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Arquivo Mensal outubro 2014

Equipe do PMAQ/Nescon recebe prêmio

Os frutos do Programa Melhoria do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ-AB) – projeto desenvolvido no Nescon/UFMG – já estão sendo colhidos. E o melhor: reconhecidos.

A equipe responsável pelo projeto, composta pelos pesquisadoresThomaz MachadoDayse Xavier,Charles Luiz da SilvaClarice Reis,Ângela Dayrellentre outros nesconianos, receberam um prêmio do Congresso Nacional de Saúde da Faculdade de Medicina da UFMG, realizado entre os dias 3 e 5 de setembro deste ano.

Na ocasião, eles apresentaram o trabalho A percepção do usuário sobre a qualidade da atenção saúde: aspectos éticos da relação profissional de saúde/usuário.

A pesquisa entrevistou 65.391 pessoas atendidas em Unidades Básicas de Saúde de todo o país. O ideia era avaliar aspectos que demonstrassem uma relação ética e profissional na relação usuário/prestador de serviço da Atenção Básica em saúde partindo do ponto de vista do usuário com base nos dados do PMAQ-AB de 2012.

“Verificamos que há bons níveis de avaliação em quesitos como acolhimento ao usuário em demanda espontânea; além de respeito à origem cultural, religiosa e dos costumes do assistido. Há necessidade, porém, de melhora nas condutas de todos profissionais envolvidos no processo de atendimento, sobretudo o dentista; explica Clarice Reis, uma das autoras do estudo apresentado. “Ficamos muito satisfeitos com a premiação, especialmente pelo fato desse trabalho ser iniciativa de um dos estagiários do grupo. Prêmios como esse nos estimulam a buscar constante aprimoramento do nosso trabalho”, completou.

Sobre o PMAQ

O Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) procura induzir processos que ampliem a capacidade de gestão da saúde nas três esferas de governo. Com isso, espera-se melhorar o acesso aos serviços ofertados por meio do SUS, e também sua qualidade.

Iniciativa do Governo Federal, o projeto prevê a realização de um censo da infraestrutura das Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como das condições em que trabalham as Equipes de Saúde da Família (ESF) espalhadas por todo o Brasil.

As equipes de avaliação do PMAQ são formadas por um supervisor e três entrevistadores, que percorrem as UBSs  aplicando questionários avaliativos a gestores, trabalhadores da saúde coletiva, além do usuários atendidos.

Fonte NESCON – https://www.nescon.medicina.ufmg.br/

Oficina discute saúde do trabalhador na Atenção Básica

Problemas de saúde relacionados ao trabalho podem ser detectados primeiramente pela Atenção Básica, já que este serviço está presente no território e tem contato maior com as comunidades que por ele são atendidas. E se o assunto é o trabalho infantil, especialmente o doméstico, os profissionais da Atenção Básica podem ser os únicos agentes públicos capazes de identificar a ilegalidade e alertar os demais serviços, como o Ministério Público.
Esses foram os principais pontos em discussão na oficina Integração das Ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador na Atenção Básica, realizada nesta segunda-feira (27/10), como parte da programação da 14ª Expoepi – Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças.

De acordo com dados do Sistema Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde (MS), foram notificados, ao longo de 2013, 14 mil acidentes envolvendo crianças e adolescentes em atividade laboral. Para Carmen Silvera, da Coordenação-Geral de Saúde do Trabalhador do MS, o sistema de saúde brasileiro é um dos poucos no mundo que tem condições de identificar o trabalho infantil, e isso pode ser feito em especial pelos que atuam na Atenção Básica, “porque as famílias confiam no profissional de saúde, é um agente público que está muito próximo da população”.

Segundo Silvera, a partir da publicação da Portaria nº 1.271/2014, em junho último, a notificação compulsória de acidentes e violências envolvendo crianças e adolescentes, inclusive os relacionados ao trabalho ilegal, deve se dar por qualquer unidade de saúde que identifique o agravo, não apenas nas unidades sentinela. “E devemos lançar em breve a ficha de notificação intersetorial de trabalho infantil, na qual agentes públicos de outros setores, como os da educação e da assistência social, também poderão registrar casos como esses”, afirmou.

O Decreto nº 6.481/2008 enumera 93 atividades que não podem ser exercidas por crianças e adolescentes, nem mesmo na qualidade de aprendizes, por representarem risco físico ou moral aos que a elas se submetem.

Clique aqui para conhecer a portaria 1271/2014 e aqui para ter acesso ao decreto 6481/2008.

Fonte site DAB/MS – http://dab.saude.gov.br/portaldab/

Manejo do HIV na Atenção Básica é tema de oficina na Expoepi

Contando com aproximadamente 30 pessoas, o encontro foi voltado para os gestores e trabalhadores atuantes nos municípios e regiões de saúde que buscam implementar e redefinir ações que possibilitem esse cuidado, em articulação com os demais níveis do sistema de saúde.

Os debates promoveram o encontro de ideias e a apresentação de passos importantes para a reorganização do modelo de atenção. Entre eles, a implementação do manejo do HIV na Atenção Básica, o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas que tratam sobre o atendimento das pessoas com HIV.

Segundo a palestrante Mariana Queiroz, analista de políticas sociais da Coordenação de Assistência e Tratamento do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do MS, a Atenção Básica, como ordenadora de cuidado, teria grande potencial de parceria em relação ao paciente com HIV.

Isso acontece, segundo a especialista, porque a Atenção Básica tem a capacidade de acolher e conhecer a realidade local do paciente. “Matriciando esse cuidando com o Serviço de Atenção Especializada (SAE), a Atenção Básica tem condições de dar uma atenção de qualidade e promover maior qualidade de vida dessas pessoas”, afirmou.

No entanto, desafios existem. Participantes apontaram a existência de dificuldades socioculturais, entre outras, que dificultam o atendimento dos pacientes com HIV na AB. Entre as principais dificuldades, estão o grande estigma criado em torno da doença e também o receio do próprio portador do vírus de procurar os serviços locais, principalmente quando mora em cidades muito pequenas, temendo a falta de sigilo acerca da sua identidade.

“O HIV não é muito trabalhado pelas pessoas da Atenção Básica, porque há ainda um medo muito grande. Há muito tempo, o cuidado foi direcionado para o serviço especializado, e houve a criação de verdadeiros ‘guetos’ de tratamento, mas a realidade hoje é diferente; o tratamento evoluiu, e o atendimento pode e deve mudar”, defendeu a analista Mariana Queiroz aos participantes.

Para ela, é preciso que os profissionais de Atenção Básica se abram para perceber que trabalhar com a pessoa que é HIV positivo não deve ser motivo de temor. O primeiro passo para que isso aconteça, segundo a analista, deve vir da gestão local: “Quando o gestor olha pra sua realidade e vê ali um grande número de pessoas se acumulando nos serviços especializados, ou fazendo grandes deslocamentos para buscar tratamento nos grandes municípios ou capitais, deve perceber que pode, sim, com boa vontade, trabalhar com sua equipe, insistindo na construção desse cuidado local com todos os envolvidos”.

Não apenas a palestrante acredita que é preciso redesenhar e rediscutir essa atenção pra que haja uma união de forças. Para os participantes que buscaram a oficina, a chave para a melhora da assistência também seria a união entre os serviços especializados e a Atenção Básica, que resulta na gestão compartilhada do cuidado.

“Escolhi esta oficina porque considero um grande desafio a descentralização do manejo. Aqui ouvi pessoas que já estão avançando em vários aspectos, e busco levar para Alagoas informações que nos fortaleçam. A gente sabe que a parte operacional é mais difícil e não depende só do nosso querer”, afirmou Ednalva Maria de Araújo Silva, enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde.

Segundo a enfermeira, a Atenção Básica precisa buscar envolvimento nesse processo. “A nossa maior dificuldade é a adesão dos profissionais da AB. Sei que não existe uma formula mágica, mas sei que um momento como esse nos fortalece”, completou.

 

Tenha acesso ao Caderno de Boas Práticas em HIV/Aids na Atenção Básica, apresentado na oficina, aqui. Aproveite para acessar algumas fotostambém.

Serviço

14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi)

Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães

Datas: 28 a 31 de outubro

EXPOEPI – 2014 – Ministério lança a política Nacional da Promoção da Saúde

O ministro Arthur Chioro lança, nesta terça-feira (28), a nova Política Nacional de Promoção da Saúde, que visa deter o desenvolvimento das doenças crônicas no Brasil, com planejamento de ações voltadas para prevenção dos fatores de risco (tabagismo, sedentarismo e má alimentação) e investimentos na qualificação da atenção e da assistência aos pacientes. O anúncio ocorre durante a 14ª Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doença (Expoepi), em Brasília.

“Essa política reforça o empenho do Ministério da Saúde em assegurar o acesso da população, sobretudo às mais vulneráveis, à educação em saúde, à melhoria da qualidade de vida e ao envelhecimento saudável”, destaca Chioro.

O enfrentamento às DCNTs é um dos principais desafios de saúde pública no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, elas respondem por cerca de 35 milhões de mortes ao ano. No Brasil, do total de óbitos registrados em 2011 (cerca de um milhão de mortes), elas foram responsáveis por cerca de 74 mil (72%). Apesar do grande percentual, o Brasil superou a meta estabelecida para a redução da mortalidade prematura por doenças crônicas, que era de 2% ao ano. Entre 2010 e 2011, o índice de queda da mortalidade prematura (30 a 70 anos) por DCNTs foi de 3,8%. A expectativa é chegar a 25% em 2022

AVANÇOS – A redução gradativa de 2% da mortalidade prematura é o objetivo principal do Plano de Ações de Enfrentamento às Doenças Crônicas Não Transmissíveis 2011-2022, que define estratégias intersetoriais e recursos para o enfrentamento dessas enfermidades no país. Os grupos de doenças considerados pela Organização das Nações Unidas como prioritárias são as do aparelho circulatório (isquemias, infarto e AVC), as respiratórias crônicas (asma, rinite alérgica e doença pulmonar obstrutiva crônica), os cânceres e o diabetes.

De acordo com a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o contexto nacional e internacional apontou novos desafios e compromissos que motivaram o aprimoramento e a atualização da Política Nacional de Promoção da Saúde. “A nova política dialoga com os acordos internacionais firmados pelo governo brasileiro e está articulação com as demais políticas. Ela incorpora o saber popular e tradicional às práticas em saúde e valoriza a formação e a educação permanente, que compreende mobilizar, sensibilizar e promover capacitações para gestores, trabalhadores da saúde e de outros setores”, afirma.

Entre as ações do Ministério da Saúde para incentivar a prática de hábitos saudável na população, está o Programa Academia da Saúde, iniciativa que prevê a implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e profissionais qualificados para a orientação de saúde e atividades físicas. Atualmente, há mais de 3.725 mil polos habilitados para a construção em todo o país (destes, 491 já estão prontos). O Ministério também ampliou o tratamento de tabagismo no SUS e, no último 31 de maio, regulamentou a lei que cria ambientes livre do tabaco.

A Atenção Básica também proporciona diferentes tipos de tratamento e acompanhamento ao usuário, incluindo o atendimento psicológico. Atualmente, existem 3.695 Núcleos de Atenção à Saúde da Família, com 3.247 nutricionistas, 5.062 fisioterapeutas e 3.691 psicólogos, além de educadores físicos e sanitaristas. A evolução do tratamento deve ser acompanhada por uma das 40,5 mil Unidades Básicas de Saúde, presentes em todos os municípios brasileiros. Nos casos de obesidade mórbida, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece ainda, como último recurso para perda de peso, a cirurgia bariátrica. Para pacientes hipertensos, diabéticos e asmáticos, são disponibilizados medicamentos por meio do Programa Farmácia Popular. Além dos itens gratuitos, os mais de 100 produtos podem ter até 90% de desconto na compra. Desde 2011, só com a distribuição gratuita de medicamentos, mais de 20 milhões de pessoas já foram beneficiadas.

 

Fonte MS – http://portalsaude.saude.gov.br/

Atenção Primária em Saúde é tema do Centro de Estudos da ENSP

O Centro de Estudos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca – CEENSP – reunirá nesta quarta-feira pesquisadores, estudantes, profissionais do serviço e demais interessados para discutir o desenvolvimento da Atenção Primária em Saúde no país e debater as conquistas sustentáveis e equitativas já alcançadas na saúde da população.

A mesa Avaliação da APS no Brasil – melhoria do acesso e da qualidade da atenção – contará com a participação de Ligia Giovanella,  pesquisadora da ENSP/Fiocruz e integrante do comitê coordenador da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde, projeto desenvolvido  pela Abrasco com o apoio do Ministério da Saúde, além de Marcia Fausto, também pesquisadora da ENSP/Fiocruz, e de Ana Costa, professora da UnB e presidente do Centro Brasileiro de Estudos da Saúde – Cebes. A coordenação será de Maria Helena Mendonça, pesquisadora da ENSP e vice-coordenadora da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco. O evento está marcado para às 14 horas, no Salão Internacional da Escola. Não é necessária inscrição prévia. Confira aqui outras informações.

Avaliação da APS no Brasil – melhoria do acesso e da qualidade da atenção
Dia 29 de outubro de 2014
Horário: Às 14 horas
Com Ligia Giovanella (ENSP/Fiocruz), Marcia Fausto (ENSP/Fiocruz), e Ana Costa (UnB/Cebes)Coordenação: Maria Helena Mendonça (ENSP/Fiocruz)
Local: Salão Internacional da ENSP
Endereço: Rua Leopoldo Bulhões, 1.480 – 4º Andar – Manguinhos – Rio de Janeiro
Não é necessária inscrição prévia

Gilberto Pucca Jr.

Gilberto  Alfredo Pucca Jr.  possui graduação em Odontologia, especialização em saúde pública, mestrado em Epidemiologia do Envelhecimento pela Escola Paulista de Medicina-Universidade Federal de São Paulo (1998) e doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (UnB), atuando principalmente nos seguintes temas: oral health, dental health services, public health, saúde pública.Atua, também como coordenador Nacional de Saúde Bucal – Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde.

1. Nos últimos anos a saúde Bucal teve uma importante expansão no país com a implantação de mais de 23 mil equipes de saúde bucal.  São realizadas pesquisas de avaliação no país? Quais são as mais importantes?

Sim, são realizadas pesquisas de avaliação, aliás toda a indução do financiamento dos serviços de saúde bucal estão alicerçados em processos avaliativos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde (MS) propõe várias iniciativas centradas na qualificação da AB e, entre elas, destaca-se o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB). No primeiro ciclo deste Programa foi realizado um censo em todas as Equipes de Saúde Bucal da Atenção Básica. Um ponto importante neste Programa é o componente financeiro que visa ampliar os investimentos federais na Atenção Básica levando em conta o acesso e a qualidade da oferta dos serviços prestados.
2. Como você avalia o desenvolvimento da pesquisa na área da atenção em saúde bucal no país?  O DAB/SAS/MS tem incentivado o desenvolvimento de pesquisas na área?

Em odontologia o Brasil sempre foi um forte produtor de pesquisa, o que é louvável, porém até 2003, o foco destas pesquisas eram em produtos clínicos, o grande salto que estamos dando é com o Brasil Sorridente o eixo passou a ser produção de conhecimento com impacto epidemiológico e coletivo. No Brasil é grande o número de pesquisas realizadas na área da atenção em saúde bucal e nos últimos anos é crescente o interesse no campo de saúde bucal coletiva. O que precisamos melhorar é o acesso a importantes revistas, pois a informação consultada pelas pessoas normalmente é definida pela facilidade de acesso.

Em 10 anos de Brasil Sorridente o Ministério da Saúde alocou mais de R$ 5 milhões em pesquisas parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPQ. A partir de chamadas públicas foram selecionadas propostas apresentadas por Universidades de todas as regiões do Brasil para apoio financeiro a projetos que visem contribuir para a qualificação da Política Nacional de Saúde Bucal e para o desenvolvimento científico, tecnológico e de inovação do País.

3. Como os resultados destas pesquisas informam a formulação de políticas setoriais?

O Brasil Sorridente é um exemplo de que pesquisas são importantes na formulação de políticas. Além de ser considerada como a primeira Política Nacional de Saúde Bucal estruturada e coerente com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), ela teve como embasamento epidemiológico os resultados do Projeto SB Brasil 2003 – Condições da Saúde Bucal da População Brasileira. Entre os pressupostos da Política Nacional de Saúde Bucal (Brasil Sorridente) estão a utilização da epidemiologia e as informações sobre o território subsidiando o planejamento, e a atuação na Vigilância à Saúde, incorporando práticas contínuas de avaliação e acompanhamento dos danos, riscos e determinantes do processo saúde-doença. Neste sentido a Coordenação-Geral de Saúde Bucal, em parceria com o Comitê Técnico Assessor (CTA) em Vigilância em Saúde Bucal do Ministério da Saúde, realizou a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal – SBBrasil 2010 onde analisou a situação da saúde bucal da população brasileira com o objetivo de proporcionar ao SUS informações úteis ao planejamento de programas de prevenção e tratamento, tanto em nível nacional quanto no âmbito estadual e municipal.

4. Qual a meta de crescimento e investimento da área no Brasil?

A meta de crescimento é implantar Equipes de Saúde Bucal em 100% das Equipes de Saúde da Família; Implantar mais 500 Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) no Brasil e ampliar a fluoretação das águas de abastecimento público no Brasil.

Nesses 10 anos, foram investidos mais de 7 bilhões de reais no Brasil Sorridente. Somente no ano passado, foram 1 bilhão e 280  milhões de reais. Para se ter idéia da ampliação dos investimentos em saúde bucal, em 2002, foram investidos cerca de 56 milhões na área. É importante ressaltar que esses recursos estão garantindo os cuidados de saúde bucal para milhões de brasileiras e brasileiros.

 5. Em quase 14 anos a frente da coordenação quais foram aos maiores desafios e as grandes conquistas para a saúde bucal dos brasileiros?

Penso que um dos maiores desafios é de fato colocar a saúde bucal como algo tangível a todos, universalizada e integralizada. Pelo descaso histórico do poder público anterior a 2003, a saúde bucal era acessível apenas a minoria da população, isso naturalizou, entre outros aspectos, a falta de dentes. A saúde bucal do brasileiro antes do Brasil Sorridente era um estatuto de classe, bocas eram diferentes de acordo  com as classes sociais, entre outras coisas, o que estamos fazendo é politizando os nexos causais. O Programa resgatou milhões de sorrisos e devolveu autoestima a também milhões de brasileiros. Apenas em uma década o Brasil Sorridente já retirou do Brasil o título de País dos Desdentados e hoje, já é reconhecido como o maior programa de saúde bucal público do mundo. Até a implantação do Brasil Sorridente, o Brasil não dispunha de ações que articulassem o acesso universal e a integralidade em saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Ao longo dos anos a Odontologia esteve à margem das políticas públicas de saúde e o acesso dos brasileiros à saúde bucal era extremamente difícil e limitado. O acesso as ações odontológicas eram quase que exclusivamente ofertadas pelo setor privado, quem precisava só tinha acesso se pagasse.

Podemos considerar que a partir de 2004, ano que por determinação do ex-presidente Lula foi lançado o Brasil Sorridente, temos uma Política Nacional de Saúde Bucal estruturada e coerente com os princípios do Sistema Único de Saúde e que vem sendo construída a luz da reforma sanitária brasileira.

A ampliação do acesso aos serviços de saúde bucal a partir da última década com forte enfase às ações intersetoriais com destaque a fluoretação das águas de abastecimento público, ao Plano Brasil sem Miséria, Programa Territórios da Cidadania, Programa Saúde na Escola, Programa Nacional de Ensino Técnico e Emprego e ao Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, colaboraram e continuam colaborando para que haja a desmonopolização do cuidado em saúde bucal dos segmentos de renda mais alta, o rompimento do ciclo intergeracional dos desdentados e principalmente o resgate da cidadania da população brasileira.

 

 

Curso online gratuito da Medscape sobre Diabetes

O segundo curso online da Medscape sobre diabetes já está disponível. Certificado pela Federação Pan-Americana de Associações e Escolas de Medicina (FEPAFEM – PAFAMS), a aula visa contribuir com o aperfeiçoamento profissional e a prática diária.

Atualmente, e devido a uma aliança estratégica com a WebMD e a Medscape, a Federação desenvolve diferentes cursos de educação médica continuada, com foco principalmente na atenção primária à saúde, em espanhol, online, totalmente gratuito e com certificação.

Assista aqui.

Fiocruz participa da Semana Internacional do Acesso Aberto, entre 20 e 26 de outubro

A Fiocruz vai participar da 6ª edição da Semana Internacional do Acesso Aberto, celebrada mundialmente entre 20 e 26 de outubro. Promovido pelaScholarly Publishing and Academic Resources Coalition (Sparc) — Coligação de Publicações Científicas e Recursos Acadêmicos, em português —, o evento visa sensibilizar toda a comunidade acadêmica e científica para os benefícios do acesso aberto ao conhecimento científico, assim como divulgar os progressos ocorridos na área.

A coordenadora do Repositório Institucional Arca da Fiocruz, Ana Maranhão, conta que o principal objetivo da participação da Fundação na Semana é incentivar e aumentar a adesão interna ao acesso aberto, assim como divulgar o Movimento, o qual, segundo ela, está mudando a forma como se realiza a comunicação científica. “Com a aprovação da política de acesso aberto, a Fiocruz se coloca como uma das instituições de pesquisa que apoiam o Movimento. Participar dessa semana, que tem abrangência global, faz com que outras instituições, pesquisadores e universidades comecem também a considerar o tema”, destaca.

Programação em Manguinhos

Para marcar sua participação na Semana, a Fundação vai realizar, na próxima quarta-feira (22), uma palestra e mesa-redonda sobre Ciência aberta, direito autoral e Política de Acesso Aberto ao Conhecimento. A iniciativa vai integrar o 3º Fórum das Bibliotecas Virtuais em Saúde da Fiocruz e Encontro da Rede de Bibliotecas, promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz). Segundo Ana, a mesa-redonda, que será realizada na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/ Fiocruz), vai apresentar as três abordagens que vão formar um panorama da área. “A participação de todos, seja pesquisador, bibliotecário ou aluno de pós-graduação, será fundamental para se conhecer o Movimento, o que se pretende com ele e como ele funciona. Será um espaço para perguntarmos, tirarmos dúvidas e conhecermos a iniciativa, tanto no âmbito da Fiocruz como em termos globais”, afirma.

O evento vai contar com a participação do vice-diretor de Informação e Comunicação do Icict/Fiocruz, Rodrigo Murtinho, do professor do Instituto Três Rios da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ITR/UFRRJ), Allan Rocha de Souza, e da pesquisadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFRJ, Sarita Albagli. Veja a programação completa.

Em outubro, representantes do Icitc/Fiocruz e da Vice-presidência de Ensino, Informação e Comunicação apresentaram a experiência da Fundação na Política de Acesso Aberto ao Conhecimento durante a 5ª Conferência Luso-Brasileira sobre Acesso Aberto (Confoa), que ocorreu em Lisboa, Portugal, entre os dias 6 e 8. O evento reúne as comunidades portuguesa e brasileira que desenvolvem atividades de investigação, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com o acesso aberto ao conhecimento, através de repositórios e de revistas em instituições de investigação e de ensino superior.

Política de Acesso Aberto ao Conhecimento

A Fiocruz acredita que democratizar e universalizar o acesso ao conhecimento nas ciências e humanidades é condição fundamental para o desenvolvimento igualitário e sustentável das nações. Sendo assim, instituiu em março desse ano a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, com o objetivo de favorecer o acesso público e gratuito ao conhecimento produzido pela instituição, preservar a memória institucional, dar visibilidade e disseminar a produção intelectual, apoiar o planejamento e a gestão da pesquisa e estabelecer diretrizes para o registro e a publicização do conhecimento. “O acesso aberto permite o acesso livre e imediato aos resultados de pesquisa acadêmica, bem como o direito de usar e reutilizar esses resultados, transformando a forma como a pesquisa e investigação científica são conduzidas, com implicações diretas para a academia, medicina, ciência, indústria e para a sociedade como um todo”, reforça Ana Maranhão.

Artigos científicos, teses e dissertações, relatórios técnicos, vídeos, enfim, toda a produção científica, técnica, tecnológica, cultural e didático-educacional da instituição está armazenada no Repositório Institucional Arca, coordenado pelo Icict/Fiocruz.

Além da elaboração da Política de Acesso Aberto ao Conhecimento, a Fiocruz já desenvolveu diversas outras ações em prol da disseminação da produção científica. Entre elas, a coordenação das Bibliotecas Virtuais em Saúde (BVS Fiocruz), que reúne acervos focados em diversas áreas temáticas como Bioética e Diplomacia em Saúde, doenças infecciosas e parasitárias, saúde pública, violência e saúde, entre outros. Leia mais informações sobre a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento.