A Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde (APS) da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) vem a público manifestar seu veemente repúdio à recente “pesquisa de opinião” promovida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a vacinação infantil. Tal iniciativa, amplamente divulgada pela mídia, tem suscitado preocupações e críticas substanciais por parte de diversas entidades e profissionais da área da saúde.
A iniciativa de realização desta suposta “pesquisa de opinião”, que busca avaliar a obrigatoriedade da vacinação de crianças de 6 meses a menores de 5 anos contra a covid-19, encontra-se em desalinho com as práticas de pesquisa recomendadas pela comunidade científica e as evidências consolidadas acerca da eficácia e segurança das vacinas. A Rede de Pesquisa em APS reafirma seu compromisso com a promoção da saúde e a defesa intransigente da ciência, da APS, da Estratégia de Saúde da Família e da vacinação como estratégias fundamentais na proteção da população, em especial da mais vulnerável, as crianças.
Estudos científicos robustos, como o artigo publicado no PubMed, evidenciam de forma contundente a importância da vacinação infantil não apenas na prevenção de doenças graves, mas também na redução da propagação dessas enfermidades. A ciência é clara ao comprovar os benefícios da imunização, sendo a vacinação infantil um pilar essencial para a promoção da saúde em níveis individuais e populacionais.
Além disso, a posição da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conforme atestado em nota divulgada em defesa da ciência das vacinas e da vacinação, endossa a importância da vacinação como estratégia de saúde pública, reforçando a necessidade de ampliação e proteção das coberturas vacinais.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) também emitiu seu posicionamento contrário à ‘pesquisa de opinião’ do CFM, salientando a relevância incontestável da vacinação de crianças de 6 meses a menores de 5 anos contra covid-19. Essa entidade reconhece as vacinas como instrumentos de prevenção de doenças e ferramentas essenciais para a redução da morbimortalidade infantil, defendendo a proteção da população pediátrica.
Ademais, registros recentes expostos pelo Portal InvestNE apontam denúncias e contestações levantadas por profissionais de saúde em relação à mencionada pesquisa do CFM, evidenciando a discordância de médicos e outros especialistas da área quanto à metodologia e à pertinência do referido levantamento.
Reafirmamos, portanto, nosso integral apoio à vacinação infantil como medida de proteção e saúde pública, embasada em evidências científicas sólidas e respaldada por entidades renomadas e profissionais engajados na promoção da saúde. Instamos as autoridades competentes a priorizarem a tomada de decisões respaldadas pela ciência e a considerarem as recomendações das organizações acadêmicas e do PNI no tocante às políticas de imunização.
A Rede de Pesquisa em APS da Abrasco reitera, assim, sua contrariedade à referida ‘pesquisa de opinião’ do CFM sobre a vacinação infantil, posicionando-se veementemente em prol da valorização da ciência, das vacinas e da saúde das crianças.
Em consonância com a premissa da ciência e da ética em saúde, a Rede de Pesquisa em APS da Abrasco permanece vigilante e comprometida com a defesa da saúde pública, rejeitando iniciativas que possam comprometer a segurança e eficácia das práticas vacinais estabelecidas com base nos pilares da evidência científica.
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Nota da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical: https://sbmt.org.br/nota-da-sociedade-brasileira-de-medicina-tropical-em-defesa-da-vacinacao-de-criancas-para-doencas-imunopreveniveis/
Confira o Boletim completo em pdf pelo link: