Faça parte da rede aqui!
Fique por dentro das últimas notícias, eventos, debates e publicações científicas mais relevantes.

Pesquisora da ENSP analisa relação do território na gestão da ESF

O território e seus determinantes sociais envolvem, produzem e tensionam os processos de gestão, produção e promoção da saúde.” Com essa afirmação, Daniele Rodrigues Vidal Rocha apresentou sua dissertação de mestrado profissional em Saúde Pública na ENSP, abordando o tema As múltiplas dimensões do Território na construção de uma prática de gestão comprometida com as necessidades da população: um estudo de caso de uma Clínica da Família do município do Rio de Janeiro. O objetivo do estudo foi reconhecer, na abordagem do território, as concepções, os dispositivos e a potência operacional para estruturação de uma prática de gestão na Estratégia Saúde da Família (ESF) comprometida com os problemas e as necessidades da população.

O trabalho, orientado pela pesquisadora da EPSJV/Fiocruz, Gracia Maria de Miranda Gondim, se baseou na clínica localizada no bairro do Engenho Novo, que possui quatro Equipes de Saúde da Família, sendo elas: Céu Azul, Dois de Maio, Polônia e Engenho. A amostra trabalhada foi de 56 pessoas. Observou-se que 27% da amostra apresentava ensino médio completo. Isso em razão da própria composição da equipe da ESF, que possui dois profissionais de nível superior e oito profissionais de nível médio, e da Equipe de Saúde Bucal, que é composta de um profissional de nível superior e três profissionais de nível médio. A grande maioria da amostra (61%) é mãe, apesar de ser uma amostra de pessoas jovens, o que reflete uma característica do território da Equipe Dois de Maio, a gravidez na adolescência.

Na clínica estudada, 66,1% da amostra identificam o trabalho no território como a forma de integração e interação da ESF com a comunidade. Segundo o estudo, essa característica é muito positiva, pois todos os espaços que o território oferece devem ser considerados possíveis promotores de saúde, e o território estudado oferece muitos dispositivos operativos que podem ser utilizados na construção de uma gestão comprometida com as necessidades da população.

De acordo com a nova mestre, a categoria território tem grande relevância para a prática da gestão do cuidado, tendo em vista que o processo saúde-doença possui uma forte dependência social e territorial, pautado nos determinantes sociais das condições de saúde. “O diagnóstico situacional é uma ferramenta fundamental para o planejamento e a potencialização do processo de trabalho na ESF, pois permite o conhecimento dos diversos fatores e formas de adoecimento por microárea, levando em consideração o risco social e epidemiológico”, afirmou Daniele.

Os resultados da pesquisa constataram que a apropriação do território e dos seus dispositivos operacionais ocorreu na maior parte da amostra por meio do diagnóstico situacional e da construção do Conselho Gestor Local. Observou-se também que a gerência local e os profissionais de modo geral valorizam a gestão participativa, apoiando e participando da construção do Conselho Gestor Local e da construção de parcerias, o que possibilita ações intersetoriais. Conforme aponta o estudo, as estratégias são fundamentais para a potencialização da gestão do cuidado, levando em consideração as necessidades da população.

Fonte site da ENPS www.ensp.fiocruz.br

Rede APS

%d blogueiros gostam disto: