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APS Forte Hoje e Sempre

A APS em Revista, publicação quadrimestral da Rede de Pesquisa em Atenção primária à Saúde, coloca à disposição das comunidades acadêmica e profissional seu mais novo número. Em seu segundo ano de existência, tem sido importante veículo de comunicação e articulação entre pesquisadores, profissionais, usuários e gestores da APS.

Em 2020, para além das dificuldades usualmente presentes na rotina e dinâmica da APS, a pandemia da COVID-19 causou transtornos e consequências dramáticas para países, governos, organismos multilaterais e profissionais ligados à saúde. Como consequência, a APS sofreu impactos de diversas magnitudes e mesmo num quadro adverso, reforçou seu papel fundamental no enfrentamento da situação.

A APS em Revista compreendeu a gravidade do momento e a  importância em promover o debate qualificado e propositivo, e, ao lançar dois números1 contendo artigos voltados ao debate sobre o enfrentamento da pandemia, vocalizou um grande movimento de experiências e relatos que apresentaram ao mesmo tempo diversidade de enfoques e ações e uma imensa capacidade mobilizadora de um sistema  e de seus profissionais de saúde. Isso, em um ambiente político conturbado e com orientações nem sempre convergentes e racionais. Portanto, o legado da APS, longe de ser episódico, vem sendo continuamente fortalecido ao longo das décadas.

Compreendendo esta situação e dentro da lógica de se pensar os sistemas de saúde deforma orgânica, em 2019, antes da pandemia, a Organização Panamericana de Saúde (OPAS), escritório regional da Organização Mundial da Saúde, em parceria com o Ministério da Saúde lançaram o Prêmio APS Forte para o SUS: Acesso Universal.

O objetivo foi “identificar, dar visibilidade, reconhecer e promover iniciativas locais, municipais ou regionais que tenham como foco a melhoria da APS.” 2 Esta iniciativa buscou experiências que promovessem a melhoria do acesso da população, sempre priorizando e reforçando o papel da APS como porta de entrada prioritária e coordenadora da atenção no sistema de saúde.

Para dar visibilidade e reconhecimento a estas experiências, a APS em Revista se juntou aos organizadores da premiação e apresenta neste número as experiências vencedoras, bem como um conjunto de análises sobre os trabalhos enviados sob diferentes prismas da APS. Trata-se, sem dúvida, de uma grande contribuição ao debate sobre a APS e se mostra bastante atual pelas alternativas e possibilidades que surgem em um momento dramático que a sociedade vive.

O primeiro artigo traça um quadro geral do acesso aos serviços de atenção primária à saúde no Sistema Único de Saúde, apontando fortalezas e desafios emergentes das experiências apresentadas, pavimentando a sequência que apresenta nos três artigos seguintes as experiências vencedoras: inicialmente, uma análise do discurso dos atores na mobilização social e institucional na experiência de trabalho em Atenção Básica/Saúde da Família na UBS de Heitor Beltrão, Rio de Janeiro; depois o artigo que descreve a experiência de empoderamento da população como estratégia para construção de cidadania visando o enfrentamento de problemas de saúde no âmbito da APS em Abaetetuba, Pará; e por fim o artigo que descreve a experiência de Jaraguá do Sul, Santa Catarina, visando reduzir filas de espera nas unidades de saúde do município mediante a elaboração e aplicação de um Protocolo de Enfermagem.

Os artigos subsequentes deste número tratam de diversas facetas da premiação. O quinto artigo analisa as experiências e iniciativas realizadas em áreas remotas e/ou em cenários de vulnerabilidade social e que visam trazer melhorias à população no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). O sexto artigo analisa as experiências do Prêmio APS Forte relacionadas à ampliação e flexibilização de horários visando identificar atributos do acesso/primeiro contato e da orientação comunitária que embasaram a construção das experiências.

O sétimo artigo aborda as experiências que abordaram intervenções no campo da força de trabalho em saúde, realizadas para garantir o fortalecimento da APS no SUS. Na sequência, o oitavo artigo analisou as experiências ligadas às estratégias para ampliação do acesso a ações e serviços de saúde em áreas remotas e/ou de vulnerabilidade. O nono artigo deste número apresenta uma análise das experiências de imunização submetidas ao premio APS Forte apontando seus desafios e praticas na condução de uma das mais relevantes e consolidadas intervenções em saúde pública no Brasil.

O décimo artigo analisou as experiências submetidas ao prêmio APS Forte de iniciativas de Práticas Integrativas Complementares que demonstram como as mesmas estão inseridas e incorporadas na APS. O décimo primeiro artigo analisou as experiências de alimentação e nutrição inscritas no Prêmio APS Forte, apontando potencialidades, desafios e perspectivas futuras. Por último, o décimo segundo artigo, uma contribuição internacional, apresenta a necessidade de fortalecer a APS para alcançar melhores resultados de saúde apoiada por uma ampla base de evidências, independentemente do tipo de modelo de saúde, país ou cultura.

A APS em Revista, ao promover a divulgação de uma premiação que mobilizou equipes e profissionais de saúde do país, reforça sua convicção de que a busca pela excelência tem efeitos positivos sobre toda a cadeia de formulação e geração de conhecimento aplicado. Em um ambiente altamente dinâmico e que apresenta um forte condicionante de conjuntura, o esforço coordenado deve estar alinhado a rápidas respostas na ponta. Por isso, este número somente foi possível pela colaboração e solidariedade entre editoria, OPAS e autores e autoras. A estes, nosso agradecimento especial.

Desejamos uma boa leitura e um ano de 2021 com saúde para todos e todas.

Rede APS