junto a sua audiência, que verifique a legislação, os procedimentos e a realidade da enfermagem ao abordar os processos de trabalho na saúde e reforça estar à disposição para sempre dialogar sobre demandas que envolvam a profissão. A informação correta é importante canal de reconhecimento e luta pela melhoria das condições do atendimento tanto para a sociedade quanto para os profissionais da saúde.

Esclarecimentos à Rede Globo sobre a atuação da Enfermagem na Atenção Básica

 

Cortar investimento em saúde sai mais caro no final’, diz executivo

Para executivo colombiano Juan Carlos Gaona, país é muito focado na cura de doenças, sem se preocupar com a prevenção

”O Brasil está muito focado em procedimentos que curam doenças, sem preocupação coma prevenção. Quando alguém diz que não investe em novas tecnologias porque são caras, provavelmente não está fazendo a conta de longo prazo” .

Leia mais em – https://www.em.com.br/app/noticia/economia/2019/05/27/internas_economia,1056874/cortar-investimento-em-saude-sai-mais-caro-no-final.shtml

Provimento e fixação de médicos na atenção primária à saúde no estado da Bahia

Artigo em destaque: Provimento e fixação de médicos na atenção primária à saúde no estado da Bahia

Artigo publicado neste ano na Revista de Administração Pública analisou a política de provimento e fixação de médicos desenvolvida pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS). A publicação traz resultados de um estudo de caso realizado na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), através de análise documental e entrevistas semiestruturadas com informantes-chave. Como resultado, as autoras apontaram como uma possível solução à problemática de fixação dos profissionais, a criação de uma carreira intermunicipal. Na análise, verificou-se que a proposta da FESF de provimento e fixação de médicos incluiu remuneração variável, mobilidade do trabalhador entre os municípios e fatores associados ao suprimento de médicos. Porém, a implementação da proposta apresentou vários desafios associados à cultura de gestão do trabalho nos municípios, falta de experiência na gestão desse tipo de modelo e problemas estruturais, como as limitações financeiras no âmbito dos municípios.

Convidamos à leitura do artigo na integra link a seguir:

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rap/article/viewFile/78554/75190

 

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

Prefeituras cuidam melhor da saúde básica que OS nas capitais do Sudeste

Este estudo, publicado nos Cadernos de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, procurou analisar o desempenho da atenção básica (AB) em quatro capitais da Região Sudeste, entre 2009 e 2014. Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG) foram selecionadas para representar sistemas de saúde onde a AB é administrada diretamente pelos municípios, enquanto Rio de Janeiro e São Paulo representaram sistemas de AB articulada predominantemente por organizações sociais (OS). O uso de organizações sociais para tarefas de administração e contratação tem sido regulamentado desde 1995 por meio do Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado, e é atualmente empregado por 24 estados no Brasil.

A avaliação se norteou com indicadores do Pacto de Diretrizes e Metas (PDM) 2013-2015, com dados disponíveis livremente na internet. Os dados de caracterização foram de natureza demográfica e socioeconômica, além de questões de administração, financiamento, controle social e governabilidade do modelo de AB. Por outro lado, calcularam-se 13 indicadores relacionados a três diretrizes do PDM: (i) acesso, (ii) atenção integral à saúde da mulher e da criança, e (iii) redução dos riscos e agravos à saúde. Belo Horizonte e Vitória tiveram melhor desempenho que as outras duas capitais em oito dos 13 indicadores.

Apesar das diferenças de desempenho entre administração direta e OS, os autores ressaltam que as cidades analisadas são distintas em relação a diversos parâmetros que podem ter influenciado o desempenho da APS.

 Confira mais detalhes no artigo na integra, aqui.

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

 

Elaboração de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e os Conselhos Regionais vem desenvolvendo um processo de elaboração e implantação de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde. Isso com o objetivo de orientar as práticas de cuidado, reduzindo sua variabilidade e garantindo a qualidade das mesmas e a segurança dos usuários e profissionais (BRASIL, COFEN, 2018).

Com esse intuito o Cofen lançou em 2018 as “Diretrizes para elaboração de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pelos Conselhos Regionais”. Nesse documento foram especificados os principais elementos que deve conter o protocolo, a legislação relativa à sua elaboração, uma discussão sobre a importância das evidências científicas nas quais deve estar baseado, as atribuições da equipe de enfermagem na APS, a necessidade de realização do diagnóstico situacional prévio à elaboração do protocolo e o processo de validação do protocolo. Além disso, foram sugeridos alguns materiais de apoio e disponibilizou-se o formulário para formalização de adesão ao protocolo (BRASIL, COFEN, 2018).

Já neste ano 2019, o processo continuou com a realização de uma oficina de Capacitação de Facilitadores, que ocorreu em Brasília nos dias 25 e 26 de abril 2019. No evento os representantes dos Conselhos Regionais de Enfermagem debateram a proposta de implementação de protocolos nos estados e as etapas operacionais. Além disso, foram apresentados os modelos para elaboração de protocolos desenvolvidos em Goiás, Santa Catarina, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (COFEN, 2019).

A próxima etapa é a discussão da proposta com os estados, a definição das equipes de trabalho e as fases operacionais. Esta fase já se iniciou em São Paulo. No dia 29 de abril, os conselheiros do Coren-SP e os representantes do grupo de Trabalho da Atenção Básica (GT-AB) se reuniram com esse intuito. Os participantes debateram acerca das estratégias para implementação dos protocolos no estado de São Paulo avaliando a quantidade de municípios e a heterogeneidade populacional (COREN-SP, 2019)

Pretende-se que até o final do ano os grupos de trabalho e os protocolos estejam implantados em todos os estados.

Convidamos à leitura das “Diretrizes para elaboração de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pelos Conselhos Regionais” e as notas realizadas pelo Cofen e Coren em seus respectivos sites. 

Livreto_ Diretrizes para elaboração de protocolos _ Documento Final

Referências

Brasil, Conselho Federal de Enfermagem. Diretrizes para elaboração de Protocolos de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde pelos Conselhos Regionais/ Conselho Federal de Enfermagem — Brasilia: COFEN, 2018.

Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) [homepage na internet], Cofen promove oficina para elaboração de Protocolos na Atenção Primária [acesso em 07 mai 2019]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/cofen-promove-oficina-para-elaboracao-de-protocolos-na-atencao-primaria_70476.html

Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) [homepage na internet], Coren-SP discute a elaboração de protocolos de enfermagem na Atenção Primária à Saúde [acesso em 07 mai 2019]. Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/noticias/coren-sp-se-reunem-para-discutir-a-elaboracao-de-protocolos-de-enfermagem-na-atencao-primaria-a-saude/

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS

 

Revisão Sistemática: Fatores associados a diretrizes de alta qualidade para o manejo farmacológico de doenças crônicas na Atenção Primária

Esta revisão sistemática procurou mensurar a qualidade das diretrizes clínicas para o manejo farmacológico de enfermidades não-transmissíveis na Atenção Primária à Saúde (APS), e identificar fatores associados às diretrizes de alta qualidade.

A iniciativa se deu por reconhecer que diante do elevado número de publicações atuais que reportam achados conflitantes, os profissionais médicos necessitam apoiar suas práticas em diretrizes clínicas. Porém, sinalizam os autores, diferentes diretrizes têm diferentes níveis de qualidade.

Foram revisadas 421 diretrizes – publicadas entre 2011 e 2017 em importantes repositórios internacionais de publicações médicas –, através  da aplicação do Instrumento de Avaliação para a Apreciação de Diretrizes de Pesquisa (Appraisal of Guidelines for Research and Evaluation Instrument – AGREE II).

Do total de diretrizes revisadas, 23,5% (99) foram identificadas como de alta qualidade. As principais fortalezas encontradas foram a “clareza de apresentação” e o “alcance e propósito das diretrizes”, enquanto as deficiências mais comumente achadas foram a “aplicabilidade” e o “rigor no desenvolvimento” das mesmas.

Através de uma regressão logística múltipla se avaliaram os fatores associados à alta qualidade das diretrizes. Os fatores apontados como associados à alta qualidade em diretrizes clínicas foram terem sido “desenvolvidas em instituições governamentais”, “grande número de autores” (mais de 20), e “relatarem as fontes de financiamento”.

O estudo foi realizado por dez autores de universidades públicas do Brasil, a pedido do Grupo de Pesquisa em Doenças Crônicas e Decisões Informadas (Chronic Diseases and Informed Decisions – CHRONIDE Group).

Para ler o artigo na integra, clique aqui.

Por Diana Ruiz e Valentina Martufi – doutorandas que contribuem para a REDE APS