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Arquivo Diário 5 de setembro de 2022

Ultrassonografia Natural como expressão de um cuidado humanizado da gestação na Atenção Primária à Saúde

A gestação é uma das experiências humanas mais complexas, abarcando múltiplas dimensões da vida da mulher e do desenvolvimento humano. Cada mulher a vive de maneira única e cada gestação possui características diferentes. Apesar deste caráter subjetivo, a gravidez também se caracteriza como evento social, que mobiliza as pessoas que convivem com a mulher, estendendo-se, assim, a toda a sociedade (ZAMPIERI, 1998).

Novas tendências do parto humanizado apresentam práticas não observadas anteriormente no cuidado profissional com a mulher, apontando para a revalorização de atividades e cuidados antigos, considerados a partir de estudos baseados em evidências científicas. Estas práticas objetivam promover a humanização, o acolhimento, o reconhecimento, a autoestima e o vínculo da gestante com o processo de gestar.

A pintura de ventres grávidos é a união entre uma expressão artística e cultural com a gestação e está presente historicamente na cosmologia de muitos povos e etnias. No Brasil, desde 1993, foi difundida e realizada pela parteira mexicana Naoli Vinaver, que a chama de “Ultrassom Natural”. A prática, usada em seu processo de trabalho, tem como objetivo proporcionar conexão emocional entre os envolvidos no processo de gestar.

O acompanhamento pré-natal é uma importante ferramenta para o enfrentamento das dificuldades que marcam esse processo. Fundamental para promover a troca de experiências, a compreensão das vivências, abrindo espaço para que a mulher expresse suas angústias e receios. A possibilidade de agregar técnicas que ampliam a visão mais natural do processo de gestar e proporcionam autoconhecimento à gestante são de suma importância para a qualidade do acompanhamento.

O uso da pintura corporal e, mais especificamente, em barrigas de gestantes, é difundido em vários grupos sociais e no decorrer da história manifesta múltiplos significados e funções.  Recentemente no Brasil, várias equipes e profissionais, voltados para o cuidado humanizado, têm oferecido em seus grupos ou em atendimentos individuais, a opção das gestantes visualizarem seu bebê através da Ultrassonografia Natural ou Belly Mapping®, que envolve a técnica da pintura aplicada no abdome da gestante, na qual são representados, objetivamente, o bebê imaginário e outros elementos ligados à gestação como o cordão umbilical, a placenta, o útero e líquido amniótico e seus sentimentos em relação ao bebê. A técnica abarca consigo, o incremento sobre a melhoria da capacidade dos pais em identificar e obter uma noção da posição do bebê. (BABIES, 2022)

Pintar o ventre materno é o ato de exteriorizar aquilo que é inerente ao interior, revelando, aos olhos expectantes, o bebê imaginário e outros elementos da gestação. É um fazer que transforma, promove conhecimentos, emoções e exprime a vida intrauterina, por meio estético, ao combinar imagens, sensações e representações (MATA, 2017).  A iniciativa de oferecer a Ultrassonografia Natural a mulheres que realizam o pré-natal na Atenção Primária à Saúde (APS) é inovadora, evidenciando a potência do Sistema Único de Saúde em se atualizar com as melhores e mais recentes evidências científicas de cuidado, promotoras da saúde. 

Recentemente o município do Rio de Janeiro realizou o 1º Simpósio Internacional de Práticas Colaborativas e Avançadas em Enfermagem na Atenção Primária à Saúde, que comparou as experiências destas práticas no cenário internacional e nacional. A experiência “Ultrassonografia natural como promotora de vinculação com o bebê” foi apresentada pelos profissionais da Clínica da Família Nildo Eymar de Almeida Aguiar, no bairro de Realengo, zona oeste do município. A prática, inovadora para produção de cuidado em saúde, envolve a participação de enfermeiros, agentes comunitários de saúde, técnicas de enfermagem, equipe de Saúde Bucal e Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica. A atividade reconhece e valoriza os diferentes saberes dos profissionais e usuários. Na perspectiva dos benefícios organizacionais dos serviços de saúde, essa prática colaborativa aumenta a qualidade da assistência à saúde, uma vez que promove melhor acesso e coordenação do cuidado; maior resolutividade do cuidado; melhoria na comunicação interprofissional e maior interação de diferentes áreas profissionais; e, satisfação do usuário aumentando a adesão ao pré-natal (RAWLINSON et al.,2021).

Nesta unidade de saúde, a Ultrassonografia Natural é realizada no último encontro da consulta coletiva, geralmente, no terceiro trimestre. São utilizados os seguintes materiais: tinta para pintura corporal/facial/ artística, pincéis de diferentes tamanhos, lápis delineador para olhos, lenços umedecidos e base líquida de maquiagem. Todos os produtos são atóxicos e podem ser aplicados à pele humana.

Durante a realização da prática, solicita-se que cada gestante relate sobre como imagina o seu bebê. É realizado os três primeiros tempos da manobra de Leopold Zweifel (situação, posição e apresentação) e auscultados os batimentos cardiofetais. Depois, o profissional representa em arte (pintura) o bebê imaginado descrito pela mãe, a placenta, o cordão umbilical, o útero, o líquido amniótico e outros elementos solicitados (Figura 1 e 2). Esta etapa dura em média 60 minutos, sendo registrada por fotografia pelos profissionais.

Figuras 1 e 2 – Prática da Ultrassonografia Natural em gestante na Clínica da Família Nildo Eymar de Almeida Aguiar, Rio de Janeiro

               Fonte: Acervo dos autores, 2022.

 

Uma experiência similar foi apresentada pelos profissionais da APS da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis/SC, na 2ª Edição do Laboratório de Inovação em Enfermagem da OPAS, em parceria com o COFEN, intitulada Pintando ventres grávidos: Uma experiência de Vínculo, Empoderamento e Cuidado. A experiência desenvolvida nos Centros de Saúde Tapera e Armação, na região Sul se estende sobre 3 modalidades de oferta do serviço que contemplam a prática como trabalho terapêutico: Grupo de Gestantes, Consulta de pré-natal e Oficinas de Ultrassonografia Natural para profissionais de saúde.

As oficinas são para sensibilizar o profissional de saúde para a prática da Ultrassonografia Natural, não sendo necessário ter habilidades artísticas ou conhecimento prévio porque se utilizam moldes e técnicas de desenho que facilitam o processo. É de suma importância perguntar se a gestante tem alergia ou sensibilidade aos produtos utilizados, utilizar materiais de qualidade e com data de validade em dia. O desenho parte da construção de uma imagem que agrade a gestante e sua rede de apoio, por isso é imprescindível perguntar quais as expectativas com relação à pintura, suas inspirações, suas cores favoritas, se ela gostou de alguma ultrassonografia que já viu, sempre é deixado claro que não irá ficar igual, pois cada pintura é única e os traços de cada profissional no desenho são diferentes. Os profissionais relatam que é importante, ao desenhar, prestar atenção às proporções do corpo do bebe, lembrando que estamos povoando a imaginação de uma gestante e familiares. Contemplar, mostrar com espelho e fotografar são sugestões para depois da pintura. Incentivar os familiares a desenhar em casa na barriga também, incentivando o vínculo com a gestação.

A partir dos relatos da experiência de Florianópolis, pode-se perceber que a Ultrassonografia Natural auxilia os profissionais a assumir um olhar ampliado durante o cuidado com a gestante, com fins terapêuticos, fortalecendo o vínculo com o bebê e promovendo durante a realização da arte (pintura) momento de relaxamento e expressão dos sentimentos maternos. Presume-se que esse espaço é uma das formas de remover as barreiras de acesso em situações de vulnerabilidade social. Essa estratégia de cuidado repercute em maior adesão ao aleitamento materno, acolhe as angústias  da família, cria espaço para sanar dúvidas e estreitar o vínculo com a unidade de saúde.

A pintura do bebê no ventre materno valoriza a mulher e suas escolhas, apresenta o bebê imaginário por meio de arte a sua rede de apoio e familiar, leva a uma conexão mais profunda e intimista da maternidade e paternidade, bem como vincula irmãos ao nascimento do novo integrante da família. Incentiva a participação de todos no processo de gestar, oferecendo um suporte e troca de experiências única a esse momento (Figuras 3 e 4).

  Figuras 3 e 4 – Prática da Ultrassonografia Natural em gestante nos Centros de Saúde Tapera e Armação, Florianópolis

Fonte: Acervo dos autores, 2022.

Com base nos relatos das gestantes que participaram da experiência, foi identificado motivação e movimento para busca de conhecimento e vínculo ao bebê. Essa prática desperta sentimentos de proteção, amor, perdão, segurança, aumento da auto estima, conexão com o próprio corpo e autonomia no processo de parir e liberação de medos e inseguranças.

Por outro lado, a localização do feto através da palpação, ausculta dos batimentos fetais, observação dos seus movimento, presentes durante a prática da pintura, é uma potente ferramenta pedagógica que populariza, relaciona e integra o conhecimento e práticas científicas dos profissionais à comunidade, fortalecendo a abordagem comunitária e ações baseadas em prevenção quaternária e centrada na pessoa.

A expressão artística de desenho e pintura em gestantes reflete a potencialidade do plano relacional paciente/profissional. Todas as pessoas carregam uma bagagem de vida onde existem conhecimentos, crenças, religiões, sentimentos, valores, emoções e de nenhuma forma nosso conhecimento tem valor maior que o que elas têm. Nesse sentido, todos os conhecimentos, tradicionais e profissionais, devem ser compreendidos num mesmo patamar de relevância, sem hierarquizações. Segundo Barreto (2008) há inúmeras possibilidades de prevenção das doenças e formas de cura, tanto quanto existem distintas realidades, sociedades e culturas presentes na humanidade.

A arte, por sua vez, entra nesse contexto como uma ferramenta fundamental para aproximação e vínculo das gestantes no objetivo de empoderamento da mesma no processo de maternagem. Sugere-se fortemente a capilarização desta prática colaborativa nos serviços de saúde.

 A partir das experiências apresentadas, é possível destacar que a prática da Ultrassonografia Natural, seja realizada pela enfermagem ou por outros profissionais, oportuniza e reforça o caráter da APS na realização de um cuidado humanizado, integral e interprofissional, que visa a promoção da saúde em âmbito familiar e comunitário.

 

Autoria

Rio de Janeiro: Aline Azevedo Vidal, Aline Gonçalves Pereira, Jacqueline Oliveira de Carvalho e Luciana Simões de Oliveira.

Florianópolis: Caren Della Mea da Fonseca, Cilene Fernandes Soares, Elizimara Siqueira, Juliana Cipriano de Arma, Laura Denise Reboa Castillo Lacerda, Lucilene Gama Paes, Tatiane Chimanko Bugs

Revisão: Isabella Koster, Lucelia dos Santos Silva.

 

Referências

BARRETO, A.P. Terapia Comunitária – Passo a Passo. 3º Ed. Fortaleza: Gráfica LCR, 2008; 480p: il.

MATA, Júnia Aparecida Laia da; SHIMO, Antonieta Keiko Kakuda. Arte da pintura do ventre materno e vinculação pré-natal. Revista Cuidarte, v. 9, n. 2, p. 2145-2164, 2018.

RAWLINSON, C; CARRON, T; COHIDON, C; ARDITI, C; HONG, Q.N; PLUYE, P; et al. An Overview of Reviews on Interprofessional Collaboration in Primary Care: Barriers and Facilitators. Int J Integr Care. 22 de junho de 2021;21(2):32.

The Basics of the Belly Mapping®️ Method. Spinning Babies, 2022. Disponível em: <https://www.spinningbabies.com/pregnancy-birth/baby-position/belly-mapping/>. Acesso em: 06, julho de 2022.

ZAMPIERI, M. de F. M.. Vivenciando o processo educativo em enfermagem com gestantes de alto risco e seus acompanhantes. Florianópolis, UFSC, 1998. 179p.

 

 

Abrasco e Change entregam petição pelo fortalecimento do SUS em diretórios políticos

Na última semana, uma parceria entre Abrasco e Change levou a petição que clama pelo fortalecimento do SUS à sede de vários diretórios políticos em São Paulo. A ação, promovida pela plataforma de abaixo-assinados Change.org, levou também outras cinco petições, que reúnem mais de 3,6 milhões de assinaturas, às coordenações dos partidos dos candidatos que disputarão as próximas eleições, em outubro. 

Reunindo quase 80 mil assinaturas, a petição da Abrasco propõe o fortalecimento do SUS e a presença da pauta da saúde no centro do debate político destas eleições. Ela integra a campanha Fortalecer o SUS, da Abrasco, e convoca para a mobilização aqueles que acreditam que o nosso sistema de saúde merece mais investimentos. 

Para a presidente da Abrasco, Rosana Onocko, a campanha pelo Fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) leva a atuação que a Associação tem feito, por meio da Frente Pela Vida, para um público mais amplo, que pode não estar tão próximo do debate sobre políticas de Saúde, mas que são usuários e conhecem bem as dificuldades e potências do SUS. “O fato da campanha ter conseguido mais de 78 mil assinaturas mostra a importância que a vida da população tem e a necessidade de mantermos a mobilização por uma retomada de investimentos e qualificação do nosso sistema”, afirma. 

Durante os dias da caravana, os cidadãos e representantes das organizações responsáveis pelas petições selecionadas visitaram diretórios de pelo menos nove partidos: PT, PCdoB, PSOL, PSDB, Rede, Cidadania, PV, PSB e PSD.  O próximo passo da ação irá contar com a entrega da petição da Abrasco para os presidenciáveis. 

Conheça a campanha, acesse www.fortalecerosus.org.br e chame mais pessoas para assinarem a petição! 

Monkeypox : é preciso produzir dados com recorte de raça/cor, gênero e orientação sexual

Fonte e reprodução da imagem: NIAID & Abrasco

Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a monkeypox como uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, em julho de 2022, há estigma e desinformação sobre a transmissão da doença e a comunidade LGBTQI+ . Para gerar políticas públicas efetivas de prevenção e tratamento, sem descriminalizar grupos específicos, é necessário produzir dados com variáveis de raça/cor e etnia, gênero e orientação sexual. 

É o que defende Daniel Canavese, pesquisador do GT LGBTI+ da Abrasco e um dos autores do artigo Pela urgente e definitiva inclusão dos campos de identidade de gênero e orientação sexual nos sistemas de informação em saúde do SUS: o que podemos aprender com o surto de monkeypox? , publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva. 

O documento traz propostas para orientar a comunidade científica,  gestores de saúde e a sociedade, de forma geral. Além de recomendar a adoção de ações imediatas de cuidado – como testagem, vacinação, e atenção clínica -, frisa a necessidade da divulgação dos dados de monkeypox nos boletins epidemiológicos, organizados pelos marcadores, e também a disponibilização dessa informação em espaços de ciência aberta, assim como a produção de campanhas de comunicação. 

Para o pesquisador, um dos objetivos do texto é comunicar o quanto os marcadores indispensáveis para que possamos compreender as necessidades de saúde e as questões de vulnerabilização, particularmente. “A resposta brasileira demonstra os impactos de não termos esses dados, dando margem para as situações de estigma, propagação das fake news. É urgente que tenhamos uma produção de dados nos sistemas de informação com essas variáveis, para que possamos analisar, planejar e intervir” 

Canavese também defende que a sociedade civil e a comunidade científica também exijam, nos diferentes espaços de atuação, a produção de informação que subsidie as políticas de equidade em saúde.

Leia o artigo completo. 

2º Simbrastt traz saúde dos trabalhadores como direito e centro do debate

Pensar, reivindicar e conquistar novas dimensões para a saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores do Brasil, abrangendo todas atividades desempenhadas, todos os corpos, todas as cores e todas as trajetórias. Numa construção coletiva e políticae e em busca de novos olhares para a temática que se apresenta o 2º Simpósio Brasileiro de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – 2º Simbrastt. O Simpósio será realizado nos dias 19 e 20 de novembro, na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, como uma das atividades pré-congressuais do 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 22.

Liderado pelo Grupo Temático Saúde do Trabalhador (GTST/Abrasco), o Simpósio acontece após 15 anos da sua 1ª edição, realizada em 2007. Para Jorge Huet Machado, coordenador da 1ª edição do Simpósio e integrante do GTST/Abrasco, este foi um intervalo marcado por avanços e transformações desta temática no Brasil.

“Foi um período no qual vivemos a consolidação da área tecnica de saúde do trabalhador e trabalhadora na Secretaria de Vigilância em Saúde, no Ministério da Saúde, com a realização da 4ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, em 2014. Consequentemente, houve o desenvolvimento de ações sistemáticas de vigilância em saúde do trabalhador por parte das instâncias municipais e estaduais. Em que pese as oscilações administrativas e políticas do período há uma continuidade no financiamento da Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (Renast), que completou 20 anos em crescente perspectiva de universalização e integração da vigilância em saúde do trabalhador com as demais vigilâncias e também com a Atenção Primária a partir de ações territorializadas e participativas”, avalia Machado.

Outro importante marco nesse intervalo temporal é a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT), instituída pela Portaria Nº 1.823, de 23/08/2012 e que celebra 10 anos neste 2022, destaca Cristina Strausz, coordenadora do 2º Simbrastt.

“A PNSTT é resultado de uma construção desses 30 anos da Saúde do Trabalhador, englobando os 20 anos da Renast e os 30 anos do Acordo Nacional do Benzeno. É uma política relativamente recente e complexa, que prevê ações no âmbito da Vigilância em Saúde (Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e em ST), além da atenção integral à saúde. Passamos por diversas gestões do SUS nos níveis federal, estaduais e municipais e, em muitas delas, não consolidaram e sequer incorporaram a Saúde do Trabalhador nas regiões de saúde”.

Para Cristina, uma das questões mais preementes da temática é o não reconhecimento da categoria Trabalho como determinante social da saúde em todos os níveis de atenção do SUS, o que impacta diretament no não reconhecimento de seus usuários e usuárias como trabalhadores.

Junto com esse cenário setorial, o 2º Simbrastt quer debater também a desconstrução de direitos trabalhistas e sociais que impactam diretamente o processo civilizatório. “Vivemos a emergência de uma cultura perversa, marcada por ataques à democracia e à dignidade humana pelo racismo, pela intolerância religiosa e pelo aprofundamento da pobreza e da violência social e institucional. Tais retrocessos produzem reflexos importantes no mundo do trabalho e na saúde dos trabalhadores. A escolha do tema “Saúde do Trabalhador como Direito Humano” explicita esta luta”, ressalta Cristina.

Para participar do 2º Simbrasst é necessário realizar inscrição – Clique e Acesse

Importante: A inscrição no Simbrastt não garante acesso ao 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletivo. Inscreva-se no Abrascão 22.

Debates e novas expressões: Três webnários transmitidos pela TV Abrasco fazem a prévia do Simpósio, adiantando os temas e as abordagens que serão discutidas em Salvador. O webnário de lançamento foi realizado em 21/06 e a segunda transmissão em 08/07. O terceiro pré-simbrastt será no dia 16 de setembro, às 14 horas.

O 2º Simbrastt será gratuito e híbrido, com uma programação de debates presenciais que ocupará o auditório da Faculdade de Direito da UFBA e transmissão simultânea via Zoom para quem fizer a inscrição.

Junto com os debates, haverá a Mostra de Experiências em Saúde do Trabalhador, pensada para estimular outras formas de linguagem para falar da temática e explicar o momento conjuntural que passa o mundo do trabalho e dos trabalhadores no SUS. Inscrições para a Mostra devem ser feitas até 30/09 em formulário próprio – clique e acesse.

Serão aceitos trabalhos nos formatos de pôsteres eletrônicos, infográficos, vídeos curtos e podcast, distribuídos em três categorias: Educação/formação em ST; Vigilância em ST; e Gestão e implementação da PNSTT. Os trabalhos que se destacarem em cada categoria receberão uma premiação simbólica.

O 2º Simbrastt é organizado pelo GTST/Abrasco e com a grande rede que forma a temática da Saúde do Trabalhador, com participação da Diretoria de Vigilância em ST ;Sesab-Bahia; UFBA; Ensp/Fiocruz; CGSAT-MS e ;MPT-BA, além do apoio do Conselho Nacional de Saúde e da CISTT/CNS, mais Frente Ampla em defesa da ST, Cebes, Diesat e outras organizações sindicais e sociais.

“Com o 2º Simbrastt queremos aprofundar a discussão em torno de novos caminhos para a implementação da PNSTT e toda a complexidade da Saúde do Trabalhador no SUS, com participação intersetorial, com profissionais da área, movimentos sociais e demais parceiros interinstitucionais”, diz Cristina Strausz.

Ela reforça também o processo disparado pelo evento junto à própria Abrasco. “Pretendemos aprofundar a construção de uma discussão internamente à Associação, através do diálogo com outros grupos temáticos, visando a construção de uma agenda coletiva que inclua a categoria trabalho nas suas reflexões”, finaliza a abrasquiana e coordenadora do Simbrastt.

2º Simpósio Brasileiro de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora – 2º Simbrastt

Dias 19 e 20 de novembro
Na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia
Endereço: R. da Paz, s/n – Graça, Salvador – BA
Inscrições gratuitas – Em breve, programação

Importante: A inscrição no Simbrastt não garante acesso ao Abrascão 22- Inscritos no Abrascão 22 também devem se inscrever no Simbrastt.

Mostra de Experiências em Saúde do Trabalhador – Acesse o regulamento e inscreva seu trabalho até 30/09

Pela oferta urgente do medicamento Nirmatrelvir/Ritonavir para tratamento da Covid-19

Em matéria divulgada recentemente, a Abrasco solicita a oferta urgente do medicamente Nirmatrelvir/Ritonavir para o tratamento da Covid-19. Acesse na íntegra através do link (https://www.abrasco.org.br/site/noticias/pela-oferta-urgente-do-medicamento-nirmatrelvir-ritonavir-para-tratamento-da-covid-19/68090/) ou clicando aqui.

A epidemia de COVID-19, maior tragédia humanitária e de saúde da história do Brasil, continua produzindo muito sofrimento, com registros, extremamente subestimados, de dezenas de milhares de casos e perto de duas centenas de mortes registrados a cada dia.

O número alto de mortes continua porque a transmissão persiste intensa, parte da população não recebeu o esquema vacinal completo e, embora existam medicações eficazes para combater o vírus em uso em vários países do mundo, elas não estão disponíveis no Brasil.

Acesse o documento

 O medicamento de nome comercial Paxlovid (associação de Nirmatrelvir e Ritonavir) foi aprovado em março para uso emergencial para adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para COVID-19, e seu uso foi recomendado pela Comissão Nacional de incorporação de Tecnologias – CONITEC – em maio deste ano.

Embora o Decreto n° 7.646/2011 tenha estabelecido o prazo de 180  dias para a garantia da disponibilização das tecnologias incorporadas ao SUS e a efetivação de sua oferta à população brasileira, não parece razoável que na situação atual todo este tempo deva transcorrer. Assim, reivindicamos URGÊNCIA para a oferta desta medicação pelos serviços do Sistema Único de Saúde, nos termos do Relatório 727 da Conitec e da Portaria SCTIE/MS Nº 44, de 5 de maio 2022, que tornou pública a decisão de incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, o nirmatrelvir/ritonavir, com reavaliação em até 12 meses da disponibilização, para o tratamento da COVID-19 nos seguintes grupos de pacientes com sintomas leves a moderados, que não requerem oxigênio suplementar, independentemente do status vacinal: a) imunocomprometidos com idade >18 anos (segundo os critérios utilizados para priorização da vacinação para COVID-19); b) com idade >65 anos.