As 40 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade de Serra, no Espírito Santo, começaram a responder o Censo das UBS. Para a Gerência da Atenção Primária à Saúde (APS) da Secretaria Municipal de Saúde de Serra/ES, o questionário é uma ferramenta potente de educação permanente para apoiar as equipes na melhoria da atenção prestada na comunidade. A demanda conta com o apoio do assessor técnico do Cosems/ES, Stanley Fonseca, do apoiador da Rede APS da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Tiago Sarti, além da equipe das secretarias estadual e da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde (SAPS/MS).

A Gerência de APS em Serra orienta que o questionário do Censo seja conduzido pelo gestor local, de cada unidade de saúde, direcionando os módulos das perguntas para preenchimento pelos grupos de profissionais.

“Nós, enquanto referência técnica da APS, participamos do projeto piloto do Censo com a UBS de Vista da Serra, realizado in loco o preenchimento do questionário junto à gestora e alguns membros da equipe. Estamos apoiando as demais 39 UBS através de reuniões presenciais e/ou online para esclarecimentos, quando necessário, de algumas questões. Orientamos a discussão coletiva de acordo com os módulos do Censo, para que a equipe reflita sobre os processos de trabalho e faça uma auto avaliação do que está sendo executado e em quais fluxos podem repensar o cuidado visando melhoria do serviço prestado à comunidade”, explica a enfermeira Luciana Troccoli, do Núcleo de Avaliação e Controle da eSF da Gerência de APS da SMS de Serra/ES.

No piloto, Luciana Troccoli diz que foram necessárias adaptações ao questionário, visando garantir maior visibilidade dos serviços ofertados nas UBS do município. “Solicitamos alguns ajustes nas opções de respostas junto ao Ministério da Saúde que foram prontamente acatadas. Por exemplo, a inserção de informações das equipes de saúde bucal que não estão inseridas em eSB. Em relação ao porte das UBS, recorremos à Portaria Nº 340/GM/MS, de 04 de março de 2013, para calcular aproximadamente o tamanho de unidades de saúde antigas de acordo com os ambientes, para responder uma das questões postas”, explica Luciana Troccoli.

A colaboração do município de Serra-ES foi essencial para os ajustes necessários ao instrumento de coleta de dados do censo das UBS. Com apoio do Cosems/ES, foi possível realizar o piloto do Censo no município e aperfeiçoar o processo do Censo Nacional das UBS. 

Fluxos na APS pós Pandemia

Para Luciana Troccoli, o momento do Censo das UBS é oportuno porque vem após uma pandemia de Covid-19, onde a APS teve que se adaptar à nova realidade naquele momento e passar por uma reorganização para atender as demandas ocasionadas pela pandemia, e depois, na pós pandemia, reorganizar os processos de fluxos de trabalho retomando o acompanhamento dos munícipes em sua longitudinalidade.

“O questionário do Censo nos permite avaliar os fluxos de processos de trabalho vigentes, retomando o acompanhamento longitudinal dos munícipes, através dos protocolos instituídos na APS e nos demais setores da Secretaria de Saúde. Por exemplo, os fluxos de atendimento dos programas de hiperdia, saúde da criança, saúde da mulher bem como  as possíveis urgências, o acompanhamento compartilhado de pacientes no território em tratamento com especialistas, como pacientes com tuberculose, hanseníase, entre outros programas”, explica a enfermeira. “A forma de cuidar da saúde mudou durante a pandemia e muitos usuários ainda não voltaram para as UBS. Precisamos resgatar o vínculo dessas pessoas com os profissionais de saúde, especialmente, aquelas com doenças crônicas”, aponta.

Devido a esta reflexão que o Censo proporciona para as equipes das UBS, Luciana Troccoli sugere que o prazo de resposta ao questionário possa ser diferenciado considerando o porte do município e/ou o número de equipamentos de saúde na APS. Ainda assim, a enfermeira está confiante que o município de Serra realizará a tarefa no prazo estabelecido. “Para mim, o Censo proporcionou estar ainda mais próxima das equipes. É oportuna essa reflexão para a melhoria da nossa Atenção Primária à Saúde”, finaliza Luciana Troccoli. 

Fonte: Rede de Pesquisa em APS/Abrasco

Foto: SMS Serra/ES