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Arquivo Mensal julho 2014

Revista Saúde em Debate – Doenças Crônicas

O editorial do número 101 da revista Saúde em Debate chama a atenção para o momento eleitoral brasileiro, que é decisivo tanto para nossa democracia como para a garantia do direito universal à saúde. Nesses 26 anos, o SUS vem enfrentando uma competição desigual com o sistema privado de saúde, que conta com subsídios fiscais, compra de serviços pelo Estado, além de amplo apoio social. A competição do setor privado ao SUS assumiu um novo caráter nos últimos anos, com espaço crescente sendo ocupado pela enganosa proposta da ‘cobertura universal de saúde’. Por trás dessa expressão aparentemente favorável ao direito de todos e aos serviços públicos de saúde se esconde a forma mais insidiosa de defesa dos interesses privados que enxergam a saúde como mero negócio. Portanto, o momento exige um debate profundo sobre a urgência da rejeição da ‘cobertura universal de saúde’ e um compromisso claro tanto com o aprofundamento do direito universal como com a melhora dos serviços públicos de saúde.

saude_em_debate

MS abre inscrições para cursos de atualização em saúde mental

O Ministério da Saúde – por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) – em parceria com a Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnA-SUS) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) abre este mês o período de inscrições para a segunda edição dos cursos de atualização em saúde mental.
Os cursos – que são gratuitos – serão realizados na modalidade em Educação a Distância. As inscrições deverão ser efetuadas até o dia 10 de agosto a partir de preenchimento de formulário disponível no FormSUS. A matrícula será posteriormente realizada junto à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), responsável pelo contato com os inscritos pelo e-mail cadastrado no ato da inscrição.
Serão disponibilizadas até seis vagas por estabelecimento, sendo duas vagas por curso, para os trabalhadores da saúde, PRIORITARIAMENTE dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). As vagas remanescentes poderão ser ocupadas por outros trabalhadores dos mesmos CAPS ou de outros pontos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS):
– Unidades Básicas de Saúde
– Consultório na Rua
– NASF
– Centros de Convivência e Cultura
– SAMU
– Sala de Estabilização
– UPA 24 horas
– Pronto socorro em Hospital Geral
– Unidade de Acolhimento
– Leitos de psiquiatria e saúde mental em Hospital Geral
– Serviços Residenciais Terapêuticos
Cursos ofertados
1. Álcool e outras drogas, da coerção à coesão
Número de vagas: 3.200
Carga horária: 120 horas
Início do Curso: 01/09/2014
Termino do Curso: 20/12/2014

2. Saúde Mental na Infância e Adolescência
Número de vagas: 800
Carga horária: 100 horas
Início do Curso: 01/09/2014
Termino do Curso: 29/11/2014

3. Crise e Urgência em Saúde Mental
Número de vagas: 800
Carga horária: 100 horas
Início do Curso: 25/08/2014
Termino do Curso: 22/11/2014

Mais informações sobre os cursos estão disponíveis em http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=16365%20

PMAQ: Comunicado aos gestores e profissionais de saúde da Atenção Básica

O Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde está concluindo a terceira fase do Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB) e a validação dos dados coletados pelas Universidades responsáveis pela realização da avaliação externa.

Serão divulgadas duas listas de Certificação das Equipes participantes do segundo ciclo do PMAQ, a primeira em setembro e a segunda em novembro de 2014. Embora a divulgação da Certificação só aconteça nos meses citados anteriormente, os municípios receberão o recurso referente ao desempenho das equipes participantes do PMAQ retroativo a competência junho de 2014, de acordo com a pactuação entre Municípios, Estados e Ministério da Saúde na Comissão Intergestores Tripartite (CIT).

A tabela abaixo apresenta a previsão do número de equipes que serão Certificadas por Estado.

UF

Número de equipes

TOTAL

Setembro/2014

Novembro/2014

N

%

N

%

AC

55

52,5

50

47,5

105

AL

702

98,7

9

1,3

711

AM

474

98,1

9

1,9

483

AP

116

89,2

14

10,8

130

BA

2.545

93,3

184

6,7

2.729

CE

1.615

94,0

104

6,0

1.719

DF

90

75,8

29

24,2

118

ES

563

98,3

10

1,7

573

GO

1.179

98,8

15

1,2

1.194

MA

453

65,8

236

34,2

689

MG

2.814

66,2

1.439

33,8

4.253

MS

380

85,7

63

14,3

443

MT

289

54,8

238

45,2

527

PA

701

88,3

92

11,7

793

PB

1.060

86,3

168

13,7

1.228

PE

1.813

96,7

62

3,3

1.875

PI

396

45,5

473

54,5

869

PR

1.630

88,9

204

11,1

1.834

RJ

1.829

95,3

90

4,7

1.918

RN

846

98,0

18

2,0

864

RO

247

94,2

15

5,8

262

RR

89

100,0

0

0,0

89

RS

983

78,0

277

22,0

1.260

SC

1.377

93,6

94

6,4

1.471

SE

391

96,0

16

4,0

407

SP

3.122

86,5

488

13,5

3.610

TO

342

92,9

26

7,1

368

BRASIL

26.098

85,5

4.424

14,5

30.522

Em entrevista Temporão fala sobre a saúde “temos que radicalizar a estruturação de rede de Atenção Básica”

José Gomes Temporão concedeu entrevista à jornalista Mônica Manir, do jornal Estado de São Paulo, neste sábado, 26 de julho de 2014. O médico sanitarista e ex-ministro da Saúde, é atualmente diretor executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags) falou sobre desgaste da imagem do SUS como valor da sociedade brasileira, a questão da crise na Santa Casa de São Paulo – maior hospital filantrópico da América Latina e ainda sobre a gestão em Saúde. Confira a entrevista na íntegra:

 

Faltavam seringas, cateteres, luvas, esparadrapo. Faltavam leitos regulares. Faltavam R$ 50 milhões. Na terça-feira, ao fechar seu pronto-socorro, a Santa Casa de São Paulo escancarou suas mazelas. Deixou de atender as 1.500 pessoas que costuma atender por dia e provocou, como efeito colateral, um jogo de empurra entre os governos federal e do Estado. Um acusou o outro de falta de repasse, e ambos transferiram para o maior hospital filantrópico da América Latina a responsabilidade pela má gestão dos recursos.

No Rio de Janeiro, onde mora, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão lembrou que o problema é sistêmico e explosivo. Se algo não for feito com rapidez, diz ele, a saúde brasileira consegue piorar. Temporão enumera três questões estruturais graves, entre elas o clássico problema de financiamento. Mas também questiona quem foi para a rua pedir hospitais padrão Fifa (“O problema do Brasil não é hospital”), quem desmerece o SUS (“Existe um vetor pró-mercado”) e quem acha que o Mais Médicos é a única plataforma de discussão neste período pré-eleitoral (“Saúde pública é bem mais ampla que medicina”).

Hoje filiado ao PSB e diretor executivo do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), entidade intergovernamental criada em 2011 que busca fortalecer os sistemas de saúde do continente, ele diz sentir falta de clinicar. Mas a vida o levou para a administração, sobre a qual adverte, vacinado: “Não tem cargo mais espinhoso no Brasil que o de ministro da Saúde”.

 

Depois do fechamento do pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo, falou-se que vivemos uma crise sem precedentes na saúde brasileira. É exceção ou regra?
Não vejo nada de conjuntural no fechamento do pronto-socorro da Santa Casa e creio que, se medidas não forem tomadas com rapidez, teremos uma situação ainda mais grave em todo o sistema. Há um consenso gigantesco de que temos um problema de financiamento na saúde brasileira. Apenas 47% do gasto em saúde no Brasil é público; 53% é privado, das famílias e das empresas. Em todos os sistemas de saúde de caráter universal que o Brasil persegue – canadense, inglês, francês, italiano, português, espanhol -, a participação do gasto público no total supera os 80%. Esse é o primeiro ponto: o governo brasileiro gasta pouco com a saúde. Todas as iniciativas, inclusive o Saúde + 10, que conseguiu mais de 2 milhões de assinaturas para que conquistássemos 10% das receitas brutas do orçamento da União, infelizmente pararam no Congresso. Aí acontece isto: serviço fechando, crise. Famílias são penalizadas, principalmente as mais pobres, por causa do preço dos medicamentos ou de despesas emergenciais, especialmente quando não se pode esperar por um tratamento. Tem uma questão de equidade por trás disso extremamente importante.

 

Se é consenso, por que não avança?
Porque é uma questão política e ideológica. Há um processo crônico de desgaste da imagem do SUS como valor da sociedade brasileira. Na abertura da Olimpíada de Londres, em 2012, um dos carros-chefe que os ingleses apresentaram ao mundo foi seu sistema de saúde. Surpreendente, né? Um país desenvolvido, rico, com tradição e história apresentar na cerimônia de abertura, com orgulho, o seu SUS. Nós não temos isso no Brasil. Aqui é meio enviesado. Alguns aspectos públicos são elogiados, mas com certo vetor pró-mercado, num processo lento e gradual de americanização. Se olharmos as grandes capitais brasileiras, 50% a 60% das pessoas têm cobertura de saúde oferecida por planos e seguros. Não à toa, quando as famílias melhoram seu padrão de renda, muitas colocam como conquistas a casa própria, o carro na garagem e um plano de saúde. Enquanto isso não for superado…

Quem foi à rua pedir mais saúde está com essa mudança de valor engatilhada ou, no fundo, quer um plano particular melhor?
Existe uma avaliação de que essa demanda das ruas cobrava do Estado uma política de mais qualidade, mas eu diria que ainda é uma coisa dúbia. O melhor exemplo de dubiedade é “queremos hospitais padrão Fifa”. O problema do Brasil não é hospital. Temos de radicalizar a estruturação em nível nacional de uma rede de atenção básica. Na Inglaterra, todo cidadão sabe quem é seu médico. Diante de qualquer problema de saúde, ele tem de se dirigir ao serviço no qual trabalha aquele médico responsável pela saúde dele.

 

Um médico generalista.

Exatamente. Ele não tem acesso a nenhum outro nível do sistema sem que esse médico generalista diga “ok, você precisa fazer esses exames” ou “você precisa ser visto por um cardiologista”. Não falo de emergências, de quadros agudos. Falo do dia a dia do sistema. Os médicos estão saindo da faculdade como especialistas, o que é um absurdo. E essa é uma decisão política. Para universalizar o programa da saúde da família com qualidade, por exemplo, é preciso dinheiro. Esse é o segundo ponto estrutural.

 

Qual seria o terceiro?
Gestão. De nada adianta um modelo organizado, estruturado e racional, voltado às necessidades fundamentais das famílias, nem um aporte de recursos se não tivermos como executar e gastar esses recursos com eficiência, transparência, qualidade. Quando eu era ministro, perdi essa batalha – perdi entre aspas, porque as coisas avançaram também – de modelos estatais mais ágeis, funcionais, com profissionalização da gestão, metas avaliadoras e funcionários contratados pela CLT. Estados e municípios avançaram nisso, mas a falta de uma lei federal levou a uma pulverização de modelos, precarização do trabalho, terceirização, falsas cooperativas.

 

Como estamos em termos de tecnologia? Consumimos mais do que deveríamos?
Estruturalmente o sistema de saúde brasileiro é uma aproximação lenta, mas perigosa do modelo da hiperespecialização, privatização, medicalização e consumo desordenado de tecnologias.

 

Esse consumo encarece a medicina?
Quando falo que precisamos de uma rede básica de qualidade, não falo de uma medicina barata. Organizar uma rede nacional com generalistas, com referência e contrarreferência, apoio e diagnóstico é caro. E existe um processo de incorporação tecnológica na saúde mundial que pressiona o custo. Claro que certas tecnologias trazem benefícios para pacientes, prolongam a vida, mas nem todas devem ser incorporadas. Por isso os países estabelecem sistemas de regulação na introdução delas. O Brasil criou no Ministério da Saúde, lei sancionada em 2011, a Comissão de Incorporação de Tecnologias do SUS. Nada é incorporado – medicamento, reagente para diagnóstico, equipamentos para diagnóstico por imagem – sem que essa comissão desenvolva, em parceria com universidades, estudo que comprove que aquela tecnologia vá ser positiva para o sistema.

 

O Hospital Santa Catarina anunciou o fechamento de sua maternidade. Entre as justificativas está o envelhecimento da população, que demanda mais leitos hospitalares. É uma mudança sábia? 
Estamos passando por um processo importante de transição demográfica. Nossa taxa de fecundidade está abaixo de 2. Em 2030, a projeção é que o Brasil terá mais pessoas acima de 60 anos do que entre 0 e 19 anos. Serão mais casos de hipertensão, diabetes, doença cardiovascular, doença cerebrovascular, câncer. No passado, a predominância era das doenças infectocontagiosas. Hoje é de doenças crônicas. Isso impacta o sistema de saúde. Chamo atenção para uma coisa bem brasileira, que piora o quadro: a violência. Temos 50 mil homicídios por ano e um volume absurdo de acidentes de trânsito, que criam um fator adicional a esse perfil crônico.

 

O senhor mencionou as doenças epidemiológicas. Na contramão do que vem acontecendo em outros países da América Latina, a aids aumentou no Brasil. O que está acontecendo?
Por causa dos coquetéis, a mortalidade diminuiu e tivemos um número grande de pacientes com uma qualidade de vida boa ou razoável, o que é uma conquista do SUS. O Brasil é dos poucos países a oferecer tratamento contra a aids para todos. Mas isso criou a sensação, especialmente para as novas gerações, de que a aids deixou de ser problema grave, quando sabemos que o uso continuado desses medicamentos traz uma série de efeitos colaterais e limitações na qualidade de vida. Então a prevenção é muito importante, mas houve uma perda de iniciativas mais contundentes do ponto de vista da educação nesse sentido. Um exemplo: lancei, quando ministro, o projeto de colocar máquinas nas escolas secundárias para que os jovens pudessem retirar os preservativos dali. Não foi pra frente, o que lamento muito. Essa é uma questão de saúde pública fundamental, que não pode ser contaminada por questões religiosas ou filosóficas.

 

Na semana passada, um vigia que agonizava em frente a um hospital em São Paulo não foi atendido pela equipe de saúde e ainda se apuram os responsáveis pela morte dele. Um dos enfermeiros disse não ter se aproximado porque temia uma farsa. Falta humanização na formação dos profissionais de saúde? 
É inquietante que uma pessoa pedindo ajuda em frente de uma unidade de saúde seja largada sofrendo sem que fosse acolhida na unidade, seja ela pública ou privada. A medicina tem um princípio básico que é o de cuidar, de minorar o sofrimento, de garantir a vida. Fico pensando que tipo de sociedade estamos construindo, esse temor em se aproximar e acolher essa pessoa… Do ponto de vista prático e objetivo, foi um crime de omissão de socorro que tem de ser apurado com rigor, os responsáveis precisam ser punidos. É inadmissível acontecer isso numa sociedade como a nossa e numa grande cidade, em frente de um hospital. Não estamos falando de um lugar ermo. É muito grave.

 

Depois do fechamento do pronto-socorro da Santa Casa, houve uma troca de acusações entre o governo federal e estadual com clara partidarização do debate, como tem acontecido com todos os debates importantes neste período pré-eleitoral. Ano de eleição faz mal à saúde do povo?
Quando você olha o sistema de saúde brasileiro, não há como omitir que a responsabilidade é compartilhada entre os governos federal, estadual e municipal. Claro que existem papéis específicos, mas no limite esses três entes são solidários, e deveriam ser solidários nos problemas também. O pior dos mundos é que se use esse tipo de evento, que no limite afeta a qualidade de vida da população, para picuinhas ou para ver quem fatura mais eleitoralmente. Se o ano eleitoral faz mal à saúde do povo? Deveria ser o contrário, um momento de profunda reflexão e de debates de propostas que aperfeiçoem o sistema.
Mas, quando se fala em programas, a pergunta clássica é o que o próximo presidente fará do Mais Médicos. Focar o debate do futuro da saúde brasileira no Mais Médicos é de uma pobreza atroz. Acho que o programa chamou atenção para a necessidade de fortalecer a atenção básica, para a necessidade de rever a padronização e a qualidade de formação dos médicos. Há uma polêmica se foi organizado da melhor maneira, se não foi, uma contaminação político-ideológica vasta em torno do programa. Agora, tentar limitar as grandes demandas da saúde brasileira ao Mais Médicos, faça-me o favor! O Mais Médicos é uma gota no oceano e não vai, por si só, reverter coisa nenhuma. É como se a grande questão da saúde pública brasileira fosse o médico. Isso expressa uma indigência cultural e uma visão pequena: confundir saúde pública com medicina. Saúde pública é muito mais ampla que medicina. Não se limita ao trabalho médico ou de oferta de assistência médica. Isso é uma visão pobre, limitadora e que não vai resolver nada.

Descarte de medicamentos: uma análise da prática no Programa Saúde da Família

Os objetivos deste artigo consistem em discutir a percepção dos trabalhadores de saúde em relação ao descarte de medicamentos e analisar como ocorre essa prática em Unidades de Saúde da Família (USF) de um município baiano. Estudo qualitativo e exploratório, que teve como sujeitos enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e farmacêuticos da Assistência Farmacêutica e da Vigilância Sanitária. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas e observação sistemática com utilização de roteiros previamente elaborados e utilizou-se o método análise de conteúdo para análise dos dados. Os resultados apontaram pouca compreensão dos trabalhadores quanto ao descarte adequado, execução de práticas divergentes dos dispositivos legais e desarticulação entre a vigilância sanitária e os demais serviços de saúde. A elaboração de estratégias efetivas devem envolver desde a gestão até a prescrição e o uso de medicamentos e requerem esforços políticos, econômicos e a participação social.

Autores:

Bruno Rodrigues Alencar
Carla Silva Rocha Machado
Sônia Carine Cova Costa
Tatiane de Oliveira Silva Alencar

Leia artigo – artigo28_07_2014

 

Artigo publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva vol.19 – n.7 – 2014

 

Curso de especialização em Gestão da Atenção Básica está com inscrições abertas até o dia 21 de agosto.

Apresentado em abril deste ano durante encontro em Itaboraí (RJ) a diversos secretários do município, o curso de especialização em Gestão da Atenção Básica e Promoção do Desenvolvimento Social, formulado pela ENSP, está com inscrições abertas até o dia 21 de agosto. A especialização busca qualificar profissionais nas áreas de saúde e desenvolvimento social, no âmbito da Atenção Básica, com vistas a contribuir para o aperfeiçoamento do processo de trabalho e para atuação conjunta, sobretudo dos setores de saúde e assistência social e, em última análise, para a redução das vulnerabilidades socioespaciais.

Criado a partir de uma demanda da secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí, a proposta inovadora do curso é fruto do Plano de Monitoramento Epidemiológico que a ENSP realiza nas áreas influenciadas pelo Comperj, e alia a experiência da Escola nos campos do desenvolvimento social e da gestão da atenção básica. A iniciativa tem participação dos pesquisadores dos departamentos de Endemias, Administração e Planejamento e Saúde, Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia HUmana, Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e Ciências Sociais, além da Escola de Governo em Saúde da ENSP, do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ e da Universidade Federal Fluminense.

“O curso possui uma característica inovadora, a partir do momento que busca integrar dois componentes prioritários do Governo Brasileiro: a saúde e o desenvolvimento social, por meio do Programa Saúde da Família (PSF) e do Bolsa Família. Esse diferencial traz a perspectiva de que o curso seja acompanhado pelos técnicos do Ministério da Saúde, de forma a repilicar a iniciativa em outras regiões do país. Os trabalhos de conclusão de curso deverão trazer propostas estratégicas de intervenção, a serem executadas nas instituições de origem dos alunos. Além disso, buscamos integrar diferentes departamentos da ENSP na sua composição”, afirmou o coordenador Luciano Medeiros de Toledo.

A especialização é direcionada aos profissionais da área de saúde e assistência social. Seu conteúdo pretende articular conceitos e práticas voltados para a promoção do desenvolvimento social, vigilância em saúde e atenção básica, na dimensão territorial/local. Serão priorizados os candidatos que atuem nos municípios pertencentes à região Leste do estado do Rio de Janeiro, área de abrangência do Complexo Petroquímico do estado do Rio de Janeiro (Comperj), a saber: Araruama, Itaboraí, Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Casimiro de Abreu, Magé, Maricá, Niterói, Nova Friburgo, Rio Bonito, São Gonçalo, Saquarema, Silva Jardim, Tanguá e Teresópolis.

Ao todo estão disponíveis 30 vagas. Nos dias 12 e 1e de agosto, a ENSP realizara um seminário em Itaboraí com os docentes e as lideranças dos campos da Saúde e do Desenvolvimento Social em Itaboraí para discutir a bases do curso.

As inscrições podem ser feitas na Plataforma Siga, onde está disponível o edital.

Fonte – ENSP

A experiência de uma instituição pública na formação do profissional de saúde para atuação em atenção primária.

Este estudo analisa a formação de enfermeiros e médicos de uma instituição pública do município de Marília para a atuação em Atenção Primária, identificando as concepções dos docentes, coordenadores e egressos em relação à formação profissional. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório, realizado por meio de entrevistas com 21 sujeitos. Os resultados revelaram que segundo os entrevistados ambos os cursos preparam os profissionais para atuar em Atenção Primária, entretanto, com limitações em relação às ações de gestão e cuidado coletivo. Os entrevistados acreditam que o uso das metodologias ativas tem sido importante para o processo de ensino e aprendizagem e que o fato dos estudantes participarem desde o primeiro ano da graduação junto a Atenção Primária amplia o conhecimento sobre esta realidade. O estudo aponta para a necessidade do fortalecimento da parceria ensino serviço e de estratégias que melhorem a formação do médico para atuação na Atenção Primária.

Autores:

Flávia Cristina Castilho Carácio 1
Lucieni de Oliveira Conterno 1
Maria Amélia de Campos Oliveira 2
Ana Claudia Heiras de Oliveira 1
Maria José Sanches Marin 1
Luzmarina Aparecida Doretto Braccialli 1

Leia artigo – artigo22_07_2014

Artigo publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva – Vol.19 – nº 7

Ministério da Saúde prorroga inscrições para o QualifarSUS

O Ministério da Saúde prorrogou até o dia 18 de julho as inscrições do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica – QualifarSUS. O objetivo é estruturar a assistência farmacêutica da Atenção Básica de 676 municípios, com até 100 mil habitantes, e que integram o Plano Brasil Sem Miséria. Essas cidades receberão, este ano, R$ 25 milhões, que deverão ser investidos na contratação de equipes, compra de equipamentos e de mobiliários para as farmácias já existentes, localizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Centrais de Abastecimento Farmacêutico (CAF). As inscrições para o QualifarSUS devem ser feitas no sitewww.saude.gov.br/qualifarsus.

Os municípios recebem até R$ 33 mil (o valor varia de acordo com a população) para contratação de equipe, aquisição de mobiliários e equipamentos necessários para estruturação dos serviços de assistência farmacêutica da Atenção Básica. Além desse recurso, há o repasse anual no valor de R$ 24 mil para manutenção. Em 2014, serão repassados R$ 25 milhões aos novos municípios totalizando, ao longo dos três anos do programa, investimento de R$ 92 milhões.

Segundo o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Carlos Gadelha, o programa reforça o compromisso do Ministério em promover o uso racional de medicamentos e garante atenção contínua, integral e humanizada.  “É uma ação pioneira que busca superar iniquidades regionais. Ao qualificar as farmácias dos municípios mais vulneráveis, oferecemos maior segurança e agilidade no cuidado do paciente”, declara. A meta do QualifarSUS é atender 2.257 municípios com até 100 mil habitantes do Plano Brasil Sem Miséria.

Além dos recursos de custeio, que podem ser usados para pagamento de Internet e viagens necessárias para participação em cursos, o programa oferece educação permanente e capacitação dos profissionais de saúde e permite o monitoramento e avaliação das ações e serviços de assistência farmacêutica.

O PROGRAMA – A proposta do Qualifar-SUS é contribuir para o aprimoramento, implementação e integração das atividades da assistência farmacêutica nos serviços de saúde. Para que a proposta seja eficaz, o programa será executado em quatro eixos – cuidado, educação, estrutura e informação –, incluindo ações que visem o aprimoramento dos processos e práticas de trabalho adotadas pelas gestões locais na assistência farmacêutica.

Fazer parte de outros programas da Atenção Básica, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS) e o Sistema Hórus, é um critério para a seleção dos municípios.

Fonte MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

I Fórum Paulista de Ensino de MFC

Nos dias 1 e 2 de agosto acontece o I Fórum Paulista de Ensino de Medicina de Família e Comunidade (MFC) na Graduação e Residência Médica. O evento, que acontece em São Paulo, na FASM Itaquera, é de realização da Associação Paulista de MFC. As inscrições são gratuitas.

O evento tem por objetivo compartilhar experiências de ensino e residência em todo o Brasil da MFC: graduação e pós-graduação, debatendo referenciais teóricos e práticos, e apontando, sinalizando e propondo uma prática comum quanto à conhecimentos, atitudes e habilidades voltadas para a qualificação da especialidade no Brasil e para os resultados esperados na Atenção Primária à Saúde (APS).

Mais informações: http://goo.gl/WVbHbp

Um MFC assume Secretaria de Saúde do RJ

A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro tem como secretário um MFC, que assumiu o cargo na última semana. Daniel Ricardo Soranz Pinto, pesquisador, sanitarista e mestre em saúde pública, ocupava a Subsecretaria de Promoção, Atenção Primária e Vigilância em Saúde.

Ele coordenou a implantação de 72 clínicas da família desde 2009. O trabalho permitiu elevar a cobertura do programa na cidade de 3,5% para 45%, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Por meio de sua assessoria, Soranz declarou que sua meta como secretário é chegar a 70% até o ano de 2016.

Fonte: O Globo