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Arquivo Mensal novembro 2020

Pesquisa :Desafios da Atenção Básica no Enfrentamento da Pandemia da Covid-19 no SUS

O Brasil ultrapassou a triste marca de mais de 100.000 brasileiros mortos pela Covid-19. Uma das mais importantes estratégias para tentar diminuir o espraiamento da pandemia e consequentemente o crescimento do número de mortes é uma ação articulada e uníssona dos milhares de serviços de Atenção Primária à Saúde.

O enfrentamento da pandemia Covid-19, além da garantia do cuidado individual requer uma abordagem comunitária de vigilância da saúde. Os serviços de atenção primária do SUS especialmente, as equipes da Estratégia Saúde da Família, por seus atributos de responsabilidade territorial, orientação comunitária e sua forte capilaridade em todo o território nacional são os mais adequados para esta abordagem. Mais que nunca, faz-se necessária a articulação do individual com o coletivo, a atuação integrada no âmbito das unidades de saúde com os territórios, a comunidade e seus equipamentos sociais.

É importante que a reorganização do processo de trabalho na APS no contexto da epidemia se faça de modo a preservar os seus atributos de acesso, longitudinalidade, coordenação do cuidado, abordagem familiar e abordagem comunitária. Ademais, é necessário manter o contato das pessoas com os profissionais de saúde que cuidam delas diariamente, seja para detectar precocemente a infecção por Covid-19, monitorá-la, atender a qualquer outro problema de saúde, garantindo a continuidade dos cuidados e o apoio social aos grupos vulneráveis, ao mesmo tempo em que se garantem as condições de proteção dos trabalhadores e da população. Dialogando com esta necessidade foi realizada a pesquisa “Desafios da Atenção Básica no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no SUS”, conduzida pela USP, Fiocruz, UFBA e UFPEL tendo sido uma iniciativa da Rede de Pesquisa em Atenção Primária da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), e apoio da OPAS.

A pesquisa teve como objetivo identificar os principais constrangimentos e as estratégias de reorganização da atenção primária à saúde/ atenção básica (APS/AB) utilizadas pelas Equipes de APS/AB no enfrentamento da Covid-19 nos municípios brasileiros. No presente relatório divulgamos os primeiros resultados da investigação, esperando que possam ser utilizados pelos gestores e profissionais, contribuindo para a superação da atual crise sanitária

RelatórioDesafiosABCovid19SUS

Relatório com os resultados  para o estado do Rio de Janeiro 

Confecção do relatório: Juliana Gagno Lima, Ligia Giovanella, Aylene Bousquat,Maria Helena Magalhães de Mendonça,Paulo Henrique dos Santos Mota,,César Luiz Silva Júnior, Fúlvio Nedel,Maria Guadalupe Medina,Luiz Augusto Facchini e  Rosana Aquino

O estudo foi  transversal, por meio de um websurvey entre os dias 25 de maio a 30 de junho de 2020 com o objetivo de identificar os principais constrangimentos e as estratégias de reorganização da APS no SUS utilizadas no enfrentamento da Covid-19 .

Leia o relatório  RelatórioEstadual_RJ_24.10.2020 (1)

Apresentação  APS e COVID_Rio de Janeiro_24.10 (1)

 

Relatório com os resultados para Minas Gerais

APS e COVID19_Minas Gerais_03.11

Artigo em destaque: Expansão da atenção primária à saúde e mortalidade na população urbana pobre do Brasil

Artigo publicado na revista Plos Medicine no dia 30 outubro de 2020 apresenta um estudo de coorte realizado na cidade de Rio de Janeiro que aponta que a expansão da ESF a partir de 2008 na cidade está associada com reduções no risco de morte em populações urbanas pobres.

O estudo de coorte foi realizado com 1,2 milhões de adultos (15-84 anos) de baixa renda, registrados na base de dados do Cadastro Único no período 1 janeiro 2010 a 31 dezembro 2014 residentes na cidade de Rio de Janeiro, Brasil. Os registros do Cadastro Único foram vinculados com os cadastros da Estratégia de Saúde da Família (data de cadastro e utilização); registros de mortalidade 2010-2016 (data e causa de morte) e registros públicos de internações hospitalares. Foi estimado o tempo transcorrido até a morte por todas as causas e por causas especificas definidas, para usuários e não usuários da ESF.

Na coorte 67% (827.250 pessoas) recebiam Bolsa Família e 37,6% (467.155 pessoas) utilizavam os serviços da ESF. Foram analisados 34.091 óbitos: 8.765 (26%) por doenças cardiovasculares; 5.777 (17%) por neoplasias; 5.683 (17%) por causas externas; 3.152 (9%) por doenças respiratórias; e 3.115 (9%) por doenças infecciosas e parasitárias.

Na análise de sobrevivência encontrou-se que em média um usuário da ESF teve um risco 44% menor de mortalidade por todas as causas e uma redução de risco de morte em 5 anos de 8,3 por 1.000 (IC 95% 7,8–8,9, p <0,001) em comparação com um não usuário da ESF. Encontraram-se maiores reduções no risco de morte em usuários da ESF negros ou pardos em comparação com brancos. Também, observaram-se maiores reduções no risco de morte em usuários da ESF com nível de escolaridade mais baixo. Indivíduos em domicílios que recebem o Bolsa Família, também tiveram maiores reduções no risco de morte associadas ao uso da ESF em comparação com famílias não beneficiarias.

Os autores concluíram que a expansão da ESF na cidade do Rio de Janeiro desde 2008 pode estar associada a melhorias importantes na saúde e na redução das desigualdades em saúde nas populações urbanas pobres. Segundo os autores: “o estudo indica que a expansão da ESF no Rio de Janeiro foi associada a reduções substanciais no risco de morte em populações urbanas pobres. Aqueles com menor escolaridade, em domicílios beneficiários do Bolsa Família, ou que eram negros ou pardos tiveram maior redução relativa e absoluta no risco de morte, com evidências de que a ESF reduziu desigualdades sociais na mortalidade. A diminuição na mortalidade associada à utilização da APS foi maior entre aqueles que usam os serviços com mais frequência e por períodos mais longos, aumentando a plausibilidade dos achados.” (Hone et al, 2020:20).

Hone T, Saraceni V, Medina Coeli C, Trajman A, Rasella D, Millett C, et al. (2020) Primary healthcare expansion and mortality in Brazil’s urban poor: A cohort analysis of 1.2 million adults. PLoS Med 17(10): e1003357. https://doi. org/10.1371/journal.pmed.1003357

Acesse o artigo na integra no link a seguir https://journals.plos.org/plosmedicine/article?id=10.1371/journal.pmed.1003357

https://journals.plos.org/plosmedicine/article/file?id=10.1371/journal.pmed.1003357&type=printable

Por Diana Ruiz doutoranda ISC/UFBA que contribui para a REDE APS.

Tedros Adhanom, Diretor-geral da OMS, participará de evento da Abrasco

Na próxima terça-feira, 24 de novembro, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), participará do painel “Situação da Covid-19 no mundo e desafios para a Saúde Pública“, organizado pela Comissão de Epidemiologia da Abrasco. O Diretor-geral da OMS fará um panorama geral da crise sanitária que afeta toda a humanidade. Além de Tedros Adhanom, outros convidados internacionais estarão no evento virtual, que inaugura a semana de discussões do Ciclo de Debates Pré-Congresso EPI 2021.

 

Coronavírus no mundo

George Rutherford, professor da UC San Francisco (UCSF), falará sobre a situação do coronavírus nos Estados Unidos, país que lidera as estatísticas e já ultrapassa 10 milhões de pessoas infectadas. Walter Ricciardi, presidente da Federação Mundial de Associações de Saúde Pública (WFPHA) e professor da Università Cattolica del Sacro Cuore (Unicatti), fará uma exposição sobre o controle da pandemia na Itália.  Haverá tradução simultânea.  

Coronavírus no Brasil

Na interface com o cenário nacional, Claudio Maierovitch, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Brasília), analisará as estratégias de vigilância em saúde adotadas no Brasil e no mundo, enquanto Gulnar Azevedo e Silva, presidente da Abrasco, debaterá  a  Saúde Coletiva no país e o enfrentamento da Covid-19. A mesa será coordenada por Ligia Kerr, presidente do 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Saiba mais 

O Ciclo de Debates Pré-Congresso EPI 2021 acontecerá de 24 a 27 de novembro, um espaço de trocas sobre pesquisas e experiências diante da pandemia de Covid-19.  O evento é aberto e gratuito. Para assistir, inscreva-se no canal da Abrasco no Youtube. Divulgue! Confira a programação completa. 

 

Ciclo de Debates Pré-Congresso EPI 2021: Situação da Covid-19 no mundo e desafios para a Saúde Pública
 

Data: 24 de novembro

Hora: 15h

TV Abrasco

3º Seminário 2020 da Rede APS – Eficiência da Atenção Primária – Uma Agenda de Debates

A Rede de Pesquisa em APS da ABRASCO realizará o 3º Seminário 2020 da Rede APS – Eficiência da Atenção Primária – Uma Agenda de Debates  que acontecerá  no dia 15 de dezembro das 9h às 12h pelo sistema zoom e será  transmitido pelo YOUTUBE  – TV ABRASCO no link https://youtu.be/t4mQ9UMHn2E

O contexto da pandemia reforçou a relevância do debate sobre avaliação da eficiência dos serviços de saúde principalmente quando envolve o financiamento com recursos públicos. O encontro permitirá que pesquisadores, gestores, profissionais da APS e dos demais níveis de atenção à saúde reflitam como tornar a APS melhor e mais próxima de seus princípios ordenadores.

Publicações do PROFSAÚDE

O PROFSAUDE, programa de pós- graduação stricto sensu em Saúde da Família, é uma experiência de formação em rede nacional coordenada pela Fiocruz, que envolve 22 Instituição de Ensino Superior em todas as regiões brasileiras. Trata-se de uma estratégia de qualificação de profissionais da Atenção Primária à Saúde, na perspectiva de fortalecimento do SUS.

Com o objetivo de divulgar o conhecimento produzido pela Rede PROFSAÚDE e contribuir para mudanças nas práticas profissionais, de gestão e na organização das ações e serviços de APS no país, foram organizadas duas publicações:

A primeira, trata-se do volume 24, suplemento 1, da Revista Interface – Comunicação, Saúde, Educação, cujos trabalhos estão disponíveis no link: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1414-328320200002&lng=pt&nrm=iso

No Congresso da Rede Unida, realizado este ano, também foi lançado um E-book, pela Editora da Rede Unida, que apresenta trabalhos organizados segundo os três eixos temático que organizam o projeto pedagógico do curso – Atenção, Gestão e Educação. O E-book: ‘Atenção, Educação e Gestão: Produções da Rede Profsaúde”  pode ser acessado pelo link: https://editora.redeunida.org.br/project/atencao-educacao-e-gestao-producoes-da-rede-profsaude/

PNS 2019: Quem mais utiliza o SUS avaliou mais positivamente a qualidade dos serviços de Atenção Primária à Saúde

Foi publicado o segundo volume de resultados da Pesquisa Nacional de Saúde PNS 2019 que contempla os eixos temáticos de avaliação dos serviços prestados em Atenção Primária à Saúde e dados antropométricos essenciais para o monitoramento do estado nutricional.

A pesquisa foi realizada em parceria entre o IBGE, a Secretaria de Atenção Primária à Saúde e o Ministério da Saúde. No eixo de avaliação da APS foi usada a versão adaptada e reduzida do instrumento de avaliação da atenção primária à saúde: primary care assessment tool, PCATool-Brasil.

Participaram na pesquisa 17,3 milhões (10,7%) de pessoas de 18 anos ou mais de idade que consultaram pelo menos duas vezes com o mesmo médico, nos seis meses anteriores à data da entrevista, em Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF). Entre elas, 69,9% eram mulheres; 60,9% eram pretas ou pardas; 53,8% não tinham uma ocupação; 64,7% tinham renda domiciliar per capita inferior a um salário mínimo e 32,4% de 1-3 salários mínimos.

O escore geral (numa escala 0-10) obtido pela Atenção Primária à Saúde no Brasil, em 2019, foi 5,9. O que indica que está um pouco abaixo do escore considerado nesta metodologia como de excelência em APS: ≥ 6,6.

Entre este conjunto de participantes na pesquisa, 76,5% estavam cadastrados em Unidade de Saúde da Família. Os moradores de domicílios cadastrados atribuíram uma nota de 6,0 à APS, enquanto os moradores de domicílios não cadastrados deram uma nota de 5,5. Os moradores que receberam visita de um agente comunitário ou algum membro da equipe de saúde avaliaram relativamente melhor a APS (escore 6,1) do que aqueles que não receberam nenhuma visita (escore 5,7).

Os usuários idosos com mais morbidades e que são os que mais utilizam os serviços de saúde avaliaram a APS com notas superiores (6,1) do que adultos de 18-39 anos (5,6) e adultos de 40-59 anos (5,9). Usuários que que referiram doença do coração avaliaram a APS com nota 6,4; usuários que referiram diabetes 6,3; usuários que referiram hipertensão, 6,2; usuários que referiram depressão, 6,1; notas superiores aos que não possuem estas morbidades.

No eixo de informações antropométricas o estudo apontou que em 2019 cerca de 25,9% da população do país com 18 anos ou mais de idade (41,2 milhões de pessoas) estavam obesas. Entre elas 29,5% eram mulheres, 21,8% homens; e 6,7 eram adolescentes.

Acesse o texto na integra com os resultados da PNS 2019 Atenção Primária à Saúde e informações antropométricas na biblioteca do IBGE no link a seguir https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101758

 

Por Diana Ruiz – doutoranda que contribui para a REDE APS

Atenção Básica é o tema da segunda oficina preparatória para o 4º CBPPGS

A fim de antecipar algumas das discussões que perpassarão o  4º Congresso Brasileiro  de Política, Planejamento e Gestão da Saúde , que acontecerá de forma virtual em março de 2021, a comissão organizadora preparou uma série de oficinas preparatórias. Nesta sexta-feira (13/11), a TV Abrasco exibirá o painel A Atenção Básica como pilar das Redes de Atenção à Saúde: em que e de que forma conseguimos avançar?.

Inscreva-se no canal do Youtube e participe. 

2ª Oficina preparatória do 4º Congresso Brasileiro de Política, Planejamento e Gestão da Saúde
Data:
 13 de novembro
Hora: 14 horas
Título:
 A Atenção Básica como pilar das Redes de Atenção à Saúde: em que e de que forma conseguimos avançar?

Convidados:

  • Ricardo Teixeira (USP)
  • Luiza Garnelo (Abrasco e Fiocruz/AM)
  • Zeliete Zambon (Presidente da SBMFC)
  • Patty Fidelis (UFF)
  • Ana Karla (Favela Brasil)
  • Thiago Vidal  (SMS/Florianópolis)
  • Vânia Barbosa do Nascimento  (FMABC)
  • Fabiano Guimarães (SMS/BH)
  • Marcia Teixeira (ENSP/Fiocruz)
  • Luciano Bezerra Gomes (UFPB)
  • Liane Rigui (UFSM)
  • Altamira Simões (Conselheira/CNS)
  • Ana Maria Malik (FGV)
  • Thiago Feitosa (UNICAP)

Coordenação:

  • Marilia Louvison (Abrasco e USP) 

The academic response to COVID-19 – Frontiers

Relatório de pesquisa intitulado “The academic response to COVID-19” elaborado pela Frontiers relacionado aos efeitos da pandemia na condução de pesquisas e trabalho feito por cientistas/pesquisadores em instituições ao redor do mundo. A pesquisa coletou informações de 25.000 membros da comunidade acadêmica de diversos países, incluindo de pesquisadores de Minas Gerais.

Leia relatório – covid_RedeAPS