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Arquivo Mensal maio 2022

SBMFC derruba notas informativas do Ministério da Saúde que indicavam tratamento precoce para Covid-19

SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade) conseguiu derrubar na Justiça as notas informativas do Ministério da Saúde que indicavam o uso de cloroquina e hidroxicloroquina para tratamento precoce de pacientes com covid-19. A decisão da 4ª Vara Federal do Rio de Janeiro aponta que a orientação para uso desses medicamentos é “precipitada” e que mais estudos sobre os efeitos adversos do “kit covid” são necessários para medir seu grau de eficácia no tratamento contra o novo coronavírus.

A SBMFC protagonizou a luta contra o “kit covid” ao ingressar com a ação judicial ainda em 2020. De lá pra cá, o Ministério da Saúde retirou as orientações para o uso dos remédios de suas diretrizes. Entretanto, a sentença publicada pela Justiça Federal na semana passada ainda cumpre um papel fundamental nos rumos da saúde pública.

“A decisão é uma vitória contra a desinformação e contra futuras medidas negacionistas de autoridades públicas. A divulgação da retirada de tais orientações pelo Ministério da Saúde não chegou nem perto da enorme promoção dessas medicações feita pelo governo federal desde o início da pandemia. Todos os esforços contra o uso indiscriminado delas ainda são necessários”, disse a presidente da SBMFC, Zeliete Zambon.

O diretor do Departamento de Residência Médica da SBMFC, Marcos Pedrosa, reforçou a importância da divulgação massiva da decisão judicial em um país de dimensões continentais, interfederativo e que tem sofrido com políticas que promoveram a automedicação, como o Brasil.

“Ainda há municípios que até ontem recomendavam esses remédios em suas orientações técnicas próprias. No tratamento hospitalar o tema parece mais pacificado no debate público, mas não no tratamento ambulatorial. E, para além dos profissionais da saúde, essa informação também precisa chegar aos cidadãos brasileiros, cada vez mais suscetíveis à automedicação”, explicou.

A sentença não impede os médicos de prescreverem os remédios de acordo com o quadro clínico de cada paciente e de seu conhecimento técnico. O foco da decisão é proibir a propagação em massa de um tratamento sem respaldo científico e sem a observância dos princípios bioéticos.

Confira a decisão da justiça na íntegra:

Sentença SBMFCxUNIÃO

Contra o homeschooling

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva subscreveu nota contra a autorização de educação domiciliar, em trâmite no Congresso Nacional, divulgada pela Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), e assinada por mais de 50 entidades científicas.  A SBPC publicou o documento na quinta-feira (19/5), e afirma que o homeschooling nega, às crianças e adolescentes, a possibilidade de serem preparadas para viver em sociedade. Confira: 

CONTRA O HOMESCHOOLING

A SBPC apela aos membros do Congresso para que REJEITEM o projeto de lei que autoriza a EDUCAÇÃO DOMICILIAR, também conhecida como “homeschooling”, pelas razões que se seguem:

  • Um dos principais papéis da educação, como se constata da própria etimologia da palavra (ex+ducere = guiar ou conduzir de dentro para fora), é o de preparar crianças e adolescentes para viverem em sociedade e desenvolverem condições de conviver harmoniosa e frutiferamente com seus semelhantes.
  • Ora, o homeschooling justamente nega, às crianças e adolescentes, essa possibilidade de serem conduzidas para um mundo mais amplo e diverso que a família.
  • Não restam dúvidas sobre a importância da família na formação dos valores, da autoconfiança e da busca honesta da felicidade. Mas a educação requer uma série de conhecimentos e valores que foram sendo desenvolvidos ao longo dos últimos séculos por profissionais qualificados, em ambientes que permitem a vivência coletiva de crianças e adolescentes.
  • Além disso, trata-se de uma demanda de relativamente poucos pais. Reportagem do Jornal Nacional, poucos anos atrás, falava em 5 mil pais. A associação dos mesmos alegava que seriam 20 mil. Mesmo assim, num contingente de mais de 35 milhões de matriculados no ensino fundamental e médio, 5 ou 20 mil constituem uma minoria extremamente pequena. Melhor fariam, o Governo e o Congresso, em se debruçarem sobre as agendas que realmente afetam o conjunto inteiro daqueles que, dos 4 aos 17 anos, têm o direito à educação.

Por estas razões, apelamos pela rejeição do projeto cuja urgência foi ontem aprovada na Câmara de Deputados.

São Paulo, 19 de maio de 2022.

DIRETORIA DA SBPC

Também subscrevem a carta até às 12h30 do dia 20/5:

Associação Brasileira de Antropologia (ABA)

Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC)

Associação Brasileira de Ciência Ecológica e Conservação (ABECO)

Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC Brasil)

Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE)

Associação Brasileira de Educação Musical (ABEM)

Associação Brasileira de Enfermagem – Nacional (ABEN)

Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBenBio)

Associação Brasileira de Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias (ESOCITE.BR)

Associação brasileira de Limnologia (ABLimno)

Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC)

Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC)

Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial (ABPEE)

Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE)

Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO)

Associação de Linguística Aplicada do Brasil (ALAB)

Associação de Mutagênese e Genômica Ambiental (MutaGen-Brasil)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP)

Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED)

Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Letras e Linguística (ANPOLL)

Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional (ANPUR)

Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF)

Federação de Arte Educadores do Brasil (FAEB)

Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe)

Sociedade Astronômica Brasileira (SAB)

Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN)

Sociedade Brasileira de Biofísica (SBBf)

Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq)

Sociedade Brasileira de Ecotoxicologia (Ecotox Brasil)

Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM Nacional)

Sociedade Brasileira de Eletromagnetismo (SBMAG)

Sociedade Brasileira de Engenharia Biomédica (SBEB)

Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)

Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE)

Sociedade Brasileira de Física (SBF)

Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal (SBFV)

Sociedade Brasileira de Genética (SBG)

Sociedade Brasileira de Geologia (SBGeo)

Sociedade Brasileira de Geoquímica (SBGq)

Sociedade Brasileira de História da Ciência (SBHC)

Sociedade Brasileira de Mastozoologia (SBMz)

Sociedade Brasileira de Matemática (SBM)

Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBMicro)

Sociedade Brasileira de Paleontologia (SBP)

Sociedade Brasileira de Protozoologia (SBPz)

Sociedade Brasileira de Química (SBQ)

Sociedade Brasileira de Telecomunicações (SBrT)

Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ)

Nota de Repúdio à fala do Secretário da Atenção Primária no lançamento da nova Caderneta para gestantes do Governo Federal

Compartilhamos aqui no site da Rede APS a nota de repúdio feita pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, em conjunto com a Rede Feminista de Ginecologista e Obstetras à fala proferida pelo atual secretário da atenção primária do governo federal, Rafael Câmara Medeiros Parente, realizada durante o lançamento da nova caderneta de gestantes, no dia 4 de maio deste ano. Em sua fala, dentre outras coisas, o secretário censura o uso do termo violência obstétrica, defende práticas proscritas na assistência ao trabalho de parto, como a manobra de Kristeller e desautoriza o cuidado prestado pelas casas de parto. Consideramos essas afirmações um ataque aos direitos e ao cuidado em saúde humanizado e cientificamente respaldado de pessoas gestantes e pedimos pela saída imediata de Rafael Câmara Medeiros Parente do cargo de secretário de atenção primária à saúde. 

Em todo o mundo, o debate sobre a qualidade da assistência obstétrica ganha uma enorme importância, já que que a mortalidade materna e infantil tem se configurado em desafio de saúde pública (1). No Brasil, o enfrentamento dessa problemática demanda uma avaliação atenta e totalizante, que dê conta das diferenças socioeconômicas, raciais e territoriais da população. Vale ressaltar que durante a pandemia o Brasil foi um dos países com maior mortalidade entre mulheres gestantes, com maior impacto entre mulheres racializadas e pobres (2). Também foi o país que realizou uma estratégia de vacinação não prioritária para territórios mais vulnerabilizados, além de ter adotado uma política pelo governo federal que, dentre outras coisas, incentivou uma suposta imunização de rebanho e o uso de medicações sem respaldo científico e adiou a própria compra das vacinas.(3,4) 

Nós, médicos e médicas de família e comunidade, assim como obstetras e ginecologistas, que executam diariamente o acompanhamento pré-natal e assistência ao parto de pessoas gestantes e puérperas em serviços públicos de saúde; entendendo nosso papel técnico e político, não poderíamos nos omitir às falas do atual secretário da atenção básica do governo federal. Achamos pertinente elucidar alguns temas apontados pelo secretário, à luz de evidências científicas e princípios éticos da prática médica.

Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o documento Tecnologias apropriadas para o parto e nascimento (5), uma classificação das práticas de atenção ao parto e ao nascimento. Essas recomendações foram revistas em 1989 e novamente em 2018 (6,7), reforçando a classificação das tecnologias em aquelas que reduzem os resultados negativos na gravidez e no parto; aquelas promissoras, mas que requerem avaliação adicional; as práticas com efeitos desconhecidos com necessidade de avaliação adicional e as práticas que deveriam ser abandonadas à luz da evidência disponível.

Entre as más práticas estão: não envolver as mulheres nas decisões sobre seus cuidados; episiotomia rotineiras para o parto; administração rotineira de enemas ou supositórios e tricotomia; posição materna restrita durante o trabalho de parto, prescrição de sedativos ou tranquilizantes, repetição de cesariana rotineiramente após cesárea anterior, além do negligenciamento dos direitos das mulheres por conta de más condições estruturais dos serviços de saúde, como deixar as mulheres desacompanhadas durante o trabalho de parto e separar rotineiramente mães e bebês saudáveis.

No que diz respeito ao termo “Violência Obstétrica”, repudiado pelo secretário, vale apontar que esse termo tem sido utilizado para nomear uma problemática antiga que se refere ao tratamento desrespeitoso e abusivo que as mulheres podem sofrer por profissionais de saúde durante a gravidez, o parto e o período pós-parto (8). Pesquisas no Brasil registram dados alarmantes de cenário da violência obstétrica. Estudos apontam que 25% das mulheres relataram ter sofrido maus tratos durante o parto e apenas 5% delas tiveram parto sem nenhuma intervenção (9,10). Observa-se também que dentre pessoas gestantes, adolescentes, mulheres solteiras, mulheres de baixo nível socioeconômico, de minorias étnicas, migrantes e as que vivem com HIV têm maior chance de  experimentar abusos, desrespeito e maus-tratos (11). No Brasil, chamam atenção particularmente os dados de violência obstétrica sofridas por mulheres negras em relação a oferta de analgesia: mesmo após controle para variáveis sociodemográficas, os dados indicam um menor uso de analgesia nas mulheres pretas (12) e alguns estudos também evidenciaram uma menor oferta de procedimentos anestésicos no parto vaginal para mulheres pretas e pardas, com menores proporções ainda para as de menor escolaridade (13).  

Sobre a prática da episiotomia, pesquisa realizada pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) em 2011-12 revelou que, no Brasil, a prática rotineira de episiotomia chega a 56% em todo o país e em quase 75% das primíparas. A OMS, já em 1996,  classificava a episiotomia como uma prática prejudicial e desnecessária que deveria ser extinta. Como agravante, esse é um procedimento muitas vezes realizado sem o consentimento ou explicação prévia à mulher, outros tantos sem nem mesmo realizar anestesia prévia ao corte. Trata-se de uma mutilação genital que agride a integridade e autonomia da mulher e que não encontra respaldo de benefício na medicina baseada em evidências. (15,16)

Os dados sobre nascimentos no Brasil citados acima apontam para uma defasagem estrutural do atendimento em saúde prestado às gestantes, que coloca em risco a  integridade física e a vida de milhares de brasileiras. Nesse sentido, muito nos espanta as colocações feitas pelo secretário que vão em direção contrária às boas práticas em atenção ao parto e ao nascimento. O secretário chega a defender o uso da manobra de Kristeller. Além de não existir quaisquer evidências de que pressão sobre o fundo uterino no período expulsivo (Manobra de Kristeller) tenha  benefício para o feto ou para a mãe, há evidências de que a manobra aumenta o risco para complicações com fraturas, hematoma, rotura de órgãos moles entre outros (5,6,14).

Quanto a nova caderneta da gestante (17), lançada no evento da fala do secretário, observa-se que esse instrumento também traduz um retrocesso das políticas públicas, que deveriam estar comprometidas com a ciência e o bem estar das brasileiras. Ao invés de fornecer informações para guiar a gestante durante o seu acompanhamento pré natal e o parto, na nova caderneta da gestante foram excluídas informações importantes para pessoas gestantes, e adicionadas recomendações de condutas já proscritas e condenadas pela Organização Mundial de Saúde, assim como estímulos a atos de violência obstétrica (18). Foram eliminadas  informações sobre o plano de parto, sobre o acompanhamento das doulas e sobre a realização do exame que diagnostica anemia falciforme, uma doença de maior prevalência na população negra – um atestado da falta de compromisso com essa população, tão comum neste governo (19). Há também, nesta nova caderneta, a normalização da infusão de ocitocina e do uso da amniotomia, facilitando a imposição dessas intervenções como rotina durante o parto sem critério clínico. A nova caderneta retrocede ainda mais quando descreve a possibilidade de que em algum cenário seja realizado a episiotomia, corte no períneo da mulher. Promove desinformação, recomendando a amamentação para prevenir gravidez nos primeiros seis meses, sendo essa prática insegura. Além disso, há ainda, na nova caderneta, uma sessão sobre cesarianas com informações enviesadas e em desacordo com a recomendação da OMS. Esta nova caderneta da gestante não é só um retrocesso, mas uma ameaça à saúde e um perigo à integridade física da mulher.

Defendemos que os sistemas de saúde são responsáveis pela maneira com que as mulheres são tratadas durante o pré-natal, parto e puerpério.  Tal assistência deve ser desenvolvida por meio de políticas públicas de saúde como prevê o SUS, com mecanismos de acompanhamento claros sobre direitos, normas éticas, políticas de combate à violência obstétrica e o racismo institucional, linhas de cuidado, protocolos e instrumentos científicamente embasados.

 

Para acessar a nota completa no site da SBMFC clique aqui.

 

A caderneta está disponível aqui 03_05_versãoeletrônica_Caderneta da Gestante

 

Referências:

  1. BRASIL, Ministério da Saúde. DESPACHO DAPES/SAS/MS de 03 de maio de 2019. Brasília, 2019. Disponível em: https://sei.saude.gov.br/sei/controlador_externo.php?acao=documento_conferir&codigo_verificador=90876 21&codigo_crc=1A6F34C4&hash_download=3a1a0ad9a9529cf66ec09da0eaa100f43e3a71dadcb400a0033aea de6e480607ee223e8f2fb1395ed3ce25c6062032968378cd9f7a37a4dc6dfb5a3aa708709d&visualizacao=1&id_ orgao_acesso_externo=0&fbclid=IwAR0MVIM1dG4AYoJsGSzRIxt3z4Ctc7qN4ONWK72OsC1XcvMTkUeAEH_K00
  2. Souza, Alex Sandro Rolland e Amorim, Melania Maria RamosMaternal mortality by COVID-19 in Brazil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil [online]. 2021, v. 21, n. Suppl 1 [Acessado 9 Maio 2022] , pp. 253-256. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1806-9304202100S100014>. Epub 24 Fev 2021. ISSN 1806-9304. https://doi.org/10.1590/1806-9304202100S100014.
  3. Deivison Faustino,  professor do PPGSSPS da UNIFESP e pesquisador do Instituto Amma Psique e Negritude; Olinda Luiz, pesquisadora do HCSP e professora colaboradora da FMUSP;Jorge Kayano, médico sanitarista e pesquisador do Instituto Pólis. Participa do Coletivo Intersetorial pela Vida em São Paulo; Danielle Klintowitz, arquiteta urbanista e coordenadora gera do Instituto Pólis;Vitor Nisida, arquiteto urbanista e pesquisador do Instituto Pólis;Lara Cavalcante, arquiteta urbanista e pesquisadora do Instituto Pólis. 2021  “Abordagem territorial e desigualdades raciais na vacinação contra Covid-19”.
  4. Deisy de Freitas Lima Ventura¹ ¹ Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil. E-mail: deisy.ventura@usp.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8237-2470. Cláudia Perrone-Moisés² ² Universidade de São Paulo, São Paulo, São Paulo, Brasil. E-mail: cpmoises@usp.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2931-0929. Kathia Martin-Chenut³ ³ Centro Nacional da Pesquisa Cientifica da França (CNRS), UMR ISJPS (CNRS-Universidade de Paris 1), Paris, França. E-mail: Kathia.Martin-Chenut@univ-paris1.fr. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3977-9069 2021 “Pandemia e crimes contra a humanidade: o “caráter desumano” da gestão da catástrofe sanitária no Brasil Pandemic and crimes against humanity: the “inhuman character” of health catastrophe management in Brazil”
  5. World Health Organization – WHO. Appropriate Technology for Birth, Lancet [Internet]. 1985;2(8452):436-7. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2863457. 
  6. Chalmers B. WHO appropriate technology for birth revisited. BJOG An Int J Obstet Gynaecol. 1992;99(9):709– 10. Disponível em: https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1471-0528.1992.tb13867.x
  7. WHO recommendations: intrapartum care for a positive childbirth experience. Geneva: World Health Organization; 2018. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
  8. Tesser C, Knobel R, Andrezzo H, Diniz S. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade [Internet]. 2015 Jun 24; [Citado em 2019 Mai 6]; 10(35): 1-12. Disponível em: https://www.rbmfc.org.br/rbmfc/article/view/1013.
  9. Viellas EF, Domingues RMS, Dias MAB, Gama SGN, Theme Filha MM, Costa JV et al . Assistência pré-natal no Brasil. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2014 ; 30( Suppl 1 ): S85-S100. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2014001300016&lng=en.
  10. Venturi G; Godinho T, editors. Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público e Privado: Uma década de mudanças na opinião pública. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo: SESC-SP; 2013. Disponível em: https://apublica.org/wpcontent/uploads/2013/03/www.fpa_.org_.br_sites_default_files_pesquisaintegra.pdf
  11. Bowser D, Hill K. Exploring Evidence for Disrespect and Abuse in Facility-based Childbirth: report of a landscape analysis. USAID / TRAction Project; 2010. Disponível em: https://www.ghdonline.org/uploads/Respectful_Care_at_Birth_9-20-101_Final1.pdf
  12. Leal MC, Gama SGN, Pereira APE, Pacheco VE, Carmo CN, Santos RV. A cor da dor: iniquidades raciais na atenção pré-natal e ao parto no Brasil. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2017 ; 33( Suppl 1): e00078816. Disponível em:: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2017001305004&lng=en. Epub July 24, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311×00078816.
  13. Leal MC, Pereira APE, Domingues RMSM, Theme Filha MM, Dias MAB, Nakamura-Pereira M et al . Obstetric interventions during labor and childbirth in Brazilian low-risk women. Cad. Saúde Pública [Internet]. 2014; 30(Suppl 1): S17-S32. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2014001300005&lng=en. http://dx.doi.org/10.1590/0102-311X00151513.
  14. FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente. Postagens: Deixar de fazer Manobra de Kristeller: por que e como?. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/deixar-de-fazer-manobra-de-kristeller-por-que-e-como/>
  15. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Políticas de Saúde. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher [Internet]. Brasília; 2001[acesso em 2019 abr 22]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/public acoes/cd04_13.pdf
  16. Ministério da Saúde (BR). Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) 2006: dimensões do processo reprodutivo e da saúde da criança [Internet]. Brasília; 2009[acesso em 2019 abr 22]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/public acoes/pnds_crianca_mulher.pdf
  17. CADERNETAGESTANTE. DA. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Brasília – DF. 2022. 6ª edição
  18. 2018 WHO recommendations Intrapartum care for a positive childbirth experience Transforming care of women and babies for improved health and well-being
  19. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed. rev. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)

A persistência da sífilis como desafio para a saúde pública no Brasil é tema de podcast

O professor da Universidade Federal de Pelotas Luiz Augusto Facchini e a professora da Universidade Federal de Rio Grande Mirelle de Oliveira Saes participaram de um podcast do periódico Cadernos de Saúde Pública falando sobre os resultados do artigo intitulado “Avaliação do manejo adequado de pacientes com sífilis na atenção primária em diferentes regiões do Brasil entre 2012 e 2018”.
 
O estudo que teve como objetivo analisar a presença de infraestrutura e processo de trabalho adequados na atenção primária para o diagnóstico, manejo e tratamento da sífilis no Brasil nos anos de 2012, 2014 e 2018, com um desenho transversal, de abrangência nacional, com dados dos três ciclos do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) em 2012 (Ciclo I), 2014 (Ciclo II) e 2018 (Ciclo III), mostrou as inequidades existentes, com melhoras mais expressivas nas regiões mais ricas, municípios com IDH-M mais alto, maiores e com menor cobertura da ESF. A baixa prevalência de infraestrutura e processo de trabalho adequados para o atendimento dos pacientes com sífilis no Brasil refletem uma insuficiência importante no sistema de saúde brasileiro.
 
O artigo pode ser acessado através do site do periódico Cadernos de Saúde Pública (CSP) pelo link: http://cadernos.ensp.fiocruz.br/csp/artigo/1747/avaliacao-do-manejo-adequado-de-pacientes-com-sifilis-na-atencao-primaria-em-diferentes-regioes-do-brasil-entre-2012-e-2018 ou clicando aqui.
 
O episódio de número 26  do podcast Cadernos de Saúde Pública está disponível na Plataforma do Spotify e pode ser acessado através do link: https://open.spotify.com/episode/4mbro92xOEHiAsTD79vxYr?si=031e2b8e6e4847d2 ou clicando aqui.

Sétima Reunião do Comitê Gestor 2022

Data: 10/05/2022.

Horário: 09h-12h.

Pauta:

  • Assuntos gerais;
  • Apresentação do José Santos Souza Santana sobre a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS) da Bahia abordando sobre os desafios e potencialidades, funcionamento, financiamento, gestão, controle social, relacionamento com municípios e estado e prestação de contas..

Organize uma atividade preparatória para a Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde 2022

A Abrasco, junto com as demais entidades que compõem a Frente Pela Vida, está envolvida na organização da Conferência Livre, Democrática e Popular de Saúde 2022 e convida todas a militância da Saúde Coletiva a mobilzar a sociedade na construção da Conferências Preparatórias. Temos 3 meses para produzir o maior número de encontros possíveis nos mais diversos territórios brasileiros, pensando e produzindo saúde a partir dos mais variados enfoques e olhares. Saúde e ativismo em toda sua potência para afirmar os princípios do SUS, debater as limitações e produzir alternativas e superações. Veja o passo a passo e, unidas, unidos, unides, mãos à obra!

 Organize na sua unidade de saúde, na sua universidade, sindicato, associação ou na sua comunidade uma atividade preparatória da Conferência. Os eixos da Conferência podem ser o ponto de partida, ou a própria realidade da saúde onde você vive e mora. 

 Baixe no site da Frente Pela Vida as artes das conferências preparatórias e faça as adaptações necessárias, adicionando título, data, local e as entidades e organizações à frente da realização. É fácil!

 Coloque também sua atividade na Agenda de mobilização, no site da Frente Pela Vida, para que mais gente fique sabendo e possa participar da atividade.

 Faça o registro da conferência preparatória com fotos, vídeos, poesia, desenho e/ou música! Não esqueça da ata final, com os principais debates e propostas, e a lista dos participantes.

 Envie tudo para comunicacao@frentepelavida.org.br. O conteúdo será publicado no site da Frente Pela Vida e compartilhado pelas organizações parceiras. 

 As conferências livres fazem parte dos mecanismos de participação social em saúde, mas ao contrário dos processos oficiais, não seguem formalidades como quórum mínimo, representatividade por segmentos ou eleição de delegados para a etapa principal.

Assim, com tudo registrado, as contribuições de cada conferência preparatória vão se somar e formar um grande painel sobre a situação da saúde no Brasil e orientar o debate da etapa final, a Conferência Livre Democrática e Popular de Saúde 2022, em 5 de agosto.

Saiba mais: acesse o site da Frente Pela Vida

Aberta a submissão de trabalhos para o Abrascão 2022

A diversidade de temas, teorias e métodos empregados em estudos e pesquisas e as experiências vivenciadas nos serviços de saúde e nas salas de aula compõem a riqueza da Saúde Coletiva. O 13º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2022 pretende promover diálogos entre essa pluralidade de conhecimentos e saberes e ampliar a divulgação da produção do campo da Saúde Coletiva.

“Nos últimos anos da pandemia, nossa área foi uma das mais engajadas na defesa da saúde dos brasileiros. No 13º Abrascão teremos oportunidade de compartilhar experiências, resultados de pesquisas e conhecimentos. Inscreva seu trabalho! Venha com a gente!”, afirma a presidente da Abrasco Rosana Onocko. 


Confira tudo o que você precisa saber para inscrever seu trabalho:

  • Quantos trabalhos posso submeter?

Cada participante poderá submeter no máximo dois resumos vinculados à sua inscrição, ou seja, como autor/autora principal. Não há limite para participação em coautoria de trabalhos inscritos por outros participantes. São permitidos no máximo dez (10) autores por trabalho. 

  • Onde devo inscrever meu trabalho?

Primeiro, faça seu no Congresso. Clique, acesse e preencha o formulário. Terminada essa parte, você será encaminhado para a Área Restrita. Clique em Meus trabalhos e siga o passo a passo do formulário de submissão de trabalhos.

  • Quais são as categorias de trabalhos?

São três categorias:

Resumo de Relato de Pesquisa são trabalhos originais que se orientam por uma pergunta ou hipótese, que têm um método científico explicitado, com descrição dos resultados em debate com a literatura.

Resumo de Relato de Experiência em Saúde Coletiva são trabalhos dedicados a detalhar o objeto da experiência, indicando contexto, período de realização, local e sujeitos envolvidos, técnicas adotadas e análise crítica dos resultados.

Há ainda a categoria Abrasco Jovem. Para participar desta categoria, você deve ser estudante de graduação ou, ainda, estudante de pós-graduação ou profissional com até 35 anos de idade. Além dessa informação, é necessário escolher entre Relato de Pesquisa ou Relato de Experiência em Saúde Coletiva.

  • O que são os eixos temáticos e quantos posso escolher? 

O Abrascão 2022 será marcado pela interdisciplinaridade de conhecimentos e de debates. Foram organizados 13 eixos temáticos com o objetivo de aprofundar visões e enriquecer as sessões. Leia as ementas, identifique aquele que mais dialoga com sua produção e escolha apenas um único eixo.

  • Quais são as modalidades de apresentação?

Você já pode indicar a modalidade preferencial de apresentação desde a submissão do resumo. Há três modalidades.

Na Comunicação Oral cada trabalho selecionado terá dez minutos para apresentação nas sessões temáticas de Comunicação Coordenada durante o Congresso.

Na Apresentação Curta Assíncrona o autor/autora do resumo aprovado deverá gravar um vídeo de até seis minutos de duração. Os trabalhos aprovados nessa modalidade serão apresentados de forma assíncrona, ou seja, poderão ser reproduzidos em qualquer momento do evento, havendo a possibilidade de interação via comentários.

A modalidade Outras Linguagens contempla trabalhos a serem apresentados em outros suportes, como vídeo, teatro, literatura, produção gráfica, entre outros. Se for essa sua proposta, assinale no formulário de submissão.

Você pode também deixar essa decisão para a Comissão Avaliadora. Basta marcar a opção “a critério da Comissão Cientifica.”

  • Até quando devo submeter meu resumo?

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Autoridades regionais da OMS instam à comunidade a continuar usando máscaras mesmo que não seja exigido

Use máscaras proteja a vida: sua e dos outros!

Representantes da OMS e OPS sugeriram não baixar a guarda no combate à pandemia e continuar o uso de máscara facial, mesmo que não seja exigido pelas autoridades locais (WHO, 2022; The New York Times, 2022).

Recentemente, vários países flexibilizaram o requisito de uso de máscaras faciais e reduziram as estratégias para detecção de casos, questões que preocupam aos representantes da OPAS. Nos Estados Unidos, o CDC (Center for Disease Control and Prevention) determinou manter o uso mandatório de máscaras no transporte público, no entanto a decisão de um juiz derrubou esse mandato (CDC, 2022). No Brasil, o governo federal e governos municipais tem flexibilizado o uso de máscara facial em espaços fechados e de trabalho, ainda que em meio a fortes críticas por parte de entidades como a Abrasco (Brasil, 2022; Abrasco, 2022).

Segundo os representantes de OPAS, o uso adequado de máscara facial ainda é recomendado, principalmente em espaços fechados e em espaços abertos onde não seja possível manter o distanciamento físico de pelo menos um metro. O uso de máscara, junto com outras medidas como o distanciamento social, a ventilação dos espaços e a lavagem de mãos continuam sendo práticas necessárias para diminuir o risco de contágio por Covid-19.  (The New York Times, 2022; WHO, 2022)

Por: Diana Ruiz, doutoranda que contribui com a Rede APS

Referências

Abrasco. Suspensão das máscaras em espaços fechados: medida intempestiva que nega a realidade da pandemia. Disponível em: https://www.abrasco.org.br/site/noticias/posicionamentos-oficiais-abrasco/suspensao-das-mascaras-em-espacos-fechados-medida-intempestiva-que-nega-a-realidade-da-pandemia/65348/ Acesso: 27 abr 2022

Brasil.  Ministério do Trabalho e Previdência/Gabinete do Ministro. PORTARIA INTERMINISTERIAL MTP/MS Nº 17, DE 22 DE MARÇO DE 2022 Altera o Anexo I da Portaria Conjunta nº 20, de 18 de junho de 2020. (Processo nº 19966.100565/2020-68). DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO 01/04/2022, Edição: 63, Seção: 1, Página: 358. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-interministerial-mtp/ms-n-17-de-22-de-marco-de-2022-390294735Acesso: 27 abr 2022

CDC (Center for Disease Control and Prevention). CDC Statement on Masks in Public Transportation Settings. Abril 2022. Disponível em: https://www.cdc.gov/media/releases/2022/s0420-masks-public-transportation.html Acesso: 27 abr 2022

The New York Times. People should keep wearing masks in public even if they are not required, regional W.H.O. officials say. 20 abr 2022. Disponível em> https://www.nytimes.com/2022/04/20/world/americas/covid-masks-who.html#:~:text=Regional%20officials%20at%20the%20World,no%20longer%20mandate%20their%20use. Acesso: 27 abr 2022

WHO. Coronavirus disease (COVID-19) pandemic. Press conferences on COVID-19. Disponível em: https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019 Acesso: 27 abr 2022