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Artigo em destaque: Revisão de escopo sobre as oportunidades de saúde digital para melhorar a Atenção Primária à Saúde no contexto da COVID-19

O artigo intitulado “Digital health opportunities to improve Primary Health Care in the context of COVID-19: scoping review” foi publicado na Revista JMIR Human Factors (Fator de Impacto, 2,4) e [1] traz a recomendação de  oportunizar a ascensão das estratégias em saúde digital na APS, ocorrida durante a pandemia da COVID-19 através de incentivos governamentais, políticas de saúde e apoio intersetorial de modo a garantir sua continuidade  e sustentabilidade, em período pandêmico e pós-pandemia como estratégia de ampliar o acesso e a  qualidade  do cuidado em saúde, particularmente na Atenção Primária à Saúde (APS).

 

O estudo é uma revisão de escopo e tem como objetivo mapear o uso de estratégias de saúde digital na APS ao redor do mundo e seu impacto na qualidade do atendimento durante a pandemia da COVID-19. Os resultados trazem a quantidade de publicações e países de origem, nomenclaturas mais utilizadas, tipos de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), modalidade e impactos da qualidade do cuidado. A amostra final foi de 44 publicações, de 18 países (Estados Unidos, Canadá, Brasil, Inglaterra, Reino Unido, Espanha, Bélgica, Noruega, Portugal, Romênia, Alemanha, Polônia, Israel, Omã, Arábia Saudita, Irã, Austrália e Nova Zelândia).

 

O estudo demonstra que as nomenclaturas referentes à saúde digital são bastante variadas sendo “telessaúde” e “telemedicina” as mais frequentes e “saúde digital” a mais atual. Com relação aos tipos de TIC’s, as chamadas telefônicas tiveram maior número de registros, seguidas por vídeo-chamadas e, em menor frequência, portal do paciente, aplicativos para smartphone, mensagens de texto, e-mail, prontuário eletrônico e redes sociais.

 

A maior parte do atendimento remoto a maior parte foi síncrono, empreendido por médicos e enfermeiros às pessoas com e sem COVID-19. As principais modalidades foram consultas, renovação de prescrições médicas, análises de exames, acompanhamentos, orientações de saúde, emissão de atestados, tratamentos, triagens, monitoramentos, diagnósticos, manejo de condições crônicas, encaminhamentos, auto-monitoramento clínico, classificação de risco. O atendimento remoto esteve majoritariamente associado ao presencial.

 

Quanto aos impactos na qualidade do cuidado na APS alternavam-se aspectos positivos e contrapontos negativos. Considerando a dimensão técnica do cuidado destaca-se por um lado a segurança na oferta de cuidados durante a pandemia e por outro lado, a imprecisão clínica. Na dimensão interpessoal como positivo ressalta-se o aumento da adesão devido à relação de confiança e vínculo com profissionais e como negativo a perda da comunicação não-verbal e a falta de contato visual ou toque. Na questão organizacional houve reforço na continuidade do cuidado, mas também menor acesso, desigualdade e exclusão digital.

 

O estudo também demonstra situações específicas favoráveis à saúde digital na APS como aceitabilidade e satisfação dos pacientes; grande possibilidade de sustentabilidade no período pós-pandêmico; aumento na frequência de procura por atendimentos, principalmente em áreas remotas, de difícil acesso e em que havia pouca procura presencial; economia de tempo e gastos com deslocamentos geográficos e melhor organização do processo de trabalho na programação das demandas presenciais e remotas. Além de desafios como dificuldades técnicas e de acesso à internet, conectividade precária e plataformas inconsistentes; necessidade maior de treinamentos e capacitações com profissionais e com a população sobre a saúde digital; falta de planejamento por parte da gestão dos serviços e incerteza quanto à privacidade e confidencialidade dos dados pessoais.

 

Como conclusão recomenda-se oportunizar a saúde digital para o que se apresentou  como resposta à crise sanitária mundial provocada pela COVID 19 se torne uma estratégia de cuidado sustentável com continuidade e sustentabilidade e  voltada à ampliação do acesso e qualidade da atenção à saúde, em especial à APS através de incentivos governamentais, incorporação às  políticas de saúde e apoio intersetorial.

 

Para acessar o artigo na íntegra, clique aqui.

 

Referências

 

[1] Silva CRDV, Lopes RH, de Goes Bay Jr O, Martiniano CS, Fuentealba-Torres M, Arcêncio RA, Lapão LV, Dias S, Uchoa SAdC. Digital Health Opportunities to Improve Primary Health Care in the Context of COVID-19: Scoping Review. JMIR Hum Factors 2022;9(2):e35380. doi: 10.2196/35380. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35319466/>.

Rede APS

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