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Artigo em destaque: MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE COMO MÉDICOS IDEAIS PARA AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Boletim Rede APS – 23jun2023

A Rede APS coloca em destaque a dissertação de mestrado intitulada “MÉDICOS DE FAMÍLIA E COMUNIDADE COMO MÉDICOS IDEAIS PARA AS EQUIPES DE SAÚDE DA FAMÍLIA: evidências de um estudo ecológico longitudinal sobre ICSAP entre 2017 e 2021 no município de Belo Horizonte para informar políticas de saúde pública” [1]. Rodrigues sugere que a Residência em Medicina de Família e Comunidade (MFC), como formação, está associada a melhores indicadores dos serviços de Atenção Primária, visto que a disponibilidade de Médicos de Família e Comunidade (mFC) nos centros de saúde avaliados esteve correlacionada a menores coeficientes de internação por causas sensíveis à Atenção Primária (ICSAP) [1].

O objetivo do estudo foi investigar a influência da inclusão de Médicos com formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC versus não-MFC) sobre o desfecho de ICSAP na cidade de Belo Horizonte entre os anos de 2017 e 2021. Para tanto, foi desenvolvida metodologia de estudo ecológico longitudinal, de abordagem quantitativa, com dados secundários de cerca de 600.000 Autorizações de Internação Hospitalar relacionadas à população de pacientes adscritos à área de abrangência de CS do município de Belo Horizonte, entre os anos de 2017 e 2021. Como desfecho, foi analisado o coeficiente de internação por causas sensíveis à atenção primária (incidence rate ratio – IRR), observando a exposição de interesse, que se refere à concentração de profissionais médicos assistentes com treinamento em Medicina de Família e Comunidade nos respectivos centros de saúde em cada competência [1].

Utilizando o modelo Linear Generalizado (MLG) Gama, com tais dados socioeconômicos e sanitários, o estudo observou menor incidência de ICSAP associada significativamente a maior concentração de Médicos de Família e Comunidade. A ordem de grandeza dessa redução foi de 11,89% [7,30%; 16,30%], com p-valor < 0,05, de tal forma que a interpretação é de que aumentando em uma unidade a proporção de horas médicas de médicos com RMFC sobre o total de horas médicas das equipes de Saúde da Família (eSF), ou seja, tornando virtualmente 100% dos médicos que trabalham em equipe de Saúde da Família (eSF) em mFC, existe uma redução potencial de cerca de 11,89% das internações por todas as causas de ICSAP [1].

Adicionalmente, esse efeito de redução de ICSAP não foi observado com a presença de médicos generalistas, sem especialização em MFC. Análises de subgrupo foram realizadas para verificar o efeito em cada uma das categorias de vulnerabilidade social (baixa, média, alta e muito alta), nas categorias durante os períodos pré-pandêmico e pandêmico), e nas categorias de causas de ICSAP [1].

Diante de tais resultados, em conclusão, o autor ressalta crítica o senso comum de que a atenção primária é uma área de atuação sem complexidades, passível de ser realizada indistintamente por qualquer médico sem especialização, acrescentando que espera que presente investigação possa adicionado evidências ao argumento em favor da necessidade da valorização da especialização em Medicina de Família e Comunidade, como medida de saúde pública para qualificar a atenção primária no Brasil.

 

Boletim escrito por: Gregório Victor Rodrigues

Para acessar o artigo na íntegra clique aqui
(https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50865/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vers%c3%a3o%20Final%20-%20Greg%c3%b3rio.pdf).

Referência:

[1] Rodrigues GV. Médicos de Família e Comunidade como médicos ideais para as Equipes de Saúde da Família: evidências de um estudo ecológico longitudinal entre 2017 e 2021 no município de Belo Horizonte para informar políticas de saúde pública
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/50865/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20-%20Vers%c3%a3o%20Final%20-%20Greg%c3%b3rio.pdf

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