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Arquivo Diário 30 de outubro de 2014

Equipe do PMAQ/Nescon recebe prêmio

Os frutos do Programa Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB) – projeto desenvolvido no Nescon/UFMG – já estão sendo colhidos. E o melhor: reconhecidos.

A equipe responsável pelo projeto, composta pelos pesquisadoresThomaz MachadoDayse Xavier,Charles Luiz da SilvaClarice Reis,Ângela Dayrellentre outros nesconianos, receberam um prêmio do Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, realizado entre os dias 3 e 5 de setembro deste ano.

Na ocasião, eles apresentaram o trabalho A percepção do usuário sobre a qualidade da atenção saúde: aspectos éticos da relação profissional de saúde/usuário.

A pesquisa entrevistou 65.391 pessoas atendidas em Unidades Básicas de Saúde de todo o país. O ideia era avaliar aspectos que demonstrassem uma relação ética e profissional na relação usuário/prestador de serviço da Atenção Básica em saúde partindo do ponto de vista do usuário com base nos dados do PMAQ-AB de 2012.

“Verificamos que há bons níveis de avaliação em quesitos como acolhimento ao usuário em demanda espontânea; além de respeito à origem cultural, religiosa e dos costumes do assistido. Há necessidade, porém, de melhora nas condutas de todos profissionais envolvidos no processo de atendimento, sobretudo o dentista; explica Clarice Reis, uma das autoras do estudo apresentado. “Ficamos muito satisfeitos com a premiação, especialmente pelo fato desse trabalho ser iniciativa de um dos estagiários do grupo. Prêmios como esse nos estimulam a buscar constante aprimoramento do nosso trabalho”, completou.

Sobre o PMAQ

O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) procura induzir processos que ampliem a capacidade de gestão da saúde nas três esferas de governo. Com isso, espera-se melhorar o acesso aos serviços ofertados por meio do SUS, e também sua qualidade.

Iniciativa do Governo Federal, o projeto prevê a realização de um censo da infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como das condições em que trabalham as Equipes de Saúde da Família (ESF) espalhadas por todo o Brasil.

As equipes de avaliação do PMAQ são formadas por um supervisor e três entrevistadores, que percorrem as UBSs  aplicando questionários avaliativos a gestores, trabalhadores da saúde coletiva, além do usuários atendidos.

Fonte NESCON – https://www.nescon.medicina.ufmg.br/

Oficina discute saúde do trabalhador na Atenção Básica

Problemas de saúde relacionados ao trabalho podem ser detectados primeiramente pela Atenção Básica, já que este serviço está presente no território e tem contato maior com as comunidades que por ele são atendidas. E se o assunto é o trabalho infantil, especialmente o doméstico, os profissionais da Atenção Básica podem ser os únicos agentes públicos capazes de identificar a ilegalidade e alertar os demais serviços, como o Ministério Público.
Esses foram os principais pontos em discussão na oficina Integração das Ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador na Atenção Básica, realizada nesta segunda-feira (27/10), como parte da programação da 14ª Expoepi – Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças.

De acordo com dados do Sistema Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS), foram notificados, ao longo de 2013, 14 mil acidentes envolvendo crianças e adolescentes em atividade laboral. Para Carmen Silvera, da Coordenação-Geral de Saúde do Trabalhador do MS, o sistema de saúde brasileiro é um dos poucos no mundo que tem condições de identificar o trabalho infantil, e isso pode ser feito em especial pelos que atuam na Atenção Básica, “porque as famílias confiam no profissional de saúde, é um agente público que está muito próximo da população”.

Segundo Silvera, a partir da publicação da Portaria nº 1.271/2014, em junho último, a notificação compulsória de acidentes e violências envolvendo crianças e adolescentes, inclusive os relacionados ao trabalho ilegal, deve se dar por qualquer unidade de saúde que identifique o agravo, não apenas nas unidades sentinela. “E devemos lançar em breve a ficha de notificação intersetorial de trabalho infantil, na qual agentes públicos de outros setores, como os da educação e da assistência social, também poderão registrar casos como esses”, afirmou.

O Decreto nº 6.481/2008 enumera 93 atividades que não podem ser exercidas por crianças e adolescentes, nem mesmo na qualidade de aprendizes, por representarem risco físico ou moral aos que a elas se submetem.

Clique aqui para conhecer a portaria 1271/2014 e aqui para ter acesso ao decreto 6481/2008.

Fonte site DAB/MS – http://dab.saude.gov.br/portaldab/

Manejo do HIV na Atenção Básica é tema de oficina na Expoepi

Contando com aproximadamente 30 pessoas, o encontro foi voltado para os gestores e trabalhadores atuantes nos municípios e regiões de saúde que buscam implementar e redefinir ações que possibilitem esse cuidado, em articulação com os demais níveis do sistema de saúde.

Os debates promoveram o encontro de ideias e a apresentação de passos importantes para a reorganização do modelo de atenção. Entre eles, a implementação do manejo do HIV na Atenção Básica, o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que tratam sobre o atendimento das pessoas com HIV.

Segundo a palestrante Mariana Queiroz, analista de políticas sociais da Coordenação de Assistência e Tratamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do MS, a Atenção Básica, como ordenadora de cuidado, teria grande potencial de parceria em relação ao paciente com HIV.

Isso acontece, segundo a especialista, porque a Atenção Básica tem a capacidade de acolher e conhecer a realidade local do paciente. “Matriciando esse cuidando com o Serviço de Atenção Especializada (SAE), a Atenção Básica tem condições de dar uma atenção de qualidade e promover maior qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou.

No entanto, desafios existem. Participantes apontaram a existência de dificuldades socioculturais, entre outras, que dificultam o atendimento dos pacientes com HIV na AB. Entre as principais dificuldades, estão o grande estigma criado em torno da doença e também o receio do próprio portador do vírus de procurar os serviços locais, principalmente quando mora em cidades muito pequenas, temendo a falta de sigilo acerca da sua identidade.

“O HIV não é muito trabalhado pelas pessoas da Atenção Básica, porque há ainda um medo muito grande. Há muito tempo, o cuidado foi direcionado para o serviço especializado, e houve a criação de verdadeiros ‘guetos’ de tratamento, mas a realidade hoje é diferente; o tratamento evoluiu, e o atendimento pode e deve mudar”, defendeu a analista Mariana Queiroz aos participantes.

Para ela, é preciso que os profissionais de Atenção Básica se abram para perceber que trabalhar com a pessoa que é HIV positivo não deve ser motivo de temor. O primeiro passo para que isso aconteça, segundo a analista, deve vir da gestão local: “Quando o gestor olha pra sua realidade e vê ali um grande número de pessoas se acumulando nos serviços especializados, ou fazendo grandes deslocamentos para buscar tratamento nos grandes municípios ou capitais, deve perceber que pode, sim, com boa vontade, trabalhar com sua equipe, insistindo na construção desse cuidado local com todos os envolvidos”.

Não apenas a palestrante acredita que é preciso redesenhar e rediscutir essa atenção pra que haja uma união de forças. Para os participantes que buscaram a oficina, a chave para a melhora da assistência também seria a união entre os serviços especializados e a Atenção Básica, que resulta na gestão compartilhada do cuidado.

“Escolhi esta oficina porque considero um grande desafio a descentralização do manejo. Aqui ouvi pessoas que já estão avançando em vários aspectos, e busco levar para Alagoas informações que nos fortaleçam. A gente sabe que a parte operacional é mais difícil e não depende só do nosso querer”, afirmou Ednalva Maria de Araújo Silva, enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo a enfermeira, a Atenção Básica precisa buscar envolvimento nesse processo. “A nossa maior dificuldade é a adesão dos profissionais da AB. Sei que não existe uma formula mágica, mas sei que um momento como esse nos fortalece”, completou.

 

Tenha acesso ao Caderno de Boas Práticas em HIV/Aids na Atenção Básica, apresentado na oficina, aqui. Aproveite para acessar algumas fotostambém.

Serviço

14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi)

Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Datas: 28 a 31 de outubro