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Arquivo Mensal março 2014

XXV congresso de l’ALASS – CALASS 2014

Este ano, o tema principal do CALASS é “Profissionais de saúde a serviço da cidadania: demografia, formação e Desenvolvimento profissional ”As políticas relacionadas à demografia sanitária, com o processo de formação dos profissionais de Saúde e com os modelos de Desenvolvimento profissional são absolutamente estratégicas para que os sistemas de Saúde de nossos países respondam de maneira adequada às necessidades sociais de Saúde dos cidadãos. Isto se torna particularmente relevantes em momentos em que a sociedade se encontra imersa em mudanças profundas que supõem profundos desafios aos serviços públicos no caminho de avançar no objetivo da cobertura universal e da diminuição das desigualdades. Enfrentamos mudanças de paradigmas que se referem a mudanças organizacionais e às práticas profissionais, com o objetivos de trazer os cuidados para mais próximo dos indivíduos, aumentar sua efetividade e sua eficiência e incorporar novas áreas de conhecimento que permitam uma visão mais integrada da Saúde e uma estreita colaboração com os serviços públicos. Tudo isso requer políticas de formação dos profissionais da saúde que incluem mudanças curriculares e metodológicos, incorporação das áreas de conhecimento vinculadas às ciencias sociais e às humanas, bem como a consolidação de modelos de Desenvolvimento profissional que reforcem o ajuste continuado às demandas e incorporem modelos de avaliação de desempenho orientados ao maior impacto na saúde.

Data: 4 a 6 de setembro de 2014

Local: Granada – Espanha

Mais informações

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Consolidar atenção básica é prioridade, diz ministro Chioro

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, participou nesta quarta-feira (26) da abertura do ciclo de debates do Fórum a Saúde do Brasil, promovido pelo jornal Folha de São Paulo e que reúne representantes da área da Saúde nos setores público e privado.

Ao falar sobre os 25 anos do SUS, o ministro apontou como principais avanços do sistema desde a sua criação a expansão da rede pública, mostrando o crescimento ao longo dos últimos anos da quantidade de consultas e internações realizadas, além de programas de saúde que atualmente interferem de forma objetiva na vida da população, como a política de vacinação, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Sistema Nacional de Transplantes.

“Não podemos perder de perspectiva que saímos de um modelo de política pública excludente. Em pouco mais de 25 anos, conseguimos produzir profundas mudanças no que diz respeito à garantia de acesso, à garantia de que as pessoas passam a ter um direito social que é a saúde”, explicou.

O ministro também falou sobre os desafios do SUS, colocando a necessidade de investir e consolidar a rede de Atenção Básica como um dos pontos mais importantes. Segundo ele, esse tipo de assistência interfere no cotidiano das pessoas e é fundamental na redução de doenças e agravos.

“Demoramos muito tempo para priorizar a chamada Atenção Básica. A opção por um modelo centrado na doença, no hospital e nos procedimentos, que é a marca da nossa política nacional de saúde ao longo do século XX, deixou um grande déficit do ponto de vista da garantia de saúde. As pessoas que acessam aos chamados cuidados básicos de saúde tem capacidade de resolver 80% dos motivos que levam essas pessoas a procurar os serviços”, ressaltou.

Outros pontos que precisam ser enfrentados, na visão de Chioro, são: o investimento em trabalhadores da Saúde e o aprimoramento de ações que dialoguem cada vez mais com a questão do envelhecimento da população. O diálogo com o complexo industrial de saúde, o financiamento da saúde e a importância de modernizar o sistema também foram abordados pelo ministro.

ATENÇÃO BÁSICA – Ao falar sobre a importância da consolidação da Atenção Básica no Brasil, o ministro ressaltou o Programa Mais Médicos e seus impactos na saúde da população, em menos de um ano de seu lançamento. Chioro destacou que, ao final do quarto ciclo do programa, o governo federal conseguirá garantir 100% da meta programada, com 13.235 médicos atuando em 4.040 municípios de todo o território nacional, particularmente naqueles que apresentam maior vulnerabilidade. Com isso, a estimativa é de que 45,6 milhões de brasileiros tenham acesso a uma equipe de Saúde da Família completa. “Não é um médico apenas, mas uma equipe de Saúde da Família completa, ou seja, dentista, enfermeiro, técnico de enfermagem, agente comunitário e o médico, porque cada vez mais o trabalho multidisciplinar, o trabalho em equipe, é essencial para produzir saúde,” disse.

Entre os avanços já conquistados, o ministro ressaltou ainda o Programa Nacional de Imunização (PNI), reconhecido internacionalmente.

“Hoje nós temos 14 vacinas, com as que estão sendo incluídas este ano, como é o caso do HPV e da Hepatite A, protegendo as pessoas contra mais de 20 enfermidades. A nossa capacidade de produzir prevenção à saúde e mudar a realidade das nossas crianças, mulheres e idosos com o nosso programa nacional de imunização é um exemplo para todo o mundo,” pontuou.

O Fórum a Saúde do Brasil foi realizado nos dias 26 e 27 de março para debater assuntos do cotidiano dos brasileiros. Os debates e palestras ocorrem no Tucarena (r. Monte Alegre, 1.204, Perdizes, São Paulo/SP), das 9h às 13h.

Fonte site do MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

A formação em medicina de família no Brasil: a necessidade de caminhos convergentes

Na primeira edição de 2014, a RBMFC discute o tema da educação médica que também reflete na formação do médico de família e comunidade. Assim, ao longo deste ano, a RBMFC publicará artigos sobre experiências nacionais e internacionais voltadas à formação de médicos para a APS. Esta iniciativa visa dialogar com o atual contexto brasileiro em que a especialidade de Medicina de Família e Comunidade (MFC) vivencia grande expansão, devido aos incentivos oferecidos pelo governo federal para a ampliação de residências médicas em áreas estratégicas do SUS. O crescimento nacional dos programas de residência em MFC (PRMFC) para 2014 é da ordem de 287 novas vagas, distribuídas nos diversos entes federados.1  Municípios que optaram por ampliar suas vagas em MFC, como São Paulo (44 vagas), Rio de Janeiro (40 vagas), Curitiba (20 vagas), Palmas (20 vagas), Florianópolis (16 vagas), Itajubá (10 vagas), Salvador (10 vagas) e Recife (8 vagas), demonstram como a especialidade cresceu, devido a política de financiamento para áreas médicas  prioritárias do SUS. Esse contexto cria desafios, tanto para os governos e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) como para a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), na garantia da qualidade desses programas, visto que estes requerem treinamento de tutores/preceptores e padronização de conteúdos centrais da especialidade. Se adicionarmos a esse cenário a meta governamental de implantar progressivamente, até 31 de dezembro de 2018,2 a obrigatoriedade de que todo recém-graduado em medicina deva passar primeiro por um ano de residência em MFC (para depois, caso deseje, se candidatar a outra especialidade), a necessidade de novos espaços formativos em MFC será muito maior.Diante desse cenário crescente de implantação de novos programas de treinamento em MFC, esta edição traz dois artigos que ilustram a formação de médicos na Inglaterra, de modo a contribuir para essa questão, visto que o Reino Unido possui uma população culturalmente diversa, estimada em aproximadamente 63,7 milhões de habitantes,3 e conta com cobertura universal de saúde por meio do National Health Service, ou simplesmente NHS, de reconhecida importância e historicidade enquanto Sistema Nacional de Saúde público, universal e com APS forte e efetiva. Na Inglaterra a formação em medicina ocorre em três fases: graduação, programa de fundação (Foundation Programme) e especialização (Special Training). Cada uma dessas fases conta com requerimentos de entrada ou exames específicos, que em certa medida organizam a absorção de médicos estrangeiros ao longo dessas diferentes fases. Essas fases também contribuem para organizar o debate em torno da terminalidade do curso de medicina.

O curso de medicina, para os britânicos, não habilita o recém-graduado a exercer a profissão médica. Contudo, ele confere aos graduados plenos direitos de seguirem outros caminhos na carreira, como pesquisadores ou acadêmicos, em áreas outras que não envolvam a assistência direta de pacientes. A função principal da graduação em medicina é fornecer a base necessária para as fases profissionalizantes e remuneradas, por exemplo, o Foundation Programmeno qual os jovens médicos passam dois anos, de modo a auxiliá-los na escolha de suas carreiras profissionais e especialidades. Trata-se, portanto, de um verdadeiro rito de passagem da graduação universitária para a fase de imersão gradual nos serviços do NHS, por meio do programa de fundação e depois pela especialização. Esse cuidado todo visa expor o jovem médico às responsabilidades crescentes de situações clínicas, mas também reflete alto grau de segurança e consequente qualidade estabelecida pelo NHS. A universidade tem papel importante na primeira fase, porém esta passa a ter um papel complementar no programa de fundação, passando os órgãos de classe a serem os responsáveis (i.e. no caso dos médicos de família, o Royal College of General Practitioners – RCGP)5 pela qualidade da formação profissional médica especializada para a APS, em parceria com as instituições formadoras do NHS, atualmente denominadas Health Education England (HEE),6 distribuídas em diversas regionais no país. O HEE é responsável pelo planejamento e desenvolvimento de toda a força de trabalho em saúde, apoiando e autorizando o desenvolvimento dos Local Education and Training Boards  (Conselhos de treinamento  e educação locais e/ou regionais), de modo a promover uma educação e formação de alta qualidade, que responda às necessidades de pacientes e comunidades, em concordância com padrões estabelecidos pelos órgãos reguladores. No caso da medicina de família, este padrão está sob a responsabilidade do RCGP, que estabelece os conteúdos do programa de treinamento a serem adotados nacionalmente por todos os centros formadores, bem como, os exames nacionais (Applied Knowledge Test [AKT] e Communication Skill Assessment – CSA ), e o e-portfólio (vinculado à plataforma do RCGP) ao qual todos os GP em treinamento devem estar registrados, a fim de demostrarem que estão atendendo aos requisitos estabelecidos pelo RCGP. É por meio do e-portfólio que os preceptores – que fazem o acompanhamento nos locais de treinamento – registram os comentários e anotações referentes à progressão dos médicos residentes.Diante dos desafios que o Brasil tem em formar profissionais médicos para a APS/ESF, em grande escala e em curto prazo, uma estratégia possível seria o fortalecimento da SBMFC como instituição parceira junto aos Ministérios da Saúde e da Educação, uma vez que a SBMFC (enquanto associada da AMB) possui acúmulo prático e teórico na formação em MFC, bem como, vem aplicando desde 2004 exames regulares para a titulação de médicos de família em todo o Brasil, por meio do TEMFC. Esta parceria favoreceria a criação de instrumentos em certa medida semelhantes ou análogos aos adotados pelos britânicos, tais como: construção de currículo comum; organização de e-portfólio (podendo ser associado às matrizes de ensino a distância como Telessaúde e Telemedicina); e realização de exames nacionais de conclusão de curso descentralizados (semelhantes ao TEMFC), constituindo assim, estratégia inovadora para assegurar o padrão requerido para uma formação em MFC de qualidade, em nível nacional.

 

A experiência britânica aponta um caminho convergente, pois desde o surgimento do NHS, governos e respectivos órgãos de classe, necessitaram apoio mútuo. Sendo assim, no Brasil, para se atingir a universalização do SUS, o Ministério da Saúde e a SBMFC necessitam ser parceiros neste desafio, pois sem uma Medicina de Família forte não há APS forte. 7

Referências

1. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde; Ministério da Educação (BR), Secretaria de Educação Superior. Portaria conjunta nº 12, de 20 de dezembro de 2013. Brasília: Diário Oficial da União. 2013 Dez 23; Seção 1:141-51. Available from: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=23/12/2013&jornal=1&pagina=141&totalArquivos=220
2. Brasil. Lei nº 12.871, de 22 de outubro de 2013. Institui o Programa Mais Médicos, altera as Leis nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, e nº 6.932, de 7 de julho de 1981, e dá outras providências. Brasília: Portal da Legislação; 2013 Out 22. Available from: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/Lei/L12871.htm
3. Office for National Statistics. [Internet]. UK: ONS; [update 2013 Aug 8; cited 2014 Jan 12]. Population. Available from: http://www.ons.gov.uk/ons/taxonomy/index.html?nscl=Population
4. Foundation Programme [Internet]. UK: UKFPO; c2014 [cited 2014 Jan 12]. Available from: http://www.foundationprogramme.nhs.uk/pages/home
5. Royal College of General Practitioners [Internet]. Londres: RCGP; c2014 [cited 2014 Jan 18]. Available from: http://www.rcgp.org.uk
6. NHS Health Education England [Internet]. UK: NHS; c2014 [cited 2014 Jan 18]. Available from: http://hee.nhs.uk
7. Gérvas J. Atención Primaria fuerte es aquella que dispone de instrumentos que le permiten medir la calidad que ofrece (para su continuo mejoramiento). Rev Bras Med Fam Comunidade. 2013;8(29):223-4. Available from: http://dx.doi.org/10.5712/rbmfc8(29)834

 

Avaliação da Atenção Básica no Brasil

A Revista Saúde em Debate do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) recentemente foi inserida na base Scielo e ascendeu ao nível B2 na classificação de periódicos Qualis Capes para a área de Saúde Coletiva, consolidando-se como um veículo para difusão de resultados de pesquisas e análises críticas nesta área.

A Revista Saúde em Debate realiza chamada de artigos para edição especial dedicada à Avaliação da Atenção Básica no Brasil.

Em 2011, o Ministério da Saúde propôs mudanças nas diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica e como estratégia indutora de um processo permanente e progressivo de ampliação do acesso e de qualificação das práticas de gestão, cuidado e participação na atenção básica implementou o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), a partir de 2012. A análise aprofundada das informações resultantes deste processo avaliativo tem amplo potencial para subsidiar a tomada de decisão e dar direcionalidade para a política de atenção primária no país para garantia de atenção integral e universal.

O número especial está aberto para submissão de artigos que resultam de pesquisas sobre avaliação da Atenção Básica no Brasil e de análises das informações produzidas pelo censo de unidades e certificação das equipes de atenção básica que aderiram ao PMAQ-AB.  Os artigos bem avaliados que não forem selecionados para esta edição especial serão publicados em números posteriores da Revista.

A data limite para submissão dos artigos é 31 de março de 2014.

A preparação e submissão dos artigos deve seguir as normas da revista, atualizadas em dezembro de 2013, e disponíveis no site http://www.saudeemdebate.org.br/

CAPES – Edital recebe propostas até 30/04

Está aberto até 30 de abril o prazo de solicitação para financiamento e aquisição de equipamentos de uso compartilhado em projetos de pesquisa. O programa Pró-Equipamentos é uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e receberá propostas de programas de pós-graduação recomendados pela Coordenação e vinculados a instituições públicas ou comunitárias de ensino superior e dos institutos de pesquisa.

Serão priorizados investimentos em equipamentos de uso compartilhado no desenvolvimento de pesquisas na instituição proponente e em instituições parceiras. Não serão considerados itens  não  caracterizados  como  de  uso compartilhado, tais  como  projetor  multimídia, notebooks, tablets  e  pen-drives,  assim como mobiliário, softwares  de  prateleira e veículos  automotores ou  embarcações. Os valores a serem solicitados deverão serguir tabela específica do edital nº 11/2014. Programas de pós-graduação instalados nas IES dos estados do Pará, Amazonas, Maranhã, Mato Grosso, Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins serão agraciados com faixas de verbas maiores, desde que cumpram os requisitos e sejam aprovados pela Coordenação. O valor global a ser aplicado no âmbito do edital Pró-Equipamentos 2014 será de até R$ 126 milhões.

As propostas deverão ser apresentadas pela pró-reitoria de pós-graduação ou órgão equivalente da instituição. A data de postagem da versão impressa deve ser até 2 de maio. Confira aqui o edital ou entre em contato pelo e-mailequipamentos@capes.gov.br.

 

Livro reforça a qualidade na coleta de dados em pesquisa

Pesquisa em Saúde Pública: Como desenvolver e validar instrumentos de coleta de dados é o título do livro dos pesquisadores Gina Torres Rego Monteiro, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), e Henrique da Hora, do Instituto Federal Fluminense. A publicação visa apoiar as pesquisas no que concerne à qualidade das medidas, em especial na validação do instrumento de pesquisa e confiabilidade dos dados coletados. A concepção do livro teve origem nas aulas sobre qualidade das medidas que a pesquisadora da ENSP ministra na disciplina de Fundamentos da Epidemiologia, no Programa de Pós-graduação em Saúde Pública e Meio Ambiente, e da carência de referências na língua portuguesa. O lançamento será na quarta-feira, 26 de março, a partir das 18 horas, na Livraria Cultura, no Rio de Janeiro.
“A pesquisa científica no Brasil encontra-se em franca expansão e este livro vem proporcionar aos nossos pesquisadores da área de saúde coletiva, seja em nível de graduação ou pós-graduação uma revisão extensa – embora não exaustiva – sobre a importância da coleta de dados válidos e confiáveis no desenvolvimento de pesquisas, em português. O texto está dirigido, sobretudo, a alunos de graduação e pós-graduação em saúde coletiva, mas pode ser muito útil para outras áreas do conhecimento”, disse Gina, que é coordenadora-adjunta do programa de Saúde Pública e Meio Ambiente.
O livro começa tratando a teoria da medição e apresenta a classificação das escalas utilizadas em pesquisas na área de saúde coletiva. Em seguida, aborda a importância de se obter informações válidas, explicitando a validação de conteúdo, de constructo e de critério. Traz ainda os métodos mais usados para estimar a confiabilidade dos dados coletados por meio da consistência interna, concordância intraobservador e interobservador. Finalmente, apresenta uma sugestão de procedimentos para desenvolver novos instrumentos de pesquisa.
“A colaboração no livro de um autor externo à área de saúde pública, mas com experiência na temática ‘qualidade das medidas’, trouxe um caráter multidisciplinar à publicação, que a habilita ser referência também em outras áreas correlatas”, admitiu a autora.
Ainda de acordo com Gina, é elevado o número de pesquisas que faz uso de algum instrumento de coleta de dados (em geral, questionários), e o rigor científico necessário para construir ou utilizar algum já existente por ser encontrado neste livro. “É necessário ter em mente que a qualidade dos resultados, e consequentemente das conclusões do estudo, é fundamentalmente depende da qualidade dos dados coletados”, concluiu.
Serviço
Livro:Pesquisa em Saúde Pública: Como desenvolver e validar instrumentos de coleta de dados
Autores: Gina Torres Rego de Monteiro e Henrique da Hora
Dia e Local: 4a feira, 26 de março, a partir das 18 horas, na Livraria Cultura – rua Senador Dantas 45, Cinelândia

6° Encontro Nacional das USF – Portugal

Com o tema Qualidade, ponte para a Sustentabilidade do SNS a Unidade de Saúde Familiar (USF) promove entre os dias 8 a 10 de Maio o 6° Encontro Nacional das USF que acontecerá na Universidade do Porto em Portugal. Para informações acesse o site e confira a programação

http://6encontrousf.admeus.net/?page=1 ou http://www.usf-an.pt/

Redes de pesquisa em saúde na web: uma análise da presença brasileira

Autores: Pamela Barreto Lang, Fábio Castro Gouveia, Jacqueline Leta

 Com a finalidade de mapear na web a presença de instituições brasileiras em uma rede internacional de instituições de pesquisa no campo da saúde, foi realizado, em 2009, um estudo com 190 instituições, representando 42 países. A amostra foi selecionada com base nos centros colaboradores da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a metodologia empregada se baseou em análises e técnicas webmétricas, especialmente por meio de interlinks, e de redes sociais. Os resultados mostram a presença de cinco instituições brasileiras, com destaque para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que apresenta conexões com 20 países e 42 instituições. Pela interface entre o campo da saúde e a web, este trabalho pretende contribuir não apenas para análises futuras e um plano de reposicionamento estratégico dessas instituições no mundo virtual, mas também para a elaboração de políticas públicas e o reconhecimento da webmetria como uma área a ser explorada e aplicada a diversos outros campos do conhecimento.

Leia  artigoRede

Artigo publicado no Cadernos de Saúde Pública – de fevereiro de 2014

Financiamento: as necessidades da Atenção Básica à Saúde

Quanto custa a Atenção Básica à Saúde (ABS) para os cofres públicos no Brasil? Quanto se gasta com a atenção básica, em cada esfera de governo – federal, estadual e municipal? Qual a necessidade de financiamento, na prática? Afinal, o orçamento do Ministério da Saúde é o segundo maior montante de recursos do Orçamento Geral da União – depois da Previdência Social, com R$ 99,8 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional para 2013. Em 2014, são R$ 6,2 bi a mais. Somente a AB, em 2013, mereceu a destinação de R$ 16,52 bilhões. Se forem somados, no entanto, gastos de outros setores do ministério, tais como vigilância em saúde, educação permanente, equipamentos/ tecnologias e medicamentos, entre outros, o valor ultrapassou os R$ 25,22 bilhões (ver Quadro 1).
Entretanto, apenas por esses quantitativos de gastos do governo federal, não é possível conhecer o gasto da AB no País. Faltam os dados dos Estados e municípios. Além disso, o que é gasto não indica o custo para que as ações e serviços disponibilizados aos usuários do Sistema Único da Saúde (SUS), por meio da atenção básica, sejam de boa qualidade, efetivos e com bons resultados para a saúde dos cidadãos. Essa diferença entre gasto e custo (ideal) é que apontará a necessidade de investimentos e financiamento da AB.
Quadro 1

Fonte: Desid-SE/MS – 2013
Esse é um trabalho que requer muito fôlego, tendo-se em conta a dimensão do Brasil, uma federação com 26 Estados que comportam 5.570 municípios, mais o Distrito Federal, que tem características estaduais/municipais. E, por haver trabalhos em cooperação há mais de década, o Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento (Desid/SE/MS) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desenvolveram novo projeto denominado “Necessidades de Financiamento do SUS”.

 
Subfinanciamento
Em países com sistema nacional de saúde, tais como Espanha, Inglaterra e Suécia, os gastos com saúde representam entre 7% e 9% do Produto Interno Bruto (PIB) público, e o Brasil, em 2009, computava 8,7% do PIB, mas, ao contrário dos citados europeus, apenas 42% representavam despesas do orçamento público. Para que inverta a situação e deixe para trás as continuadas queixas – em todo o País – de subfinanciamento da saúde, especificamente o Sistema Único de Saúde, é preciso identificar e apresentar dados concretos de gastos e custos à sociedade para reivindicar valores ajustados para financiar uma saúde de qualidade que beneficie a todos.
Levando em conta a importância e centralidade da atenção básica dentro do SUS ela foi escolhida para ser objeto inicial do estudo, e o Departamento de Atenção Básica (DAB) incorporou-se no processo, a partir de 2011.“Em primeiro lugar, definimos o que é a atenção básica, com base na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e na Relação Nacional de Ações e Serviços em Saúde (Renases), e adotamos os anos de 2010 e 2011 para o estudo, e servem como referenciaispara pensar uma proposta de financiamento próxima da realidade”, afirma o coordenador-adjunto da Coordenação-Geral de Gestão da Atenção Básica, Antonio Ribas.
O Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) também foram parceiros, promovendo a interface com as secretarias de saúde para obter informações, além de participarem ativamente nos debates, análise de dados, apresentarem críticas e sugestões.
O projeto, conta Luciana Servo, uma das técnicas de Planejamento e Pesquisa do IPEA, foi dividido em três objetivos intermediários em relação à atenção básica: levantamento dos gastos tripartites; estimação dos custos; e estimação da necessidade de financiamento, considerando os custos estimados e as informações de gastos.
Gastos
Ao Desid coube apurar os gastos (ver Quadro 2) das três esferas de governo com a atenção básica. No Ministério da Saúde, reuniu dados com áreas que têm gastos com atenção básica: medicamentos (DAF), educação de profissionais (SGTES), vigilância em saúde (SVS) e PNAB (DAB). Para os Estados, elaborou questionário e manual de orientação ao preenchimento e, com a interface do Conass, conseguiram as informações. Quanto aos gastos municipais, totais, elaborou e aplicou metodologia utilizando dados coletadospelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS).
O resultado do levantamento apontou que os gastos totais das três esferas chegaram a R$ 41,59 bilhões em 2010 e R$ 48,27 bilhões em 2011. O governo federal nos dois anos foi responsável por 28% e 30% (R% 11,54% e R$ 14,67 bi), e as médias dos municípios foram de 59% (R$ 24,39 bi) e 57% (RS 27,55 bi) enquanto quedos Estados foi de 13% nos dois anos, R$ 5,67 bi em 2010 eR$ 6,05 bilhões em 2011. “A maior parte dos gastos com atenção básica está nos municípios e chega a atingir 64% em alguns casos, enquanto que alguns Estados investem menos de 4%. A tendência é de seguir ampliando os investimentos do Governo Federal, como foi feito de 2011 pra cá, e incentivar os Estados a terem maior participação”, informa Antonio Ribas.

Quadro 2 Média de gastos das três esferas de governo – Estudo

 

Fonte: base Desid-SE_MS– 2010-2011

 

 
Custos
No segundo objetivo intermediário, de estimar custos da atenção básica, o Desid estudou alguns custos indiretos, como os de água e energia elétrica, e a manutenção e depreciação de equipamentos de uma Unidade Básica de Saúde. O Ipea elaborou as estimativas de custos de recursos humanos (RH) com base em uma equipe de Saúde da Família (eSF = médico, enfermeiro, técnico/auxiliar de enfermagem, quatro agentes comunitários de saúde) mais uma de Saúde Bucal (eSB= cirurgião-dentista e técnico/auxiliar em saúde bucal). Os estudos existentes, sem representatividade nacional, demonstravam variação de 50% a 90% no peso do RH nos custos de uma Unidade Básica de Saúde (ver Quadro 3).
Quadro 3

Fonte: base Desid-SE_MS – 2010-2011
O estudo do Ipea, que utilizou os dados de 2010 da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho, demonstrou que o custo médio mensal de um eSF era de R$ 18,5 mil e chegava a R$ 24,5 mil com os encargos trabalhistas; e de uma eSB somava R$ 6,01 mil por mês, mas atingia R$ 7,9 mil com os encargos. No total, com as obrigações legais das duas equipes, a soma chega a R$ 32.398,25. A estimativa da média de custos com água, luz e manutenção de equipamentos em eSF + eSB porte 1 acrescenta mais R$ 6.175,75, e a média total (com acréscimo de RH) é de R$ 38.574,07.
Quanto financiar
Para chegar às hipóteses de necessidade de financiamento, buscou-se confrontar os dados de gastos em atenção básica da União, Estados e municípios com a estimativa de custos da AB. Definiu-se a situação de cobertura de 100% da população (190.732.694 hab., em 2010/IBGE) pela Estratégia Saúde da Família, feita a cada 3.000 habitantes por uma equipe de Saúde da Família somada a uma de Saúde Bucal.
Com base nas estimativas de custos de RH (eSF + eSB), item de alta participação no custo total da atenção básica, foram feitas simulações em que estes representavam 40%, 60% e 90% do custo total da atenção básica, em 2010. Para o RH, em 40% haveria a necessidade de financiamento da AB em R$ 14,33 bilhões. Se representar 60%, a necessidade é de R$ 1,8 bilhão e, se os recursos humanos forem 90% do custo total, estariam sobrando R$ 15,6 bilhões na atenção básica.
E agora, José?
Como próximos passos, considera Corah Prado, assessora técnica do Desid, pretende-se estimar outros custos das UBS, para obter mais precisão nas estimativas de custos da AB. Luciana Servo, do IPEA, lembra que é fundamental que se tenha parâmetros do pacote de serviços de atenção básica prestados para a população, pois as realidades locais são muito diferentes no País.
A intenção, de qualquer forma, afirma Antonio Ribas, é de fazer uma versão do estudo para o período 2012-2013, já que o resultado do referente a 2010-2011 deu materialidade ao que é a participação dos governos federal, estaduais e municipais no financiamento da atenção básica. E embasa conversas e negociações para que se equilibrem os recursos aplicados na AB pelas três esferas de governo. O estudo se iniciou antes do lançamento da nova Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), no final de 2011, que foi motor do crescimento do aporte financeiro na atenção básica que vem sendo dado desde então. Da parte do Governo Federal, por exemplo, ele lembra que apenas o aumento do Piso da Atenção Básica (PAB – Fixo e Variável) somado aos investimentos do Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde – com construção, ampliação e reforma – atingiu quase 90%, passando no orçamento de R$ 9,73 bilhões para R$ 18,18 bilhões. Estima-se que o gasto do Governo Federal tenha saltado de 28% dos gasto total em 2010 para quase 44% em 2014, e o movimento deve continuar.

 
Saiba mais

Leia a nota técnica de custos de RH na AB do Ipea:
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/nota_tecnica/131011_notatecnicadisoc16.pdf
Veja a edição comemorativa da Revista Brasileira Saúde da Família, nº 35-36:
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes

Programa Brasil Sorridente completa 10 anos

Em uma década, mil Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) foram inaugurados e cerca de 80 milhões de brasileiros atendidos. A OMS inclui o Brasil entre os países com baixa incidência de cárie

Lançado em março de 2004, o Programa Brasil Sorridente já beneficiou quase 80 milhões de brasileiros nos seus 10 anos de existência.  Considerado o maior programa de saúde bucal do mundo, em uma década, mil Centros de Especialidades Odontológicas (CEO’S) foram inaugurados e outros 205 estão em fase de construção. Além dos centros, a população também é atendida em Unidades Básicas de Saúde que possuem equipes de saúde bucal.

Primeira política nacional feita especificamente para tratar de saúde bucal no país, o programa mudou a realidade do acesso da população ao tratamento odontológico gratuito por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo, além das ações de prevenção e tratamento básico, o atendimento especializado e a reabilitação em saúde bucal. Em 2013, mais de 415 mil próteses dentárias foram entregues, por meio dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias, presentes em 1.465 municípios.

Para prestar atendimento à população tanto nos CEOs como nas Unidades Básicas de Saúde, o programa conta com 23.150 Equipes de Saúde Bucal (ESB) espalhadas em 4.971 municípios – o que corresponde a uma cobertura de 89,2% dos municípios. Os mil CEOs implantados estão distribuídos em 808 municípios. Somente em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 1 bilhão, em todo o país, em recursos destinados às Equipes de Saúde Bucal e também em investimentos nestes centros.

O número de equipes trabalhando aumentou 543% desde 2002.  Atualmente, são 23.150, sendo que em 2002 eram 4.261 equipes. O SUS também emprega 30% dos dentistas do país: são 63.584 profissionais atuando na rede pública. Em 2002, este número era de 40.205, o que significa um aumento de 49%.

A Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SB Brasil 2010, demonstrou queda de 26% na incidência de cárie na faixa etária de 12 anos entre 2003 e 2010, fazendo com que o Brasil passasse a fazer parte do grupo de países com baixa prevalência de cárie dentária, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Também houve redução no número de dentes afetados por cáries e ampliação no acesso aos serviços de saúde bucal para as faixas etárias de 15 a 19 anos; 35 a 44 anos; e 65 a 74 anos.

Fonte site MS – www.saude.gov.br