Faça parte da rede aqui!
Fique por dentro das últimas notícias, eventos, debates e publicações científicas mais relevantes.

Manejo do HIV na Atenção Básica é tema de oficina na Expoepi

Contando com aproximadamente 30 pessoas, o encontro foi voltado para os gestores e trabalhadores atuantes nos municípios e regiões de saúde que buscam implementar e redefinir ações que possibilitem esse cuidado, em articulação com os demais níveis do sistema de saúde.

Os debates promoveram o encontro de ideias e a apresentação de passos importantes para a reorganização do modelo de atenção. Entre eles, a implementação do manejo do HIV na Atenção Básica, o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que tratam sobre o atendimento das pessoas com HIV.

Segundo a palestrante Mariana Queiroz, analista de políticas sociais da Coordenação de Assistência e Tratamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do MS, a Atenção Básica, como ordenadora de cuidado, teria grande potencial de parceria em relação ao paciente com HIV.

Isso acontece, segundo a especialista, porque a Atenção Básica tem a capacidade de acolher e conhecer a realidade local do paciente. “Matriciando esse cuidando com o Serviço de Atenção Especializada (SAE), a Atenção Básica tem condições de dar uma atenção de qualidade e promover maior qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou.

No entanto, desafios existem. Participantes apontaram a existência de dificuldades socioculturais, entre outras, que dificultam o atendimento dos pacientes com HIV na AB. Entre as principais dificuldades, estão o grande estigma criado em torno da doença e também o receio do próprio portador do vírus de procurar os serviços locais, principalmente quando mora em cidades muito pequenas, temendo a falta de sigilo acerca da sua identidade.

“O HIV não é muito trabalhado pelas pessoas da Atenção Básica, porque há ainda um medo muito grande. Há muito tempo, o cuidado foi direcionado para o serviço especializado, e houve a criação de verdadeiros ‘guetos’ de tratamento, mas a realidade hoje é diferente; o tratamento evoluiu, e o atendimento pode e deve mudar”, defendeu a analista Mariana Queiroz aos participantes.

Para ela, é preciso que os profissionais de Atenção Básica se abram para perceber que trabalhar com a pessoa que é HIV positivo não deve ser motivo de temor. O primeiro passo para que isso aconteça, segundo a analista, deve vir da gestão local: “Quando o gestor olha pra sua realidade e vê ali um grande número de pessoas se acumulando nos serviços especializados, ou fazendo grandes deslocamentos para buscar tratamento nos grandes municípios ou capitais, deve perceber que pode, sim, com boa vontade, trabalhar com sua equipe, insistindo na construção desse cuidado local com todos os envolvidos”.

Não apenas a palestrante acredita que é preciso redesenhar e rediscutir essa atenção pra que haja uma união de forças. Para os participantes que buscaram a oficina, a chave para a melhora da assistência também seria a união entre os serviços especializados e a Atenção Básica, que resulta na gestão compartilhada do cuidado.

“Escolhi esta oficina porque considero um grande desafio a descentralização do manejo. Aqui ouvi pessoas que já estão avançando em vários aspectos, e busco levar para Alagoas informações que nos fortaleçam. A gente sabe que a parte operacional é mais difícil e não depende só do nosso querer”, afirmou Ednalva Maria de Araújo Silva, enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo a enfermeira, a Atenção Básica precisa buscar envolvimento nesse processo. “A nossa maior dificuldade é a adesão dos profissionais da AB. Sei que não existe uma formula mágica, mas sei que um momento como esse nos fortalece”, completou.

 

Tenha acesso ao Caderno de Boas Práticas em HIV/Aids na Atenção Básica, apresentado na oficina, aqui. Aproveite para acessar algumas fotostambém.

Serviço

14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi)

Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Datas: 28 a 31 de outubro

Rede APS

%d blogueiros gostam disto: