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Entrevista: Ligia Giovanella fala sobre atraso no acesso à vacinação de crianças contra a Covid-19 no Brasil

Confira partes da importante entrevista da pesquisadora Ligia Giovanella dada ao Leonardo Couto do Brasil de Fato sobre a vacinação de crianças no Brasil, publicada no dia 19 de janeiro de 2022.

Para Ligia Giovanella, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz) e integrante da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a atuação do governo federal foi “criminosa” ao atrasar o acesso à vacinação de crianças contra a covid-19 no Brasil.

Agora é necessário “pressionar o Ministério da Saúde para a compra de vacinas de número suficiente para proteger todas as nossas crianças”.

Para completar o esquema vacinal de todas as crianças brasileiras, com duas doses, são necessárias 40 milhões de doses. Até o momento, o Ministério da Saúde encomendou 20 milhões. O primeiro lote, com 1,2 milhão de doses chegou na última quinta-feira (13). A pasta espera receber todas as doses até março. 

De acordo com Giovanella, a vacinação infantil é extremamente importante, pois “protege principalmente contra casos graves e mortos de crianças. Mas a vacinação também ajuda no controle da pandemia, uma vez que a infecção de crianças contribui pra circulação do vírus”. 

Para a pesquisadora, “as escolas, os professores e as professoras podem e devem auxiliar no processo de vacinação em cooperação com as unidades básicas de saúde em todo o país, com comunicação clara e incentivando os pais a levarem suas crianças para vacinar. Milhares de equipes de saúde da família participam do programa de saúde nas escolas e podem fazer essa articulação”. 

Giovanella acredita que, além da vacinação das crianças, é necessário reforçar a vigilância epidemiológica nas escolas para o início do ano letivo. Isso inclui, em sua visão, “principalmente acesso a testes rápidos de antígeno, pois permitem a identificação oportuna dos casos e evitam, assim, os surtos nas escolas”. 

“Em diversos países europeus, desde o retorno das aulas presenciais, são disponibilizados testes rápidos para os alunos. Na Alemanha, por exemplo, desde o início do ano passado são disponibilizados gratuitamente testes rápidos de antígeno para os alunos das escolas. Hoje, no Brasil, o ideal seria disponibilizar gratuitamente autotestes nas escolas”, afirma. 

Na noite desta quinta-feira (13), o Ministério da Saúde enviou à Anvisa um documento com informações para a aprovação do autoteste para detecção da covid-19 no Brasil. Até o momento, a indicação é que o teste, no entanto, não será distribuído gratuitamente para a população.

Nas palavras do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, “o Brasil é um país muito heterogêneo, de muitos contrastes”.

“A locação desse recurso para aquisição de autotestes para distribuir à população em geral pode não ter o resultado da política pública que nós esperamos”, afirmou. 

 

Clique no link para acessar a matéria completa.

Rede APS

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