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Arquivo Mensal abril 2015

Residência em Medicina de Família e Comunidade: dois programas brasileiros

Este estudo é um relato de minha experiência como pesquisador em dois Programas de
Residência em Medicina de Família e Comunidade (PRMFC): um no Serviço de Saúde
Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e outro na Secretaria Municipal de
Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC-RJ), tendo como metodologia a
análise crítica comparativa. Os PRMFCs estão intimamente ligados a um projeto de
formação em medicina para a construção da atenção primária em saúde no Brasil, tendo em vista que somente cerca de 10% dos médicos atuantes na atenção primária em saúde têm formação específica em MFC. Frutos de contextos históricos e políticos distintos; ambos os programas apresentam contribuições significativas em suas propostas de formação. O modelo SSC-GHC apresenta campo de ensino estruturado e consistente – na convivência com residência multiprofissional e em espaços de ensino consolidados – construído ao longo dos anos de existência. O modelo SMSDC-RJ demonstra caráter construtivo, mola fundamental para expansão da Atenção Primária em Saúde no Rio de Janeiro: seu campo de ensino está em formação, em que há forte viés assistencial – fundamental para a população e para os médicos residentes. Ambos os programas ainda não apresentam objetivos específicos de ensino, como competências e habilidades a serem adquiridas pelos médicos em formação; mas são aqui descritos como possível inspiração para outros PRMFCs em expansão no país.

Palavras-chave: Medicina de família e comunidade; residência médica; educação e
saúde; atenção primária em saúde.

Autor: Pedro de Gales Perpétuo Rocha Pitta Sampaio

Leia estudo – residencia2programas

A coordenação da atenção ao pré-natal e ao parto por equipes de Saúde da Família no município do RJ

O município do Rio de Janeiro, apesar da ampla cobertura da assistência pré-natal e de
partos hospitalares, apresenta incidência elevada de desfechos perinatais desfavoráveis e evitáveis. Por muito tempo, o município foi reconhecido pelo baixo investimento em
serviços de Atenção Primária à Saúde e pela precária integração entre a assistência ao
pré-natal e ao parto. O Programa Cegonha Carioca, lançado em 2010, fundamenta-se na organização da rede de atenção ao pré-natal e ao parto para a redução da morbimortalidade materna e infantil. Aliada ao programa, a expansão da cobertura
populacional pela Estratégia de Saúde da Família ocorrida a partir de 2009 torna o
cenário do município favorável à reversão dos maus resultados observados. O presente
estudo teve como objetivo descrever aspectos relacionados à coordenação da atenção ao
pré-natal e ao parto pelas equipes de Saúde da Família da Área Programática 3.1 do
município do Rio de Janeiro. Foram entrevistadas 187 puérperas residentes em áreas
cobertas pela ESF, representando as gestantes que pariram no mês de abril de 2013, a
fim de se investigar a cobertura da assistência pré-natal pelas equipes, a utilização da
rede de referências pactuada pelo Programa Cegonha Carioca, o fluxo de informações
entre os serviços de pré-natal e parto, através do preenchimento do cartão da gestante, e
a avaliação pelas puérperas da integração entre os serviços, utilizando instrumento
adaptado a partir do PCATool-Brasil. Os resultados encontrados sugerem avanço
considerável na consolidação de uma rede integrada de serviços; porém, evidenciam a
manutenção de falhas importantes na comunicação entre os níveis assistenciais. Outras situações prejudiciais à coordenação da atenção pela ESF identificadas com menor frequência foram as barreiras de acesso ao atendimento e a persistência do acesso direto ao especialista. Recomenda-se a superação dos problemas identificados para a potencialização da atuação da ESF como coordenadora do cuidado à gestante.

Palavras-chave: Assistência à Saúde, Atenção Primária à Saúde, Estratégia Saúde

Autor: Melanie Noël Maia

Leia estudo –prenatal

A preceptoria em saúde a partir das publicações brasileiras

As mudanças do conceito de saúde e a introdução de outro modelo de Atenção em saúde: integral, focado na promoção da saúde, organizado a partir do nível primário, que pressupõe um profissional crítico, capaz de lidar com a realidade e a diversidade que compõem os sujeitos, fez com que a formação em saúde se transformasse ao longo dos anos. Essa transformação se deu por meio de estratégias que inseriram o aluno, tanto da graduação quanto da pós-graduação, nos serviços de saúde. O que levou os profissionais de saúde a incluírem em sua prática atribuições de preceptor. Com a intenção de compreender a realidade da preceptoria em saúde, neste estudo exploratório, objetivamos analisar quais conceitos e atividades da preceptoria são apresentados pelas publicações brasileiras em saúde que tratam da preceptoria médica e multiprofissional, entre os anos de 2002 e 2012. Para tanto, realizamos levantamento de estudos brasileiros, de língua portuguesa, disponíveis nas principais bases bibliográficas de saúde. Para fins de análise, alguns temas foram selecionados: conceito de preceptor/preceptoria; atividades e características do preceptor; relação preceptor-aluno-serviço e condições de trabalho x formação. Os resultados mostram que os termos preceptoria e preceptor são frequentemente utilizados no âmbito da formação em saúde, porém carecem ainda de definição consistente. Encontramos diversos conceitos para preceptor, assim como diferentes nomenclaturas ou classificações para o termo preceptor. As atividades e características do preceptor aparecem de forma variada nos diferentes estudos, embora sejam mencionadas nos documentos oficiais. A preceptoria é mais uma função que os preceptores devem assumir, e apesar de inserir um caráter docente/pedagógico, poucas vezes está presente nos processos formativos dos profissionais que a exercem. Concluímos que a definição de preceptor não deve ser padronizada, mas devem estar explícitas nos programas dos cursos para que se alcance qualidade da formação. Pensar a formação do preceptor é fundamental para a garantia da transformação da Educação na Saúde.

Autor: Francine Ramos de Oliveira Moura Autonomo

Leia estudo:

Homeopatia na Estratégia Saúde da Família: apoio matricial e visão sistêmica cartografando a integralidade do cuidado

Identificando na homeopatia e demais práticas integrativas uma racionalidade
médica fundamentada em um paradigma sistêmico, baseado no cuidado integral ao
sujeito inserido em seu contexto social, o presente estudo tem por objetivo geral
analisar os limites e possibilidades da atuação do homeopata na Estratégia Saúde
da Família, a partir de sua expansão no município do Rio de Janeiro, tendo por
objetivos específicos investigar a percepção do gestor sobre o papel do homeopata
na Estratégia Saúde da Família; identificar as atribuições do homeopata no Núcleo
de Apoio à Saúde da Família e, finalmente, fornecer subsídios para a discussão
política do papel do homeopata no contexto da Estratégia Saúde da Família.
Utilizou-se a metodologia cartográfica de Deleuze e Guatarri para a leitura do papel
da homeopatia neste contexto. Os resultados sugerem que a presença da
homeopatia e demais práticas integrativas no cotidiano da atenção primária, a partir
do exercício e do compartilhamento do cuidado através do apoio matricial, define um
novo paradigma, que contempla o sujeito a partir da complexidade de suas
determinações, impactando na resolutividade e na humanização do atendimento.
Contudo as atuais políticas são tensionadas por um paradigma hegemônico, que
fragmenta o cuidado, não efetivando na prática o que por elas é prescrito. Torna-se
necessário, portanto, garantir espaço para o exercício destas práticas, quer
diretamente pelo médico de referência, quer na mudança do modelo de apoio
matricial, assumindo o papel de articulador das redes locais de cuidado, o que não
somente qualifica a atenção primária a saúde, mas representa papel fundamental na
construção de políticas de saúde que garantam o cuidado integral.

Palavras-chave: 1. Estratégia Saúde da Família; 2. Homeopatia; 3. Apoio matricial;
4. Cuidado integral; 5. Cartografia.

Autor: Domingos José Vaz do Cabo

Leia estudo – homeopatia

Falta às consultas médicas agendadas: percepções dos usuários acompanhados pela ESF, Manguinhos, RJ

Os motivos que levam o usuário da Estratégia de Saúde da Família (ESF) a comparecer ou não às consultas médicas programadas precisam ser conhecidos devido ao impacto negativo que as faltas podem causar no serviço de saúde, inclusive de caráter financeiro, e no cuidado do usuário. O estudo realizado foi uma pesquisa quanti-qualitativa, cujas técnicas consistiram na quantificação de faltosos em duas equipes do Centro de Saúde Escola Manguinhos no período de seis meses e de entrevista semiestruturada com 22 pacientes cadastrados na ESF que faltaram ou não às consultas médicas agendadas nos quinze dias que antecederam a entrevista. Este teve por objetivo quantificar as faltas, conhecer o motivo e a percepção do usuário quanto à importância de comparecer às consultas agendadas, identificando as razões para o não comparecimento. Assim, foi identificado um percentual de faltas de 48,9% no período de seis meses estudado, sendo que destas faltas, 58,5% das pessoas faltaram uma vez, 26,5% faltaram duas vezes e 15% faltaram mais de três vezes. O principal motivo para agendamento das consultas dos usuários foi o acompanhamento de sua saúde que pode ter diversas interpretações por parte dos profissionais de saúde e dos pacientes. Dentre os motivos para as faltas às consultas citados pelos usuários, se destacou o esquecimento assim como o agendamento em horários inoportunos, grande parte no horário de trabalho. Alguns ruídos na comunicação dos usuários com a Unidade de Saúde também foram identificados, como a impossibilidade de cancelamento do encontro sem que o mesmo compareça ao serviço. O papel do ACS como a pessoa que agenda as consultas também é relevante para esta questão contribuindo tanto para a assiduidade como para as faltas às consultas. Assim, foi possível identificar alguns aspectos relacionados à organização do serviço de saúde e a características do usuário. A ampliação das formas de comunicação da equipe com os usuários, tendo em vista a ampliação do cuidado, um aprimoramento da escuta e pactuação entre os atores no momento do agendamento considerando o cotidiano dos usuários; e uma maior flexibilização da equipe e de seus horários, bem como um maior comprometimento por parte do usuário, a implantação de envio de mensagem de texto, são algumas propostas que surgem para melhorar a assiduidade às consultas médicas.

Palavras-chave: consulta médica, adesão do paciente, agendamento de consultas médicas, marcação de consultas, absenteísmo.

Autor: Mellina Marques Vieira Izecksohn

Leia estudo – faltaconsultasagendadas

As múltiplas dimensões do território na construção de uma prática de gestão comprometida com as necessidades da população: um estudo de caso de uma Clínica da Família do município do RJ

A construção efetiva de políticas públicas de gestão e de trabalho na Atenção Primária à Saúde envolve uma alta complexidade, que não se traduz pelo uso de tecnologias avançadas de alto custo, mas sim com as interferências do território nos processos de cuidado. Essas interferências possuem uma dimensão não só técnica como também ético-política. O território possui redes existenciais, políticas, locais, formais e/ou informais. O processo trabalho em saúde, baseado no território e suas redes, requer uma atenção inclusiva ao que nele, através dele e por ele surge através de seus movimentos. O território e seus determinantes sociais envolvem, produzem e tensionam os processos de gestão, produção e promoção da saúde, criando uma complexidade nas práticas da Atenção Primária à Saúde, justificando práticas que se voltem para o enfrentamento dos desafios e tensionamentos cotidianos que não são impedimentos, mas devem ser considerados matéria viva que promoverá o trabalho em saúde na Atenção Primária. Com esse balizamento o objetivo desta pesquisa é articular uma discussão teórica a um estudo de caso, que desvele as múltiplas dimensões do território, seus dispositivos e sua influência na estruturação de uma prática de gestão na Estratégia Saúde da Família comprometida com os problemas e as necessidades da população e com as demandas dos serviços. O campo da pesquisa foi uma Clínica da Família da Área Programática 3.2 do município do Rio de Janeiro, onde foram colhidas as falas dos sujeitos da pesquisa através de entrevistas semi-estruturadas e posteriormente estas falas foram analisadas e sistematizadas através do Discurso do Sujeito Coletivo, obtendo assim as Representações Sociais do grupo investigado, a compreensão das concepções de território que os profissionais da Estratégia saúde da Família e a comunidade têm e o reconhecimento da importância de se apropriar dos dispositivos do território para melhorar a gestão do cuidado.

Palavras-chave: Território, Atenção Primária à Saúde, Estratégia Saúde da Família, Processo de Trabalho em Saúde, Gestão do Cuidado.

Autor: Daniele Rodrigues Vidal Rocha

Leia estudo- dimensoesdeterritorio

Estratégias de coordenação do cuidado – uma análise do fortalecimento da APS e seu papel coordenador no município do RJ

A coordenação do cuidado é um dos atributos essenciais da Atenção Primária à Saúde (APS) e está relacionada com a articulação entre os diversos serviços e ações relacionados à atenção em saúde de forma que, independente do local onde sejam prestados, estejam sincronizados e voltados ao alcance de um objetivo comum. Somente uma Atenção Primária fortalecida pode exercer seu papel coordenador, dependendo também da articulação entre os profissionais e serviços e dos fluxos e organização da rede de atenção à saúde para romper com a fragmentação do cuidado. Considerando o momento de reforma da APS do município do Rio de Janeiro nos últimos anos, este estudo objetivou analisar as estratégias de coordenação dos cuidados praticadas na Atenção Primária à Saúde sob a perspectiva dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família da Área de Planejamento 5.2 do município do Rio de Janeiro. Para tanto, foi realizado um estudo epidemiológico do tipo seccional, de cunho descritivo-exploratório com abordagem quantitativa, tendo como sujeitos enfermeiros, médicos e profissionais do NASF. Através do preenchimento de um questionário auto aplicado participaram do estudo 157 profissionais. Os resultados foram discutidos de acordo com as categorias: características profissionais, organização do processo de trabalho em equipe; papel resolutivo, integral e longitudinal da APS; operacionalização do apoio matricial e coordenação e integração na rede de serviços. De acordo com os resultados verificou-se que o município do Rio de Janeiro conseguiu avançar no fortalecimento da atenção primária através do acesso, resolutividade, integralidade e longitudinalidade que preconiza a literatura. A organização do processo de trabalho das equipes favorece a coordenação do cuidado. Quanto ao apoio matricial percebeu-se a existência de condições estruturais melhor formadas, entretanto os processos ainda precisam ser aperfeiçoados. Embora a APS se responsabilize pelo caminhar do usuário, a rede ainda não possui um grau de articulação que favoreça o desenvolvimento do papel coordenador da APS.
Palavras-chave – Coordenação do cuidado;Atenção Primária à Saúde; Estratégia de saúde da família.

Autor: Gislani Souza Mateus Oliveira

Leia estudo: coordenaçaodocuidado

A expansão da Estratégia Saúde da Família na Cidade do Rio de Janeiro 2009-2012: estudo de caso na Área Programática 5.3

No momento em que se discute a expansão da Atenção Primária a Saúde (APS) no Brasil e na cidade do Rio, a avaliação do modelo centrado na Estratégia de Saúde da Família (ESF) como protagonista do acesso e qualidade dos serviços ganha importância. Adota-se como hipótese que o Programa Saúde Presente/Rio tenha provocado mudanças no sentido da reorientação do modelo na atenção básica à Saúde na Área Programática 5.3. Houve modificações nas condições de estrutura e processos (de gestão, de organização do trabalho, de logística), alcançando-se alguns resultados de curto/médio prazo na atenção à população, considerando os referenciais teóricos sobre pilares da qualidade dos serviços de saúde propostos por Donabedian (1966). O objetivo foi descrever os aspectos da expansão à luz dos relatórios gerenciais e documentos oficiais da Secretaria Municipal de Saúde, identificando fortalezas e fragilidades nesse processo. Os resultados foram sistematizados considerando as dimensões das mudanças ocorridas na estrutura, nos processos e em alguns resultados selecionados. Quanto à estrutura, verificou-se a ampliação das unidades e quantidade de equipes de Saúde da Família. Atualmente são 26 unidades (apenas uma não dispõe de equipes), atingindo 97% da população com atendimento pelo Saúde da Família. Em relação aos processos, investiu-se em capacitações, implantação da Carteira de Serviços, Protocolo de Enfermagem, Prontuário Eletrônico e Academia Carioca, consequentemente ampliando-se o acesso aos serviços, com elevação dos procedimentos e da cobertura vacinal, e a participação mais ativa das lideranças locais. Ressalta-se que ainda há fragilidades, como a articulação das Redes de Atenção à Saúde, porém todo esse processo é contínuo e vai ao encontro da Política Nacional de Atenção Básica, na perspectiva da integralidade, coordenação do cuidado e superação de paradigmas no campo da saúde, possibilitando uma mudança na concepção do processo saúde-doença. Assim, está-se trilhando caminhos rumo a uma concepção mais ampla de saúde, permitindo inovar e atingir uma qualidade, que evolui a cada dia.

Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde ; Avaliação em Saúde; Diagnóstico de Saúde.

Autor: Reniani Vargas Lami de Jesus

Leia estudo: areaprogramatica5.3

Apoio Matricial nas ações de Alimentação e Nutrição: visão dos profissionais da Estratégia de Saúde da Família de Manguinhos, Rj

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é o modelo de reorganização da Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil. Para aumentar a abrangência de suas ações, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), formado por profissionais de diversas especialidades, cujas ações são baseadas nos conceitos de Apoio Matricial e Equipe de Referência. O presente estudo teve por objetivo conhecer os significados que os profissionais da ESF de Manguinhos atribuem ao Apoio Matricial, em especial na área de Alimentação e Nutrição, através de uma pesquisa qualitativa. A técnica de coleta de dados selecionada foi a entrevista semi-estruturada e para tratamento dos dados, a análise de conteúdo. Como vertente de análise e interpretação optou-se pelo Interacionismo Simbólico o qual estuda a construção dos significados atribuídos pelos sujeitos às suas atividades como produto da interação com seus pares. Os profissionais entenderam que o Apoio Matricial potencializa as ações da ESF e aumenta a resolutividade da APS.
Destacaram dificuldades iniciais como desconhecimento das competências dos
apoiadores e profissionais das equipes de referência. O excesso de atribuições apareceu
como limitante da ampliação do olhar sobre o processo saúde-doença. Como
consequência, influenciou a forma como acionavam o apoio matricial, sendo o maior
enfoque nas consultas conjuntas e esporádicas as ações coletivas e de prevenção. Ficou
evidente a ênfase das ações nos núcleos de conhecimento, dificultando assim a
interdisciplinaridade no cuidado à saúde. Apontaram que a prática do apoio tem sido uma construção coletiva no cotidiano de trabalho. As expectativas para o apoio nas ações de Alimentação e Nutrição foram: educação em saúde, ações intersetoriais e qualificação das equipes da ESF. Como considerações finais destaca-se que pensar e falar sobre o processo de trabalho é uma estratégia para propor coletivamente ações que potencializem o trabalho do apoio matricial na Atenção Básica. Propõe-se que o nutricionista desempenhe o papel de facilitador na organização da atenção nutricional priorizando a construção de uma agenda integrada e intersetorial, a partir das necessidades das equipes e comunidades. Espera-se contribuir com o processo de trabalho do apoio matricial das equipes de Manguinhos e de outras Unidades Básicas de Saúde.

Palavras-chave: Núcleo de Apoio à Saúde da Família, Alimentação e Nutrição, apoio matricial, equipe de referência, pesquisa qualitativa.

Autor: Ana Lúcia de Magalhães Fittipaldi

Leia estudo- apoiomatricial

O acolhimento como estratégia para organização do processo de trabalho: uma análise em duas unidades de Atenção Primária em saúde do município do RJ com modelos distintos de atenção

A temática acolhimento vem sendo objeto de estudo crescente na Atenção Primária em Saúde. O acolhimento tende a ser analisado como política que pressupõe escuta qualificada e classificação de risco de acordo com as necessidades e vulnerabilidades dos usuários, indicando uma carência de discussão teórico-conceitual na literatura que contemple o acolhimento enquanto estratégia para organização do processo de trabalho neste ponto da atenção. Tecemos uma reconstrução teórico metodológica do acolhimento a partir do entendimento da necessidade de coordenação do cuidado a partir do primeiro contato estabelecido no momento acolhimento. O presente estudo tem como objetivo geral analisar o acolhimento como estratégia para organização do processo de trabalho em duas unidades de Atenção Primária em Saúde, sendo uma Módulo A (composta apenas por equipes da Estratégia de Saúde da Família) e outra Módulo B (composta por equipes da Estratégia de Saúde da Família associada ao Posto de Saúde tradicional), no Município do Rio de Janeiro. A pesquisa de natureza qualitativa foi realizada com os profissionais que atuam nas duas unidades de saúde mencionadas. Identificou-se através da análise a importância do acolhimento enquanto tecnologia para ampliação da escuta e diminuição da fragmentação do cuidado. Os resultados também revelaram fragilidades no acolhimento relacionadas à postura, envolvimento e comprometimento dos profissionais em responder de forma significativa às demandas dos usuários e permitiu mapear os serviços disponíveis nas unidades e entender a inserção do NASF enquanto dispositivo de apoio para aumento da resolutividade. A necessidade da utilização plena dos serviços disponíveis nas unidades, do apoio gerencial e do desenvolvimento de competências foram vistos como elementos essenciais para organização do processo de trabalho a partir do acolhimento e corroboraram para propor reflexões que reorientem a prática dos profissionais que atuam nas unidades.

Palavras-chave: Atenção Primária em Saúde, acolhimento, processo

Autor: Tarcísio Feijó

Leia estudo – acolhimento