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Arquivo Mensal agosto 2014

Dia Nacional de combate ao Tabagismo – número de fumantes cai no país

O número de fumantes caiu 28% no Brasil nos últimos 8 anos, segundo estudo Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). Em 2006, 15,7% da população era fumante. Já em 2013, o percentual diminuiu para 11,3%.

A quantidade maior de tabagistas está entre os homens (14,4%), que fumam mais que as mulheres (8,6%). No último ano, a queda foi de 0,8 pontos percentuais. A parcela da população que fumava em 2012 era 12,1%, caindo para 11,3% no ano passado.

Palmas é a cidade com menor índice de tabagista, com apenas 5,7% da população

Porto Alegre é a capital com maior número de fumantes (16,5%), seguida por São Paulo (14,9%). Já Palmas é a cidade com menor índice de tabagistas, com apenas 5,7% da população da capital de Tocantins.

Também houve redução no número de pessoas que fuma 20 ou mais cigarros por dia. Eram 4,6% dos brasileiros em 2006 e passou para 3,4% em 2013. No local de trabalho, o índice dos fumantes passivos caiu de 12,1% para 9,8%.

Tratamento gratuito

O Ministério da Saúde assinou, em abril de 2013, uma portaria que amplia o acesso ao tratamento contra o tabagismo e atualiza as diretrizes de cuidados às pessoas que fumam. A medida permite ampliar o número de unidades e serviços do SUS que oferecem o tratamento.

Atualmente, há 23 mil equipes de saúde de 4 mil municípios no âmbito de atenção básica do SUS ( Sistema único de Saúde) preparadas para ofertar o tratamento para largar o vício de fumar. São oferecidas consultas de avaliação individual ou em grupo de apoio, além de medicamentos em forma de adesivos e gomas de mascar com nicotina.

 

Álcool e cafeína estimulam tabagismo

 Antigamente visto com um símbolo de status e glamour, o cigarro é um grande vilão contra a saúde. Alguns hábitos que mexem com o sistema nervoso contribuem para aumentar a vontade de fumar, como ingerir bebidas alcoólicas e cafeína.

“Quando a pessoa bebe álcool, seu sistema nervoso central fica deprimido. Como cigarro é estimulante, ele passa, de forma instintiva, a fumar mais para equilibrar. No caso do café, essa é estimulante, deixando a pessoa acordada e fumando mais”, explicou o médico cardiologista Marcel Coloma – diretor de uma clínica especializada no tratamento do tabagismo – em entrevista ao “Globo Ciência”.,Como a nicotina aumenta o metabolismo, ao largar o cigarro à pessoa pode engordar, já que ele começa a diminuir sem a substância. “ O paladar melhora, fazendo com que o ex-fumante tenha mais prazer ao comer, A tendência é substituir o cigarro pela comida”,  afirmou Coloma.

Motivos pra parar de fumar

1)      Quem fuma vive, em média, 8 anos a menos do que um não fumante.

2)      Consumo de tabaco é responsável por 1 em cada 3 casos de câncer.

3)      Ao fumar, a pessoa inala cerca de 4.700 substâncias tóxicas.

4)      O cigarro também prejudica quem não fuma.

5)      O tabagismo é a principal causa da morte evitável no mundo.

 

Fonte Destak – Rio

 

Unidades de Saúde do Rio Grande do Sul tem apoio gratuito na implantação de Sistemas de Informação

Através do projeto Rede SUS-RS é fornecida uma verba pelo Governo do Estado para auxiliar na informatização das Unidades de Saúde, deixando-as capacitadas para a instalação do Prontuário Eletrônico. O projeto conta com apoio de dois softwares, SIGS/TrakCare e o recém criado e-SUS/AB, que substitui o SIAB pelo SISAB. O e-SUS-AB possui dois tipos de sistemas: Coleta de Dados Simplificada (CDS) e Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC).

O TelessaúdeRS/UFRGS fornece suporte à distância na manutenção do SIGS/TrakCare e suporte presencial na implantação e manutenção do e-SUS-AB. O apoio oferecido no e-SUS-AB inclui o envio de equipes nas cidades para treinar os profissionais da Atenção Primária sobre como funciona e como deve-se utilizar o e-SUS. As capacitações presenciais podem ser no município, na macrorregião de saúde, ou também na própria sede do TelessaúdeRS em Porto Alegre. Após a implantação do e-SUS/AB as equipes acompanham as Unidades de Saúde à distância no esclarecimento de dúvidas.
As atividades de apoio à distância oferecidas ao SIGS/TrakCare e e-SUS/AB são capacitações à distância via internet ou telefone, Webconferências e Webpalestras. As Webconferências podem ser sobre assuntos ligados ao e-SUS/AB como apresentação sobre a estratégia e-SUS/AB, principais vantagens do uso e possibilidades de implantação e sobre o Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC), sua apresentação e uso das funcionalidades.
Através das Web palestras são abordados temas considerados de necessidade comum a diversos profissionais da Saúde. São realizadas por profissionais convidados pela equipe de campo do TelessaúdeRS/UFRGS e tem data e hora divulgados no site, possibilitando a participação de diversos municípios. Cada webpalestra tem duração estimada de uma hora.
No estado do RS foram realizadas 656 capacitações presenciais nas Unidades Básicas de Saúde, com 436 municípios participantes de atividades de apoio da Equipe de Campo TelessaúdeRS (capacitação, teleconsultorias e/ou monitoramento).

Fonte site Telessaúde RS – http://www.telessaudebrasil.org.br/

Comemorações dos 35 anos da ABRASCO

Em 27 de setembro de 1979, em Assembleia realizada na sede da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), em Brasília, foi fundada a Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). Passados 35 anos, em 2014, a Abrasco, agora Associação Brasileira de Saúde Coletiva, retornará ao local de sua assembleia de fundação para celebrar sua história de compromisso científico e político com a saúde coletiva brasileira e internacional.

O evento comemorativo pelos 35 anos será no dia 23 de setembro de 2014, das 9h30 às 19h, na sede da OPAS/OMS, em Brasília/DF.

PROGRAMAÇÃO

09h30 – Lançamento da Agência de Acreditação Pedagógica dos Cursos de Pós-graduação Lato Sensu de Saúde Pública/Coletiva
12h00 – Almoço de confraternização
14h00 – Mesa Redonda com os ex-presidentes da Abrasco sobre os seus desafios para a próxima década
16h30 – Intervalo para café
17h00 – Sessão de homenagens
18h00 – Palestra – Abrasco: uma instituição que ajuda mudar o Brasil – Paulo Buss (CRIS/Fiocruz)
19h00 – Encerramento

Nota pública Cobertura Universal de Saúde – CEBES

Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), a Associação Nacional do Ministério Público de Defesa da Saúde  (AMPASA) e a Associação Brasileira de Economia da Saúde (ABrES) questionam a consistência e a coerência da adoção da “Estratégia para Cobertura Universal de Saúde” e, ao mesmo tempo, apoiam a defesa dos sistemas públicos, garantindo a universalidade, equidade, integralidade e participação social como pilares deste sistema nos países membros da OPAS.

1. Considerando que o documento “Estratégia para Cobertura Universal de Saúde” apresenta um conceito restrito de universalidade e de equidade, uma vez que pressupõe o funcionamento de um sistema onde predomina o mecanismo da compra e venda de serviços de saúde;

2. Considerando os limites da proposta da Cobertura Universal de Saúde (CUS) por condicionar desproporcionalmente seu avanço à melhoria dos determinantes sociais em saúde, que estão fora do raio de ação das políticas de atenção médica;

3. Considerando os obstáculos políticos, técnicos e operacionais para a unificação dos fundos financeiros e para o estabelecimento de subsídios cruzados solidários nos países da região, pré-condições básicas para a sua lógica de funcionamento;

4. Considerando a escassez de indicadores robustos para determinar as necessidades de saúde da população e o correspondente nível de utilização dos serviços, tendo em mente a qualidade e a ética no provimento da atenção à saúde;

5. Considerando que as medidas disponíveis para definir, segundo o critério da equidade, a cobertura de serviços relacionada às doenças transmissíveis e não transmissíveis têm como base pesquisas familiares, entre elas, o World Health Survey (2002-2003), defasadas no tempo, no contexto da transição epidemiológica, demográfica, nutricional e tecnológica;

6. Considerando que a proposta não apresenta nenhuma medida concreta para reduzir os tempos de espera, variável estratégica para aumentar a capacidade resolutiva do sistema de saúde e o bem-estar social da população, mas que depende de uma ação governamental explícita com essa finalidade;

7. Considerando as experiências inconclusas do modelo colombiano e do modelo mexicano que não garantem integralidade de atenção no tocante à consecução dos objetivos propugnados pela proposta da CUS;

8. Considerando o caso brasileiro, onde podemos observar que o gasto público em saúde é baixo e boa parte dos problemas de gestão decorre, exatamente, de problemas de financiamento do Sistema Único de Saúde, de modo que o subsídio destinado ao mercado de serviços saúde subtrai, em tese, recursos significativos que poderiam melhorar seu acesso e sua qualidade. Esse subsídio é regressivo, reforçando a iniquidade do sistema, piorando a distribuição do gasto público per capita (direto e indireto) para os estratos inferiores e intermediários de renda. Apesar deste desfinanciamento, o SUS é um sistema público que tem sido exitoso na expansão da atenção primária, no controle de doenças crônicas, incidindo na diminuição dos desembolsos diretos dos estratos inferiores de renda (desconcentrador de renda) e na redução do risco de exposição dos gastos catastróficos das famílias (em geral associada à alta complexidade);

9. Considerando ainda a participação do setor privado no modelo de Cobertura Universal: apesar da omissão no atual documento de consulta pública, existe uma continuidade entre a proposta que está em consulta pública pela OPAS e os documentos anteriores da WHO/OPAS/OMS  a respeito da participação do setor privado no modelo proposto de Cobertura Universal à Saúde. Esta omissão levanta questionamentos, especialmente por existir uma clara intenção de ampliar a participação do setor privado, particularmente de seguros nos sistemas públicos, inclusive no SUS. Além disso, num país como o Brasil onde a saúde já é considerada um direito via SUS cujos princípios abrangem universalidade e integralidade, não faz sentido promover a realização de um novo marco regulatório que garanta cobertura universal, isto já está previsto pela Constituição Federal.

Os trechos dos textos que demonstram claramente este objetivo de reforçar a participação do setor privado, com consequente apropriação do fundo público, seguem abaixo:

Do documento WHA 58.33 (Assembleia Mundial de Saúde – 25/05/2005)

(6) aproveitar, quando apropriado, as oportunidades que existem para a colaboração entre os organismos públicos e o setor privado e organizações de financiamento da saúde, sob forte supervisão do governo geral;

(7) compartilhar experiências sobre diferentes métodos de financiamento da saúde, incluindo o desenvolvimento de sistemas de seguros de saúde sociais e regimes privados, públicos e mistos, com especial referência aos mecanismos institucionais que são estabelecidas para atender as principais funções da saúde sistema de financiamento.

Do documento feito em conjunto pela Fundação Rockefeller, Save the Children, UNICEF e World Health Organization: “Universal Health Coverage: a commitment to close the gap (2013). Londres: Save the Children, 2013.

Disponívelem:http://www.rockefellerfoundation.org/uploads/files/57e8a407-b2fc-4a68-95db-b6da680d8b1f.pdf. Acesso em: 05/04/14.

032 – Em lugar do financiamento privado (pré-pagamento voluntário ou OOPS), dependência de financiamento obrigatório ou público é fundamental para alcançar a equidade de financiamento no modelo de Cobertura Universal. A fim de facilitar o acesso determinado pela necessidade, as receitas públicas devem subsidiar os custos dos cuidados, especialmente para os mais pobres e mais vulneráveis. (Mostrando a proposta de financiamento público para os pobres e mercado para os demais);

034 – […] doadores podem ter um papel particularmente importante no sentido de facilitar o aumento do investimento público em saúde. (o setor privado sendo chamado de doadores – no sentido do retorno da caridade em detrimento do direito).

Do documento CE154/12

35- Fazer da regulação um instrumento eficaz, que possa garantir o acesso e a qualidade da atenção dos serviços de saúde; treinamento, distribuição e conduta apropriada dos recursos humanos; geração e alocação de recursos financeiros para promover a equidade e o acesso, bem como garantir a proteção financeira; adoção de tecnologias que beneficiem as pessoas; e participação de todos os setores, inclusive do setor privado, no avanço rumo à cobertura universal de saúde (19).

Tendo em vista essas conclusões, nossa recomendação toma o reconhecimento internacional do desempenho do Sistema Universal de Saúde Brasileiro (SUS) como estratégia consequente para garantir o direito universal à saúde com potência real para a superação das iniquidades e desigualdades.

Nota publicada no site do Cebes – http://cebes.com.br/

Lígia Giovanella fala sobre o programa SF para a The Lancet

A revista científica The Lancet (Volume 384, Issue 9944) traz uma matéria sobre a inserção da Saúde no cenário das eleições presidenciais brasileiras, apontando o peso que o setor vem tomando na disputa e no interesse do eleitorado. Com o título Upcoming election could rekindle health debate in Brazil – Próximas eleições podem reanimar o debate da saúde no Brasil – em livre tradução, a matéria do jornalista Michael Kepp faz uma análise geral sobre o setor no cenário político brasileiro a partir das manifestações de junho de 2013.

Dos primeiros protestos motivados pelos aumentos das passagens e que rapidamente deram fôlego para cobranças sobre demais políticas públicas e condições de vida da população frente aos investimentos priorizados para a Copa do Mundo até a repercussão do programa Mais Médicos, a reportagem aborda as condições do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) e ouviu especialistas no assunto, entre eles, três abrasquianos: os professores José Noronha, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz); José Sestelo, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), e Ligia Giovonella, da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz).

Ao abordar o cenário popular das manifestações por melhores condições de saúde, Noronha, que foi presidente da Abrasco entre os anos 2000 a 2003, cita a mobilização do movimento Saúde + 10, que recolheu mais de 2 milhões de assinaturas em todos os estados brasileiros solicitando a aprovação do Projeto de Lei Popular (PLP 321/2013) que propõe o repasse efetivo e integral de 10% das receitas correntes brutas da União para o setor.

O professor Sestelo destaca a carência de leitos da rede pública e a prática da rede privada em escolher pacientes para os leitos vinculados ao SUS. “Essa nebulosa interface nos serviços entre hospitais públicos e privados necessita ser mais transparente, melhor delimitada e regulada para evitar que o sistema privado tenha vantagens financeiras frente ao público”, disse Sestelo.

Já a professora Ligia afirma que a ESF é subfinanciada. “Ainda que o governo tenha investido para reformar, expandir e melhorar as unidades de saúde da família, isso não é suficiente para acompanhar o crescimento populacional. Também não há investimentos necessários em policlínicas para prover cuidados em saúde e serviços diagnósticos especializados. Esse é um dos motivos que os hospitais públicos estão tão lotados”, disse Ligia, destacando também que os profissionais médicos preferem residir nas grandes cidades ao invés de desenvolver o ESF nas cidades pobres periféricas e nas zonas rurais, o que leva também à grande rotatividade de profissionais, devido às melhores condições financeiras possíveis nas atividades particulares.

O professor Noronha também aborda a prática da maioria dos profissionais médicos brasileiros ao comentar o programa Mais Médicos, do governo federal, criado para organizar profissionais brasileiros e estrangeiros dispostos a participar do ESF. “O Mais Médicos tem impulsionado a Atenção Primária nas áreas rurais e urbanas que têm baixo suporte médico, capacitando estrangeiros que aceitam receber salários que a maioria dos profissionais brasileiros das grandes cidades dispensa”, completou. Outros dois entrevistados são Arthur Chioro, Ministro da Saúde, e Luís Fernando Correia, ex-chefe da emergência do Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.Confira aqui a matéria na íntegra, em inglês.

Nota publicada no site da ABRASCO – http://www.abrasco.org.br/site/

Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde

A Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) e a Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet Brasil) se uniram para realizar o Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde e a 1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências, que ocorre em Brasília entre de 27 a 29 de agosto de 2014. O evento terá transmissão em tempo real no link www.datasus.gov.br/emtemporeal

No primeiro dia do evento, 28 de agosto, o professor Luiz Augusto Facchini, membro do Conselho da Abrasco, participa às 14h00 do Painel ‘Usos e limitações de metodologias de resposta rápida para a tomada de decisão de serviços, sistemas e políticas de Saúde’. Já no dia 29, sexta-feira, a partir das 09h00, o Painel ‘Tradução do conhecimento e tradução em Saúde’ terá como debatedores o presidente da Abrasco Luis Eugenio de Souza e de Ana Valéria Mendonça, da Comissão de Ciências Socias da Abrasco.

Dentre os objetivos do evento está a discussão de estruturas e processos institucionais para apoio do uso do conhecimento científico na tomada de decisão no SUS;  incentivar a cultura de produção e uso do conhecimento científico na política de saúde e  identificar e promover a inovação e práticas exitosas de gestão e uso do conhecimento científico no SUS.

A organização é do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Brasília) e Hospital Alemão Oswaldo Cruz por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

 

Serviço:
Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde
1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências
Data: 27 a 29 de agosto de 2014
Horário: 08h30 às 18h
Local: Fiocruz Brasília – Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte, Brasília – DF, 70790-900

Ana Costa, Presidente do CEBES, fala em entrevista sobre o crescimento da AB

Como toda eleição, a discussão sobre saúde é um dos pontos mais polêmicos. Não está sendo diferente nas eleições gerais de 2014, que englobam presidência da República, senado, deputados estaduais e federais, além de governadores. O tema é de tamanha relevância que a candidata à reeleição, a presidenta Dilma Roussef, foi duramente questionada no Jornal Nacional do último dia 18/08, segunda-feira, sobre o tema.

Em uma conversa franca com o site do Icict, Ana Costa, presidente do Cebes, fala sobre a atual política brasileira, o Sistema Único de Saúde (SUS), a questão dos recursos humanos, o gasto público e o que os políticos devem levar a sério nestas eleições.

Que pontos a senhora destacaria na atual política de saúde do Brasil?

O aspecto positivo mais importante a ser destacado é o início do enfrentamento da questão dos recursos humanos para o SUS, que nunca havia merecido atenção na política de saúde. Não há melhoria de qualidade e universalidade de cobertura sem trabalhadores suficientes, comprometidos e adequados. O Mais Médicos, que precisa se tornar Mais Trabalhadores, assume a mudança na ampliação de vagas e no modelo da graduação e na residência e com isso dá um grande passo. A necessidade da presença dos intercambistas no país exibe a dimensão da falta desses profissionais e de toda a equipe. Estamos no rumo de uma verdadeira mudança.

Entretanto, sobrevive o subfinanciamento. Embora o PIB (Produto Interno Bruto) setorial tenha aumentado substantivamente nos últimos anos, esse aumento não ocorreu pelo investimento público. O gasto público com saúde é muito baixo e as famílias que ficam com o maior gasto do setor, sentem no bolso o desamparo com a saúde. Mesmo com políticas voltadas a redução do custo de medicamentos, é com medicamentos que as pessoas e famílias gastam mais, particularmente aquelas de menor renda. Estas contradições precisam ser enfrentadas.

Mas, o SUS avança e precisa avançar ainda mais. Os seus impactos positivos são evidentes e as atuais e próximas mudanças no padrão demográfico e epidemiológico tornam o SUS cada vez mais uma política de Estado fundamental no cuidado da população, especialmente dos idosos que requerem abordagem domiciliar e institucional, tratamentos prolongados e caros.

Neste momento político, algumas vozes pregam a segmentação da atenção à saúde e a privatização, em contradição à ideia universalista do Sistema Único de Saúde.

Isso seria inconstitucional já que nossa Constituição define o sistema de saúde brasileiro como único, universal, integral e público.

Que impactos teria a segmentação da atenção à saúde para a população brasileira?

Para a população seria um retrocesso de seu direito à saúde. A saúde, mesmo que aberta às iniciativas do mercado, não pode ser regida pelas suas lógicas.

Sabemos que entre os candidatos, há um projeto de campanha registrado no TSE que rompe com o sistema público e defende solução para a saúde pela via da privatização. Esperamos que o povo saiba distinguir o significado dessa proposta política e reagir a seu favor.

Em recente pesquisa publicada pelo Datafolha, feita sob encomenda do Conselho Federal de Medicina (CFM), foram divulgados os seguintes dados: “Para os entrevistados que disseram ter utilizado algum serviço do SUS, 26% consideram a qualidade do atendimento como ruim ou péssimo; 44% avaliam como regular; e 30% considera a qualidade boa ou excelente”. O que pode parecer – à primeira vista – que a população não tem uma ideia tão negativa do SUS, embora o pensamento “predominante” seja que o SUS deixe muito a desejar ou simplesmente não funcione. O que falta para a população acreditar no SUS e defendê-lo?

Primeiro, é importante registrar que existem muitas pesquisas realizadas em diversos anos com resultado assemelhados, que convergem para a constatação de que a população avalia mal o acesso ao SUS, apontando dificuldades, mas ao serem atendidos, o avaliam positivamente.

Repare que, apesar dessa pesquisa do CFM estar no campo das pesquisas de opinião com pequenas amostras, o que indica de partida que seus resultados necessitem confirmação por futuros estudos mais representativos, chama a atenção que a nota para a saúde em geral é pior do que para o SUS: 46% da população confere nota cinco e mais para o SUS e, para saúde, que inclui o setor privado, a nota é somente 40%.

Um dos problemas desse limite da amostra é que provavelmente não seja suficiente para fazer avaliações sobre procedimentos específicos como cirurgias, radioterapia ou hemodiálise, já que esse tipo de pesquisa somente poderia ser realizado com pessoas que passaram pela experiência de uso deste tipo de serviço. Em outras pesquisas, justamente estes procedimentos são muito bem avaliados. Estamos esperando a PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, que é de fato uma pesquisa robusta e poderá nos oferecer melhores informações sobre o assunto.

A regionalização da saúde é um caminho para melhorar a política de saúde do Brasil?

Desde sempre a regionalização é um caminho para melhorar o acesso e garantir direito à saúde. Um município sozinho não dá conta de resolver e oferecer o conjunto de recursos de saúde que uma população necessita. É preciso retomar o abandonado projeto da regionalização com o apoio e o compromisso dos estados, das secretarias estaduais, com mecanismos inovadores de gestão regional, com o estabelecimento de relações interfederativas pautadas pelos princípios do SUS e com o compromisso dos interesses públicos da saúde.

Os consórcios entre municípios que já foram experimentados precisam ser retomados na perspectiva das regiões de saúde hoje definidas. As secretarias estaduais de saúde devem assumir a regência do processo, garantindo acesso aos serviços de saúde inclusive quando os territórios vivos e reais expandem os limites formais de suas responsabilidades administrativas.

A presidenta e candidata à reeleição, Dilma Roussef, em entrevista ao Jornal Nacional, falou sobre os avanços no atendimento à atenção básica com a implantação do Programa Mais Médicos e a Samu – Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Mas, além disso, o que poderia ser implementado para melhorar o sistema de saúde brasileiro?

Os últimos governos expandiram de 16 mil em 2002 para 35 mil equipes de saúde da família em 2013, logo a expansão da atenção básica nos últimos anos foi muito grande. Ainda temos problemas de qualificação da atenção primária, de vinculo e responsabilização com a “coordenação” da saúde da população do território ou seja, ainda não “mudamos” a cultura como esse modelo proposto exige. As mudanças nas diretrizes curriculares de formação dos profissionais é um passo importante para isso.

O Samu cobre esse enorme contingente das populações urbanas e é muito bem avaliado. Mas ainda há gargalos nas emergências e prontos-socorros que precisam de melhorias.

É também preciso melhorar o acesso a exames e às consultas especializadas, os ambulatórios especializados de retaguarda para a atenção primaria. Assim como o acesso as UTIs (unidades de terapia intensivas). Avançaram a oferta de cuidados domiciliares, muito importante para as pessoas com doenças crônicas e que não são oferecidos pelos planos privados. Mas, é preciso ampliar mais.

Há muito o que fazer, embora o muito já feito. Sem recursos, é impossível. Os recursos são necessários para investimento nestas prioridades. Daí, voltamos ao que foi mencionado incialmente: a saúde precisa ter um lugar privilegiado e a política econômica não pode entender a saúde como gasto. Saúde é investimento, é setor produtivo e é direito a ser garantido pelo Estado.

A população clama por saúde e o candidato ou candidata que não ouvir isso provavelmente não terá performance boa nas urnas. Chega de milagres de marqueteiros que tiram da cartola programas mirabolantes que nada têm a ver com a consolidação do SUS. O que esperamos é um debate eleitoral que aponte soluções para valer para a saúde: para todos, com prontidão, com todos os serviços e com muita qualidade. Com o fortalecimento do setor público.

Fonte: Icict/Fiocruz, Por Graça Portela

Medicina mais próxima do sistema público

São pelo menos 201 cursos de graduação formando médicos no Brasil. Todos têm a meta de seguir diretrizes curriculares nacionais aprovadas há 12 anos. Orientações em comum que estão em processo de alteração. Uma nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) foi validada no mês passado pelo ministro da Educação, Henrique Paim. Uma das mudanças é o mínimo de 30% da carga horária do estágio obrigatório voltado para atenção básica e serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O novo documento reordena a formação médica e é uma das ações previstas pela lei nº 12.871. Na resolução, é estipulada uma avaliação de habilidades para os estudantes a cada dois anos. É citado também novo modelo para a residência médica: em 2019, os programas de residência deverão ofertar o número de vagas igual ao número de médicos formados no ano anterior. De acordo com o parecer do CNE, a justificativa é da necessidade de reestruturar diretrizes para acompanhar as mudanças da saúde no Brasil.

Fonte: O Povo

REBRATS e EVIPNet inovam com desafio de programação, gestão de conhecimento e Informação em saúde

Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) e a Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet Brasil) se uniram para realizar o Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde e a 1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências, que ocorre em Brasília entre 27 e 29 de agosto de 2014.
Os eventos têm como objetivos: i) discutir estruturas e processos institucionais para apoio do uso do conhecimento científico na tomada de decisão no SUS; ii) incentivar a cultura de produção e uso do conhecimento científico na política de saúde e iii) identificar e promover a inovação e práticas exitosas de gestão e uso do conhecimento científico no SUS.
Os eventos são organizados pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Brasília) e Hospital Alemão Oswaldo Cruz por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
As redes trazem de forma inédita uma maratona de desenvolvimento de soluções baseadas em tecnologia da informação para atendimento de demandas específicas ou projetos livres, conhecida como HACKATHON. No primeiro dia do evento programadores, designers, desenvolvedores e experts em gestão do conhecimento e informação em saúde participarão da 1ª Maratona de Programação e Desenvolvimento para Gestão do Conhecimento e Informação em Saúde. A expectativa é que os desafios e a produção tecnológica contribuam para a inserção de inovações no Sistema Único da Saúde (SUS).
Paralelo ao HACKATHON quatro oficinas ocorrerão com temas que passam por: respostas rápidas para tomada de decisão; jornalismo e comunicação em saúde; guia para práticas clínicas informadas por evidências e gestão estratégicas de redes sociotécnicas. Fiocruz, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), OPAS Brasil e Estados Unidos, Makerere University – Uganda e Maclean’s – Canadá são as instituições responsáveis pelas oficinas.
O Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas e Programas de Saúde terá quatro painéis. Gestão de serviços informada por evidências: casos e boas práticas tem foco no compartilhamento dos principais elementos das experiências e o apontamento dos mecanismos de institucionalização, barreiras, facilitadores, resultados e lições aprendidas.
Com o objetivo de discutir modelos de resposta rápida para a tomada de decisão no contexto nacional o painel Usos e Limitações de Metodologias de Respostas Rápidas para a Tomada de Decisão em Serviços, Sistemas e Políticas de Saúde terá foco nas metodologias e resultados apresentados. Na área de comunicação em saúde a Tradução do Conhecimento e Comunicação em Saúde nomeia o terceiro painel que apresentará e discutirá conceitos teóricos e aplicações dos processos para a tradução do conhecimento, por meio de estratégias de comunicação, institucionalização de processos e jornalismo científico.
O último painel: Judicialização da Política e o Papel das Evidências Cientificas no Processo Jurisdicional promoverá a discussão sobre os desafios e oportunidades do uso de evidência no contexto da judicialização das políticas de saúde no Brasil.
O Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde e a 1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências reunirá cerca de 220 convidados e ocorrerá na Fiocruz Brasília.

Sobre a mostra
1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências
Gestores de saúde de instituições públicas ou privadas submeteram experiências relacionadas ao uso de evidências no processo de tomada de decisão para a 1ª Mostra de experiências em Gestão da Saúde por Evidências que ocorre em Brasília. A Mostra objetiva compartilhar estratégias de uso, difusão e tradução na gestão da saúde e os relatos foram submetidos até 20 de julho de 2014.
Os relatos incluem informações sobre os seguintes aspectos: institucionalização (composição da equipe, vinculação institucional); operacionalização (público-alvo, priorização de temas, fluxos de trabalho, tipos de estudos produzidos); orçamento (formas de contratação de estudos, remuneração da equipe); disseminação da evidência (mecanismos de difusão do conhecimento); motivação do uso da evidência; descrição e objetivos da experiência; resultados e implicações obtidos.
A Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde – REBRATS e a Rede para Políticas Informadas por Evidências – EVIPNet Brasil organizam a Mostra e compõem a comissão organizadora, que conta ainda com representantes do CONASEMS e do Decit/SCTIE/MS. Os trabalhos selecionados serão apresentados no Seminário Internacional: Evidências científicas para a tomada de decisão em políticas e programas de saúde que ocorre no dia 28 e 29 de agosto de 2014 na Fiocruz em Brasília.

Serviço:
Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde
1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências
Data: 27 a 29 de agosto de 2014
Horário: 08h30 às 18h
Local: Fiocruz Brasília – Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte, Brasília – DF, 70790-900
Para transmissão em tempo real acesse: www.datasus.gov.br/emtemporeal