Faça parte da rede aqui!
Fique por dentro das últimas notícias, eventos, debates e publicações científicas mais relevantes.

Arquivo Mensal maio 2013

Autopercepção de pessoas acometidas pela hanseníase sobre sua saúde bucal e necessidade de tratamento

A hanseníase é uma doença infecciosa que produz impacto do ponto de vista físico, social e psicológico. O propósito deste estudo foi avaliar a autopercepção sobre saúde bucal e a necessidade de tratamento em pacientes com hanseníase no Município de Fortaleza (CE), Brasil. Trata-se de um estudo transversal e descritivo, onde 100 pacientes com hanseníase foram submetidos a questionário semiestruturado. Os resultados da análise bivariada entre necessidade de tratamento e características socioeconômicas mostrou que apenas a escolaridade apresentou associação estatística (p = 0,000). Verificou-se associação entre a classificação da saúde bucal e autopercepção da necessidade de tratamento (p = 0,05). Com relação à autopercepção em saúde bucal, 36% dos sujeitos pesquisados classificaram sua saúde bucal como boa. A autopercepção do paciente com hanseníase quanto a sua saúde bucal e necessidade de tratamento deve, juntamente com uma avaliação clínica, servir de guia para a execução de políticas públicas que visem a favorecer um tratamento odontológico mais efetivo para esses pacientes.

Janaína Rocha de Sousa Almeida 1

Carlos Henrique Alencar 2

Jaqueline Caracas Barbosa 3

Aldo Angelim Dias 4

Maria Eneide Leitão de Almeida 5

Leia artigo completo saudebucal

 

Artigo publicado na Revista de Ciência & Saúde Coletiva [online]. 2013, vol.18, n.3, pp. 817-826. ISSN 1413-8123.

Equipes da ESF devem refletir sobre o autocuidado

As palestras da quarta sessão do VIII Ciclo de Debates, ocorrida no dia 9/5, destacaram a necessidade de cuidado do usuário do sistema de saúde e, também, das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Segundo o pesquisador Juares Soares Costa, da PUC-Campinas, esse cuidado deve considerar o contexto ao qual as equipes estão submetidas e buscar a reflexão dos próprios membros a respeito de suas práticas e formas de relacionamento. Para o professor da Universidade de Brasília Wanderley Codo, debatedor da mesa, a profissionalização do cuidado pode afastar o vínculo entre o profissional de saúde e o usuário.

Casos complexos: quem se implica no cuidado? foi o tema da atividade coordenada pela pesquisadora da UFRJ Valéria Romano. A conferência coube a Juares Costa, que falou sobre a complexidade na saúde. “O campo da saúde teve imensos progressos. Mas sabemos que fica limitado se focalizarmos apenas um indivíduo isoladamente. Os casos complexos ainda são entendidos como os acontecimentos mais graves, mais difíceis de serem entendidos ou que necessitam de um especialista. Talvez só tenhamos casos complexos. Essa é a nossa visão do mundo formada na escola na realidade.”

Sobre as equipes da ESF, o pesquisador afirmou que, para alcançarem a eficiência no trabalho, é necessário organização e comunicação. “Falo da comunicação como a existência de uma base, de significados em comum. Para funcionar bem, a equipe deve ter diferentes olhares, mas também aspectos em comum. Se formarmos um time de futebol com os melhores jogadores do mundo, o sucesso não estará garantido. É preciso integração, comunicação, uma base em comum.”

“É preciso cuidar da própria equipe”

Para alcançar essa eficiência, portanto, é preciso cuidar dos seus componentes e da relação entre os seus membros. “Como se cuida de uma equipe? O trabalho técnico é feito com o usuário, mas muito pouco se faz para cuidar dela. Muitas vezes, ela está num contexto de violência e de diferenças culturais entre o trabalhador e a pessoa atendida. Uma equipe de ESF funciona como um corpo. Assim, devemos cuidar dela da mesma maneira como cuidamos de nós mesmos”, sugeriu Juares, que, em seguida, comentou o trabalho desenvolvido em Campinas. “Temos um trabalho de conversação reflexiva sobre a prática profissional. Falar em reflexão significa olhar para nós mesmos. A ideia é ajudar a equipe a refletir sobre sua prática e a relação entre os membros. A capacitação continuada do profissional também é uma forma de cuidado. Não haverá sobrevivência do trabalhador se não houver cuidado com os participantes.”

O Debatedor do encontro, o professor Wanderley Codo revelou que o cuidado era feito em casa, na família, mas atualmente adquiriu um formato profissional. “O cuidado é marcado pelo vínculo imediato e se constrói de maneira rápida. Olho para você, analiso aquilo de que você precisa e o atendo. É a mãe olhando para o filho, com a desconfiança de que ele está com fome e o cuidado para que ele se alimente. A profissionalização do cuidado trouxe um afastamento”, exemplificou.

Ao se referir ao cuidado das equipes, afirmou que os componentes devem ter espaço para discutir as angústias e adoecimentos. “O adoecimento do trabalhador não surge por uma questão individual, mas pela fraqueza da equipe. Ele adoece porque esse tipo de trabalho adoece. Cuidar da saúde do trabalhador também deve fazer parte de suas atribuições.”

Fonte ENSP – www.ensp.fiocruz.br

 

 

Avaliação da Atenção Primária à Saúde da criança no município de Colombo – Paraná

O estudo teve como objetivo comparar a qualidade da atenção prestada a crianças entre ambas as unidades, de acordo com o conceito de Starfield. A qualidade foi medida por entrevistas aos responsáveis das crianças (n=482) utilizando como instrumento o PCATool versão criança. As unidades com ESF obtiveram escores acima do ideal em 5 dos 10 atributos (Afiliação, Coordenação, Integralidade, Orientação Familiar e Acessibilidade). As UBS atingiram escore abaixo do ideal em todos os atributos, sendo as menores médias atribuídas aos atributos de Orientação Comunitária e Afiliação. Trabalhos de avaliação desempenham papel fundamental no aprimoramento dos eixos de intervenção para aderir ao foco do Ministério da Saúde em transformar os serviços em APS. Em Colombo, as unidades de ESF estão mais próximas da APS. Entretanto, há a necessidade de rever ações de assistência à criança, consoante os atributos da APS, em ambas as unidades.

Leia  estudo

Efetividade da AP depende da intersetorialidade

No segundo dia (7/5) do VIII Ciclo de Debates – Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, o tema central das discussões abordou a importância da intersetorialidade das ações. Durante o encontro, o subsecretário de Atenção Primária (AP) de Vigilância e Promoção da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde, Daniel Soranz, argumentou que, se não tivermos políticas articuladas dos diversos setores da sociedade, pouco o município evoluirá. Ele comentou ainda que a cobertura de saúde da família (ESF) saltou de 3% em 2008, para 40% em 2013. Segundo Daniel, após a reforma do modelo de atenção à saúde do Rio de Janeiro, focada na atenção primária como ordenadora das redes, a cidade foi responsável por quase 60% de todo o crescimento das Equipes de Saúde da Família do país. “Apesar de ser uma ótima notícia, não pode ser considerada um grande mérito, pois tínhamos um déficit histórico a compensar”, confessou ele.

Durante a mesa, intitulada Metas e efetividade na avaliação de qualidade da ESF: e a promoção da saúde?, o palestrante comentou o processo da reforma da atenção primária, os indicadores utilizados para avaliar essa reforma e processos para alcançar os indicadores estabelecidos. Daniel lembrou que, em 2008, o Rio de Janeiro tinha a pior cobertura de saúde da família do país.

“Tínhamos 82% do nosso gasto em saúde com atenção hospitalar. Além disso, a cidade apresentava, e apresenta ainda hoje, um dos maiores gastos com saúde per capita do país, somando o público e o privado. E, apesar de termos esse índice, tínhamos os piores indicadores de saúde do país. Portanto, a mudança era premente”, disse, indicando ainda que, ao longo dos anos, temos assistido a uma grande transformação. Como consequência dessas ações, a curva de financiamento mudou, aumentando de 15 para 22% o gasto municipal em saúde. Segundo ele, a cidade apresentou sua maior ampliação do acesso do país entre 2009 e 2011.

Entre os principais fatores apontados para explicar a desproporção do gasto público entre hospital e a atenção primária, comentou Daniel, estão “o lobby da indústria farmacêutica, a intencionalidade política em reduzir o sistema público, colocando, por exemplo, a ESF nos aglomerados e favelas da cidade onde não existe interesse dos planos de saúde para assim aumentar o sistema particular de saúde; e, a grande questão do planejamento, que é o consumo de recursos por parte dos hospitais de maneira desordenada”.

Portanto, o caminho escolhido pela Secretaria de Saúde para reverter a situação, comentou Daniel, era óbvio e de senso comum mundial: o investimento na atenção primária. Segundo ele, somente assim seria possível alcançar um sistema único e universal na cidade. Em 2008, eram 68 equipes de saúde da família completas, em 2012, este número passou para 738 e, neste momento, o município conta com o total de 813 equipes. O número de agentes comunitários e de agentes de vigilância em saúde acompanhou o crescimento do país. Sobre as ações futuras, Daniel comentou que, no plano estratégico da Prefeitura, a ideia é chegar a 1.188 equipes em 2016.

Ele falou sobre o caminho traçado e as metas a serem alcançadas pela Secretaria. De acordo com Daniel, a reforma da atenção primária contou com três principais componentes: reforma organizacional, administrativa e, em especial, a reforma do modelo de atenção primária. Além disso, destacou ele, “se não tivermos políticas articuladas dos diversos setores da sociedade, pouco evoluiremos. Não é possível desconsiderar a importância das ações de nenhum segmento”. Ele citou ainda a declaração de Alma Ata, de 1978, para ratificar esse pensamento. “Segundo o documento, entre os elementos essenciais para alcançar saúde para todos estão a educação dos problemas de saúde prevalentes, prevenção e controle, promoção de suprimento de alimentos e nutrição adequada, abastecimento de água e saneamento básico apropriados, entre outros.”

Fonte site ENSP www.ensp.fiocruz.br

Duas mil defesas no IOC: ensino e pesquisa para a saúde.

O  Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) promove, nesta sexta-feira (10/5), a sessão especial intitulada Duas mil defesas no IOC: ensino e pesquisa para a saúde. O evento é uma comemoração aos 113 anos do instituto – celebrados em 25/5 – e à marca de 2 mil defesas de dissertações de mestrado e teses de doutorado realizadas na unidade durante seus quase 35 anos de ensino em stricto sensu.

A pesquisadora e atual vice-diretora de Ensino, Informação e Comunicação, Helene Barbosa, vai proferir a palestra de abertura, seguida do segundo ciclo de apresentação dos programas de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, Medicina Tropical e Ensino em Biociências e Saúde, que contará com a presença dos seus respectivos coordenadores.

O trabalho de número 2 mil também será apresentado na ocasião: trata-se da dissertação da estudante Líndice Mitie Nisimura, recém-titulada pelo mestrado de biologia celular e molecular, intitulado Efeito do inibidor da síntese de esterol posaconazol sobre proteínas de matriz extracelular em microtecidos cardíacos infectados por Trypanosoma cruzi.

O evento será realizado às 10h, no Auditório Emmanuel Dias do Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz, em Manguinhos.

Sessão especial do Centro de Estudos do IOC – Duas mil defesas no IOC: ensino e pesquisa para a saúde

Sessão especial do Centro de Estudos do IOC – Duas mil defesas no IOC: ensino e pesquisa para a saúde
Data: 10/5
Horário: 10h
Local: Auditório Emmanuel Dias do Pavilhão Arthur Neiva
Avenida Brasil 4.365 – Manguinhos, Rio de Janeiro

Diálogo com o território incentiva expansão da AB

No primeiro dia (6/5) do VIII Ciclo de Debates – Conversando sobre a Estratégia de Saúde da Família, promovido pela ENSP, discutiu a expansão e a qualificação da atenção básica no país. Além de apresentar as estratégias do governo para a ampliação do acesso, o representante do Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde, Marcelo Pedra Martins Machado, alertou para a importância de haver uma ‘inseparabilidade entre a clínica e a gestão’. Ele justificou que um elo entre os campos é necessário para criar um diálogo com o território. A atividade teve como debatedor o pesquisador da ENSP Gustavo Motta, que ponderou para os aspectos relativos à formação e qualificação na atenção básica, e foi coordenada pelo diretor da ENSP, Antônio Ivo de Carvalho.

As estratégias para ampliação do acesso na atenção básica (AB) contemplam um conjunto de ações que passam pelo incentivo financeiro, requalificação das Unidades Básicas de Saúde, reformulação dos sistemas de informação (e-SUS) e universalização dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família. Além dessas, outras iniciativas visam à implementação das Academias de Saúde, do Programa Melhor em Casa e de estratégias para qualificação da AB, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (Pmaq-AB).

Para implementar esse conjunto de ações, segundo o representante do DAB, é necessária, entretanto, uma visão robusta do território, de forma que haja interação com a população e os princípios norteadores do Sistema Único de Saúde. “Tratamos de algumas iniciativas para aumentar a resolutividade da atenção básica, mas é preciso aumentar o diálogo com o usuário no território. A resolutividade dialoga com a lógica da qualidade na atenção básica; se não estabelecermos esse canal de diálogo, perdemos muito. A gente supõe que o usuário sabe o mesmo que nós”, admitiu o palestrante

Clinicar a partir da realidade do território

Ao mencionar as estratégias para qualificação da AB, Marcelo Pedra citou o Pmaq, considerando-o uma iniciativa ousada pela sua magnitude. O programa busca induzir a ampliação do acesso e a melhoria da qualidade da atenção básica, com garantia de um padrão de qualidade comparável nacional, regional e localmente, de maneira a permitir maior transparência e efetividade das ações governamentais direcionadas à Atenção Básica em Saúde em todo o Brasil.

“O Pmaq aborda a avaliação não só pelo aspecto da cobrança, mas também com intuito de pensar estratégias a fim de fazer e oferecer um cuidado melhor. Poder falar, trocar ideias e avaliar o que a gente faz ao longo do tempo é fundamental para o trabalho em saúde e o planejamento de ações. Falar sobre o que se faz ainda é incipiente para o profissional de saúde.”

Os desafios colocados a partir da lógica da expansão, na opinião de Marcos, estão relacionados à formação no campo da saúde, à melhoria na resolutividade da AB, ao conhecimento e articulação da rede do território. “Se continuarmos usando uma linguagem que encontra pouco eco, mais teremos dificuldade de dialogar com o usuário. Clinicar a partir da realidade do território interferirá em nós mesmos.”

ACS: um trabalho que requer formação cidadã

Coube ao pesquisador da ENSP Gustavo Matta assumir o papel de debatedor da mesa e refletir sobre alguns pontos mencionados pelo palestrante. Ele, que pertence ao Departamento de Administração e Planejamento em Saúde (Dpas), chamou a atenção a respeito das formas de expansão e qualidade.

“Sobre qual tipo de qualidade falamos? Qual tipo de qualidade interfere na melhoria do cuidado?”, questionou o pesquisador para, logo em seguida, responder que a qualidade deve estar relacionada à participação popular, à intersetorialidade, ao conceito ampliado de saúde e aos determinantes sociais da saúde. “É preciso que o setor saúde converse com a habitação, o acesso ao emprego, a terra, a renda. Para falar do cuidado na assistência, é preciso levar em consideração esses elementos”, completou.

Após citar as diferentes dimensões que cada estratégia da família adquire nas respectivas regiões do país, Gustavo criticou a falta de um modelo de formação para os agentes comunitários de Saúde. “O Rio de Janeiro teve grande expansão da cobertura na atenção básica, mas os agentes receberam formação inicial para o trabalho? O que queremos fazer na AB é mudar uma cultura que não está presente neste pais. É um trabalho que requer formação cidadã, que atravessa a universidade. Sabemos da dificuldade que é estar na gestão, e esse debate é necessário para continuarmos o trabalho.”

Coordenador do primeiro dia de atividades, o diretor da ENSP enalteceu o Ciclo de Debates como uma das principais inovações instituídas na Escola nos últimos anos, principalmente porque ele resultou de uma iniciativa de coragem institucional e pedagógica: a criação da residência multiprofissional com nível de especialização na Escola. Após saudar os coordenadores da residência e os parabenizar pela sua dedicação, Ivo falou sobre o término de seu período como diretor da ENSP. “Termino um longo período de mandato. Entro, agora, em um período de despedida. Este é um momento importante porque traz emoções e reflexões. Eu abri o primeiro Ciclo de Debates, e isso muito me orgulha. Vocês são parte especial dessa trajetória”, disse aos alunos.

Sobre o tema do encontro, disse que se trata de uma discussão com início na década de 1970, quando o Brasil, de maneira mais organizada, começou a travar a luta contra um sistema de saúde ineficiente, com baixa efetividade, e começou a debater, com base no movimento internacional, pela atenção primaria à saúde, expresso pela Conferência de Alma Ata, no fim dos anos 1970, em oposição à brutal medicalização do sistema de saúde.

Fonte site ENSP www.ensp.fiocruz.br

Médicos do programa PROVAB podem tirar dúvidas por 0800

A partir deste mês, os médicos que estão participando do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab) do Ministério da Saúde podem recorrer ao número 0800 644 6543 para tirar dúvidas sobre procedimentos e diagnósticos ou obter segunda opinião formativa. O serviço, que conta com equipe composta por especialistas em Medicina da Família e Comunidade, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30. A ligação é gratuita e está disponível aos médicos do Provab, que visa levar profissionais às regiões mais carentes.

Ao todo, 3.895 médicos participam da atual edição do programa. Eles trabalham em Unidades Básicas de Saúde de 1.287 municípios localizadas, principalmente, nas periferias dos grandes centros urbanos, em regiões de difícil acesso, com população rural e pobreza elevada. Por meio do programa, cursam pós-graduação com duração de 12 meses e atuam com a supervisão de Instituições de Ensino Superior e acompanhamento dos gestores locais. Contam ainda com ferramentas digitais de apoio ao seu trabalho, como o 0800.

“O 0800 é mais um instrumento para dar apoio ao médico que está na periferia de uma grande cidade ou em um município distante ou do interior. Através deste canal, o médico da Atenção Básica, antes de encaminhar o paciente para outra unidade ou nível da assistência, pode ter acesso a um médico especialista experiente, que vai tirar dúvidas e orientá-lo sobre como cuidar daquele paciente ali mesmo na periferia ou no interior. Isso vai qualificar e agilizar todo o processo de atendimento do SUS, reduzindo, por exemplo, o tempo de espera e as filas para exames”, esclarece o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

SERVIÇO –Ao ligar para o 0800 644 6543, o médico é atendido por um profissional de call-center que confirma a participação dele no Programa e remete o atendimento para uma equipe qualificada, composta por médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade. O novo canal de comunicação faz parte do Telessaúde Brasil Redes, programa do Ministério da Saúde que utiliza as tecnologias de informação para apoiar os profissionais de saúde na sua prática clínica e processo de trabalho, oferecendo teleconsultorias, telediagnósticos e ações de teleducação aplicadas às questões e dificuldades vivenciadas na prática clínica, na gestão do cuidado e no processo de trabalho em saúde.

Além do telefone 0800 644 65 43, os serviços de teleconsultorias, telediagnósticos e ações de teleducação, podem ser feitos de duas outras maneiras: pela Plataforma Online do Telessaúde Brasil Redes (disponível no endereço: www.telessaude.gov.br), onde o profissional envia a pergunta por texto e receberá a resposta em até 72 horas e também por webconferência por meio de software de comunicação online, que deve ser agendada junto aos núcleos de Telessaúde que dão suporte a região onde o profissional atua. “Desta forma integramos Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços de saúde a Núcleos de Telessaúde Técnico-científicos, capazes de imergir no problema apresentado pelo médico da atenção primária e apresentar respostas mais rápidas para a população”, afirma Mozart Sales, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde.

Outra ferramenta que os médicos têm a disposição para subsidiar a tomada de decisão no diagnóstico, no tratamento e na gestão é o Portal Saúde Baseada em Evidências(disponível no endereço periodicos.saude.gov.br), que possibilita o acesso as melhores publicações científicas, de conteúdo atualizado e com práticas clínicas.

TELESSAÚDE

A rede do Telessaúde Brasil é composta por 14 núcleos localizados em instituições formadoras de referência e órgãos de gestão. Conta com aproximadamente 2 mil pontos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de 1.152 municípios e 21.260 profissionais das equipes de Saúde da Família. Desde 2007, foram realizadas mais de 109 mil teleconsultorias, 859 mil telediagnósticos (análise de exames de apoio a distância) e mais de 346 mil participações em atividades de teleducação. “Onde o Telessaúde já foi implantado evitamos o encaminhamento dos pacientes para atendimento em outro serviço de saúde em 70% a 80% dos casos. Isso tem um relevante impacto financeiro, além de ampliar o acesso e melhorar a resolubilidade da atenção à saúde prestada à população”, enfatiza o Secretário Mozart Sales.

 Fonte site MS  www.saude.gov.br

Academic detailing and adherence to guidelines for Group B streptococci prenatal screening:
a randomized controlled trial

Jussara M Silva1*, Airton T Stein2, Holger J Schünemann3, Ronaldo Bordin4, Ricardo Kuchenbecker5 and Maria de Lourdes Drachler6

Abstract

Background: Clinical practice guidelines (CPGs) recommend universal prenatal screening for Group B Streptococcus (GBS) to identify candidates for intrapartum antibiotic prophylaxis to prevent early onset neonatal GBS infection. Interventions to promote physician adherence to these guidelines are imperative. This study examined the effectiveness of academic detailing (AD) of obstetricians, compared with CPG mailshot and no intervention, on the screening of pregnant women for GBS.

Methods: A randomized controlled clinical trial was conducted in the medical cooperative of Porto Alegre, Brazil. All obstetricians who assisted in a delivery covered by private health insurance managed by the cooperative in the 3 months preceding the study (n = 241) were invited to participate. The obstetricians were randomized to three groups: direct mail (DM, n = 76), AD (n = 76) and control (C, n = 89, no intervention). Those in the DM group were sent guidelines on GBS. The AD group received the guidelines and an educational visit detailing the guidelines, which was conducted by a trained physician. Data on obstetrician age, gender, time since graduation, whether patients received GBS screening during pregnancy, and obstetricians who requested screening were collected for all participant obstetricians for 3 months before and after the intervention, using database from the private health insurance information system.

Results: Three months post-intervention, the data showed that the proportion of pregnant women screened for GBS was higher in the AD group (25.4%) than in the DM (15.9%) and C (17.7%) groups (P = 0.023). Similar results emerged when the three groups were taken as a cluster (pregnant women and their obstetricians), but the difference was not statistically significant (Poisson regression, P = 0.108). Additionally, when vaginal deliveries were analyzed separately, the proportion screened was higher in the AD group (75%) than in the DM group (41.9%) and the C group (30.4%) (chi-square, P < 0.001).

Conclusions: The results suggest that AD increased the prevalence of GBS screening in pregnant women in this population. Keywords: Guidelines, Physicians, Pregnancy, Screening, Streptococci

 

academic detailing