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Arquivo Mensal fevereiro 2014

Mortalidade infantil cai pela metade em Florianópolis

A mortalidade infantil na cidade de Florianópolis (SC) atingiu uma marca histórica em 2013. Dados divulgados pelo governo catarinense revelaram que houve uma redução de 46% em relação a 2012. A taxa de mortalidade infantil no primeiro ano de vida ficou em apenas 5,2 por 1.000 nascidos vivos e, atualmente, é comparável a países como Noruega e Suécia.No ano passado, foram registrados 21 óbitos a menos que em 2012 e a taxa de mortalidade em menores de um ano caiu de 9,7 para 5,2 por 1.000 nascimentos. Além de possuir a maior cobertura em saúde da família do Brasil, o fortalecimento de diversas ações em 2013 nas áreas de saúde da criança e da mulher gestante, como o Capital Criança e a Rede Cegonha, contribuíram sobremaneira a este feito.

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Alimentação e nutrição na Estratégia Saúde da Família em cinco municípios brasileiros

Autores: Viviane Rangel de Muros Pimentel, Maria Fátima de Sousa, Edgar Merchan Hamann, Ana Valeria Machado Mendonça

Resumo:

Trata-se de um estudo nacional para conhecer as dificuldades e as potencialidades de modo a melhorar as ações de alimentação e nutrição desenvolvidas na Estratégia Saúde da Família, a partir do olhar de seus profissionais e daqueles dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família de cinco municípios brasileiros de grande porte. Foi utilizada a abordagem qualitativa com desenho de múltiplos casos e a técnica de Grupos Focais para a coleta de dados. O instrumento utilizado foi um roteiro semiestruturado previamente testado e validado, contendo duas perguntas norteadoras. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo, por meio da qual foram construídos os discursos-sínteses, com auxílio do programa Qualiquantisoft. Foram entrevistados 60 profissionais de saúde de várias áreas de formação, entre nutricionistas, enfermeiros e médicos. Os resultados obtidos revelaram que as dificuldades encontradas para a oferta das ações de alimentação e nutrição e a carência de profissionais especialistas nesta área têm limitado o cumprimento dos princípios da integralidade, universalidade e resolubilidade da atenção à saúde.

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Artigo publicado na Revista  Ciência & saúde coletiva – vol.19 no.1 –  jan. 2014

Banco Mundial admite avanços proporcionados pelo SUS

SÍNTESE
Ao longo dos últimos 20 anos, o Brasil tem experimentado melhorias impressionantes na saúde de sua população, tais como a redução expressiva da mortalidade infantil e o aumento na expectativa de vida da população. É certo que subsistem disparidades Igualmente importantes, mas mesmo estas se tornaram menos pronunciadas. Tais conquistas, naturalmente, não poderiam ser atribuídas somente a melhorias no sistema de saúde, tendo em vista progressos ocorridos nos últimos 20 anos, tais como a urbanização contínua, o aumento do acesso à água e esgoto, o rápido crescimento econômico e a menor desigualdade de renda. Mas há boas razões para se acreditar que as mudanças no SUS têm desempenhado um papel importante. Por exemplo, a rápida expansão da atenção primária, através da ESF, mudou os padrões do modelo assistencial, com foco na atenção primária à saúde. Assim, a utilização dos serviços de saúde tem aumentado, diminuindo simultaneamente a proporção de famílias que relatam problemas no acesso aos cuidados de saúde por razões financeiras. Além disso, o relatório apresenta evidências de que a melhoria da saúde pode ser atribuída, pelo menos em parte, aos efeitos diretos do sistema de saúde, tais como a expansão da atenção primária, que acarretou redução expressiva da mortalidade e a expansão do acesso universal e equitativo aos cuidados de saúde. No entanto, o relatório também destacou muitos desafios que permanecem, relativos à qualidade e à coordenação insuficientes dos cuidados, às lacunas de cobertura na estratégia de Saúde da Família, às barreiras ao acesso especializado e ao atendimento de alta complexidade, bem como a alta dependência de gastos privados para financiar os cuidados de saúde. São dados como exemplos de problemas a serem equacionados, a estagnação da cobertura nos últimos anos, os atrasos no diagnóstico e tratamento de várias formas de câncer, a insuficiência do pré-natal no que diz respeito à redução da mortalidade materna e infantil, a debilidade no uso dos protocolos clínicos e abordagens para melhorar a qualidade. Assim, o Brasil ainda teria de avançar significativamente no que diz respeito a melhores resultados de saúde, pois apesar dos progressos recentes o país ainda ocupa a 95º posição em 213 países , tanto para a expectativa de vida como para a mortalidade infantil. Ao mesmo tempo, países em situações semelhantes têm conseguido melhores resultados de saúde, porém com níveis de despesa semelhantes ou mesmo inferiores, o que sugere que há espaço para melhorar a eficiência do SUS, em termos de acesso e qualidade.
Aponta-se também a alta demanda por planos de saúde privados, com dependência de despesas pessoais para obter acesso a cuidados fora do SUS, minando, assim, os objetivos da universalidade e da equidade . Isso explica os elevados índices de descontentamento público com o sistema de saúde. Tudo pode se agravar no futuro, dadas as dificuldades de se lidar com as conseqüências do rápido envelhecimento da população e o aumento das expectativas simbólicas dos cidadãos. Tais mudanças implicam na necessidade de se mover de um padrão passivo e curativo de cuidado à saúde para uma nova situação baseada na gestão e no controle dos fatores de risco e na modificação dos hábitos de saúde, com implicações na forma como o sistema de saúde é organizado, nas habilidades necessárias, bem como no incremento dos compromissos financeiros com o SUS, em um momento em que o sistema está enfrentando resistência de montagem para a mobilização adicional de recursos.
O envelhecimento da população cria, além do mais, a necessidade de se reorganizar a prestação de cuidados de saúde para lidar mais eficazmente com as condições crônicas, que afetam pessoas mais idosas.
O documento do Banco Mundial reconhece, ainda, que a criação do SUS representou uma importante ruptura com o passado, ao mesmo tempo, representando um processo de longa duração, no qual impactos são às vezes difíceis de discernir, dada a continuidade com o passado e o processo lento e gradual de implementação das mudanças.
No entanto, muitas das reformas estruturais que foram previstas na concepção do SUS, admite-se, foram de fato alcançadas, por exemplo, com a marcante descentralização de responsabilidades, tanto para o financiamento como para a entrega de serviços de saúde; a reorientação deliberada do sistema de saúde para o foco nos cuidados primários; a mudança gradual de serviços hospitalares para fornecedores do próprio setor público; o aumento dos gastos governamentais em saúde, o estabelecimento de mecanismos robustos e inovadores de participação social, assim como a coordenação intergovernamental.
A agenda é considerada pelo BM como “inacabada”, de forma que, mirando o futuro, são destacados cinco grandes desafios: a saber: (1) incremento decidido ao acesso e melhor qualidade dos serviços prestados; (2) melhoras na eficiência e na qualidade do sistema; (3) maior clareamento das atribuições e relações entre os três níveis de governo; (4) maior definição do montante de financiamento e abordagem mais firme da questão eficiência; (5) melhor monitoramento e pesquisa relativa ao sistema.

Clique aqui para baixar o documento.

TÍTULO: Vinte anos de Reforma do sistema de saúde no Brasil: uma avaliação do SUS (Relatório Banco Mundial)

AUTORES: Michele Gragnolati, Magnus Lindelow, Bernard Couttolenc

Publicado no site da apsredes.org

Padrões de consumo de álcool de usuários de serviços de atenção primária à saúde de um município brasileiro

Autores: Divane de Varga,  Marina Nolli Bittencourt  e Lucia Pereira Barroso

Resumo:

Este estudo objetivou identificar o padrão de consumo de álcool de usuários de serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) da cidade de Bebedouro (SP), verificando a associação entre os padrões de uso e as variáveis sociodemográficas e comportamentais. Trata-se de um estudo transversal envolvendo 755 sujeitos maiores de 18 anos, atendidos em serviços de APS. Para a investigação dos padrões de uso do álcool utilizou-se o AUDIT. Na análise estatística empregou-se o teste qui-quadrado e a regressão logística binária. Observou-se que 78% dos usuários eram abstinentes ou faziam uso de baixo risco e 22% faziam uso problemático do álcool, dos quais 10% uso de risco, 2% uso nocivo e 10% provável dependência. Os maiores preditores para o uso de risco foram gênero masculino; renda > que 6 salários mínimos e tabagismo; para provável dependência, os maiores preditores foram: sexo masculino, trabalhar no comércio e tabagismo. Parcela significativa dos usuários apresentou padrões problemáticos de uso de álcool, reforçando a necessidade de ações preventivas, pois os serviços de APS são excelentes espaços para combinar oportunidades de rastreamento e utilização de estratégias para redução dos prejuízos relacionados ao uso problemático do álcool.

PDF – artigojaneiro

Artigo publicado na Revista Ciência & Saúde Coletiva – vol.19  – janeiro de 2014  http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br