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Arquivo Diário 7 de março de 2013

CNPq oferece bolsas no exterior de doutorado e pós-doutorado na área de saúde – 28/03

Continuam abertas, até 28 de março, as inscrições para bolsas de doutorado-sanduíche e pós-doutorado para a realização de estudos no Reino Unido, na Espanha e nos Estados Unidos. As áreas contempladas são as doenças metabólicas, doenças tropicais e negligenciadas, doenças infecciosas, doenças respiratórias, processos inflamatórios e imunologia, biofarmacêutica, biologia computacional e novas tecnologias. As bolsas serão concedidas no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras e terão duração de até 12 meses, para doutorado-sanduíche, e de até 24 meses, para pós-doutorado.

Os estudos e pesquisas serão realizados nos laboratórios da multinacional da área farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). O acordo entre o CNPq e a GSK, assinado em outubro de 2011, visa promover a participação em pesquisas conjuntas por meio da concessão de bolsas de estudo destinadas à formação de pesquisadores no exterior. O objetivo do laboratório é estabelecer uma cooperação duradoura com instituições locais da área de saúde, tendo como foco pesquisas em doenças infecciosas, metabólicas e respiratórias.

Para essa chamada, o CNPq disponibilizará até 15 bolsas para estudantes e pesquisadores interessados em realizar parte de suas pesquisas em um dos laboratórios da GSK. A avaliação dos candidatos será realizada em quatro etapas:

1ª. enquadramento das propostas pela área técnica do CNPq;

2ª. avaliação por consultores ad hoc;

3ª. avaliação por comitê julgador;

4ª. avaliação pela GSK, que consistirá em entrevista com a equipe dessa empresa. A equipe definirá em qual laboratório (Estados Unidos, Reino Unido ou Espanha) os candidatos aprovados desenvolverão seus trabalhos.

Clique aqui e saiba mais.

Fonte(s): Jornal da Ciência

 

Medicina de família é tema de abertura de residência

Saúde da família: a oportunidade de ser com os outros foi o tema da abertura da residência em Medicina de Família e Comunidade, ocorrida na segunda-feira (4/3), no salão internacional da ENSP. No evento de boas-vindas aos residentes, o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Julio Wong Un foi o conferencista. Em sua palestra, ele alertou aos futuros especialistas em Medicina de Família e Comunidade que as experiências diárias de vida influenciarão bastante a vida profissional de cada um. “Não há como fazer medicina da família e comunidade sem envolvimento. É preciso estar no ato por inteiro, conhecer todos que estão a sua volta e que serão parte do seu dia, do seu trabalho e da sua vida”, avisou o professor, que é doutor em Saúde Pública pela ENSP.

Estiveram presentes, na abertura, a vice-diretora de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, Margareth Portella, a chefe do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria, Emília Correa, e a coordenadora da Residência do Centro de Saúde, Regina Daumas. Após saudar os novos residentes em nome da ENSP, Margareth destacou a importância das seguintes unidades da Escola: Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) e a área ambulatorial do Centro de Estudo em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh). A chefe do CSEGSF, Emília Correa, ressaltou a importância do papel principal do Centro: servir ao Sistema Único de Saúde.

O início da palestra de Julio Wong Un abordou sua vida pessoal. Nascido no Peru, numa cidade na fronteira com o Chile, próxima ao Deserto do Atacama, as experiências vividas ao longo dos anos foram fundamentais para o desenvolvimento de sua profissão. “O trabalho em uma área rural andina me fez aprender a dialogar com os outros, algo que é fundamental em nossa profissão. Será comum, por exemplo, vocês trabalharem em áreas de violência. Assim, é preciso que lidem bem com isso”, explicou. Para o professor, o grande diferencial dos alunos da residência de Medicina de Família e Comunidade é que eles não querem estar entre as quatro paredes do hospital. “O diferencial de vocês está em ir além.”

O professor abordou também a antropologia da saúde, seu principal tema de estudo. Segundo ele, trabalhar essa temática consiste em quebrar estereótipos, uma difícil tarefa no campo da medicina. “Quando fazemos medicina comunitária, temos muitos estereótipos para quebrar dentro e fora de nós mesmos. É um grande desafio, pois se trata de mudar nós mesmos. O médico da comunidade é muito importante para as populações isoladas, é uma necessidade vital. A maioria dessas pessoas não tem nada, e o nosso atendimento, a nossa proximidade é muito especial para elas. Isso vai muito além de ser médico e de fazer medicina. Nenhuma disciplina, de nenhum curso no mundo, preparará vocês para isso”, destacou ele.

Por fim, Julio expôs aos alunos que, no momento em que se chega à comunidade para praticar tudo o que se aprendeu na residência, os alunos se dão conta de que existem diversas situações inesperadas, com as quais não aprenderam a lidar. Exatamente nesse momento, o profissional terá certeza se escolheu ou não a residência correta. “O tema compartilhado com vocês foi a aprendizagem com o outro. E o escolhi exatamente porque a residência se trata disso. Em todo momento, vocês aprenderão com o outro e a lidar com todas as situações ao seu redor.” Segundo o professor, o diálogo entre os profissionais é fundamental na aprendizagem com o outro, a fim de beneficiar sempre o paciente. Por fim, apresentou aos alunos a Educação Popular em Saúde, criada entre as décadas de 1940 e 1950, atualmente em foco, por conta de políticas nacionais.

Nota publicada no site da ENSP www.ensp.fiocruz.br