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Arquivo Diário 25 de agosto de 2014

Medicina mais próxima do sistema público

São pelo menos 201 cursos de graduação formando médicos no Brasil. Todos têm a meta de seguir diretrizes curriculares nacionais aprovadas há 12 anos. Orientações em comum que estão em processo de alteração. Uma nova resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) foi validada no mês passado pelo ministro da Educação, Henrique Paim. Uma das mudanças é o mínimo de 30% da carga horária do estágio obrigatório voltado para atenção básica e serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O novo documento reordena a formação médica e é uma das ações previstas pela lei nº 12.871. Na resolução, é estipulada uma avaliação de habilidades para os estudantes a cada dois anos. É citado também novo modelo para a residência médica: em 2019, os programas de residência deverão ofertar o número de vagas igual ao número de médicos formados no ano anterior. De acordo com o parecer do CNE, a justificativa é da necessidade de reestruturar diretrizes para acompanhar as mudanças da saúde no Brasil.

Fonte: O Povo

REBRATS e EVIPNet inovam com desafio de programação, gestão de conhecimento e Informação em saúde

Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde (REBRATS) e a Rede para Políticas Informadas por Evidências (EVIPNet Brasil) se uniram para realizar o Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde e a 1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências, que ocorre em Brasília entre 27 e 29 de agosto de 2014.
Os eventos têm como objetivos: i) discutir estruturas e processos institucionais para apoio do uso do conhecimento científico na tomada de decisão no SUS; ii) incentivar a cultura de produção e uso do conhecimento científico na política de saúde e iii) identificar e promover a inovação e práticas exitosas de gestão e uso do conhecimento científico no SUS.
Os eventos são organizados pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-Brasília) e Hospital Alemão Oswaldo Cruz por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
As redes trazem de forma inédita uma maratona de desenvolvimento de soluções baseadas em tecnologia da informação para atendimento de demandas específicas ou projetos livres, conhecida como HACKATHON. No primeiro dia do evento programadores, designers, desenvolvedores e experts em gestão do conhecimento e informação em saúde participarão da 1ª Maratona de Programação e Desenvolvimento para Gestão do Conhecimento e Informação em Saúde. A expectativa é que os desafios e a produção tecnológica contribuam para a inserção de inovações no Sistema Único da Saúde (SUS).
Paralelo ao HACKATHON quatro oficinas ocorrerão com temas que passam por: respostas rápidas para tomada de decisão; jornalismo e comunicação em saúde; guia para práticas clínicas informadas por evidências e gestão estratégicas de redes sociotécnicas. Fiocruz, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), OPAS Brasil e Estados Unidos, Makerere University – Uganda e Maclean’s – Canadá são as instituições responsáveis pelas oficinas.
O Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas e Programas de Saúde terá quatro painéis. Gestão de serviços informada por evidências: casos e boas práticas tem foco no compartilhamento dos principais elementos das experiências e o apontamento dos mecanismos de institucionalização, barreiras, facilitadores, resultados e lições aprendidas.
Com o objetivo de discutir modelos de resposta rápida para a tomada de decisão no contexto nacional o painel Usos e Limitações de Metodologias de Respostas Rápidas para a Tomada de Decisão em Serviços, Sistemas e Políticas de Saúde terá foco nas metodologias e resultados apresentados. Na área de comunicação em saúde a Tradução do Conhecimento e Comunicação em Saúde nomeia o terceiro painel que apresentará e discutirá conceitos teóricos e aplicações dos processos para a tradução do conhecimento, por meio de estratégias de comunicação, institucionalização de processos e jornalismo científico.
O último painel: Judicialização da Política e o Papel das Evidências Cientificas no Processo Jurisdicional promoverá a discussão sobre os desafios e oportunidades do uso de evidência no contexto da judicialização das políticas de saúde no Brasil.
O Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde e a 1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências reunirá cerca de 220 convidados e ocorrerá na Fiocruz Brasília.

Sobre a mostra
1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências
Gestores de saúde de instituições públicas ou privadas submeteram experiências relacionadas ao uso de evidências no processo de tomada de decisão para a 1ª Mostra de experiências em Gestão da Saúde por Evidências que ocorre em Brasília. A Mostra objetiva compartilhar estratégias de uso, difusão e tradução na gestão da saúde e os relatos foram submetidos até 20 de julho de 2014.
Os relatos incluem informações sobre os seguintes aspectos: institucionalização (composição da equipe, vinculação institucional); operacionalização (público-alvo, priorização de temas, fluxos de trabalho, tipos de estudos produzidos); orçamento (formas de contratação de estudos, remuneração da equipe); disseminação da evidência (mecanismos de difusão do conhecimento); motivação do uso da evidência; descrição e objetivos da experiência; resultados e implicações obtidos.
A Rede Brasileira de Avaliação de Tecnologias em Saúde – REBRATS e a Rede para Políticas Informadas por Evidências – EVIPNet Brasil organizam a Mostra e compõem a comissão organizadora, que conta ainda com representantes do CONASEMS e do Decit/SCTIE/MS. Os trabalhos selecionados serão apresentados no Seminário Internacional: Evidências científicas para a tomada de decisão em políticas e programas de saúde que ocorre no dia 28 e 29 de agosto de 2014 na Fiocruz em Brasília.

Serviço:
Seminário Internacional: Evidências Científicas para a Tomada de Decisão em Políticas Públicas e Programas de Saúde
1ª Mostra de Experiências em Gestão da Saúde Informada por Evidências
Data: 27 a 29 de agosto de 2014
Horário: 08h30 às 18h
Local: Fiocruz Brasília – Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte, Brasília – DF, 70790-900
Para transmissão em tempo real acesse: www.datasus.gov.br/emtemporeal

Medicina de família reduz cerca de 80% os problemas de saúde

Rio de Janeiro – O acompanhamento de perto dos pacientes, nos consultórios das clínicas médicas ou mesmo em casa, pode reduzir em 80% os problemas de saúde da população.

A chamada medicina de família visa a detectar precocemente e tratar as doenças logo em sua fase inicial, evitando que se agravem com o tempo, o que significa mais custos para o sistema e sofrimentos para as pessoas.

O assunto está sendo debatido por médicos e profissionais de saúde reunidos no 4º Congresso da Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (Amfac-RJ), que prossegue até o próximo sábado (23).

“Não é mais aquela história do postinho, que faz uma medicina de pobre para pobre, e sim médicos com grande qualidade, que conseguem fazer um trabalho bom e gratificante junto às pessoas, com respeito. Essa especialidade da medicina de família, que temos hoje, é uma retomada dos médicos que iam às casas das pessoas, mas com arcabouço teórico e conceitual; com técnicas específicas, que permitem um trabalho com muito mais qualidade. Cerca de 80% dos problemas de saúde que atingem a população podem ser resolvidos na atenção primária”, disse Rodrigo Pacheco, conhecido como Maranhão, diretor da Amfac-RJ e médico de família na Rocinha, zona sul do Rio, com cerca de 70 mil habitantes.

O secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz, confirmou os dados apresentados pelo diretor da Amfac-RJ e disse que a meta é chegar a 2016 com pelo menos 70% das famílias incluídas no sistema.

“Com profissionais qualificados e unidades estruturadas é possível resolver de 80% a 85% dos problemas do dia a dia. Na maioria das vezes, quando ficamos doente, não precisamos de um hospital ou um centro cirúrgico, mas um bom cuidado e acompanhamento, numa unidade de atenção primária”, disse Soranz.

Segundo ele, o programa de saúde da família é uma prioridade no Rio de Janeiro.

“Em 2009 tínhamos 3% de cobertura – a menor do país. Hoje já temos 45% de cobertura, e a nossa meta é chegarmos a 70% em 2016. Esperamos avançar ainda mais nos próximos anos. É um desafio grande, mas é factível, pois este é o caminho para a cidade do Rio. Se a gente não tiver uma atenção primária organizada, como há em outros países, vai ser difícil termos um sistema de saúde mais equânime”, disse Soranz, que assumiu a secretaria recentemente.

Segundo ele, são 900 equipes de família no município do Rio, e a meta é chegar a 1.300 equipes.

“Tem uma quantidade grande de médicos que precisam ser formados. A cidade tem hoje o maior número de residentes de medicina da família do país, com 100 vagas para o primeiro ano e mais 100 para o segundo ano. Isso é fundamental para formarmos recursos humanos para ocupar as vagas das novas unidades que serão inauguradas”, destacou.

Para o diretor da Amfac-RJ, a experiência do Programa Mais Médicos, que trouxe para o país milhares de profissionais, principalmente cubanos, vai na linha da medicina de família, e demonstrou ser bem sucedida.

“Temos 14 mil médicos novos no país, e eu não conheço nenhum médico desempregado por causa disso. O país conseguiu absorver toda essa mão de obra. Nós tínhamos uma necessidade de médicos inegável. Existiam postos de trabalho que não eram ocupados”, disse Maranhão.

Informações sobre a programação do congresso e outros dados sobre medicina de família podem ser acessados no endereço eletrônico www.amfacrj.org.

Nota publicada no site da Exame – http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/medicina-de-familia-reduz-cerca-de-80-os-problemas-de-saude/

Residência Multiprofissional recebe inscrições

Estão abertas as inscrições para o curso de  Residência Multiprofissional em Saúde da Família – ano 2015/2017. A formação – uma parceria da ENSP com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS/RJ) e o Núcleo do Estado do Rio de Janeiro do Ministério da Saúde (Nerj/RJ) -, tem como objetivo capacitar os residentes para integrar as instituições de ensino e serviços de saúde por meio de ações que visem à mudança das práticas de formação e atenção, da organização do processo de trabalho, do cuidado individual, coletivo e familiar, da formação e educação na saúde e da construção do conhecimento, a partir das necessidades dos usuários. As inscrições podem ser feitas até o dia 3 de outubro de 2014 por meio da Plataforma Siga Lato Sensu. Ao todo estão disponíveis 21 vagas para graduados em enfermagem, odontologia, psicologia, nutrição e serviço social.   O curso visa promover o desenvolvimento de atributos à equipe multiprofissional de saúde de nível superior – enfermeiro, cirurgião dentista, assistente social, nutricionista e psicólogo -, para atuarem nas equipes de saúde da família com desempenhos de excelência nas seguintes áreas de competência: organização do processo de trabalho, cuidado à saúde (individual, familiar e coletivo) e nos processos de educação e formação em saúde visando à melhoria da saúde e o bem estar dos indivíduos, suas famílias e da comunidade pautados em princípios éticos.    O programa terá dois anos de duração, em tempo integral, com atividades teóricas e teórico-práticas (20%) e atividades práticas de formação em serviço (80%). A formação em serviço, feita sob supervisão de preceptores, é desenvolvida junto às equipes de saúde da família da Secretaria Municipal de Saúde (SMS/RJ). As atividades teóricas e teórico-práticas são desenvolvidas, principalmente nas dependências da ENSP, sendo acompanhadas por docentes e pesquisadores. Essas atividades são estruturadas de forma a possibilitar a problematização da realidade por meio de orientações específicas, seminários, estudos de caso, aulas dialogadas e expositivas e outras formas de ensino.   A formação possui carga horária total de 5760 horas, com atividades de segunda-feira a sábado, em horário integral, somando 60 horas semanais. O curso acontecerá no período de 9/3/2015 à 9/3/2017. Sua periodicidade é anual e a coordenação geral está a cargo da pesquisadora da ENSP, Maria Alice Pessanha de Carvalho. Já a coordenação executiva conta com os seguintes pesquisadores da ENSP: Helena Maria Seidl Fonseca, Margareth Rose Gomes Garcia, Márcia Cristina Rodrigues Fausto, José Wellington Gomes de Araújo.    Os interessados deverão preencher o formulário eletrônico de inscrição disponível na Plataforma Siga, o qual deve ser impresso, assinado e encaminhado, via Correios por Sedex, juntamente com uma série de documentos exigidas no edital.    Acesse aqui o edital para mais informações e detalhes.

Fonte Site – http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/36111

Rede entrevista Daniel Soranz

Médico sanitarista, especialista em Medicina de Família e Comunidade pela AMB e Mestre em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz. Professor/pesquisador da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (FIOCRUZ) e atualmente é o Secretário de Saúde do município do Rio de Janeiro.

1) Nos últimos  anos o Rio de Janeiro fez um grande investimento em atenção primária à saúde. Qual foi o maior desafio e quais são as metas para os próximos anos?

Aumentar a cobertura do Programa de Saúde da Família de 3,5%, que encontramos em 2009, para os atuais 44%, com 2,8 milhões de pessoas beneficiadas, foi nosso grande desafio. Para vencê-lo tivemos que passar por outros dois importantes, que foram a mudança do modelo de gestão da Atenção Primária, que passou a ser compartilhada com organizações sociais de saúde; e a formação do profissional com o perfil de médico da família, que tratamos com a criação do Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade, com 142 vagas anuais.Nossas metas para os próximos anos são continuar a expansão da Atenção Primária, alcançando 70% de cobertura do PSF até o final de 2016; organizar a regulação de leitos e a oferta e utilização de serviços de saúde de média e alta complexidades.

2) Quais as vantagens de se organizar os serviços de APS com base na estratégia de saúde da família?

A Atenção Primária passa a coordenar o cuidado das pessoas com responsabilidade territorial, dando atenção completa aos moradores daquela região. Há melhoras na eficiência em saúde e na capacidade de resolutividade, fazendo com que os pacientes não precisem procurar outras redes de atenção, a não ser quando houver, de fato, necessidade de média ou alta complexidades.

3) Com o programa Mais Médicos o governo federal tenta solucionar uma das grandes dificuldades da APS que é a contratação de profissionais. Como o município tem enfrentado esse problema?

O município do Rio de Janeiro aderiu ao Programa Mais Médicos por entender que esses profissionais são bem formados e com perfil de Atenção Primária. Eles atuam na cidade em unidades que, por diferentes motivos, tínhamos dificuldade de alocar médicos. Porém, a solução definitiva para esta dificuldade de lotação de pessoal só virá com a formação profissional através da Residência de Medicina da Família e Comunidade, que hoje está presente em 12% das equipes do município. A cada ano são formados 100 residentes, com fixação da grande maioria nos quadros do município.

4) Em 2014 o Rio de Janeiro formou a primeira turma de residência médica em medicina de família e comunidade. Qual o balanço deste projeto pioneiro no Brasil e quais são as grandes dificuldades enfrentadas?

O município tem hoje o maior Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do país, com a maior taxa de ocupação de vagas. A principal dificuldade que temos hoje é sensibilizar os alunos de graduação de medicina sobre essa especialidade, que conta com profissionais de qualidade, oferece boa remuneração e boas condições de trabalho no município. Para isso disponibilizamos nossas unidades de Atenção Primária como uma rede docente assistencial, com mais de 600 alunos atualmente, inseridos nas melhores unidades e com os melhores preceptores.

5) No campo da pesquisa voltada para a APS, o que precisa ser desenvolvido para dar sustentabilidade técnica às redes de atenção?

Cada vez mais a reforma da Atenção Primária tem sido objeto de estudo de diferentes universidades. Podemos citar o estudo feito pela UFRGS em parceria com a OPAS, avaliando a força da Atenção Primária e comparando os diferentes modelos de atenção no município. Alguns indicadores precisam de muitos anos para que o impacto da reforma seja avaliado, porém avançamos em alguns indicadores, como taxa de abandono do tratamento da tuberculose; crianças nascidas de mães com seis ou mais consultas de pré-natal; cobertura de citopatológico; entre outros.

6) Como o município tem enfrentado o “problema” das doenças crônicas e qual seriam as ações prioritárias que permitiriam diminuir este impacto?

Com a expansão da Atenção Primária é possível acompanhar melhor os pacientes com doenças crônicas. Também melhoramos a promoção da saúde, especialmente na atividade física e no controle do tabagismo. Por outro lado, otimizando a média e a alta complexidade, é possível fazer o enfrentamento dessas doenças, como outros países já o fizeram.