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Telessaúde: um debate necessário para o futuro da Atenção Primária

A Telessaúde foi o tema de discussão na última reunião do comitê gestor da Rede APS realizada no dia 22 de junho de 2021.

O professor da UFRGS e Coordenador de TI do TelessaúdeRS -UFRGS Carlos Aita Schmitz e Antônio Luiz Pinho Ribeiro, professor da UFMG e coordenador do Telessaúde HC-UFMG participaram como convidados e compartilharam suas  experiências. A gravação deste Webinar pode ser vista no canal de YouTube da Rede APS   e os slides apresentados estão disponíveis  ao final deste boletim.

Carlos Schmitz destacou que na maioria dos países europeus, no Canadá, na Austrália, no México, dentre outros, a consulta remota já estava normatizada há algumas décadas. No Brasil somente em 2020 foi liberada a realização de consulta remota através da portaria 467 do Ministério da Saúde. As necessidades associadas à pandemia causada pela Covid-19 contribuíram para que a telessaúde fosse finalmente regulamentada e propiciaram um grande avanço no seu uso. Destacou alguns desafios nos quais é necessário avançar no período pós pandemia: inclusão e fluência digital, segurança dos dados e privacidade, e licenciamento interestadual para fazer um uso inteligente da capacidade instalada e resolver as desigualdades regionais. No início, em 2007,  o atendimento era por meio de consultorias por e-mail. Em 2013 começaram a realizar consultas por telefone e a partir de 2017 foram usadas ferramentas para telepresencial em avaliação oftalmológica. No período de março de 2013 a maio de 2021 foram realizadas mais de 250 mil teleconsultorias para todo o Brasil e mais de 100 mil casos discutidos para regulação. Também, foram realizadas mais de 40 mil consultas oftalmológicas (fev 2017 – mai 2021) e mais de 10 mil pacientes de Covid-19 e DCNT foram acompanhados (mar 2020 – mai 2021) https://plataformatelessaude.ufrgs.br

Antônio Ribeiro apresentou a experiência da Rede de Telessaúde de Minas Gerais (RTMG) que iniciou com o Projeto Minas Telecardio (2005-2009) e expandiu a parceria com sete universidades públicas mineiras. O foco da RTMG é assistência, pesquisa e educação, dando suporte a profissionais de saúde em locais remotos. Atualmente, a Rede de Telessaúde de Minas Gerais tem oferta nacional de telediagnóstico, atendendo 9 estados (MG, AC, BA, CE, MT, MA, PE, RR e TO) 1020 municípios, com uma média de 3.000 ECGs ao dia. Tem sido realizados em torno de  5 milhões de eletrocardiogramas (2006-2021) e 134 mil teleconsultorias (2007-2021), 4.600 Holters e MAPA (2013-2021), 5.000 retinografias (2015-2021) e 18.000 ecocardiogramas (2015-2021).Na RTMG são realizadas teleconsultoriassíncronas e assíncronas com plantonistas e com especialistas. Além disso, estão sendo feitas diversas ações  para o enfrentamento da pandemia Covid-19: Ações educacionais através de um hotsite (www.telessaude.hc.ufmg.br); Ações assistenciais em quatro níveis: Nível I – linha telefónica atendida por profissionais de saúde e chatbotde resposta automatizada, Nível II – Teleconsulta com enfermeiros; Nível III – Teleconsulta com médicos; Nível IV – Telemonitoramento, ligação por telefone para pacientes em isolamento cada 24 ou 48h.A estratégia de TeleCovid MG contribuiu na redução da demanda da população pelos serviços de saúde, reduzindo a transmissão do vírus, mas mantendo a atenção aos grupos de risco. Também, facilitou a realização de diagnósticos precoces e deu suporte aos profissionais da saúde. Até 1 de maio de 2021 foram realizados 95.282 teleatendimentos na TeleCovid MG.

As apresentações dos convidados demonstraram que o uso da telessaúde pode apoiar e fortalecer a ampliação do cuidado em saúde na APS, ampliar o acesso com qualidade, diminuir os custos e diminuir o tempo de espera para consultas com especialistas, sem  competir com o atendimento presencial que deve ser continuado e fortalecido. Some-se a isso o importante papel que a telessaúde pode assumir na ampliação do acesso aos pacientes crônicos, seja pela via dos contatos, seja por consultas, apoio e orientações que aproveitam as vantagens que a tecnologia coloca do ambiente virtual e remoto.

A Rede APS reconhece a relevância estratégica das ferramentas e metodologias de telessaúde para uma atenção primária resolutiva e universal, fortalecendo sua contemporaneidade ao contexto tecnológico e social. Isso, sempre atenta ao preocupante momento de fragilidade do Sistema Único de Saúde em diferentes perspectivas.

Boletim produzido pela doutoranda Diana Ruiz (UBFA) e revisado pela Dra. Claunara S. Mendonça (UFRGS) e Dr. Allan C. Q. Barbosa (UFMG)

RTMG_27Maio2021

Apresentação_CarlosAitaSchmitz

Rede APS

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