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Arquivo Mensal janeiro 2014

Módulos do BMJ Learning poderão ser acessados gratuitamente

Cooperação firmada entre a SBMFC e o BMJ – editora do British Medical Journal – proporcionará nova ferramenta de educação continuada aos associados da entidade. Trata-se de uma seleção de módulos do BMJ Learning que poderá ser acessada gratuitamente no Portal Saúde Baseada em Evidências do Ministério da Saúde. A iniciativa é voltada especialmente para médicos de família e comunidade.

O projeto piloto é voltado especialmente para médicos de família e comunidade e a SBMFC poderá acompanhar o acesso e o aproveitamento dos módulos pelos seus sócios. A proposta abre uma perspectiva para ações futuras, como avaliação unificada do desenvolvimento de médicos residentes, facilitando a expansão da residência em medicina de família e comunidade no Brasil.

Outros objetivos fundamentais da cooperação entre a SBMFC e a BMJ são a qualificação dos serviços de atenção primária no País e a ampliação da utilização das ferramentas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde no Portal Saúde Baseada em Evidências.

A BMJ também disponibiliza gratuitamente o Best Practice. A ferramenta de segunda opinião instantânea combina as melhores e mais atualizadas evidências e opiniões de esṕecialistas sobre doenças comuns. O canal oferece ao profissional da saúde conteúdo para auxílio em suas análises clínicas, apresentando o passo a passo para o diagnóstico, tratamento e prevenção.

Confira aqui como utilizar o BMJ Learning e realizar o cadastro no Portal Saúde Baseada em Evidências do Ministério da Saúde.

Wonca Europe 2014

Entre os dias 2 e 5 de julho, a Associação Portuguesa de Clínicos Gerais realizará o 19th Wonca Europe Conference, em Lisboa, Portugal. Sob o tema Novas Rotas para Medicina Geral e Familiar, o programa do encontro será dividido em quatro áreas: inovação nos cuidados primários, nova geração de médicos de família, atenção integral e personalizada e gestão do conhecimento.

O primeiro vencimento das inscrições com desconto será dia 28 de fevereiro. Clique aqui e inscreva-se.

Resultado da pesquisa – Acesso aos serviços de saúde por adultos em Pelotas (RS)

Em 2012, o Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas realizou nova edição da pesquisa conduzida a cada dois anos, desde 1999, como estratégia curricular do curso de Mestrado da instituição. Com o objetivo de conhecer o perfil de saúde da população, em 2012, o grupo de trabalho entrevistou 3.670 pessoas residentes na zona urbana da cidade de Pelotas, visitando 1.731 domicílios.

Dentre diversos temas em estudo, a pesquisa coletou informações relevantes sobre o acesso e a utilização dos serviços de saúde do município de Pelotas-RS. São dados que evidenciam com que frequência os cidadãos buscam atendimento de saúde, que serviços são os mais procurados pelo público e quais os principais motivos da falta de acesso aos serviços de saúde pela população.

Conheça a seguir os resultados mais importantes da pesquisa “Acesso aos serviços de saúde por adultos (20 anos ou mais) no município de Pelotas (RS)”.

 

Como foi feita a pesquisa?

A pesquisa consistiu em um estudo transversal de base populacional, conduzido entre fevereiro e junho de 2012, com amostra representativa da população de 20 anos de idade ou mais residente na zona urbana do município de Pelotas-RS.

Principais resultados da pesquisa

A análise dos dados forneceu resultados importantes sobre o acesso e a utilização dos serviços de saúde.

  • Utilização dos Serviços

29,3% dos entrevistados utilizaram algum serviço de saúde. Do total de pessoas que acessaram os serviços:

43% utilizaram Consultórios

25,1% utilizaram Unidades Básicas de Saúde

17,4% utilizaram Serviços de Urgência e Emergência

2,5% utilizaram Hospitais

12% utilizaram outros serviços

  • Falta de Acesso aos Serviços

6,5% das pessoas que buscaram algum serviço relataram não ter conseguido atendimento, principalmente por causa da falta de fichas – 42,4% dos casos – e da falta de médicos – 30,5% dos casos.

  • Tempo de Espera

5 dias ou mais foi o tempo de espera para receber atendimento em 26,4% dos casos

32,1% das pessoas esperaram uma hora ou mais na fila para atendimento

15,4% qualificaram o atendimento recebido como regular/ruim/péssimo

 

  • Fonte de Financiamento dos Serviços: Diferenças Socioeconômicas

Do total de atendimentos,

45,7% foram financiados pelo Sistema Único de Saúde. O financiamento pelo SUS foi maior nas classes C (62,9%), D e E (75,2%), entre indivíduos com cinco a oito anos de estudo (66,6%) e entre aqueles com até quatro anos de estudo (69%).

41,2% foram financiados por Convênios de Saúde. A classe econômica A/B e indivíduos com nove anos ou mais de estudo utilizaram majoritariamente serviços de saúde através de financiamento por convênio, 59,8% e 57,2%, respectivamente.

13,1% foram financiados por particular.

 

  • Análises por tipo de serviço de saúde

Os maiores índices de falta de acesso e de tempo igual ou superior a uma hora na fila de espera foram registradas para quem utilizou as Unidades Básicas de Saúde. Do total de pessoas que buscaram esse serviço, 16,7% não conseguiram atendimento e 53% esperaram mais de uma hora na fila para atendimento.

 

Considerações sobre os resultados

O SUS financiou quase a metade dos atendimentos no período de um mês retroativo às entrevistas, o que representa a amplitude dos serviços ofertados pelo sistema público de saúde. Quase 30 mil pessoas foram/são atendidas mensalmente pelo SUS.

 

O uso de serviços de saúde foi semelhante entre os diferentes grupos econômicos, representando ponto importante de avanço do Sistema Único de Saúde quanto à redução das desigualdades sociais de assistência à saúde.

Mais de dois terços (aproximadamente 70%) da falta de atendimento aconteceu nas Unidades Básicas de Saúde. Número insuficiente de fichas e carência de médicos e de outros profissionais foram os principais motivos da falta de acesso. Melhorias na estrutura e no processo de trabalho dos profissionais da atenção básica são urgentes para garantir o direito de acesso universal aos serviços de saúde.

Usuários de planos de saúde e de serviços particulares utilizam de modo mais direto médicos especialistas. Embora seja uma vantagem de acesso, o maior tempo em dias de espera somado à possibilidade de equívoco do usuário na escolha correta da especialidade podem representar agravo do problema de saúde e maior percurso para solução da doença.

O tempo na fila de espera e a maior insatisfação com o atendimento recebido nos serviços públicos (principalmente nas UBS) evidenciam problemas sistêmicos do SUS. Ações voltadas para a redução das filas e tempo de espera para o atendimento são urgentes para melhorar o desempenho do SUS e da atenção básica à saúde.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saúde terá orçamento de R$ 106 bilhões em 2014

A presidenta da República Dilma Rousseff sancionou o Orçamento da União para o ano de 2014. De acordo com o texto, publicado na edição desta terça-feira (21) no Diário Oficial da União (DOU), o orçamento do Ministério da Saúde para o ano de 2014 será de R$ 106 bilhões. A proposta já havia sido aprovada pelo Congresso Nacional em 18 de dezembro e seguiu para a sanção presidencial que não apresentou vetos.

O valor estipulado para o ano de 2014 representa um aumento de 31% em relação a 2011, quando o orçamento foi de R$ 80,9 bilhões. Desde esse período, foram executados pelo Ministério da Saúde R$ 258 bilhões em ações e serviços públicos. Em 11 anos, os recursos destinados ao setor mais que triplicaram. Em 2003, o valor disponível para as ações da pasta era de R$ 31,2 bilhões.

Este crescimento permitiu aos estados e municípios, responsáveis pela execução das ações em saúde, ampliar programas estratégicos como UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), expandir a Atenção Básica no país, além de incorporar novas tecnologias para o tratamento de câncer e ofertar medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma por meio do Saúde Não Tem Preço.

Todos os repasses financeiros realizados pelo Ministério da Saúde são feitos por meio do Fundo Nacional de Saúde (FNS) e levam em consideração fatores como a adesão aos programas federais. Além disso, são utilizados critérios populacionais e epidemiológicos, considerando as características de doenças transmissíveis ou crônicas existentes em cada região.

O Fundo Nacional de Saúde é o gestor financeiro, na esfera federal, dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Além de atender às despesas do Ministério da Saúde e de seus órgãos e entidades da administração indireta, os recursos geridos pelo FNS são transferidos mensalmente para o custeio e investimento na área da saúde.

Fonte MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

 

66º Reunião anual da SBMFC

Estão abertas a inscrições para a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada entre 22 e 27 de julho de 2014, na Universidade Federal do Acre (UFAC), em Rio Branco, e terá como tema central Ciência e Tecnologia em uma Amazônia sem Fronteiras. As inscrições podem ser feitas no site do evento, onde é possível encontrar todas as informações. O evento é aberto ao público e qualquer pessoa pode participar, sem inscrição prévia, da maioria das atividades. A inscrição e o pagamento de taxa são necessários apenas para aqueles que pretendem apresentar trabalhos científicos, que queiram participar de um dos minicursos ou receber a programação impressa.

Entre as novidades, a próxima edição contará com a participação das principais associações científicas dos Estados Unidos, da China, da Europa e da Índia, além de pesquisadores renomados da América Latina, para participarem de debates sobre temas de impacto em política científica. Estarão presentes dirigentes da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), a Associação Chinesa para a Ciência e a Tecnologia (CAST, na sigla em inglês), a Associação Europeia para Ciência (EuroScience) e o Congresso de Associações de Ciência da Índia (ISCA). A proposta é de que essas instituições participem de debates sobre um determinado tema de impacto em política científica.

Rede entrevista Armando Henrique Norman

É graduado em medicina pela Universidade Federal do Paraná (1995) com residência em Medicina Geral e Comunitária/Medicina de Família e Comunidade pela PUC-PR (2001) e mestrado em Antropologia Médica pela Universidade de Durham/Reino Unido (2011). Atualmente faz Doutorado (em andamento – 2012-2016) pela Durham University na área de Antropologia Médica.Atua, também, como coordenador editorial da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade da SBMFC  e tem experiência nas áreas de Medicina e Antropologia, com ênfase em Antropologia Médica, atuando principalmente nos seguintes temas: Pagamento por Performance  (P4P), Prevenção Quaternária (P4), Medicalização Social, Rastreamento, Medicina de Família e Comunidade (MFC), Atenção Primária à Saúde (APS), Medicina Preventiva e Medicinas Complementares (Homeopatia).

1) Como está sendo a realização de sua pesquisa em Antropologia na Universidade de Durham  e como são os incentivos para a pesquisa propostos pelo  Reino Unido?

 A experiência de fazer meu PhD na Inglaterra tem sido muito boa porque estou conseguindo realizar um projeto de pesquisa que tem permitido combinar minha experiência enquanto médico de família, no Brasil, com conceitos do campo das ciências sociais, especificamente da antropologia.  Dessa forma, tanto minha agenda pessoal, enquanto profissional da APS, como o papel de pesquisador em antropologia da saúde, foram integrados. Apesar de haver muita informação sobre o modelo inglês – que eu alimentava em meu imaginário – quando você vai para campo e contrapõe essas expectativas com a realidade dos serviços, um novo olhar ou novas perspectivas se abrem. Assim, posso dizer que tem sido muito enriquecedor poder acompanhar as consultas e serviços aqui no condado de Durham. Como recebo bolsa Capes isso me confere liberdade para direcionar mais livremente minha pesquisa, pois no Reino Unido os incentivos geralmente estão alinhavados a recursos financeiros específicos que os orientadores ou pesquisares conseguem captar, de modo que os estudantes de PhD se envolvem em alguns ramos (ou braços) do tema do pesquisador principal. Existem certamente muito recursos, bolsas e oportunidades para os estudantes ingleses e da união europeia para encontrarem alguma linha de pesquisa que atenda as suas necessidades enquanto pesquisadores.

2) Na visão de pesquisador, como se pode promover a pesquisa nos serviços da APS e quais são as condições necessárias para seu desenvolvimento?

 Difícil responder a essa pergunta, visto que estou fora da academia e tenho um olhar desde as perspectivas do serviço. Assim, meu viés é que a universidade está fora do serviço. A relação dos pesquisadores com os serviços da APS parte de uma perspectiva cuja vivência dos serviços, tanto profissionalmente como enquanto usuários do sistema é limitada. O SUS sempre foi um serviço assistencial para o outro (o pobre), não para mim, gestor, professor universitário ou mesmo pesquisador. O próprio ministério também reflete um pouco isso e assim as linhas de financiamento para pesquisas nem sempre dialogam com as realidades dos SUS.  Assim, temas importantes referentes ao modelo assistencial adotado na APS/ESF como acesso, coordenação do cuidado, a descentralização do sistema – com pouca responsabilidade dos gestores municipais pela não implantação das políticas públicas proposto ao ministério da saúde – não são pesquisados em maiores detalhes. Porém, vejo isso como processo e dentro de uma perspectiva nacional histórica da APS/ESF no país – que este ano completa 20 anos de trajetória – mas que está gradualmente retomando a centralidade da APS e vários municípios estão gradativamente liderando esse debate e envolvendo universidades e pesquisadores no sentido de discutir mais amplamente a APS no SUS e redirecionar suas linhas de pesquisas de modo que seus resultados possam retroalimentar o SUS.

3) Como podemos melhorar nossa produtividade científica para melhorias na atenção primária?

Primeiro, o órgãos fomentadores de pesquisa deveriam financiar projetos que fossem de interesse para o SUS/APS. Outro fator é que aquele que está fora da universidade, mas tem acúmulo profissional, na maioria das vezes não é envolvido nesses projetos de pesquisa. Assim, há necessidade de fomentar a criação de departamentos de Medicina de Família ou de APS que abriguem pesquisadores que sejam simultaneamente parte da academia e dos serviços do SUS. Penso que essa integração seja importante para se ter pesquisadores mais engajados com os cotidianos dos serviços e desse modo possam direcionar melhor os recursos em pesquisa para temas relevante à APS.

 

4) Sendo um pesquisador brasileiro e residindo atualmente na Inglaterra quais são hoje as principais dificuldades da Atenção Primária no Reino Unido, um dos países modelo em saúde pública para o Brasil?

A questão aqui na Inglaterra reflete principalmente o déficit financeiro que o governo está tendo que enfrentar devido aos custos crescentes de se financiar um sistema universal. Isso se deve a basicamente três fatores: altos custos dos insumos em saúde; expectativas cada vez mais altas por parte dos usuários do sistema que demandam por mais serviços; e o envelhecimento populacional que naturalmente gera pacientes com maiores necessidades em saúde. A preocupação é como continuar financiando o NHS de modo que este seja ‘economicamente viável’. Em relação ao modelo de APS eles estão para lançar um novo contrato com os GPs, que representam o carro-chefe dos serviços da APS, para resgatar os danos causados em parte pelo pagamento por desempenho que gerou distorções no sistema de saúde desresponsabilizando os GPs pelos cuidados continuados e personalizados e produzindo maiores demandas sobre os pronto-atendimentos e emergências dos hospitais. Existe uma crescente descentralização para a APS de serviços que tradicionalmente eram vistos como hospitalares. Isso também é uma tendência de fortalecimento de serviços comunitários de saúde.

5) Um dos últimos temas da revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, do qual é editor chefe, foi sobre o PCATool . Qual a importância de utilizar metodologias de avaliação dos serviços e sistemas de saúde?

É importante avaliar os serviços oferecidos à população para que se possa aprimorar e corrigir eventuais distorções que o sistema está causando. Se não se avalia o que se está fazendo e/ou como se está fazendo, quando surgem problemas não se tem a menor ideia de suas causas e/ou recursos podem ser gastos com soluções que não foram fundamentadas em uma avaliação criteriosa dos problemas que o serviço apresentava. O PCATool (Instrumento de avaliação da APS) é um instrumento testado internacionalmente e validado para o contexto do Brasil. Ele avalia os atributos essenciais e derivados da APS tais como, coordenação do cuidado, acesso de primeiro contato, longitudinalidade, etc.  Por vezes gestores desconhecem os fundamentos da APS e podem então utilizar instrumentos inadequados, que priorizam outros atributos, criando ou valorizando aspectos secundários e menos relevantes e relegando aspectos importantes a segundo plano. Recentemente um grupo de pesquisadores brasileiros da UFRGS desenvolveu uma versão reduzida do PCATool, de maior aplicabilidade para os gestores municipais, o que pode estimular estes mesmos gestores a priorizarem áreas que necessitem de investimento baseado nos resultados obtidos por esse instrumento.

 

6) Uma das maiores dificuldades para o fortalecimento da atenção primária no Brasil está na contratação de médicos. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio inovou em criar um programa de residência médica em MFC que formará um grande número de novos profissionais para atuar em seu sistema. Como foi a experiência em participar da criação do programa e é esse  o caminho para o preenchimento de vagas?

 Como relatei anteriormente, existem alguns municípios que optaram por investir na APS/ESF e o município do Rio de Janeiro é um exemplo de redirecionamento dos recursos existentes para o fortalecimento de uma APS de qualidade que pode servir como um exemplo nacional de como reestruturar a APS no Brasil. Penso que a inclusão de formação em Medicina de Família e Comunidade por meio da residência médica, tanto via própria secretaria municipal de saúde (SMS-RJ) como por meio de parcerias com universidades importantes como UERJ, UFRJ e ENSP é fundamental para a formação de recursos humanos para o município do Rio, que pretende, até 2016, contar com uma cobertura de 70% de APS. Não é possível pensar em aprimorar os serviços e expandir sem comprometer a qualidade da assistência se não existirem profissionais bem formados e capacitados para prestar uma assistência adequada à população. No Reino Unido é o próprio NHS que se encarrega do papel de formar seus profissionais de saúde. Aqui em Durham estou frequentando o programa de treinamento dos GPs que recebe suporte financeiro e estrutural do que eles chamavam de Deanery, atualmente Health Education (uma escola de saúde) que é muito semelhante com o que o Rio de Janeiro esta realizando. As OTICS como centros ou espaços para os encontros teóricos e de educação continuada cumprem um papel semelhante a esses espaços ofertados para a formação pelos serviços. Assim, o Rio de Janeiro está sintonizado com a responsabilização dos serviços em formar e qualificar seus profissionais. Ter participado do início da implantação do PRMFC foi uma experiência muito gratificante e enriquecedora, tanto pessoalmente como profissionalmente.

 

 

Atenção Primária forte é aquela com instrumentos que permitem medir a qualidade que oferece para melhorá-la continuamente

Autor: Juan Gervas

Hay que evitar dar respuestas simples a situaciones y problemas complejos. Tales soluciones suelen ser erróneas. Por ejemplo, en el sector de la salud cada vez hay más personas, familias y comunidades que presentan problemas más complejos, mientras que el sistema sanitario pretende ofrecer soluciones simples, aquellas que en el pasado ayudaron a resolver otros problemas y otras situaciones. ¿Los actuales pacientes, familias y comunidades son algo complejo o es el sistema sanitario con el que pretendemos dar respuesta algo demasiado simple para la cambiante situación epidemiológica, social y tecnológica?

El sistema sanitario precisa de un cambio continuo para responder a las cambiantes necesidades de la salud. Por ejemplo, la llegada del teléfono móvil (celular) ha cambiado las comunicaciones para los miembros de todas las clases sociales en todos los ámbitos de la vida. Sólo el sector sanitario se mantiene ajeno a tal revolución silenciosa. Así, el teléfono móvil (celular) rompe las barreras geográficas y administrativas y proporciona accesibilidad con sus muchas “aplicaciones” (electrocardiograma, ecografía, fotografía y tele-consultas, entre otras) que llevan tecnología no sólo a la casa del paciente, sino también a las zonas rurales y/o aisladas. ¿Qué ha hecho al respecto el sistema sanitario público? ¿Los agentes comunitarios utilizan el teléfono móvil (celular) para mejorar su calidad de atención? ¿Lo utilizan los médicos de familia para facilitar el seguimiento de pacientes en situaciones de crisis, como en los casos de esquizofrenia mal controlados? ¿Facilita el teléfono móvil (celular) el trabajo a domicilio de las enfermeras y técnicos?

En todos los países del mundo hay cambios que obligan al re-diseño de la atención sanitaria, con el objetivo de responder más eficientemente a las nuevas y más complejas necesidades. Tales cambios se refieren básicamente a1:

• El impacto de las mejoras de los determinantes sociales y del sistema sanitario en la salud de los individuos y poblaciones. En lo que respecta a las intervenciones sanitarias, éstas son más precoces, más potentes y más variadas, siendo aplicadas por muy diferentes profesionales (poco coordinados pues trabajan en lugares muy heterogéneos). Las mejoras sociales, económicas y políticas han permitido la redistribución de la riqueza, el incremento de la equidad, la mejor y mayor seguridad frente a los avatares de la vida (cobertura sanitaria universal, establecimiento de un sistema de pensiones y de desempleo, etc.), la disminución del analfabetismo, las mejoras en las condiciones de vivienda y trabajo, el suministro de agua y el alcantarillado, etc. Todo ello conlleva una mayor expectativa de vida y, al aumentar ésta, el aumento consecutive de las enfermedades y los problemas crónicos, junto con una mayor probabilidad de que las intervenciones sanitarias sean perjudiciales;

• Las mejoras en las tecnologías. El citado ejemplo del teléfono móvil (celular) ha cambiado las comunicaciones e, incluso, las dinámicas económicas, laborales y sociales. En otro ejemplo, la nueva tecnología también es aquella que facilita el diagnóstico rápido de la muestra de esputos con probables bacilos de tuberculosis, y, además, permite “tipificar” el ADN de los mismos para “trazar” el contagio. También es tecnología el cambio organizativo que facilita, por ejemplo, el trabajo de un equipo “funcional” en Atención Primaria, de forma y manera que cada miembro aumenta su capacidad de respuesta a los problemas de salud de pacientes, familias y comunidades. La tecnología ha cambiado todo lo relacionado con la prevención, diagnóstico, tratamiento y rehabilitación. Se trata de aplicarla de manera que provoque cambios positivos en la salud. Un buen ejemplo del uso adecuado de la tecnología es la que se ve en la trayectoria vital de pacientes con poliomielitis en Noruega (país nórdico y rico), a diferencia de la de Estonia (país báltico, ex república soviética de la extinta dictadura comunista): en el primer caso logran realizarse plenamente, mientras que en el segundo quedan socialmente relegados2;

• El aumento de las expectativas sociales en lo que respecta a salud y bienestar vital. Los individuos y poblaciones han visto cambios casi “milagrosos”, como una apendicitis intervenida quirúrgicamente y de forma indolora, o una crisis de depresión grave curada con la medicación correspondiente, o la vacuna infantil contra el sarampión, y por todo ello es fácil que esperen la progresiva eliminación de todo dolor, sufrimiento y enfermedad, e, incluso, la inmortalidad. Siguiendo esta lógica, lo que se espera es la juventud eterna. También han visto la transformación en la oferta de servicios, que se vuelven más inmediatos y accesibles; por ejemplo, el servicio a domicilio abarca desde libros comprados por Internet a comida encargada por teléfono. En esta lógica resulta absurda la existencia de “colas” (“listas de espera”) para ser atendido en el sistema sanitario, o incluso el hecho de tener que desplazarse para recibir tales servicios.

Los cambios señalados (y otros muchos más) exigen la mejora en la respuesta sanitaria. Sobre todo, “piden” una Atención Primaria fuerte1,3. Tal Atención Primaria tiene instrumentos para medir la calidad de los servicios que ofrece y así poder introducir los cambios precisos con los que dar respuestas apropiadas a problemas cada vez más complejos. Barbara Starfield destacó en este campo, de elaboración de conceptos, medidas e instrumentos, para medir la calidad de los servicios prestados en Atención Primaria. Por ejemplo con el “Primary Care Assessment Tool” (PCATool)4. Un buen ejemplo es el presente número de la “Revista de la Sociedad Brasileña de Medicina Familiar y Comunitaria”, donde se presentan los resultados prácticos de su aplicación en Brasil. Con ello se demuestra que la Atención Primaria brasileña tiene capacidad para ser “fuerte” y mejorar la calidad de sus servicios, de forma que responda a las “complejas” necesidades de pacientes, familias y comunidades5.

No es casual el interés brasileño por el PCATool, pues éste se debe tanto al rigor científico, académico y profesional de la Atención Primaria brasileña como a la especial relación de Barbara Starfield con Brasil, país que ocupaba un lugar preferente en su corazón.

artigogervas

Artigo publicado na Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade da SBMFC –http://www.rbmfc.org.br/

DAB lança terceiro edital do Provab para médicos

O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (7), o terceiro edital de convocação de médicos para participarem do Programa de Valorização dos Profissionais na Atenção Básica (Provab). A iniciativa, institucionalizada pela Lei do Mais Médicos, leva os profissionais para atuarem por um ano na atenção básica das regiões mais carentes, como no interior e periferias dos grandes centros. Em troca, recebem bolsa federal mensal de R$ 10 mil e a possibilidade de pontuação adicional de 10% na prova de residência médica, caso o participante cumpra a carga horária do programa e seja aprovado na avaliação final. O objetivo é qualificar os médicos por meio de atividades práticas supervisionadas em unidades básicas de saúde e especialização em atenção básica.

O edital traz ainda uma novidade: profissionais brasileiros ou com diploma revalidado no Brasil participantes dos programas de aperfeiçoamento em atenção básica do Ministério da Saúde, o Mais Médicos e o Provab, poderão fazer transferência de um para o outro. O objetivo é dar a oportunidade para o profissional fazer uma nova especialização e permanecer no município em que já atua por um período maior na mesma unidade básica.

“A transferência entre o Mais Médicos e o Provab trará benefícios aos profissionais brasileiros e à população. A medida permite o aperfeiçoamento dos médicos e a continuidade na assistência na atenção básica dos municípios”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

O Provab 2014 prevê a especialização em Saúde da Família para os médicos por um período de 12 meses. O curso conta com atividades práticas na Atenção Básica sob supervisão de Instituições de Ensino Superior e acompanhamento dos gestores locais, além de aulas teóricas ministradas em metodologia ensino a distância pela Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UnA-SUS). Os profissionais iniciam suas atividades nos municípios no dia 6 de março.

PROFISSIONAIS – Os interessados podem se inscrever entre os dias 14 e 30 de janeiro, pela internet, por meio do endereço eletrônico http://provab.saude.gov.br. Após aderirem ao programa, deverão escolher o local onde desejam atuar entre os dias 7 e 9 de fevereiro. Só estarão disponíveis vagas em municípios que aderiram ao programa na edição de 2013. O profissional poderá selecionar uma opção em cada um dos seis perfis estabelecidos pelo Ministério da Saúde em áreas prioritárias definidas pelo edital, como regiões carentes de capitais, regiões metropolitanas, interior e distritos indígenas.

O número de vagas em cada localidade dependerá da demanda informada pela coordenação do Programa. A distribuição dos médicos obedecerá a critérios de preferência previstos em editais nos casos em que o número de profissionais interessados for maior do que a oferta de vagas. Terão prioridade no processo de alocação os médicos que se graduaram, obtiveram certificado de conclusão de curso ou revalidaram diploma em instituição de ensino localizada na unidade da federação a qual pertence o município, bem como os nascidos no estado. O segundo critério consiste na data e horário da adesão, e o terceiro, na idade do profissional, tendo preferência a maior.

Os médicos que se inscreverem no Provab 2014 não estão incluídos nos 13 mil profissionais previstos no Programa Mais Médicos até março de 2014.

BALANÇO – O número de participantes do Provab cresceu dez vezes de 2012 para 2013, passando de 381 para mais de 3,3 mil profissionais em 1.157 municípios, sendo a maioria das cidades (573) na Região Nordeste.

Do total, 3.226 profissionais foram aprovados com conceito satisfatório e poderão pleitear a pontuação de 10% na prova de residência médica.

TRANSFERÊNCIA – Para pedir a migração entre programas, o médico deverá permanecer no mesmo município em que já atua e estar em dia com todas as atividades de ensino e serviço, incluindo a frequência obrigatória na especialização.

O profissional ficará submetido à legislação do programa em que optou atuar. O período para a manifestação de interesse na transferência será entre 2 e 4 de fevereiro.

As transferências serão realizadas a partir do quarto ciclo do programa Mais Médicos. O próximo edital do programa definirá os prazos e exigências para os interessados em realizar a mudança.

Fonte – site MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

Opas reconhece Telessaúde Brasil como referência mundial

O Programa Telessaúde Brasil Redes, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, é reconhecido pela Organização Pan-Americana da Saúde, organismo internacional ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS), como referência mundial em tele-tecnologia para promover e ampliar o acesso aos cuidados em saúde, especialmente às populações que vivem em áreas remotas. A ferramenta é um importante aliado do modelo de Atenção Básica implantado atualmente no país, e gestores de saúde de outros países, entre os quais nações africanas, estão estudando seus indicadores de funcionamento e metodologias de implantação e de monitoramento.

O Telessaúde Brasil Redes viabiliza a realização de teleconsultorias, telediagnósticos, teleducação e segundas opiniões formativas por meio de tecnologias da informação implantadas em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e instituições de referência. Atualmente, são 14 núcleos implantados e 33 em fase de implantação, localizados em instituições formadoras, como hospitais universitários, e órgãos de gestão. Eles se conectam a mais de cinco mil pontos instalados em UBS de 2,5 mil municípios, abrangendo 30 mil profissionais das equipes de Saúde da Família. Este ano, o Ministério da Saúde deve lançar também um aplicativo para dispositivos móveis (sistemas Android e iOS) e ampliar o atendimento para mais de três mil municípios.

De acordo com a OPAS/OMS, em áreas como a região amazônica, onde há grandes distâncias a serem percorridas, as soluções tecnológicas oferecidas pelo Telessaúde podem evitar o encaminhamento desnecessário de pacientes para os grandes centros, evitando a realização de deslocamentos que demandam tempo e geram custos aos usuários do SUS e ao próprio sistema. Ao criar as centrais de regulação de consultas e exames e ao utilizar a teleconsultoria para avaliar a situação do paciente, o Ministério da Saúde tornou possível avaliar os benefícios esperados do tratamento antes que o usuário precise viajar, aponta a organização. A OPAS também destaca que o Ministério da Saúde tem feito grandes investimentos em recursos humanos, financeiros e organizacionais no SUS, cuja experiência é classificada como de complexidade única no mundo.

Fonte MS – http://portalsaude.saude.gov.br

Abertas as inscrições para a prova de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade

A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) realizará prova de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade com aplicação do exame de forma policêntrica – descentralizada. As inscrições para o concurso devem ser realizadas pelo site www.sbmfc.org.br até o dia 15 de fevereiro.

Atualmente, além de contribuir com o fortalecimento e a qualificação das Equipes Saúde da Família (ESF), a titulação de especialista é um dos pré-requisitos solicitados em seleções e concursos públicos para MFC; fator diferencial na gratificação em municípios com Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

Para os profissionais que trabalham há mais de quatro anos em ESF ou têm Residência em MFC, o Título de Especialista se torna uma importante ferramenta para melhores remunerações e cargos, bem como auxilia no fortalecimento da especialidade.

A prova escrita será aplicada no dia 6 de abril e para mais informações, acesse o edital e confira os requisitos para participar.