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Arquivo Mensal abril 2015

Ação intersetorial: potencialidades e dificuldades do processo de trabalho em equipe na Estratégia Saúde da Família

A intersetorialidade é uma estratégia fundamental de promoção da saúde, que busca o alcance de determinantes de saúde favoráveis à saúde dos indivíduos e comunidades. O presente estudo teve como objetivo analisar as estratégias das ações intersetoriais desenvolvidas no processo de trabalho das equipes de saúde da família, de uma unidade de saúde do município do Rio de Janeiro. Foi construído com base na vivência prática da pesquisadora como profissional de equipe de saúde da família, e a percepção sobre a dificuldade e complexidade na articulação e desenvolvimento de ações intersetoriais. A base teórica foi encontrada junto a estudos que revelam a importância da promoção da saúde, situando a Estratégia de Saúde da Família, enquanto capaz de reorganizar a atenção primária, e assim catalisando uma mudança para toda a rede de atenção. Metodologia de abordagem qualitativa e de caráter exploratório, a partir de pesquisas bibliográfica, documental e de campo, esta última utilizou como instrumentos de coleta de dados: entrevistas semiestruturadas e observação direta das equipes de saúde de família. O trabalho em equipe aliado às práticas intersetoriais favorece a integralidade de atenção à saúde em sua dimensão ampliada. Com a pesquisa foi possível mostrar como são desenvolvidas as ações intersetoriais pelas equipes, que ainda se apresentam num processo incipiente e desafiador, e apontar um caminho de proposições para reorientação das práticas de trabalho das equipes para potencializar as ações intersetoriais na lógica do conceito ampliado de saúde.

Palavras-chave: Ação intersetorial. Promoção da saúde. Saúde da Família. Equipe interdisciplinar de saúde. Saúde integral.

Autor: Denise Alves José da Silva

Leia estudo – acaointersetorial

Perfil epidemiológico em saúde do trabalhador na Atenção Básica: estudo a partir de uma unidade de saúde da familia

CARVALHO, S C. Perfil Epidemiológico em Saúde do Trabalhador na Atenção Básica: Estudo a partir de uma Unidade de Saúde da Família. Monografia do Curso de Graduação em Fisioterapia. Centro Universitário de João Pessoa, 2010.1.

 

O trabalho garante ao homem dignidade, no entanto, o mesmo pode ser fonte de sofrimento e doenças. A relação estabelecida entre trabalho e saúde pode ser positiva levando ao bem estar do trabalhador, mas pode também tornar-se danosa à medida que lesa sua saúde. Atualmente, diversos órgãos governamentais estão se unindo para efetivação das ações em prol da saúde do trabalhador incluindo a elaboração de perfis e relatórios epidemiológicos. Nota-se uma maior preocupação da saúde do trabalhador no Sistema Único de Saúde em particular na rede básica e ela que vem sendo evidenciada como eixo norteador para a efetivação das ações de controle e vigilância da saúde dos mesmos. O estudo visa traçar o perfil epidemiológico em trabalhadores-usuários de uma unidade de saúde da família. Este apresenta caráter descritivo e transversal, onde foram utilizados dados da ficha A de uma Unidade de Saúde da Família em João Pessoa- PB. Na análise estatística fez-se uso do software SPSS (versão 13.0) e os testes de Qui quadrado e de coeficiente de contingência de Pearson. A amostra foi constituída por 356 famílias, totalizando dados de 1336 indivíduos. Constatou-se que a maioria da população na área é do sexo feminino 54,7% e jovens-adultos, 69,8%. Quanto aos dados de escolaridade, a taxa de analfabetismo foi alta (11,5%) e esta, estatisticamente, mostrou-se capaz de interferir na condição de ocupação do indivíduo. A taxa de desemprego foi de 6,9% abaixo da média do estado, contudo, observa-se um grande percentual de mulheres “inativas” de 22,4%. Em relação à saúde dos trabalhadores, a doença mais prevalente foi hipertensão arterial seguida das doenças associadas, diabetes unida à hipertensão arterial. O estudo identificou altas taxas de analfabetismo e desemprego, baixa atividade econômica e prevalência de patologias entre os indivíduos ocupados. A partir da correlação dos dados, evidenciou-se que a condição de saúde é capaz de interferir na posição do trabalhador em ocupado ou não ocupado no mercado trabalhista, observada predominância da faixa etária de jovens-adultos. Sugerem-se outros estudos avaliando variáveis não abordadas a fim de ampliar o conhecimento sobre essa classe. Os dados evidenciam necessidade de políticas e programas públicos e foco ao instrumento de vigilância para a partir destas ações agir prioritariamente e obter melhores condições de trabalho e saúde. PALAVRAS-CHAVES: Saúde do Trabalhador, Atenção Básica, Epidemiologia.

Leia TCC TCC . saude do trabalhador. 28.05

10º Ciclo de Debates da ENSP começa em 4 de maio

De 4 a 8 de maio, a Escola Nacional de Saúde Pública promoverá o X Ciclo de Debates – Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família,realizando cinco mesas de discussão com temas que envolvem as políticas e os princípios estratégicos que norteiam as ações de atenção básica no país. No fim da semana haverá a tradicional formatura da Residência (turma 2013). As palestras do Ciclo de Debates ocorrem sempre às 9 horas, no Auditório Maria Deane (Pavilhão 26 do IOC/Fiocruz), e são abertas a todos os interessados.

A Residência é coordenada pelos pesquisadores da ENSP Maria Alice Pessanha de Carvalho, Helena Maria Seidl Fonseca, Margareth Rose Gomes Garcia, José Wellington Gomes de Araújo e Márcia Cristina Rodrigues Fausto. Pretende fazer uma discussão sobre as questões teóricas e políticas que envolvem a Estratégia Saúde da Família (ESF) no Rio de Janeiro. Busca promover o desenvolvimento de atributos à equipe multiprofissional de saúde de nível superior (enfermeiro, cirurgião dentista, assistente social, nutricionista e psicólogo) para atuarem nas equipes de saúde da família com desempenhos de excelência nas seguintes áreas de competência: organização do processo de trabalho, cuidado à saúde (individual, familiar e coletivo) e nos processos de educação e formação em saúde visando à melhoria da saúde e o bem estar dos indivíduos, suas famílias e da comunidade pautados em princípios éticos.

Programação:

4 de maio
A primeira mesa do Ciclo traz o tema Conjuntura atual do SUS e da Política Nacional de Saúde: abertura de capital estrangeiro para a saúde. A atividade terá como palestrante Maria Inês Bravo (UERJ). Nelson Rodrigues (Idisa/Cebes) será o debatedor da mesa, coordenada pela pesquisadora da ENSP/Fiocruz Isabela Soares Santos.

5 de maio
A segunda atividade debaterá a Política de formação para o SUS: o papel das residências, com exposições de Heider Aurélio (Ministério da Saúde) e Ricardo Ceccim (UFRGS). A vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Nísia Trindade, será a debatedora da mesa e a pesquisadora da ENSP Maria Alice Pessanha coordenará a sessão.

6 de maio
A mesa Favela e periferia: o lugar da educação, do desejo e da cultura terá exposição de Jailson de Souza (UFF), além de Binho Cultura (escritor e produtor cultural) e um representa do Caminho Melhor Jovem como debatedores convidados. A atividade será coordenada pela pesquisadora da ENSP/Fiocruz Marize Bastos.

7 de maio
A mesa do quarto dia do Ciclo de debates Formação para a cidadania: qual o papel dos movimentos sociais? terá com expositora Ivete Miloski (Museu do Ingá). Participa, como debatedor, Raphael Calazans (Instituto Raízes e Cultura). O pesquisador da ENSP/Fiocruz José Wellington coordenará a mesa.

8 de maio
A última mesa discutirá o tema Política da Atenção Básica: avanços e desafios em palestra de Eduardo Alves (DAB). O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, será o debatedor convidado em atividade coordenada pela pesquisadora da ENSP/Fiocruz Márcia Fausto.

A semana de atividades será encerrada com a formatura do curso de Residência Profissional em Saúde da Família (turma 2013/2015), às 14 horas.

Local:
Auditório Maria Deane – Pavilhão 26 do IOC/Fiocruz (ao lado do Ipec/Fiocruz)
Av. Brasil, 4.365 – Manguinhos – RJ

 

Fonte site da ENSP – http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/37541

11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva convida os seus associados, a todos os pesquisadores, gestores, profissionais e estudantes interessados na Saúde Coletiva a participarem do Abrascão 2015. Acesse aqui a página do Congresso e inscreva-se.

Com o tema Saúde, Desenvolvimento e Democracia: O Desafio do SUS universal, o 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva será um espaço para a discussão de temas científicos e abordará os obstáculos a serem enfrentados para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Durante cinco dias, os congressistas estarão reunidos nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG) para debater as ações, pesquisas, políticas e práticas em saúde que devem apontar a busca de um fazer em saúde que seja socialmente justo, que promova a equidade e que garanta a universalidade do SUS.

Há três categorias de trabalhos para seleção no Congresso:
a) Abrasco Jovem, voltado para estudantes de graduação e de pós-graduação;
b) Relato de Pesquisa
c) Relato de Experiência em Saúde Coletiva

Cada trabalho poderá escolher sua forma de apresentação:
a) Comunicação Oral
b) Comunicação Oral Curta
c) Outras linguagens (teatro, vídeo, performance e outros)

Mais Médicos a serviço do SUS e para além

Lançado no final do primeiro semestre de 2013 e envolto em fortes questionamentos por diversos atores científicos, sociais e políticos, o Programa Mais Médicos (PMM) chega em sua quarta chamada com o objetivo de recrutar mais 4.146 médicos para 1.294 municípios e 12 Distritos de Saúde Indígena (DSEIs), totalizando, em dois anos, mais de 14 mil profissionais. Pela primeira vez, o preenchimento das vagas será majoritariamente de brasileiros.

Descobrir o real impacto que o PMM vem contribuindo à Atenção Primária em Saúde (APS) no Brasil foi o centro do debate da mesa Avaliação do Programa Mais Médicos, segunda atividade da reunião da Rede APS realizada na sede da Organização Panamericana de Saúde (OPAS/OMS), na tarde de 08 de abril. Participaram da sessão Felipe Proenço, diretor do Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (DPRPS/SGTES/MS); Renato Tasca, consultor da OPAS/OMS da Unidade Técnica PMM, e Sábado Girardi, professor do Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (NESCON/UFMG). A coordenação foi de Luiz Augusto Facchini, do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGE-UFPel).

Proenço iniciou sua fala com as evidências que indicaram ao MS a necessidade de uma ação imediata na contratação de médicos. As condições do mercado de trabalho do profissionais da medicina; a expansão dos serviços de saúde no país, e os dados comparativos com os demais países e com a média indicada pela OCDE – 3,2 médicos por mil habitantes – serviram de evidência para a decisão, anunciada sob o calor das jornadas de junho daquele ano. No entanto, desde o início do ano, técnicos do Ministério já avançavam em bilaterais com os Ministérios de Portugal e da Espanha nas discussões sobre uma ação de intercâmbio profissional, assim como outros incrementos à política de contratação de recém formados e residentes.

Para o gestor, o PMM firmou um compromisso do Estado brasileiro. “Por mais que a nossa Constituição e o arcabouço legal traga a questão da ordenação de recursos humanos para o SUS, a gente ainda vem num quadro incipiente de regulação e da própria política de gestão do trabalho e da educação. Nos parece que, com o Mais Médicos, conseguimos trazer mais claramente esse debate do marco regulatório: o que a gente espera desde a formação, do exercício profissional, da educação permanente, ressaltando efetivamente o papel do Estado brasileiro com estas questões”.

Ele demarcou as três grandes dimensões do PMM presentes desde o primeiro desenho do programa: ampliação e melhoria da infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde; reorientação da formação para o SUS, e o provimento emergencial de médicos estrangeiros.

O eixo da integração entre ensino; serviço e pesquisa, para o MS, é a espinhal dorsal do PMM. Todos os inscritos realizam um curso de aperfeiçoamento oferecido pela Universidade Aberta do SUS (UnaSUS) e são acompanhados por profissionais médicos supervisores e estes por tutores relacionados a cerca 47 instituições de ensino. A atual relação está de um supervisor para cada oito médicos, com mais de 1.700 supervisores em atuação.

Balanço: Proenço trouxe os dados do balanço do programa até 2014, que, ao seu quarto ciclo, conta com 14.462 médicos voltados para a Atenção Básica atuando em 3.785 municípios e 34 Distritos Especiais Indígenas beneficiados, numa cobertura de cerca de 50 milhões de pessoas beneficiadas. O MS alocou 75% dos participantes, principalmente os médicos cooperados, nos municípios e regiões de maior vulnerabilidade social, compondo 1.211 equipes de Saúde da Família. Os dados de evasão, ao contrário do que costuma destacar a imprensa, são maiores entre os brasileiros do que entre os intercambistas cooperados. Ao final deste ano, a expectativa é alcançar o marco de 18.247 médicos no programa.

Dados prospectados por pesquisa conjunta da Universidade Federal de Minas Gerais como o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) atestam a receptividade e qualidade na prestação de serviço alcançada pelo PMM. Entre os números, média nove na aceitação entre as comunidades assistidas; 74% dos entrevistados com avaliação melhor do que esperada acerca do programa e percepção de ampliação do atendimento.

Concomitante com a nova chamada, o MS centra foco nas ações de interiorização e de ampliação da formação. Por meio de editais conjuntos do Ministério da Educação (MEC), como o lançado em 02 de abril, novos cursos de medicina serão abertos em 22 cidades do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A previsão de abertura das vagas em medicina para as cidades de interior é de 16.400, superior em 6 mil na comparação com as capitais.

“Não é só a instituição que procura o MEC para abrir um curso de medicina. Agora passa a ser uma análise das localidades que têm necessidade, se tem rede com capacidade para estar desenvolvendo as atividades formação, tendo de apresentar as propostas e avaliá-las nos editais”, completou o diretor. Ampliação das vagas de residência em áreas ligadas à Atenção Básica, como Medicina da Família e Comunidade e Clínica Médica, com incremento de 27% e 22%, respectivamente, no último ano; o programa pró-residência, e a criação da residência em Medicina Geral da Família e Comunidade foram outras ações listadas. No horizonte, a estimativa do MS é de 600 mil médicos em 2026, numa razão de 2,7 médicos por mil habitantes.

+ Confira a apresentação de Felipe Proenço

Provocar e produzir efeitos: “O nosso papel de viabilizar cooperação é um pedaço pequeno dentro do PMM. Mas pode trazer alguns benefícios, como a perspectiva do olhar de um organismo internacional, que vai para além do SUS”. Em sua apresentação, Renato Tasca, consultor da OPAS/OMS, listou cinco dimensões relevantes e provocativas que tem norteado o organismo a desenhar as primeiras impressões sobre o PMM, destacando o interesse e o desejo particular e coletivo em alcançar com o Mais Médicos um case study internacional a ser aplicado e adaptado para demais nações interessadas.

O consultor iniciou pela avaliação da redução das desigualdades em saúde. Para ele, qualquer programa de provimento profissional de deve ir mais a fundo nos levantamentos sobre a real dimensão da cobertura efetiva, avaliando as condições de acesso, distribuição das equipes e presença dos profissionais nas áreas de maior vulnerabilidade.

O mesmo vale para as pesquisas de satisfação e de aceitação do programa por parte da população. “Quem trabalha com inquérito comportamental sabe que a resposta é fruto da demanda, e que na área da saúde há um paradoxo muito grande quando esse método é utilizado”, destacando que, seja no Brasil, seja na Itália, as respostas variam muito de acordo com a percepção pessoal do atendimento e a influência da mídia e dos demais formadores de opinião acerca das condições da Saúde Pública reiterados pelo senso comum. Para ser instrumento mais preciso da realidade, Tasca ressaltou que os levantamento devem levar em conta as dimensões continentais do Brasil, a variedade cultural da sociedade brasileira e a capacidade de assimilação e de interação de cada realidade social com os intercambistas, dos pampas do Rio Grande do Sul às aldeias no interior do Pará.

Ao falar dos indicadores das condições de saúde e da qualidade da APS, Tasca brinca e afirma que muito gestores iniciam e encerram suas avaliações somente nesses pontos. Convocando um olhar além, relembra que o PMM enquanto uma política pública já opera num grande conjunto de evidências científicas robustas e boas práticas de gestão, ressaltando a diversidade de pesquisas já publicadas e que foram apresentadas pela professora Guadalupe Medina (UFBA) na mesa da manhã do evento. “Mais Médicos não é um tiro no escuro”, argumentou ele, em favor de um debate franco sobre as díspares e muitas vezes insuficientes condições de trabalho e as formas de gestão oferecidas aos profissionais formados em Cuba na obtenção de reais resultados dos indicadores de saúde, tanto básicos como mais complexos, caso das morbidades e doenças crônicas.

A oportunidade em fazer do PMM uma forma de melhorar a implementação do SUS e implementar de fato a APS como orientadora das redes de atenção é uma grande oportunidade nas mãos do Brasil e que não deve ser dispensada, segundo Tasca. “Sistemas universais modernos financiados por fundo público estável são o sistemas que o mundo aposta”, disparou, lembrando que saúde da Europa que está imitando o SUS. “Muitos gestores estão aproveitando essa oportunidade e nosso trabalho será medir isso”, anunciando que o estudo de caso piloto do organismo será realizado em breve na cidade de Curitiba, no Paraná.

Além dos estudos de casos, a gestão do conhecimento, como a plataforma web para a divulgação de pesquisas relacionadas ao PMM, desenvolvida pela Rede APS, Abrasco e OPAS, – leia mais aqui – e a criação de estruturas e de canais de comunicação entre o programa e a sociedade na divulgação de resultados, foram outras ferramentas que o organismo atuará diretamente para o acompanhamento do programa.

+ Confira a apresentação de Renato Tasca

Nova pesquisa em curso: As linhas gerais do que será o primeiro inquérito sobre a efetividade do PMM realizado no país encerrou os debates. O desenho geral da pesquisa, liderada pela Fiocruz em convênio com MEC e MS e em parceria com a UnaSUS, demais instituições acadêmicas e Rede de Observatório de RH, foi apresentada pelo professor Sábado Girardi, um dos coordenadores adjunto, devido a participação da professora Maria Helena Machado (ENSP/Fiocruz) em outra agenda também em Brasília.

Por meio de levantamento da dados quantitativos a serem desenvolvidos em forma de questionário e pelo cruzamento com demais bancos de dados, o objetivo do projeto é aferir e analisar aspectos como o processo de implantação e desenvolvimento do PMM; as mudanças ocorridas nas realidades locais no que se refere à assistência à saúde da população; processo formativo dos diferentes grupos de profissionais participantes, e o o grau de satisfação da população, entre outos fatores. O trabalho consumirá três anos e oferecerá relatórios parciais, relatório final, oficinas e publicações como produtos.

Em suas considerações, Girardi ressaltou a necessidade de uma APS mais resolutiva a ser implantada na prática clínica dos profissionais do PMM e em seus espaços de formação específicos e permanentes, sendo condição fundamental para o correto manejo e ordenamento das redes de atenção.

+ Conheça a pesquisa avaliativa do PMM liderada pela Fiocruz

Bruno C. Dias  pela ABRASCO

Os desafios da Atenção Primária em debate em Brasília

Cerca de 80 pesquisadores, docentes e profissionais participaram da terceira reunião nacional da Rede de Pesquisas em Atenção Primária em Saúde – Rede APS – realizada na sede da Organização Panamericana da Saúde (OPAS/OMS) nos dias 8 e 9 de abril. Nos dois dias de rica e intensa programação, estratégias, ações e caminhos para ampliar as dimensões da Atenção Primária em Saúde (APS) no país, visando qualificar a gestão e potencializar o conhecimento, estiveram em debate em três mesas redondas e nas rodas de conversa entre os pesquisadores e demais participantes.

Na abertura, representantes de organismos internacionais, nacionais e do Ministério da Saúde apontaram seus anseios para o encontro. Em mensagem gravada em vídeo, Heider Pinto, secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) fez uma saudação desejando ao fórum discutir formas de maximar a construção de parcerias entre gestão e universidades, como as estabelecidas no Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). “Passados os dois ciclos do PMAQ, temos hoje um conjunto de pesquisadores e grupos de pesquisa com muito mais informações e com uma capacidade cada vez maior de produção de conhecimento para correção e qualificação das políticas em Atenção Básica”.

Luiz Augusto Facchini, coordenador da Rede, destacou os parceiros institucionais que vem se somado ao corpo de pesquisadores e apontou a convergência na área desde os primeiros estudos do Programa de Expansão e Consolidação da Saúde da Família (Proesf), passando pela implementação do PMAQ, do Programa Mais Médicos e atingindo o programa de Mestrado Profissional em consórcio de 33 instituições de ensino e de pesquisa, liderado pela Abrasco e pela Fiocruz. “Se a Rede contribuir seja para a formulação de pesquisas, aplicabilidade de modos mais objetivos, e INVESTIR fortemente em Recursos Humanos, suponho que tenhamos feito um trabalho bastante relevante”.

Na sequência, Carlos Silva, secretário-executivo da Abrasco, relacionou os avanços da Atenção Básica ao longo dos cinco anos de existência da Rede, que hoje conta com mais de cinco mil profissionais associados, colocando os espaços da Abrasco, em especial o 11º Abrascão, que será realizado entre os dias 28 de julho a 1º de agosto, como momentos para a formulação de propostas para os fóruns nacionais da saúde. “Essa rede tem papel importante de contribuir e levar considerações à 15ª Conferência Nacional de Saúde.”

O último orador da abertura dos trabalhos foi o representante da instituição no Brasil, Joaquim Molina. “A OPAS se sente comprometida com a Rede APS, devido ao trabalho permanente do nosso organismo e da OMS sobre o tema, e temos a certeza de que as tomadas de decisão políticas são melhores quando acompanhadas por evidências de pesquisas”. Compuseram também os dirigentes Eduardo Alves Melo, diretor do Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) e Felipe Proenço, diretor do Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde (SGTES), que falaram nas mesas subsequentes.

Desafios do PNAB: Intitulada Pesquisa em APS: Desafios para o SUS, a primeira mesa de debates reuniu Eduardo Alves Melo que, além de dirigente do DAB/MS, é professor assistente do departamento de planejamento em saúde do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal Fluminense (ISC/UFF); Guadalupe Medina, professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), e Ana Luiza Viana, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicinal da Universidade de São Paulo (DMP/FM/USP). A coordenação foi de Ligia Giovanella, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz).

Eduardo Alves Melo apresentou os dados mais recentes do Plano Nacional de Atenção Básica (PNAB), demarcando no início da apresentação a visão de Atenção Básica (AB) tratada pelo Ministério, englobando o individual e o coletivo, com diferentes práticas e tecnologias para as diferentes situações em saúde e servindo como orientação da entrada da população para os demais serviços. Atualmente, a AB cobre 72% do território nacional, boa parte pelas 39 mil equipes dedicadas à Estratégia Saúde da Família – ESF (62% de cobertura), no trabalho do cuidado de 120 milhões de cidadãos, atendidos por mais de 40 mil unidades básicas de saúde em 5.460 municípios. Os dados já contemplam o trabalho desenvolvido pelo Programa Mais Médicos até dezembro do ano passado. Já a Estratégia Saúde Bucal – ESB – tem uma cobertura estimada em 39,3% do território nacional, atuando em 5.014 municípios e com 24.279 equipes.

O crescimento de mais de 30% do ESF e de 461% da ESB no intervalo de 2002 a 2014, e o incremento de 105% nos INVESTIMENTOS totais no PNAB de 2010 a 2014 indicam, para o dirigente e pesquisador, o marco das disputas no contexto da AB, tanto na concepção entre modelos; as lógicas de mercado e/ou privadas interessadas; a hiper-especialização dos profissionais; o uso das diversas tecnologias, entre outros fatores. Destacou ainda os avanços alcançados, como as melhorias em cerca de 26 mil Unidades Básicas de Saúde no programa Requalifica UBS nos últimos anos.

Melo apresentou ainda alguns dados preliminares do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e abordou os eixos norteadores que vem direcionando as ações do DAB. “Queremos deixar evidente como alguns elementos estão bastante avançados enquanto outros ainda requerem INVESTIMENTOS nossos, principalmente nas questões da qualidade”, ressaltou Melo. Entre os citados, estão a disponibilização e incentivo ao uso de protocolos clínicos; ações de educação permanente, de apoio à gestão da clínica e de desenvolvimento de competências clínicas; ênfase ao aumento da resolubilidade por meio dos instrumentos de aferição, bem como em melhores arranjos das equipes.

+ Confira a apresentação de Eduardo Melo

Realidade entre discurso e prática: Guadalupe Medina iniciou sua participação destacando o olhar dos pesquisadores como agentes sociais que devem apresentar boas questões para serem respondidas pelas gestões e servir de elementos de mobilização para os demais atores políticos. Do primeiro modelo de cuidados em APS proposto pelo médico Bertrand Dawson em 1920, passando pela Declaração de Alma-Ata até a atual estruturação dos serviços no SUS, a professora pontuou aspectos que compõem as visões sobre a APS, entendendo-as para além de meras escolhas de políticas em saúde, mas como uma construção histórica. “A APS é uma construção histórica e social, tem um legado do que isso significa no país, o que não faz ser à toa o que construímos no país”.

Prova disso é o incremento dos estudos acadêmicos sobre o tema, com notável ascensão entre as décadas de 1990 a 2010, período correspondente à implantação da ESF. No mesmo período, ressaltou ela, diversos incentivos foram dados à expansão da rede privada. “Essas são algumas das contradições para trazer e pensar os desafios postos”.

Tais estudos e pesquisas relacionam melhorias dos indicadores de saúde proporcionados pela implantação e ampliação das ações em APS, principalmente, pelo trabalho da ESF, por diversos indicadores de saúde, como a redução da mortalidade infantil em crianças menores de cinco anos; promoção da saúde pré-natal; a redução das internações desnecessárias e a melhoria da qualidade dos dados institucionais, publicadas em importantes periódicos científicos internacionais, como Journal of Epidemiol Community Health (2006); Pedriatrics (2010) e Lancet (2011). Segundo Guadalupe, as melhorias se dão de forma gradiente, ou seja, quanto maior a cobertura e maior tempo de implantação, melhores são os resultados.

No entanto, a professora ressaltou também os problemas encontrados, como a real capacidade da APS como coordenação do acesso ao sistema de saúde; baixa institucionalização de ações de promoção da saúde e de prevenção de doenças crônicas; diferenças regionais; vínculos profissionais precários de médicos, enfermeiros e Agentes Comunitários da Saúde (ACS) e baixa disponibilidade de medicamentos. “Vemos que a Atenção Primária é uma intervenção complexa com forte dependência do contexto local e que não promoveu ainda uma mudança radical nas práticas e no modelo de atenção à saúde”, ressaltou Guadalupe.

Para ela, o discurso da APS no Brasil ainda está muito distante das práticas vivenciadas nos municípios. “Embora possamos reconhecer várias iniciativas e avanços, ainda não foram criadas certas condições de possibilidade para que a APS se configure como centralidade do sistema de saúde”, apresentando, ao final de sua fala, desafios e armadilhas nos planos epidemiológicos, metodológicos, epistemológicos e éticos para se alcançar de fato a plenitude de uma APS que supere a dicotomia entre os modelos promotor da saúde e cuidador de pessoas.

+ Confira a apresentação de Guadalupe Medina

Novas configurações: A última participante da mesa foi Ana Luiza Vianna, que centrou sua reflexão no que definiu como os dois momentos. Um primeiro nos primeiros anos da implantação do SUS, marcado pelo par descentralização de ações e instalação da APS a partir da implementação da ESF; e um segundo momento, a partir de 2004, com o trio regionalização – construção de redes – APS.

Para a professora, o atual contexto é mais amplo, com uma gama de condicionantes extremamente articulados entre si. “Dentro desse cenário, é possível a gente definir uma agenda de pesquisas para a APS e apontar o que é prioritário no processo de constituição integrada em saúde”.

Segundo ela, a emergência desse novo arranjo deve-se tanto a fatores epidemiológicos quanto demográficos, políticos e econômicos, deslindados em processos particulares, que articulam uma transição epidemiológica marcada por superposição de etapas e polarizações epidemiológicas intrarregionais e inter-regionais; desenhos demográficos de uma nova composição etária e familiar junto com grandes alterações no mercado de trabalho, marcado pela diversificação econômica, entrada efetiva das mulheres em todos os espaços, extinção e surgimento de novos postos de trabalho e mudança nos padrões de consumo.

Das ferramentas que Ana Luiza propôs e que vê como fundamentais para inquirir o trio conceitual apresentado, ela destaca o cruzamento dos elementos teóricos que compõem os conceitos em APS e Saúde da Família e vê-los de fato nos territórios para, desse cruzamento, ver emergir as novas perguntas para linhas de pesquisas e investigações, e a problematização das políticas em APS dentro do contexto geral das políticas públicas. “A emergência desse novo paradigma e os desafios que ele coloca para a pesquisa, para a efetividade e para a eficiência da APS não podem estar restritos a sua avaliação. É também necessário fazer um esforço de análise das políticas, com diferentes metodologias, e olhar de maneira integrada a regionalização, a construção de redes e a Atenção Primária em Saúde”.

Bruno C. Dias – pela ABRASCO

UFRJ abre inscrições para o Programa de Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) abriu as  inscrições para o Mestrado Profissional em Atenção Primária à Saúde. As inscrições serão feitas no período  de 4 a 29 de maio, na secretaria do Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis-HESFA, no horário de 9:00h às 14:00h, no seguinte endereço: Av. Presidente Vargas número 2865, Cidade Nova, CEP 20210-030, telefone: 3938-4436/3938 – 4437/3938-4444.

Vagas

O número de vagas oferecidas pelo MPAPS para o ano de 2015 é de 30 vagas, reservando-se o direito de não preenchê-las integralmente caso não haja candidatos aprovados no processo de seleção.

Políticas e Gestão em Saúde (10 VAGAS);

Cuidado e Atenção Integral à Saúde (10 VAGAS);

Educação e Comunicação em Saúde (10 VAGAS);

Clique aqui para baixar o Edital

18ª edição do Exame para Obtenção de Título de Especialista em MFC

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade divulgou  a abertura das inscrições para a 18ª edição do Exame de Suficiência para Obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade (TEMFC) . A data limite para a inscrição é dia 01/06/2015.

 Abaixo informações sobre o edital e inscrições.

Acesse o edital aqui.

Anexo1 – Grade de Avaliação de Currículo

Anexo 2 – Conteúdo Programático

Anexo 3 – Bibliografia

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Lançamento do livro Currículo Baseado em Competências para MFC

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade organizou Currículo Baseado em Competências para MFC .No próximo ano,  a sociedade comemora 40 anos da instituição dos três primeiros programas de residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC) no país, dois deles ainda ativos até os dias atuais (Centro de Saúde Escola Murialdo e Serviço de Medicina Integral da UERJ). Nessas quase quatro décadas, muito se evoluiu no campo da Atenção Primária no país, incluindo o que diz respeito à formação médica, onde o aprimoramento da qualidade dos profissionais que atuam na área tem se mostrado primordial para a melhoria dos resultados em nosso sistema de saúde.
Visando contribuir na qualificação do processo formativo dos profissionais atuantes na Atenção Primária à Saúde (APS), a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) entende o fortalecimento dos programas de residência na especialidade como uma estratégia estruturante para todo o sistema de saúde. Hoje o país conta com mais de 100 programas de residência em MFC que disponibilizam em torno de 1600 vagas de residência a cada ano. Nesse sentido a publicação de diretrizes que visem homogeneizar a formação ofertada é tida como algo essencial para
a garantia da qualidade dos egressos. Baseando-se nas melhores experiências internacionais quanto à formação de especialistas em MFC, e buscando
dar resposta às necessidades dos nossos programas de residência, a SBMFC traz ao público este Currículo Baseado em Competências para Medicina de Família e Comunidade que é fruto de um trabalho de um ano com a participação de dezenas de especialistas com experiência no tema no Brasil e no exterior. Este produto busca servir de guia para os programas de residência na especialidade no país, assim como nos
futuros processos de certificação de especialistas realizados por esta sociedade médica. Ele pode e deve ser relativizado para a realidade local e não há restrição quanto a sua utilização para a elaboração de currículos complementares a serem adotados por cada programa de residência, se assim se fizer necessário.

Confira a publicação Curriculo Baseado em Competencias

90% dos profissionais brasileiros recomendam o Programa Mais Médicos

Os médicos brasileiros que atuam no Mais Médicos estão altamente satisfeitos com a presença no Programa. É o que demonstra a pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde, em que 90% dos profissionais com CRM Brasil responderam que indicariam a participação para outros médicos. A avaliação dos entrevistados reforça os resultados obtidos com as inscrições para o edital deste ano. Nas três primeiras chamadas do Mais Médicos em 2015, 92% das vagas ofertadas já foram preenchidas por profissionais com CRM Brasil. As vagas remanescentes serão abertas aos brasileiros formados no exterior a partir desta sexta-feira (10/4).

Acesse a apresentação do ministro

“Tivemos um resultado surpreendente e extremamente positivo. O preenchimento de 92% das vagas com médicos com CRM Brasil mostra a consolidação do Mais Médicos. A adesão indica de que o programa tem qualidade, que os participantes brasileiros, além de satisfeitos com a participação, já estão indicando a outros profissionais. Mesmo locais com difícil acesso e com consequente dificuldade de provimento, tiveram alta taxa de preenchimento”, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

Essa é a segunda pesquisa de opinião apresentada pelo Ministério da Saúde sobre as avaliações dos profissionais que atuam pelo Mais Médicos. O levantamento foi feito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Ao todo, foram realizadas 391 entrevistas nas cinco regiões do país com médicos do Programa, no período de 17 a 23 de novembro de 2014.

Além do elevado potencial de recomendação, quase a totalidade dos médicos brasileiros entrevistados (93%) afirmaram estar satisfeito ou muito satisfeito com a participação no Programa. O contentamento com a supervisão também foi alto. Os médicos deram, em média, nota 9,3 para seu relacionamento com o supervisor. Essa constatação dos profissionais da seriedade e legalidade do Mais Médicos ratifica o aumento de interesse dos candidatos com diplomas do Brasil em atuar no Mais Médicos.

No total, das 4.146 oportunidades disponíveis em 1.294 municípios e 12 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), 3.830 já foram ocupadas por médicos CRM Brasil. Em relação às cidades, 1.088 (84%) municípios e três distritos indígenas já atraíram médicos para ocupar integralmente as vagas nas unidades básicas de saúde. Até o momento, 120 (9%) tiveram a solicitação parcialmente atendida e 77 (6%) localidades ainda não conseguiram atrair nenhum médico.

Dos médicos em atividade, 3.155 médicos são das duas primeiras chamadas e chegaram às cidades em março. Os outros 675 foram alocados na terceira seleção. Esses profissionais começaram a se apresentar no início desta semana e os gestores locais têm até esta quinta-feira (9) para homologar a presença deles em 402 municípios.

O Nordeste foi a região que mais atraiu profissionais: das 1.799 oportunidades ofertadas aos médicos, 1.726 (95%) vagas já foram ocupadas. O Sudeste conseguiu ocupar 975 (95%), das 1.022 vagas disponíveis, seguido do Centro-Oeste, que preencheu 370 (93%) das 396 oportunidades, do Sul, que atraiu médicos para 476 (91%) vagas das 520 disponíveis e o Norte que ocupou 283 (69%) vagas das 409 oportunidades. Os distritos indígenas já ocuparam 13 (37%) das 35 vagas ofertadas aos médicos. Dentre os estados, 20 já preencheram mais de 90% das vagas e três deles (Amapá, Distrito Federal e Sergipe) sua totalidade. O Amazonas foi o estado com menor percentual de ocupação por candidatos CRM Brasil (60%).

PRÓXIMAS ETAPAS – As 286 vagas remanescentes estarão disponíveis entre 10 e 20 de abril para os brasileiros formados no exterior. Caso tenham a inscrição validada, os candidatos escolherão os municípios nos dias 29 e 30 de abril. Persistindo vagas, médicos estrangeiros poderão se inscrever no programa entre 5 e 15 de maio. O módulo de acolhimento para os profissionais está previsto para 8 de junho e o início das atividades nos municípios começa a partir do dia 7 de julho.

Confira as vagas disponíveis para brasileiros formados no exterior

Entre as 197 cidades e nove distritos indígenas com vagas restantes, a maioria está na região Norte. São 109 postos em 51 municípios, além de sete DSEIs. O Nordeste também tem 51 cidades e um distrito indígena com oportunidades, porém estão disponíveis 66 vagas. A região Sudeste, com 44 oportunidades, Sul (43) e Centro-Oeste (24) completam as vagas a serem preenchidas.

A previsão é que a cada trimestre o Ministério da Saúde lance novas chamadas para os postos em aberto.  As seleções contemplarão as vagas referentes aos médicos que desistirem nas etapas anteriores e as cidades que não conseguirem aderir ao programa pela ausência de capacidade instalada. Até o momento, nove municípios abdicaram de 30 vagas.

PERFIL DOS PROFISSIONAIS – A maioria (68%) dos médicos CRM Brasil optou pelo benefício da pontuação de 10% nas provas de residência médica, caso tenha conceito satisfatório durante os 12 meses de atuação no programa. Já os benefícios do Mais Médicos foi a escolha de 32% dos candidatos. Além disso, 51,6% têm experiência em Saúde da Família e 12,2% foram bolsistas do Programa de Educação pelo Trabalho (PET) Saúde.

“A participação de médicos com CRM Brasil também aponta para a mudança da formação médica no país. A vivencia na Saúde da Família fará do médico, mesmo que opte por uma outra especialidade, um profissional com visão mais global da saúde, a visão de quem já fez atenção básica, onde se resolvem 80% dos problemas de saúde. Muitos deles vão se realizar como médico de família e comunidade e seguirão nessa especialidade”, acrescentou o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Heider Pinto.

As mulheres são maioria entre os novos participantes do Programa, representando 54% dos médicos selecionados. Enquanto 78% dos participantes que passam a atuar na atenção básica são solteiros. As pessoas entre 26 e 30 anos são a faixa etária com a maior presença (55%) entre os profissionais alocados.

Até 2014, 14.462 médicos foram enviados para 3.785 municípios, beneficiando 50 milhões de pessoas. Com a ocupação das 4.146 vagas apontadas pelos municípios no novo edital, o Governo Federal garantirá em 2015 a permanência de 18.247 médicos nas unidades básicas de saúde de todo o país, levando assistência para aproximadamente 63 milhões de pessoas. Serão 4.058 municípios beneficiados, 72,8% de todas as cidades do Brasil, além dos 34 distritos indígenas.

Fonte MS – http://portalsaude.saude.gov.br/