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Arquivo Diário 27 de janeiro de 2014

Módulos do BMJ Learning poderão ser acessados gratuitamente

Cooperação firmada entre a SBMFC e o BMJ – editora do British Medical Journal – proporcionará nova ferramenta de educação continuada aos associados da entidade. Trata-se de uma seleção de módulos do BMJ Learning que poderá ser acessada gratuitamente no Portal Saúde Baseada em Evidências do Ministério da Saúde. A iniciativa é voltada especialmente para médicos de família e comunidade.

O projeto piloto é voltado especialmente para médicos de família e comunidade e a SBMFC poderá acompanhar o acesso e o aproveitamento dos módulos pelos seus sócios. A proposta abre uma perspectiva para ações futuras, como avaliação unificada do desenvolvimento de médicos residentes, facilitando a expansão da residência em medicina de família e comunidade no Brasil.

Outros objetivos fundamentais da cooperação entre a SBMFC e a BMJ são a qualificação dos serviços de atenção primária no País e a ampliação da utilização das ferramentas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde no Portal Saúde Baseada em Evidências.

A BMJ também disponibiliza gratuitamente o Best Practice. A ferramenta de segunda opinião instantânea combina as melhores e mais atualizadas evidências e opiniões de esṕecialistas sobre doenças comuns. O canal oferece ao profissional da saúde conteúdo para auxílio em suas análises clínicas, apresentando o passo a passo para o diagnóstico, tratamento e prevenção.

Confira aqui como utilizar o BMJ Learning e realizar o cadastro no Portal Saúde Baseada em Evidências do Ministério da Saúde.

Wonca Europe 2014

Entre os dias 2 e 5 de julho, a Associação Portuguesa de Clínicos Gerais realizará o 19th Wonca Europe Conference, em Lisboa, Portugal. Sob o tema Novas Rotas para Medicina Geral e Familiar, o programa do encontro será dividido em quatro áreas: inovação nos cuidados primários, nova geração de médicos de família, atenção integral e personalizada e gestão do conhecimento.

O primeiro vencimento das inscrições com desconto será dia 28 de fevereiro. Clique aqui e inscreva-se.

Resultado da pesquisa – Acesso aos serviços de saúde por adultos em Pelotas (RS)

Em 2012, o Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas realizou nova edição da pesquisa conduzida a cada dois anos, desde 1999, como estratégia curricular do curso de Mestrado da instituição. Com o objetivo de conhecer o perfil de saúde da população, em 2012, o grupo de trabalho entrevistou 3.670 pessoas residentes na zona urbana da cidade de Pelotas, visitando 1.731 domicílios.

Dentre diversos temas em estudo, a pesquisa coletou informações relevantes sobre o acesso e a utilização dos serviços de saúde do município de Pelotas-RS. São dados que evidenciam com que frequência os cidadãos buscam atendimento de saúde, que serviços são os mais procurados pelo público e quais os principais motivos da falta de acesso aos serviços de saúde pela população.

Conheça a seguir os resultados mais importantes da pesquisa “Acesso aos serviços de saúde por adultos (20 anos ou mais) no município de Pelotas (RS)”.

 

Como foi feita a pesquisa?

A pesquisa consistiu em um estudo transversal de base populacional, conduzido entre fevereiro e junho de 2012, com amostra representativa da população de 20 anos de idade ou mais residente na zona urbana do município de Pelotas-RS.

Principais resultados da pesquisa

A análise dos dados forneceu resultados importantes sobre o acesso e a utilização dos serviços de saúde.

  • Utilização dos Serviços

29,3% dos entrevistados utilizaram algum serviço de saúde. Do total de pessoas que acessaram os serviços:

43% utilizaram Consultórios

25,1% utilizaram Unidades Básicas de Saúde

17,4% utilizaram Serviços de Urgência e Emergência

2,5% utilizaram Hospitais

12% utilizaram outros serviços

  • Falta de Acesso aos Serviços

6,5% das pessoas que buscaram algum serviço relataram não ter conseguido atendimento, principalmente por causa da falta de fichas – 42,4% dos casos – e da falta de médicos – 30,5% dos casos.

  • Tempo de Espera

5 dias ou mais foi o tempo de espera para receber atendimento em 26,4% dos casos

32,1% das pessoas esperaram uma hora ou mais na fila para atendimento

15,4% qualificaram o atendimento recebido como regular/ruim/péssimo

 

  • Fonte de Financiamento dos Serviços: Diferenças Socioeconômicas

Do total de atendimentos,

45,7% foram financiados pelo Sistema Único de Saúde. O financiamento pelo SUS foi maior nas classes C (62,9%), D e E (75,2%), entre indivíduos com cinco a oito anos de estudo (66,6%) e entre aqueles com até quatro anos de estudo (69%).

41,2% foram financiados por Convênios de Saúde. A classe econômica A/B e indivíduos com nove anos ou mais de estudo utilizaram majoritariamente serviços de saúde através de financiamento por convênio, 59,8% e 57,2%, respectivamente.

13,1% foram financiados por particular.

 

  • Análises por tipo de serviço de saúde

Os maiores índices de falta de acesso e de tempo igual ou superior a uma hora na fila de espera foram registradas para quem utilizou as Unidades Básicas de Saúde. Do total de pessoas que buscaram esse serviço, 16,7% não conseguiram atendimento e 53% esperaram mais de uma hora na fila para atendimento.

 

Considerações sobre os resultados

O SUS financiou quase a metade dos atendimentos no período de um mês retroativo às entrevistas, o que representa a amplitude dos serviços ofertados pelo sistema público de saúde. Quase 30 mil pessoas foram/são atendidas mensalmente pelo SUS.

 

O uso de serviços de saúde foi semelhante entre os diferentes grupos econômicos, representando ponto importante de avanço do Sistema Único de Saúde quanto à redução das desigualdades sociais de assistência à saúde.

Mais de dois terços (aproximadamente 70%) da falta de atendimento aconteceu nas Unidades Básicas de Saúde. Número insuficiente de fichas e carência de médicos e de outros profissionais foram os principais motivos da falta de acesso. Melhorias na estrutura e no processo de trabalho dos profissionais da atenção básica são urgentes para garantir o direito de acesso universal aos serviços de saúde.

Usuários de planos de saúde e de serviços particulares utilizam de modo mais direto médicos especialistas. Embora seja uma vantagem de acesso, o maior tempo em dias de espera somado à possibilidade de equívoco do usuário na escolha correta da especialidade podem representar agravo do problema de saúde e maior percurso para solução da doença.

O tempo na fila de espera e a maior insatisfação com o atendimento recebido nos serviços públicos (principalmente nas UBS) evidenciam problemas sistêmicos do SUS. Ações voltadas para a redução das filas e tempo de espera para o atendimento são urgentes para melhorar o desempenho do SUS e da atenção básica à saúde.