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Arquivo Diário 4 de março de 2013

CNPq abre inscrição para Prêmio José Reis 2013

Concedido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI), o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica é destinado aos que contribuíram significativamente para tornar a Ciência, a Tecnologia, a Pesquisa e a Inovação mais conhecidas do público. A inscrição para a 33ª edição do prêmio está aberta até 17 de maio.
Neste ano, a categoria contemplada é Divulgação Científica e Tecnológica. Ela premiará o pesquisador ou escritor que atua como divulgador da ciência, tecnologia e inovação para o grande público. O agraciado proferirá uma conferência sobre sua contribuição para o conhecimento público da CT&I durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
As inscrições podem ser efetuadas pelo próprio candidato ou seu representante legal, ou por indicação de dirigentes de entidades públicas ou privadas, em conformidade com o regulamento disponível no site http://www.premiojosereis.cnpq.br.
O prêmio é concedido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) e se destina às iniciativas que contribuam significativamente para tornar a Ciência, a Tecnologia e a Inovação conhecidas do grande público. Foi criado em 1978, em homenagem ao médico, pesquisador, jornalista e educador José Reis.
José Reis – Nascido no Rio de Janeiro em 1907, sua formação acadêmica incluiu os melhores centros nacionais, como a Faculdade Nacional de Medicina (1925-30) e o Instituto Oswaldo Cruz (1928-29). Especializou-se em virologia (1935-36), no Rockefeller Institute, em Nova York. Foi diretor do Instituto Biológico de São Paulo; como pesquisador realizou diversos trabalhos em Ornipatologia, tornando-se especialista em doenças de aves.
Em 1947, o professor José Reis começou a publicar artigos de divulgação científica no jornal Folha da Manhã. Esses artigos foram importantes para sua trajetória profissional, que inclui a criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ajudou a fundar em 1948. José Reis conseguiu aliar uma importante carreira como pesquisador de renome internacional ao trabalho de explicar ciência de modo didático por meio da imprensa. Faleceu no dia 16 de maio de 2002, aos 94 anos.

 

ENSP abre hoje a residência em Medicina de Família

A conferência de abertura da residência em Medicina de Família e Comunidade da ENSP, acontece hoje, dia 4 de março a partir das 13h no salão internacional e enfocará o tema Saúde da família: a oportunidade de ser com os outros. O evento, que iniciará as atividades de 2013, terá palestra de Julio Wong Un, doutor em Saúde Pública pela ENSP e professor adjunto do Instituto de Saúde da Comunidade da Universidade Federal Fluminense. Atualmente, ele coordena o grupo de trabalho de Educação Popular e Saúde da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Sobre o Programa de Residência Médica em Medicina de Família
Seu objetivo é proporcionar ao médico residente condições teóricas e práticas para desempenhar as ações de promoção à saúde e de uma atenção individual dentro dos princípios e da missão da Estratégia de Saúde da Família para a atenção básica de saúde. Ele é oferecido sob a forma de especialização, destinada a médicos e caracterizada por treinamento em serviço, em regime de tempo integral, com 60 horas semanais. O programa tem dois anos de duração, com 20% de atividades teóricas e teórico-práticas e mais 80% de atividades práticas de formação em serviço. As atividades teóricas são desenvolvidas nas dependências da ENSP, sendo acompanhadas por docentes e pesquisadores.
Essas atividades são estruturadas de forma a possibilitar a problematização da realidade por meio de orientações específicas, seminários, estudos de caso, aulas expositivas, clube de revista e outras formas de ensino. Já as atividades práticas de formação são feitas em serviço, sob a supervisão de preceptores, nas equipes de saúde da família do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria e na Clinica de Família Victor Valla.

Fonte site ENSP www.ensp.fiocruz.br

Cuidado Integral Atenção Básica coordenará cuidado e ordenará a Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas

Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) correspondem a 72% das causas de mortes no Brasil e, de acordo com estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), serão responsáveis por 80% das enfermidades dos países em desenvolvimento em 2020. Diante da dimensão dos problemas que as DCNTs constituem para a saúde mundial — expressa em dados apresentados em estudos nacionais e internacionais, o Ministério da Saúde (MS) decidiu promover o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas e integradas, baseadas em evidências, para prevenção, controle e cuidado das DCNTs e seus fatores de risco, por meio da elaboração do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil (2011-2022). Lançado em agosto de 2011, o plano se baseia no delineamento de diretrizes e ações em vigilância, informação, avaliação e monitoramento; promoção da saúde; e cuidado integral. Em novembro de 2012, a portaria que institui a Rede no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e a expectativa é que seja publicada em fevereiro Considerando a necessidade de reorganizar a atenção às pessoas com doenças crônicas em todos os pontos, por meio do cuidado integral, a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde (SAS/MS) propôs a construção discutimos as propostas com as secretarias municipais e estaduais, e fizemos visitas in loco”, conta Patrícia. Na última semana de novembro de 2012, a portaria que institui a Rede no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) foi pactuada na Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e a expectativa, segundo ela, é que seja publicada em fevereiro. Além da organização da rede de atenção, a coordenação está discutindo e espera ter novidades ainda esse semestre em relada Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas. Patrícia Sampaio Chueiri, coordenadora-geral de Áreas Técnicas do Departamento de Atenção Básica (DAB), revela que a coordenação está desde o inicio de 2012 discutindo a questão do cuidado das pessoas com doenças crônicas, com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). “Abrimos consulta pública, ção à ampliação do acesso ao tratamento do tabagismo para todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), pois hoje poucas UBSs oferecem o tratamento. Está em construção tambémuma proposta para ampliar o acesso aos exames complementares relacionados às principais doenças crônicas. Os parâmetros já estão sendo fechados e o que está em discussão é uma nova forma de financiamento e de monitoramento da qualidade dos exames. A implantação da Rede se dará por meio da organização e operacionalização de linhas de cuidados específicas, divididas entre os eixos de Atenção Básica, Atenção Especializada (Ambulatorial Especializada, Hospitalar, Urgência e Emergência), Sistemas de Apoio, Sistemas Logísticos, Regulação e Governança. (Veja box na página ao lado) “Pontuamos qual é a responsabilidade, em termos gerais, de cada ponto de atenção, para que os gestores locais possam desenvolver as linhas de cuidado de acordo com cada realidade municipal”, explica Patrícia. De acordo com o Artigo 3º, a Rede deve fomentar a mudança do modelo de atenção à saúde, garantir o cuidado integral às pessoas com doenças crônicas, contribuir para promoção da saúde da população e prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações, e ampliar o acesso aos serviços de saúde dos usuários com doenças crônicas. Já os objetivos específicos, estipulados no Artigo 4º, estabelecem que a Rede deve promover

hábitos de vida saudáveis, com relação à

alimentação e atividade física; evitar e tratar

o tabagismo e o consumo excessivo de álcool

enquanto fatores de prevenção e de risco às doenças crônicas; e atuar no fortalecimento do conhecimento do usuário sobre sua doença e sua capacidade de autocuidado e autonomia. Documento norteador Para orientar a construção, organização e fortalecimento da Rede, o Ministério da Saúde elaborou ainda o Documento de Diretrizes para o Cuidado das Pessoas com Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde e nas Linhas de Cuidado Prioritárias, que destaca que a Atenção Básica (AB) tem caráter estratégico na estrutura da Rede de Atenção às Pessoas comDoenças Crônicas. Ordenadora da Rede e coordenadora do cuidado, a AB é “o ponto de atenção com maior capilaridade e potencial para identificar as necessidades de saúde da população e realizar a estratificação de riscos que subsidiará a organização do cuidado em toda a Rede”. Segundo Patrícia, a AB tem a responsabilidade de coordenar o cuidado para evitar a repetição de exames e interação medicamentosa, por exemplo. “Embora as doenças crônicas tenham períodos de agudização, o cuidado com esse paciente é mais eficiente na Atenção Primária à Saúde (APS).” Leonardo Ferreira Fontenelle, médico de família e comunidade no município de Vitória (ES), docente do Departamento de Saúde Coletiva da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam) e diretor de Graduação da Associação Capixaba de Medicina de Família e Comunidade (ACMFC), reitera que o modelo de enfretamento às doenças crônicas integrado a um sistema de APS forte, realmente oferece um melhor cuidado à saúde do paciente. “Diante dos indicadores de morbidade e mortalidade, é necessário fortalecer o sistema de saúde com foco na APS.” No artigo Médico de família e comunidade é peça-chave no combate às doenças não transmissíveis, publicado em seu blog (leonardof.med.br), Fontenelle conta que enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) ignorava as DCNTs em 2008, ele já havia escrito uma definição da Estratégia Saúde da Família (ESF) para o blog Kanzler Melo Psicologia, em que destacava a vocação dos médicos de família e comunidade para o controle dessas enfermidades. No entanto, o documento de diretrizes enfatiza que para que a AB desempenhe efetivamente o seu papel na Rede, é fundamental garantir sua expansão e qualificação em todo o País e, para isso, aponta a Estratégia Saúde da Família (ESF) como principal ferramenta de organização, o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade (PNMAQ) como indutor da ampliação do acesso e da qualidade do cuidado, e o Programa de Requalificação Conheça a estrutura da Rede de Atenção às Pessoas com DCNT’s Atenção Básica: Coordena o cuidado e ordena a Rede. Tem caráter estratégico por ser o ponto de atenção com maior capilaridade e potencial para identificar as necessidades de saúde da população, e realizar estratificação de riscos que subsidiará a organização do cuidado em toda a rede. Atenção Especializada (Ambulatorial Especializada, Hospitalar, Urgência e Emergência): Conjunto de diversos pontos de atenção com diferentes densidades tecnológicas para a realização de ações e serviços de Urgência e Emergência, Hospitalar e Ambulatorial Especializada, apoiando e complementando os serviços da AB de forma resolutiva e em tempo oportuno.

Sistemas de Apoio: São constituídos pelos sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico (patologia clínica, imagens e outros) e pelo sistema de assistência farmacêutica. Sistemas Logísticos: A estruturação dos Sistemas Logísticos permite o fluxo adequado dos usuários entre os pontos de atenção, tanto na urgência quanto nas ações programadas. Segundo a portaria, os Sistemas Logísticos da Rede são compostos por sistemas de identificação e acompanhamento dos usuários, registro eletrônico em saúde, sistemas de transportes sanitários e sistemas de informações em saúde. Regulação: Qualificar a demanda e a assistência prestada, otimizar a organização da oferta, auxiliar no monitoramento e avaliação dos pactos intergestores e promover a equidade no acesso às ações e serviços de saúde. As Centrais de Regulação Ambulatorial, de Internação e de Urgência e Emergência, regulam o acesso às ações e serviços de maior densidade tecnológica. Governança: Capacidade de intervenção que envolve diferentes atores, mecanismos e procedimentos para a gestão regional compartilhada da Rede. Esse componente é composto pelas comissões intergestores e pelos grupos condutores. *Fonte: Ministério da Saúde das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para qualificar a infraestrutura da AB. Segundo o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil (20112022), houve redução de aproximadamente 20% nas taxas de mortalidade pelas doenças crônicas nas últimas décadas, o que pode ser atribuído à melhoria da assistência, redução do tabagismo a partir dos anos 1990 — que caiu de 34,8%, em 1989, para 15,1%, em 2010 — e à expansão da Atenção Básica, que atualmente cobre aproximadamente 60% da população brasileira. Ainda no primeiro semestre de 2013, novos cadernos de AB serão disponibilizados para os profissionais de saúde e irão abordar assuntos como risco cardiovascular, obesidade.

Matéria publicada no Jornal da Saúde da Família da SBMFC – revistaSBMFC

Saúde bucal na ESF em um colegiado gestor regional do estado do Piauí

Autores:

Marcoeli Silva de Moura; Flávia Ennes Fonseca Dourado Ferro; Naiana Lustosa da Cunha; Otacílio Batista de Sousa Nétto; Marina de Deus Moura de Lima; Lúcia de Fátima Almeida de Deus Moura

Este estudo transversal avaliou o perfil dos cirurgiões-dentistas (CD) que trabalham na Estratégia Saúde da Família (ESF) e a partir deste, refletiu sobre aspectos do desenvolvimento das ações odontológicas na atenção primária em saúde, de municípios de um colegiado do processo de regionalização sanitária do estado do Piauí, Brasil. O estudo abrangeu os dezenove municípios do referido colegiado. No período de agosto a dezembro de 2008, foram aplicados questionários a 111 CD, que aceitaram participar do estudo e trabalhavam no respectivo território. Os dados foram transferidos para o programa Excel®, tabulados e analisados. Os CD avaliados foram predominantemente do gênero feminino, com idade entre 20-39 anos, tempo de formado entre um a cinco anos. Eles possuem, em sua maioria, curso de especialização em área clínica. A maioria faz visitas domiciliares, mas sem a presença da equipe, com baixa periodicidade e raramente reúne-se com esta. Os resultados apontam problemas que provavelmente são encontrados em outras realidades do território nacional. A tendência do CD à não interdisciplinaridade é questão ainda em aberto, quando examinado o papel da odontologia e sua potencialmente inquestionável participação na estratégia saúde da família.

PDF – saudebucal

Publicado na Revista Ciência & saúde coletiva vol.18 no.2 Rio de Janeiro fev. 2013 http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/