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Arquivo Mensal setembro 2023

Rede APS participa de discussão para realização do Censo Nacional das Unidades Básicas de Saúde e Avaliação da Atenção Primária à Saúde

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Nesta quarta-feira e quinta (27 e 28), acontece em Brasília a primeira oficina do Censo Nacional das Unidades Básicas e Avaliação da Atenção Primária. A ideia é retomar processos robustos de Avaliação da APS visando impulsionar uma agenda de qualificação do trabalho das equipes de saúde de família e demais modalidades de equipes que atuam na Atenção Primária. 

Tida como essencial pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps), a avaliação da APS é elemento central para geração de dados e informações capazes de aprimorar as capacidades de gestão, a fim de subsidiar a tomada de decisão baseada em evidências na condução das políticas públicas. 

Nos dois dias de atividades, a programação envolve discussões sobre perspectivas e tendências na avaliação em saúde e sobre a metodologia e os instrumentos de coleta, além da conformação de um comitê gestor técnico e a pactuação de cronograma para operacionalização do projeto.

A pesquisa tem previsão para acontecer em 2024 e busca caracterizar toda a infraestrutura dos serviços de saúde da atenção primária. A proposta prevê duas etapas, sendo a primeira delas a aplicação de censo por meio de questionário on-line para obtenção de um cenário detalhado das Unidades Básicas de Saúde (UBS), com informações que vão desde questões referentes ao espaço físico e equipamentos até a organização das equipes. A outra fase é uma complementação, com estudo amostral no qual pesquisadores do projeto vão até às unidades para aprofundar os aspectos levantados pelo censo.

Para o secretário de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Nésio Fernandes, o primeiro ano de gestão serve para a tomada de decisões estruturantes, como a institucionalização do censo das UBS e da avaliação da APS. Segundo ele, a pesquisa de campo aconteceria a cada quatro anos, coincidindo com o momento estratégico de formulação de um dos principais instrumentos de planejamento do governo federal, o PPA. “Os próximos três anos de governo vão ser diferentes do que tivemos de rotina anteriormente em virtude de se discutir qualificação junto a um processo de expansão. Isso porque queremos a integralidade consolidada em todo o Sistema Único de Saúde (SUS), com um patamar de qualidade em que a população consiga perceber os resultados a curto e médio prazos”, pontuou o secretário.

A oficina contou com a participação de profissionais das áreas técnicas da Saps, de representantes da Rede de Pesquisa APS da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). 

Tanto o censo das UBS quanto as diretrizes para a avaliação da atenção primária serão construídos em conjunto entre governo federal, comunidade acadêmica, conselhos e demais parceiros.

Histórico

Os primeiros estudos de avaliação nacional da APS ocorreram em 2003, sob a coordenação do antigo Departamento de Atenção Básica, e culminaram na instituição do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), em 2011. A última pesquisa foi feita em 2018, com o 3º ciclo do PMAQ. “Não sabemos a situação atual das unidades, nem as carências. Essa é uma avaliação para conhecimento da realidade e para definição de políticas para definir, por exemplo, para onde destinar investimento, onde reforçar atividades e equipes”, explicou o professor Luiz Facchini, da Universidade Federal de Pelotas – um dos coordenadores do projeto.

De acordo com Facchini, a avaliação da APS é um processo diferente do monitoramento dia a dia dos indicadores de saúde. “As avaliações acontecem em grandes períodos, são mais aprofundadas e analisam os processos desde o início, ou seja, é uma outra abordagem”, complementou. Por ser uma iniciativa diferente das anteriores, há alguns desafios pela frente, como lembrou a pesquisadora sênior da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), Lígia Giovanella. “O primeiro desafio é engajar todos os atores na construção do projeto. Também precisamos garantir o engajamento de todos os gestores na resposta do censo on-line referente às 50 mil unidades. E, por fim, precisamos elaborar uma proposta de avaliação consistente com o modelo assistencial que queremos promover, que é o da Estratégia de Saúde da Família, que mostre o que já avançamos e no que ainda precisamos melhorar”, avaliou a pesquisadora.

 

Confira a matéria completa no site do Ministério da Saúde: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/setembro/oficina-discute-censo-nacional-das-unidades-basicas-de-saude-e-avaliacao-da-atencao-primaria-a-saude ou clique aqui.

Cancelamento do 2o Seminário da Rede APS de 2023

Informamos que infelizmente devido à sobreposição de diversas agendas da Abrasco resolvemos redefinir a data do nosso Seminário para lançamento e debate da Agenda Estratégica de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde para o dia 31 de outubro no pré-Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, cancelando então o evento agendado no dia 20 de outubro.

REUNIÃO AMPLIADA DA REDE DE PESQUISA EM APS: PELA MELHORIA DA QUALIDADE E DO ACESSO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA: REVISITANDO INTEGRALIDADE, RESOLUTIVIDADE, A ABORDAGEM TERRITORIAL E COMUNITÁRIA, A PARTICIPAÇÃO SOCIAL E A INTEGRAÇÃO DA APS À REDE SUS

A Rede APS promove uma Reunião Ampliada no 9o Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde.

A Reunião Ampliada da Rede de Pesquisa em APS acontecerá no dia 31 de outubro, das 8h:30min às 16h30min, em Recife (PE).

O encontro conta com a participação de atores estratégicos da gestão, dos serviços, da academia e do controle social. Serão abordadas temáticas consoantes a:  Avaliação, situação e perspectivas da APS no SUS e Discussão sobre uma avaliação nacional da APS.

A perspectiva é contextualizar estas temáticas no momento atual em face de novas medidas tomadas pelo governo federal no processo de reconstrução do SUS. A dinâmica da oficina envolve apresentações sistematizadoras das temáticas e debates com interlocuções entre os diversos atores, visando renovar os marcadores sanitários, sociais e econômicos de monitoramento da política nacional. O público-alvo são profissionais de saúde, controle social,  gestores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação. 

As vagas são limitadas. A inscrição pode ser feita no site oficial do evento: https://www.cshs.org.br/.

 

Boletim Rede APS – Reunião Ampliada

Rede APS divulga artigo: Investigação sobre Atenção Primária durante Pandemia em territórios vulneráveis de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro

A Rede APS destaca o artigo intitulado “Investigação sobre Atenção Primária durante Pandemia em territórios vulneráveis de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro” [1]. Esse artigo é parte da pesquisa “Estratégias de abordagem dos aspectos subjetivos e sociais na APS no contexto da pandemia” realizada nos municípios de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, composta por dados produzidos através de busca bibliográfica sobre a história e construção da APS dos municípios elencados, observação participante com a elaboração de diário de campo e entrevistas em profundidade. O objetivo desse artigo é analisar a gestão e o processo de trabalho na APS no enfrentamento à pandemia da Covid-19 em 3 municípios, considerando o processo histórico de sua constituição, a relação com o SUS e a APS e o ativismo social em territórios vulneráveis, a partir da percepção de usuários e trabalhadores.

Como resultado os autores encontraram que os usuários conviveram com barreiras de acesso e dificuldades no cumprimento de medidas sanitárias, mas foram encontradas experiências de coletivos organizados que surgiram como forma de enfrentamento à pandemia [1].

O artigo “Coletivos organizados, ativismo social e narrativas da pandemia em territórios vulneráveis na cidade do Rio de Janeiro” teve como objetivo analisar de que forma as favelas e equipes da APS organizaram-se para desenvolver ações comunitárias, ocupando espaços deixados pela falta de outras políticas públicas, onde foram analisados documentos orientadores públicos e 36 entrevistas em profundidade com trabalhadores e usuários da APS, organizadas em grades interpretativas. Como resultado, observou-se que houve iniciativas cogestoras dos trabalhadores e usuários da APS, a partir do surgimento de coletivos organizados e ativismo social, para o enfrentamento da pandemia, independente das normativas da Secretaria Municipal de Saúde e demais instâncias governamentais. A APS se apresentou como único equipamento público nos territórios de alta vulnerabilidade, onde a violência armada esteve presente mesmo durante a pandemia [2].

Anéas e coautores do trabalho “Gestão do trabalho e o cuidado na Atenção Primária à Saúde durante pandemia de Covid-19 no município de São Paulo (SP)” entrevistou 31 usuários e trabalhadores da APS e observou-se postura autoritária e gerencialista da gestão municipal na condução das respostas, com pouco espaço para escuta e diálogo. Notou-se enfraquecimento dos espaços coletivos e do vínculo entre serviço e comunidade; burocratização e precarização dos processos de trabalho e desmantelamento do NASF. Neste cenário, o cuidado caracterizou-se pela redução expressiva da clínica ampliada, compartilhada e pelo distanciamento das diretrizes da APS de base territorial e comunitária [3].

Em Campinas o artigo “Processo de descaracterização da Atenção Primária à Saúde durante a Pandemia no SUS/Campinas” mostrou a fragilização dos espaços coletivos e de cogestão, tanto no nível da gestão municipal, quanto em reuniões de equipe e espaços de participação social. A retomada de tais espaços e o cuidado aos trabalhadores desgastados por esse período constituem-se desafios para a Atenção Primária em Saúde no contexto pós-pandemia [4]. Os artigos aparecem em ordem nas referências, Rio [2], São Paulo [3] e Campinas [4]

Referências:

[1] Campos, A.R, Campos, G.W.S, Gutiérez, A.C, Rosa-Cómitre, A.C.D, Costa, P.S, Anéas, T.V, Nahoum, J.A. Investigação sobre Atenção Primária durante Pandemia em territórios vulneráveis de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/Ago). [Citado em 11/09/2023]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/investigacao-sobre-atencao-primaria-durante-pandemia-em-territorios-vulneraveis-de-campinas-sao-paulo-e-rio-de-janeiro/18827?id=18827

[2] Gutiérrez, A.C, Campos, G.W.S, Cunha, M.S, Mattos, M.P, Costa, P.S, Silva, R.O.L, Pereira, A.C.S.R, Campos, A.R, Guerra, C.A. Coletivos organizados, ativismo social e narrativas da pandemia em territórios vulneráveis na cidade do Rio de Janeiro. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/Ago). [Citado em 11/09/2023]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/coletivos-organizados-ativismo-social-e-narrativas-da-pandemia-em-territorios-vulneraveis-na-cidade-do-rio-de-janeiro/18832?id=18832

[3] Anéas, T.V, Lima, M.N, Braga, F.J.L, Oliveira, T.L, Menezes, N.T.A, Viana, M.M.O, Santos, D.N. Gestão do trabalho e o cuidado na Atenção Primária à Saúde durante pandemia de Covid-19 no município de São Paulo (SP). Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/Ago). [Citado em 11/09/2023]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/gestao-do-trabalho-e-o-cuidado-na-atencao-primaria-a-saude-durante-pandemia-de-covid19-no-municipio-de-sao-paulo-sp/18866

[4] Cómitre, A.C.D.R, Campos, A.R, Silva, F.G, Jandoso, B., Rodrigues, C.R.C, Campos, G.W.S. Processo de descaracterização da Atenção Primária à Saúde durante a Pandemia no SUS/Campinas. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2023/Ago). [Citado em 11/09/2023]. Está disponível em: http://cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/processo-de-descaracterizacao-da-atencao-primaria-a-saude-durante-a-pandemia-no-suscampinas/18852

12a Reunião Comitê Gestor Rede APS | 15 de Setembro de 2023

Prezad@s, Boa tarde. Tudo bem?

Confirmamos a realização da 12a Reunião do Comitê Gestor, dia 15 de setembro de 2023 (sexta-feira), horário: 9-12h.

Pauta:

  • Apresentação GT: Território, Participação Social e Educação Popular em Saúde;
  • Resposta da Rede ao editorial da Lancet sobre PHC e UHC;
  • Apoio ao Prof Luciano;
  • Outros assuntos.

Agenda Estratégica de Pesquisa em APS 2023

Apresentação

A Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Rede APS/ABRASCO) apresenta eixos prioritários e temas para uma Agenda Estratégica de Pesquisa Rede APS 2023, reafirmando seu compromisso ético-político com a produção de conhecimento implicado com o Sistema Único de Saúde (SUS) em defesa da Saúde como Direito de Todos e Dever do Estado, tal como estabelece a Constituição Federal de 1988, a ‘Constituição Cidadã’, produto das lutas políticas pela redemocratização no país.

A agenda é uma elaboração coletiva dos pesquisadores e entidades que compõem a Rede APS,  produto de amplo debate conduzido pelo seu Comitê Gestor. Insere-se no processo de institucionalização da avaliação da APS no país, com iniciativas robustas e abrangentes desde 2003, incorporando aprendizados de diversos processos anteriores de avaliação externa com análises de resultados e formulação de recomendações para a gestão do SUS.

A pesquisa avaliativa em APS é um componente essencial para a definição objetiva e criteriosa de seu desempenho, sua situação e carências, trazendo enormes potencialidades para orientar a elaboração de tanto políticas mais efetivas e eficientes quanto mais singulares, respondendo às diversas realidades existentes em nosso país e às distintas necessidades populacionais para enfrentar desigualdades. Ademais, é preciso conhecer o alcance e a profundidade do desmonte da Estratégia Saúde da Família ocorrido no último governo.

A presente agenda de pesquisa integra a agenda política estratégica da Rede APS  para uma APS integral, resolutiva, territorial e comunitária, integrada na rede SUS (https://redeaps.org.br/wp-content/uploads/2022/07/e-book.pdf ).

Dirige-se às instâncias gestoras do SUS em seus diferentes níveis, às agências de fomento científico e tecnológico, às instituições de pesquisa e de ensino superior e entidades representativas setoriais, bem como ao conjunto de pesquisadores e profissionais de saúde.  Visa construir perguntas e estratégias investigativas que subsidiem a tomada de decisões na condução das políticas de fortalecimento e qualificação da APS no SUS.

 

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