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E-book em destaque “Os impactos sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia”

O e-book “Os impactos sociais da Covid-19 no Brasil: populações vulnerabilizadas e respostas à pandemia” da série Informação para a ação na Covid-19 é uma iniciativa do Observatório Covid-19 da Fiocruz[i] e contou com a colaboração da Rede Covid-19 Humanidades MCTI, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Os/as organizadores da coletânea Gustavo Corrêa Matta, Ester Paiva Souto, Sergio Rego e Jean Segata e os/as autores de cada um dos capítulos buscam a partir das ciências sociais e humanidades oferecer perspectivas para compreender como diversas condições relacionadas com o fenômeno infecioso, que não se limitam a aspectos sanitários senão que envolvem questões socioeconômicas, políticas, culturais, éticas e científicas, são agravadas pelas desigualdades e inequidades históricas e estruturais entre países, regiões e populações e ocasionam que a doença repercuta de maneiras muito diferentes nos diferentes contextos e grupos sociais.

O e-book está organizado em três partes: Parte I – Ciências Sociais, as Humanidades e a Pandemia de Covid-19; Parte II – Narrativas sobre Populações Vulnerabilizadas; e Parte III – Ciência, Tecnologia e Comunicação.

Na parte I são apresentadas diferentes perspectivas sobre os impactos, desafios e repercussões da pandemia. O primeiro capítulo mostra e analisa criticamente as decisões do governo federal no enfrentamento à Covid-19. No segundo capitulo são discutidas as narrativas sobre as populações vulnerabilizadas na Covid-19 em 2020. No terceiro capítulo são apresentadas análises realizadas na pesquisa francesa sobre a Covid-19, desde uma perspectiva global e local e revisando algumas caraterísticas especificas do caso Brasil. No quarto capitulo são apontadas reflexões éticas no enfrentamento da pandemia. No último capítulo da primeira parte do e-book os autores mostram como a supervalorização de narrativas exóticas sobre o consumo de animais silvestres oculta as nocivas relações entre animais, humanos e ambiente promovidas pelo capitalismo agroindustrial.

Nos capítulos da parte II da coletânea são apresentadas as repercussões da pandemia nos diversos aspectos da vida das populações vulnerabilizadas. O capítulo 6 aborda a saúde mental e a atenção psicossocial na pandemia causada pela Covid-19, especialmente em população em situação de rua, privados da liberdade, migrantes, refugiados, solicitantes de refúgio e apátridas. No capítulo 7 são apresentadas as repercussões sociais da pandemia de Covid-19 na vida das pessoas com deficiência. No capítulo 8 são abordadas as análises sociais e epidemiológicas da Covid-19 desenvolvidas nas favelas de maneira conjunta com os moradores e articuladores sociais, com destaque para as iniciativas locais de enfrentamento à pandemia. Os capítulos 9 e 10 estão dedicados às repercussões e estratégias de enfrentamento da pandemia dos povos indígenas. No capítulo 9 são apresentadas as condições de vulnerabilidade dos povos indígenas agravadas pela Covid-19 e no capítulo 10 são apontadas as ações desenvolvidas pelos povos indígenas de Mato Grosso do Sul no contexto da pandemia. O capítulo 11 trata sobre os impactos da pandemia sobre as práticas cotidianas e as relações familiares relatadas por pessoas idosas residentes no sul do Brasil, discutindo a relação entre autonomia e dependência. No capítulo 12 são apontadas problemáticas centrais às análises de gênero que têm afetado a resposta e o impacto da pandemia no Brasil (emergências sanitárias; trabalho e renda; masculinidade, paternidade, cuidado, violência e comportamentos de risco; repercussões na saúde sexual e reprodutiva; importância de ativismos e lideranças femininas no enfrentamento da pandemia). No capítulo 13 são problematizados os conceitos de quilombolismo e mulheres quilombolas e analisa-se os impactos da pandemia sobre as mulheres quilombolas, a partir dos casos de três mulheres líderes quilombolas do Vale do Jequitinhonha. Esta parte da coletânea finaliza com um capítulo que trata sobre a exacerbação da situação de violência contra as mulheres durante a pandemia no Brasil e propostas para o enfrentamento dessa situação de violência.

A terceira parte do e-book consta de três capítulos que abordam questões relacionadas a ciência, tecnologia e comunicação. No capítulo 15 analisa-se a atuação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no enfrentamento da pandemia, mediante ações estruturantes para o fortalecimento do SUS e de instituições científicas, tecnológicas e de inovação em saúde. O capítulo 16 trata sobre as ações de cooperação social desenvolvidas pela Fiocruz através do projeto Conexão Saúde. O último capítulo apresenta um estudo sobre como os meios de comunicação têm constituído os sentidos da Covid-19 compreendendo a construção discursiva do medo e da confiança nos espaços midiáticos.

Este e-book reforça a ideia de que enfrentar uma pandemia vai além dos aspectos puramente clínicos e epidemiológicos, precisando análises e ações desenvolvidas com base também nas ciências sociais e humanas.

Acesse o e-book na integra no link http://books.scielo.org/id/r3hc2

[i] O observatório Covid-19 da Fiocruz foi criado em abril de 2020 com o objetivo de desenvolver ações, análises, propostas, tecnologias e soluções que contribuam com o controle da pandemia causada pela Covid-19, desde o Sistema Único de Saúde e a sociedade brasileira em geral.

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