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Arquivo Mensal agosto 2014

Medicina de família reduz cerca de 80% os problemas de saúde

Rio de Janeiro – O acompanhamento de perto dos pacientes, nos consultórios das clínicas médicas ou mesmo em casa, pode reduzir em 80% os problemas de saúde da população.

A chamada medicina de família visa a detectar precocemente e tratar as doenças logo em sua fase inicial, evitando que se agravem com o tempo, o que significa mais custos para o sistema e sofrimentos para as pessoas.

O assunto está sendo debatido por médicos e profissionais de saúde reunidos no 4º Congresso da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (Amfac-RJ), que prossegue até o próximo sábado (23).

“Não é mais aquela história do postinho, que faz uma medicina de pobre para pobre, e sim médicos com grande qualidade, que conseguem fazer um trabalho bom e gratificante junto às pessoas, com respeito. Essa especialidade da medicina de família, que temos hoje, é uma retomada dos médicos que iam às casas das pessoas, mas com arcabouço teórico e conceitual; com técnicas específicas, que permitem um trabalho com muito mais qualidade. Cerca de 80% dos problemas de saúde que atingem a população podem ser resolvidos na atenção primária”, disse Rodrigo Pacheco, conhecido como Maranhão, diretor da Amfac-RJ e médico de família na Rocinha, zona sul do Rio, com cerca de 70 mil habitantes.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, confirmou os dados apresentados pelo diretor da Amfac-RJ e disse que a meta é chegar a 2016 com pelo menos 70% das famílias incluídas no sistema.

“Com profissionais qualificados e unidades estruturadas é possível resolver de 80% a 85% dos problemas do dia a dia. Na maioria das vezes, quando ficamos doente, não precisamos de um hospital ou um centro cirúrgico, mas um bom cuidado e acompanhamento, numa unidade de atenção primária”, disse Soranz.

Segundo ele, o programa de saúde da família é uma prioridade no Rio de Janeiro.

“Em 2009 tínhamos 3% de cobertura – a menor do país. Hoje já temos 45% de cobertura, e a nossa meta é chegarmos a 70% em 2016. Esperamos avançar ainda mais nos próximos anos. É um desafio grande, mas é factível, pois este é o caminho para a cidade do Rio. Se a gente não tiver uma atenção primária organizada, como há em outros países, vai ser difícil termos um sistema de saúde mais equânime”, disse Soranz, que assumiu a secretaria recentemente.

Segundo ele, são 900 equipes de família no município do Rio, e a meta é chegar a 1.300 equipes.

“Tem uma quantidade grande de médicos que precisam ser formados. A cidade tem hoje o maior número de residentes de medicina da família do país, com 100 vagas para o primeiro ano e mais 100 para o segundo ano. Isso é fundamental para formarmos recursos humanos para ocupar as vagas das novas unidades que serão inauguradas”, destacou.

Para o diretor da Amfac-RJ, a experiência do Programa Mais Médicos, que trouxe para o país milhares de profissionais, principalmente cubanos, vai na linha da medicina de família, e demonstrou ser bem sucedida.

“Temos 14 mil médicos novos no país, e eu não conheço nenhum médico desempregado por causa disso. O país conseguiu absorver toda essa mão de obra. Nós tínhamos uma necessidade de médicos inegável. Existiam postos de trabalho que não eram ocupados”, disse Maranhão.

Informações sobre a programação do congresso e outros dados sobre medicina de família podem ser acessados no endereço eletrônico www.amfacrj.org.

Nota publicada no site da Exame – http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/medicina-de-familia-reduz-cerca-de-80-os-problemas-de-saude/

Residência Multiprofissional recebe inscrições

Estão abertas as inscrições para o curso de  Residência Multiprofissional em Saúde da Família – ano 2015/2017. A formação – uma parceria da ENSP com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ) e o Núcleo do Estado do Rio de Janeiro do Ministério da Saúde (Nerj/RJ) -, tem como objetivo capacitar os residentes para integrar as instituições de ensino e serviços de saúde por meio de ações que visem à mudança das práticas de formação e atenção, da organização do processo de trabalho, do cuidado individual, coletivo e familiar, da formação e educação na saúde e da construção do conhecimento, a partir das necessidades dos usuários. As inscrições podem ser feitas até o dia 3 de outubro de 2014 por meio da Plataforma Siga Lato Sensu. Ao todo estão disponíveis 21 vagas para graduados em enfermagem, odontologia, psicologia, nutrição e serviço social.   O curso visa promover o desenvolvimento de atributos à equipe multiprofissional de saúde de nível superior – enfermeiro, cirurgião dentista, assistente social, nutricionista e psicólogo -, para atuarem nas equipes de saúde da família com desempenhos de excelência nas seguintes áreas de competência: organização do processo de trabalho, cuidado à saúde (individual, familiar e coletivo) e nos processos de educação e formação em saúde visando à melhoria da saúde e o bem estar dos indivíduos, suas famílias e da comunidade pautados em princípios éticos.    O programa terá dois anos de duração, em tempo integral, com atividades teóricas e teórico-práticas (20%) e atividades práticas de formação em serviço (80%). A formação em serviço, feita sob supervisão de preceptores, é desenvolvida junto às equipes de saúde da família da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/RJ). As atividades teóricas e teórico-práticas são desenvolvidas, principalmente nas dependências da ENSP, sendo acompanhadas por docentes e pesquisadores. Essas atividades são estruturadas de forma a possibilitar a problematização da realidade por meio de orientações específicas, seminários, estudos de caso, aulas dialogadas e expositivas e outras formas de ensino.   A formação possui carga horária total de 5760 horas, com atividades de segunda-feira a sábado, em horário integral, somando 60 horas semanais. O curso acontecerá no período de 9/3/2015 à 9/3/2017. Sua periodicidade é anual e a coordenação geral está a cargo da pesquisadora da ENSP, Maria Alice Pessanha de Carvalho. Já a coordenação executiva conta com os seguintes pesquisadores da ENSP: Helena Maria Seidl Fonseca, Margareth Rose Gomes Garcia, Márcia Cristina Rodrigues Fausto, José Wellington Gomes de Araújo.    Os interessados deverão preencher o formulário eletrônico de inscrição disponível na Plataforma Siga, o qual deve ser impresso, assinado e encaminhado, via Correios por Sedex, juntamente com uma série de documentos exigidas no edital.    Acesse aqui o edital para mais informações e detalhes.

Fonte Site – http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/36111

Rede entrevista Daniel Soranz

Médico sanitarista, especialista em Medicina de Família e Comunidade pela AMB e Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Professor/pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (FIOCRUZ) e atualmente é o Secretário de Saúde do município do Rio de Janeiro.

1) Nos últimos  anos o Rio de Janeiro fez um grande investimento em atenção primária à saúde. Qual foi o maior desafio e quais são as metas para os próximos anos?

Aumentar a cobertura do Programa de Saúde da Família de 3,5%, que encontramos em 2009, para os atuais 44%, com 2,8 milhões de pessoas beneficiadas, foi nosso grande desafio. Para vencê-lo tivemos que passar por outros dois importantes, que foram a mudança do modelo de gestão da Atenção Primária, que passou a ser compartilhada com organizações sociais de saúde; e a formação do profissional com o perfil de médico da família, que tratamos com a criação do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade, com 142 vagas anuais.Nossas metas para os próximos anos são continuar a expansão da Atenção Primária, alcançando 70% de cobertura do PSF até o final de 2016; organizar a regulação de leitos e a oferta e utilização de serviços de saúde de média e alta complexidades.

2) Quais as vantagens de se organizar os serviços de APS com base na estratégia de saúde da família?

A Atenção Primária passa a coordenar o cuidado das pessoas com responsabilidade territorial, dando atenção completa aos moradores daquela região. Há melhoras na eficiência em saúde e na capacidade de resolutividade, fazendo com que os pacientes não precisem procurar outras redes de atenção, a não ser quando houver, de fato, necessidade de média ou alta complexidades.

3) Com o programa Mais Médicos o governo federal tenta solucionar uma das grandes dificuldades da APS que é a contratação de profissionais. Como o município tem enfrentado esse problema?

O município do Rio de Janeiro aderiu ao Programa Mais Médicos por entender que esses profissionais são bem formados e com perfil de Atenção Primária. Eles atuam na cidade em unidades que, por diferentes motivos, tínhamos dificuldade de alocar médicos. Porém, a solução definitiva para esta dificuldade de lotação de pessoal só virá com a formação profissional através da Residência de Medicina da Família e Comunidade, que hoje está presente em 12% das equipes do município. A cada ano são formados 100 residentes, com fixação da grande maioria nos quadros do município.

4) Em 2014 o Rio de Janeiro formou a primeira turma de residência médica em medicina de família e comunidade. Qual o balanço deste projeto pioneiro no Brasil e quais são as grandes dificuldades enfrentadas?

O município tem hoje o maior Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do país, com a maior taxa de ocupação de vagas. A principal dificuldade que temos hoje é sensibilizar os alunos de graduação de medicina sobre essa especialidade, que conta com profissionais de qualidade, oferece boa remuneração e boas condições de trabalho no município. Para isso disponibilizamos nossas unidades de Atenção Primária como uma rede docente assistencial, com mais de 600 alunos atualmente, inseridos nas melhores unidades e com os melhores preceptores.

5) No campo da pesquisa voltada para a APS, o que precisa ser desenvolvido para dar sustentabilidade técnica às redes de atenção?

Cada vez mais a reforma da Atenção Primária tem sido objeto de estudo de diferentes universidades. Podemos citar o estudo feito pela UFRGS em parceria com a OPAS, avaliando a força da Atenção Primária e comparando os diferentes modelos de atenção no município. Alguns indicadores precisam de muitos anos para que o impacto da reforma seja avaliado, porém avançamos em alguns indicadores, como taxa de abandono do tratamento da tuberculose; crianças nascidas de mães com seis ou mais consultas de pré-natal; cobertura de citopatológico; entre outros.

6) Como o município tem enfrentado o “problema” das doenças crônicas e qual seriam as ações prioritárias que permitiriam diminuir este impacto?

Com a expansão da Atenção Primária é possível acompanhar melhor os pacientes com doenças crônicas. Também melhoramos a promoção da saúde, especialmente na atividade física e no controle do tabagismo. Por outro lado, otimizando a média e a alta complexidade, é possível fazer o enfrentamento dessas doenças, como outros países já o fizeram.

 

 

 

 

Nova diretoria da SBMFC toma posse

A nova diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), gestão 2014-2016, tomou posse no dia 19 de agosto na abertura do 4º Congresso da Associação de Medicina de Família e Comunidade, no Rio de Janeiro, cidade-sede da entidade.

Thiago Gomes da Trindade é o novo presidente da entidade. Nascido em Natal (RN), Trindade reconhece a necessidade de fortalecer cada vez mais a identidade da medicina de família e comunidade, de forma que a especialidade seja valorizada como chave para o desenvolvimento da atenção primária no País.

Durante a solenidade, o ex-presidente Nulvio Lermen Junior, homenageado por Thiago pelo trabalho realizado a frente da gestão anterior, agradeceu a todos colaboradores pelo empenho e avanços conquistados ao longo do percurso e que além das dificuldades, conseguiram manter o compromisso promover o fortalecimento e aperfeiçoamento da Medicina de Família e Comunidade.

Fonte – SBMFC

Má conduta científica é um problema global, afirma pesquisador

Plágio, falsificação e fabricação de resultados científicos deixaram de ser problemas exclusivos de potências em produção científica, como os Estados Unidos, Japão, China ou o Reino Unido.

A avaliação foi feita por Nicholas Steneck, diretor do programa de Ética e Integridade na Pesquisa da University of Michigan, nos Estados Unidos, em palestra no 3º BRISPE – Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and Publication Ethics, realizado nos dias 14 e 15 de agosto, na sede da FAPESP.

Segundo Steneck, por ter atingido escala global, é preciso que universidades, instituições de pesquisa e agências de fomento em todo o mundo realizem ações coordenadas para lidar com essas questões, a fim de não colocar em risco a integridade da ciência como um todo.

“Inicialmente, a má conduta científica era um problema limitado a poucos países, como os Estados Unidos. Mas agora, nações emergentes em ciência, como o Brasil, ‘juntaram-se ao clube’ em razão do aumento da visibilidade de suas pesquisas, e têm sido impactadas de forma negativa por esse problema”, disse Steneck, um dos maiores especialistas mundiais em integridade na pesquisa.

Nos últimos anos, segundo Steneck, passou a ser observado um aumento global do número de casos relatados de má conduta científica. Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) sobre as causas de retratação de 2.047 artigos científicos, indexados no repositório PubMed e produzidos por pesquisadores de 56 países, revelou que apenas 21,3% das retratações foram atribuídas a erro.

Por outro lado, 67,4% das retratações foram atribuídas à má conduta científica, segundo o estudo. Dessas, 43,4% ocorreram por fraude ou suspeita de fraude, 14,2% por publicação duplicada e 9,8% por plágio. Estados Unidos, Japão, China e Alemanha responderam por três quartos das retratações.

Os autores do estudo estimam que a porcentagem de artigos que tiveram de sofrer retratação por causa de fraude aumentou cerca de 10% desde 1975, quando os primeiros casos de má conduta científica começaram a vir a público.

Outro estudo, publicado na PLoS Medicine, utilizou dados da base Medline, a respeito de artigos publicados até junho de 2012 que abordaram o tema da má conduta científica, para tentar verificar o problema em países de economias em desenvolvimento.

Segundo os autores, apesar dos poucos dados disponíveis, o resultado da análise indica que o problema é tão comum nos países emergentes como nos mais ricos e com maior tradição científica.

“Vemos que há mais casos de má conduta científica hoje do que há 10 anos, mas não sabemos se o número de casos está aumentando ou se estão sendo mais descobertos e revelados”, disse Steneck à Agência FAPESP. “O fato é que as pessoas estão prestando mais atenção ao problema da má conduta científica e cada vez mais novos casos têm sido relatados.”

Já um outro estudo, divulgado em abril no Journal of the Medical Library Associaton, identificou 20 países com os maiores números e percentuais de artigos da área de Ciências Biomédicas retratados por problemas de plágio e duplicação de dados, publicados entre 2008 e 2012 e indexados no PubMed.

O estudo apontou que a Itália, a Turquia, o Irã e a Tunísia possuem o maior percentual de artigos retratados por problema de plágio, enquanto a Finlândia, China e novamente a Tunísia apresentam a maior taxa de artigos retratados em razão da duplicação de publicação. O Brasil ocupa a 17ª colocação no ranking geral, logo atrás da Espanha e à frente da Finlândia, Tunísia e Suíça.

‘Ponta do iceberg’

De acordo com Steneck, a atenção e a resposta ao problema da má conduta científica têm sido direcionadas aos casos de maior repercussão internacional, como o do anestesiologista Yoshitaka Fujii, da Toho University, no Japão, que teve 183 artigos retratados desde 2011 por falsificação de dados.

Esses casos especiais, contudo, podem representar apenas a ‘ponta do iceberg’ do problema. Um levantamento realizado pelo Deja vu – sistema computacional que identifica títulos e resumos de artigos indexados em repositórios científicos e permite a verificação de suspeitas – identificou 79,3 mil artigos indexados no Medline com esse tipo de problema.

Do total de artigos, apenas 2,1 mil foram examinados e, desses, 1,9 mil foram retratados. Mais de 74 mil ainda não foram verificados pelas publicações.

“Há muitos casos de má conduta científica subestimados pelas universidades e instituições de pesquisa, que poderão ser descobertos no futuro”, afirmou Steneck.

Na avaliação do especialista, alguns fatores que contribuem para a subestimação do problema são as suposições errôneas de que a má conduta científica é uma prática rara, que é mais comum em áreas altamente competitivas como a de Ciências Biomédicas e de que a ciência é uma atividade autorregulada.

“Há enorme confiança na ciência como uma atividade com controles internos rigorosos que dificulta estabelecer um consenso de que ela deva ser mais vigiada”, afirmou. “É preciso que as universidades, instituições e agências de fomento à pesquisa dos países que fazem ciência se engajem em educar e promover a integridade científica entre seus pesquisadores.”

Papel das instituições

Na avaliação de Steneck, a comunidade científica brasileira tem reconhecido o problema e formulado políticas e ações para coibir práticas de má conduta científica e aprimorar a integridade na pesquisa.

É necessário, no entanto, que as universidades e instituições de pesquisa proporcionem o melhor treinamento possível em integridade científica a alunos, professores e pesquisadores, indicou o especialista.

“É preciso que as universidades e instituições de pesquisa, que têm muitos departamentos e laboratórios, observem se seus pesquisadores estão sendo treinados de forma eficaz em integridade científica”, afirmou.

Uma das formas indicadas de realizar esse tipo de treinamento, segundo Steneck, é por meio da criação de um órgão interno destinado exclusivamente a essa finalidade, como proposto pela FAPESP em seu Código de Boas Práticas Científicas.

Publicado em 2011, o código da Fundação estabelece que as universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo tenham um órgão interno especificamente destinado a promover a integridade na pesquisa, por meio de programas de treinamento e atividades educativas, além de responder a eventuais denúncias de má conduta científica de forma justa e rigorosa.

“As universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo apoiadas pela FAPESP devem definir políticas e procedimentos claros para lidar com a questão da integridade científica e ter um ou mais departamento ou órgão interno voltado a promover as boas práticas científicas por meio de programas regulares e para investigar e punir os eventuais casos de má conduta”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, na abertura do evento.

“Mas a investigação e a punição de eventuais casos de má conduta não representam o papel mais importante que deverá ser desempenhado pelos órgãos de promoção de boas práticas científicas nas universidades. O principal papel desses órgãos deverá ser promover uma cultura de integridade científica nas instituições de forma permanente”, sublinhou.

De acordo com Luiz Henrique Lopes dos Santos, membro da Coordenação Adjunta de Ciências Humanas e Sociais, Arquitetura, Economia e Administração da FAPESP, ainda não há universidade ou instituição de pesquisa no Estado de São Paulo que tenha criado um órgão interno voltado à promoção da integridade científica, como determina o Código de Boas Práticas Científicas da FAPESP.

“Lançamos o código há três anos e avaliamos que a resposta das universidades e instituições de pesquisa em relação às responsabilidades atribuídas a elas tem sido um pouco lenta”, disse.

“As universidades e instituições de pesquisa no Estado de São Paulo e no Brasil, de modo geral, ainda não se organizaram para definir e implementar de maneira sistemática políticas de promoção de boas práticas na pesquisa”, afirmou Lopes dos Santos.

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi a primeira instituição no Brasil a criar, há um ano, uma comissão voltada especificamente a promover e tratar de questões relacionadas à integridade da pesquisa.

Denominada Câmara Técnica de Ética em Pesquisa (CTEP), o órgão conta com uma comissão formada por cerca de 30 integrantes, entre professores, funcionários técnicos e estudantes da universidade.

“O objetivo da câmara é abordar questões éticas e relacionadas à integridade acadêmica de uma forma ampla, envolvendo diferentes unidades e departamentos da universidade, que apresentam demandas específicas”, disse Sonia Vasconcelos, vice-coordenadora da CTEP.

“Estamos tentando identificar alguns consensos e abordar os conflitos relacionados à integridade em pesquisa de forma a refletir positivamente na formação dos alunos, no trabalho dos professores e nas pesquisas desenvolvidas na universidade”, afirmou.

Agência FAPESP – http://agencia.fapesp.br/

OPAS/OMS no Brasil apresenta resultado da consulta pública sobre Cobertura Universal de Saúde

A OPAS/OMS no Brasil apresenta o Relatório Técnico que sistematiza as contribuições ao documento Estratégia para Cobertura Universal de Saúde (CE154/12), resultado da consulta pública realizada no período de 6 a 13 de agosto, com o objetivo de garantir que a estratégia contemple as necessidades do Brasil e esteja em total consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O relatório técnico é um resultado das contribuições encaminhadas por instituições de ensino e pesquisa (30%), por órgãos governamentais como Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal (24%) e por associações e entidades sociais (17%). Das instituições de ensino e pesquisa, participaram os estados do Amazonas (AM), Bahia (BA), Distrito Federal (DF), Pernambuco (PE), Rio de Janeiro (RJ), Rio Grande do Norte (RN) e Rio Grande do Sul (RS) e Minas de Gerais (MG). As associações, entidades sociais que enviaram contribuições foram

Associação dos Servidores e Demais Trabalhadores da Agência Nacional de Saúde Suplementar; Abres (Associação Brasileira de Economia da Saúde); Ampasa (Associação Nacional do Ministério Público de Defesa da Saúde); Cebes (Centro Brasileiro de Estudos em Saúde) e APSP (Associação Brasileira de Economiada Saúde).

A consulta pública foi estruturada em dois grupos: o primeiro com caracterização dos dados dos participantes por unidade federativa e principais atores que participaram; e no segundo, a apresentação pelos temas: (I) aportes com relação aos aspectos conceituais e premissas e (ii) considerando as linhas estratégicas da cobertura universal de saúde e as contribuições conforme as questões norteadoras.

O Relatório Técnico está sendo apresentado na Reunião do Grupo de Trabalho do Comitê Executivo da OPAS/OMS que acontece de 18 a 20 de agosto, em Brasília. As contribuições do Brasil ao documento será submetido a 53ª Sessão do Conselho Diretivo da OPAS/OMS, que se entre 29 de setembro a 3 de outubro de 2014.

Acesse aqui o Relatório final  com as contribuições do Brasil ao processo de consulta pública a Estratégia de Cobertura Universal.

Fonte – Portal da Inovação em Saúde

Regionalização da saúde é vincular a condução político-administrativa

A proposta da pesquisa Políticas, planejamento e a gestão das regiões e redes de atenção à saúde no Brasil, com duração de 4 anos, prorrogável por mais 1 ano, é identificar as condições que estejam favorecendo ou dificultando a regionalização nos estados e a conformação das redes de atenção à saúde. Isso permitirá a compreensão dos possíveis entraves à diminuição das desigualdades na universalização da saúde no Brasil. Cerca de 80 pesquisadores de todo o País participam da investigação.

A descentralização do sistema público de saúde foi consolidada pela Constituição Federal de 1988, mas sem a face da regionalização. Isto é, as atribuições dos municípios na provisão de serviços foram acentuadas, mas o papel das esferas estaduais de governo desconsiderado.

Mesmo com essa lacuna, o processo de municipalização ao longo dos anos 1990 foi positivo: possibilitou a ampliação do acesso à saúde e a incorporação de práticas inovadoras no campo da gestão, além de atrair novos atores que deram sustentabilidade política e financeira ao setor. Permaneceram, entretanto, os problemas relativos à intensa fragmentação e à desorganização dos serviços de saúde em razão dos milhares de sistemas locais isolados.

A partir dos anos 2000, com as novas orientações na condução da política nacional e a recuperação fiscal dos estados brasileiros, a regionalização passou a ganhar relevo no cenário de implantação do SUS.

A regionalização foi definida, então, como macroestratégia para aprimorar a descentralização e, em 2006, o Pacto pela Saúde, programa criado para fortalecer os acordos intergovernamentais nos processos de organização político-territorial do SUS, apresentou as seguintes propostas:

  • Redefinir as responsabilidades coletivas dos três entes federativos gestores;
  • definir prioridades, objetivos e metas a serem atingidos no âmbito setorial;
  • fortalecer a cogestão por meio de instâncias em regiões de saúde: foram criados os Colegiados de Gestão Regional (CGR), formados por representantes das Secretarias de Estado de Saúde e pelos secretários municipais de saúde de cada região.

A partir de dezembro de 2010, novas diretrizes foram formuladas visando estimular a configuração de redes de atenção à saúde e o processo de regionalização nos estados.

A Portaria nº 4.279, por exemplo, definiu as áreas de abrangência territorial e populacional sob a responsabilidade das redes de atenção à saúde e o processo de regionalização como estratégia fundamental para sua configuração.

Em junho de 2011, o Decreto Presidencial nº 7.508 regulamentou a Lei nº 8.080, de 1990) e deu novo destaque às redes e à regionalização, estabelecendo instrumentos para sua efetivação, entre os quais as Comissões Intergestores Regionais (CIR), em substituição aos CGR.

Os avanços técnicos, políticos e normativos relacionados à regionalização da saúde no Brasil, nos últimos dez anos, confirmam a importância crescente dessa estratégia no âmbito da política de saúde, destacando o papel indutor do governo federal e a ampla adesão de estados e municípios.

Os significados e as relações existentes entre as 436 regiões de saúde constituídas atualmente no Brasil e as redes de atenção indicam que o avanço do processo de regionalização pode interferir positivamente no acesso às ações de serviços de saúde.

Para isso, questionam-se:

  • É possível identificar mudanças significativas (técnicas e políticas) na implementação do SUS resultantes do processo de regionalização da saúde?
  • A constituição de regiões de saúde tem contribuído para a redução das desigualdades em saúde?
  • Como se relacionam as estratégias de regionalização e conformação de redes de atenção à saúde?
  • Quais os limites e desafios atuais do planejamento regional da saúde no Brasil?
  • Quais as experiências exitosas e novas propostas para o processo de regionalização da saúde no Brasil e no mundo?

http://www.resbr.net.br/

A pesquisa Política, Planejamento e Gestão das Regiões e Redes de Atenção à Saúde no Brasil  pretende avaliar, sob a perspectiva de diferentes abordagens teórico–metodológicas, os processos de organização, coordenação e gestão envolvidos na conformação de regiões e redes de atenção à saúde, e seu impacto para melhoria do acesso, efetividade e eficiência das ações e serviços no SUS.

Começa hoje o 4° Congresso AMFAcRJ

A Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro organiza o seu quarto congresso, que será realizado entre os dias 19 e 23 de agosto de 2014,no Centro de Convenções Sul América  na cidade do Rio de Janeiro.

A escolha da cidade-sede é representativa da parceria da AMFaC-RJ com a Secretaria Municipal de Saúde para a realização do evento, e do momento histórico para a Estratégia de Saúde da Família vivenciado no município, além de guardar continuidade com a realização da 21ª Conferência mundial de Médicos de Família da WONCA, que ocorrerá em 2016.

O 4º Congresso da AMFaC-RJ será integrado ao 1º Seminário Internacional de Pesquisa em APS e ao 2º Fórum Estadual de Residentes de MFC do Rio de Janeiro, denotando o caráter internacional e plural do evento.

A mesa de abertura do congresso contará com a importante presença do novo Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o médico de família e comunidade Daniel Soranz, símbolo da reforma da APS ocorrida no município nos últimos anos.

Confira a programação do 1 Seminário Internacional de Pesquisas em APS

1º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM APS

Mundialmente, a produção e o uso dos resultados de pesquisas científicas têm sido promovidos como elementos a serem incorporados no planejamento, implementação, monitoramento e avaliação de políticas, programas e serviços de saúde. Promover a produção de conhecimento que engaje os sujeitos afetados ou interessados aumenta a utilização dos resultados destas pesquisas. Este co-produção e uso de evidências de pesquisa otimiza resultados clínicos, serviços e de sistemas de saúde, especialmente em sistemas universais onde expansão do acesso, melhoria da qualidade do cuidado e atenção a sustentabilidade constituem importantes desafios.

O I Seminário Internacional de Pesquisa em APS propõe sensibilizar e desenvolver competências para a elaboração e aperfeiçoamente de projetos de pesquisa de diversas metodologias científicas através do incremento da abordagem participativa, no contexto multi-disciplinar e intersetorial da Atenção Primária à Saúde do Estado do Rio de Janeito. Profissionais de saúde, pesquisadores, docentes, gestores, usuários e representantes da sociedade civil organizada poderão participar.

Programação

DIA 1 – 19 de agosto, terça-feira
8h30 – 9h00
Abertura – Auditório Central

Sala 1
Sala 2
Sala 3

9h00 – 12h00
Workshop 1: Undertaking Participatory Research to Integrate Knowledge Translation in Primary Care (Jon Salsberg, Department of Family Medicine, McGill University, Canada and Clarice Reis, Faculty of Dentistry, UFMG, Brazil)

Workshop 2: Advancing Primary Care Through Practitioner Research: Doing Research Based on Your Own Practice
(Michael T. Wright, Catholic University of Berlim, Alemanha and Nathan M. Souza, School of Medicine, UFOP)
Course 1: Participatory Health Research (Janet Springett and Krystyna Kongats, University of Alberta, Canada)

12h00 – 13h30
Almoço
13h30 – 17h30
Workshop 1: Undertaking Participatory Research to Integrate Knowledge Translation in Primary Care (Jon Salsberg, Department of Family Medicine, McGill University, Canada and Clarice Reis, Faculty of Dentistry, UFMG, Brazil)
Workshop 2:
Practioner Research for Health and Social Care (Michael T. Wright, Catholic University of Berlim, Alemanha and Nathan M. Souza, School of Medicine, UFOP, Brazil)
Course 1: Participatory Health Research (Janet Springett and Krystyna Kongats, University of Alberta, Canada)

DIA 2 – 20 de agosto, quarta-feira

Sala 1
Sala 2
Sala 3
Sala 4
9h00- 13h00
Workshop 1: Undertaking Participatory Research to Integrate Knowledge Translation in Primary Care (Jon Salsberg, Department of Family Medicine, McGill University, Canada and Clarice Reis, Faculty of Dentistry, UFMG, Brazil)

Workshop 2:
Practioner Research for Health and Social Care (Michael T. Wright, Catholic University of Berlim, Alemanha and Nathan M. Souza, School of Medicine, UFOP, Brazil)
Course 1: Participatory Health Research (Janet Springett and Krystyna Kongats, University of Alberta, Canada)
Mini-curso: Empoderamento na atenção primária à saúde (Nina Wallerstein, University of New Mexico, EUA)

13h00
Encerramento do evento

Condições de inscrição

Para participar do I Seminário Internacional de Pesquisa em APS, deve-se estar inscrito no 4º Congresso da AMFaC-RJ, e realizar pré-inscrição específica para o evento. O formulário para solicitação de inscrição no seminário será enviado ao endereço eletrônico cadastrado no 4º Congresso da AMFaC-RJ.

Para informações consulte o site – http://congresso2014.amfacrj.org.br/

Projeto Capacita Salud – gestão interdisciplinar

O projeto CapacitaSalud  tem o objetivo de fornecer aos membros das equipes latino-americanas da APS a formação em gestão interdisciplinar focada em reconhecer os principais desafios e adquirir um conjunto de ferramentas práticas e teóricas para melhorias no acesso, a equidade, o tratamento interpessoal, qualidade técnica, a coordenação, a continuidade e a integralidade do cuidado e planejamento com base nas necessidades da comunidade.

O projeto  foi desenvolvido no âmbito do “Educação a Distância em Gestão Interdisciplinar de trabalhadores latino-americanos APS” realizado por professores-pesquisadores da Universidade Nacional de Rosário, a Associação Investiga Mais – Estudos em Saúde e Sociedade (Argentina) e Universidade McGill (Canadá), com o apoio do Instituto de Saúde e Política Social da Universidade de McGill (www.mcgill.ca/ihsp/) Programa de McBurney.

CapacitaSalud  é um projeto apoiado por uma equipe multidisciplinar de profissionais que se reúnem nas seguintes organizações: Departamento de Gestão, Instituto de Saúde Juan Lazarte; Mais de Pesquisa: Saúde e Estudos Sociedade (http://www.investigamas.org.ar/investigacion.html); O Mestrado em Sistemas de Gestão e Serviços de Saúde Centro de Estudos Interdisciplinares da Universidade Nacional de Rosário (http://www.unr.edu.ar/cei); Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CONICET) (www.conicet.gov.ar) e do Observatório Latino-Americano de Sistemas de Saúde e Políticas (http://www.oiapss.org).

Capacitasalud tem uma estrutura organizacional matricial e dinâmica, capaz de responder às necessidades e desafios dos diferentes tipos de projetos locais, nacionais e internacionais. Sua estrutura abriga habilidades administrativas e de comunicação para garantir linhas de apoio eficiente e de qualidade de projetos de trabalho de fundo relacionadas com a educação / formação, assistência técnica / consultoria e linhas de pesquisa.

Visite o site CapacitaSalud   e conheça mais sobre o projeto.