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Arquivo Diário 26 de maio de 2014

Portaria amplia equipes de Consultório na Rua

Foi publicada, no Diário Oficial da União do dia 21 de maio, a Portaria nº 1.029, que inclui três categorias de profissionais às Equipes de Consultório na Rua: cirurgião dentista, profissional/professor de educação física e profissional com formação em arte e educação.

O Consultório na Rua procura ampliar o acesso da população de rua e ofertar atenção integral à saúde, por meio das equipes e serviços da atenção básica. As equipes de Consultórios na Rua realizam as atividades de forma itinerante e, quando necessário, utilizam as instalações das Unidades Básicas de Saúde (USB) do território, desenvolvendo ações em parceria com as equipes dessas unidades.

A rua não é um mundo fora do nosso mundo
Com o objetivo de divulgar o trabalho das equipes e da atenção à saúde da população que vive em situação de rua, o Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) produziu o documentário “A rua não é um mundo fora do nosso mundo“. O vídeo apresenta e discute a experiência dos Consultórios na Rua, nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro, em junho de 2013. Com duração de 22min, o documentário mostra o caminho percorrido por cinco equipes em seus desafios diários para possibilitarem o acesso, criarem vínculo, e superarem as dificuldades que o cuidado a essa população exige.

Fonte site DAB/MS – http://dab.saude.gov.br/

“Reviewing PMAQ” – Workshop internacional avaliará o programa

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Ministério da Saúde  promoverão o Workshop Internacional “Reviewing PMAQ”, que acontecerá nos dias 29 e 30 de maio no Centro de Convenções Israel Pinheiro, em Brasília (DF).

O Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica em Saúde (PMAQ) será avaliado na ocasião por especialistas internacionais, para que ele seja validado internacionalmente. Representantes de Universidades brasileiras, ministérios e do CONASS E CONASSEMS estarão presentes. O evento promoverá debates e apresentação de produtos preparados pelos especialistas, que servirão de base para que o Ministério da Saúde possa realizar eventuais ajustes no PMAQ e melhorar sua performance.

Confira a programação – programacao_workshop

 

Serviço: Centro de Convenções Israel Pinheiro – SHDB QL 32 Conjunto A – EPDB – Estrada Parque Dom Bosco- Lago Sul – Brasília (DF)

Geraldo Alfaro é o novo coordenador da área de Sistemas e Serviços de Saúde da OPAS no Brasil

O novo coordenador da Unidade Técnica Sistemas e Serviços de Saúde da Opas Brasil, o médico Gerardo Alfaro, tem ampla experiência em sistemas e serviços de saúde. Atuou por 13 anos na Caixa Costariquense de Segurança em Saúde (CCSS), especialmente quando houve a reforma da saúde naquele país, entre 1994 e 1998, além de trabalhar por 14 anos em três países diferentes como funcionário da Opas. Médico com especialização em Medicina Familiar e Comunitária e mestrado em Gestão do serviços da saúde e especialista em Avaliação Econômica e Social de Projetos, Alfaro assumiu o cargo na Opas Brasil há três meses.

Em 2000, Gerardo Alfaro inicia a trajetória profissional na OPAS na representação da República Dominicana, período em que foi implementado o Sistema Dominicano de Segurança Social e o modelo de saúde familiar. Já no escritório da Opas na Colômbia, Alfaro atuou na área de qualidade e segurança do paciente e com modelos de gestão em serviços de saúde. Em El Salvador, contribuiu para a reforma de saúde do país. “Tive a oportunidade e privilégio de trabalhar bem próximo da ministra da Saúde, a Dra. Maria Isabel Rodriguez, no momento em que ela conduziu a reforma do sistema, em que colocou a saúde como Direito e as pessoas no centro de todos os esforços do governo”, conta.

Sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), Gerardo Alfaro reconhece que a política brasileira sempre será um caso exitoso para outros países. “O SUS coloca no centro da agenda de trabalho as pessoas e os princípios de saúde como Direito. As políticas são construídas por consenso em decisões tripartite, um processo bem democrático, considerando o tamanho do país e todas as suas diversidades”, ressalta. Sobre a oferta da Cooperação Técnica com o país , Alfaro reafirma o compromisso em trabalhar com as prioridades nacionais, mas pontua o tema das Redes de Atenção em Saúde como desafio a ser superado pelo sistema. “O modelo de Atenção tem espaço para continuar desenvolvendo um enfoque mais integral às Redes de Atenção à Saúde, especialmente entre a comunicação e a coordenação entre os níveis de complexidade”, diz.

Para Alfaro, a estratégia dos Laboratórios de Inovação pode ser uma ferramenta para impulsionar a Cooperação Técnica com o governo brasileiro. Ele acredita no potencial dos laboratórios de inovação para a troca e intercâmbio de conhecimentos entre as experiências locais e que respondem a desafios comuns vivenciados pelos gestores do SUS. Alguns temas já tratados pelos Laboratórios ainda não foram esgotados, na sua opinião, como a questão da governança, da gestão dos serviços de saúde, do modelo de atenção centrado nas família e na pessoas com participação comunitária. Um passo adicional, na visão do coordenador, que pode ser dado pelos laboratórios, é não esgotar os esforços na publicação dos resultados, mas sim, transformar em um processo de cooperação horizontal, entre municípios, estados e países. “Os Laboratórios de Inovação podem facilitar o processo de cooperação horizontal entre municípios, estados e países. Mas para isso, a Opas Brasil deve assumir essa ferramenta de forma mais programática com outras unidades técnicas”, defende.

Fonte – Site – http://apsredes.org/site2013/

 

Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade: recomendações para Estados e Municípios

Desde 2011, a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS/MS) participa de um comitê intersetorial para discutir ações de Prevenção e Controle da Obesidade no âmbito da Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (CAISAN). Além dos ministérios da Câmara, fazem parte do Comitê, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e a Organização Pan Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde.

A publicação do material intitulado: Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade:recomendações para Estados e Municípios é uma das ações resultantes do esforço articulado e intersetorial desse Comitê. A referida publicação reúne diversas ações do governo federal que contribuem para a redução da obesidade no país. Esperamos que os estados e municípios implementem com determinação as ações propostas.

Como desdobramento do Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas publicado pelo Ministério da Saúde em 2011 e da Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade, o Ministério da Saúde elaborou um instrutivo para apoiar Estados, Regionais de Saúde e Municípios na organização da Linha de Cuidado de Prevenção e Tratamento do sobrepeso e Obesidade.

E atenção, o prazo para habilitação dos hospitais para procedimentos de cirurgia bariátrica será prorrogado até outubro de 2014. A habilitação dos hospitais está vinculada à organização de linhas de cuidado e pactuação nas referidas CIRs ou CIBs.
Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade:recomendações para Estados e Municípios
Instrutivo para apoiar Estados, Regionais de Saúde e Municípios

Carta de Quito: Cobertura Universal, MFC e participação social

Durante os dias 11 e 12 de abril de 2014, na cidade de quito, equador, foi realizada a V Cumbre Iberoamericana de medicina familiar com o tema: “cobertura universal, medicina de família e comunidade e participação social”.

Este evento, organizado pelo Ministério da Saúde do Equador, a Organização Mundial de Médicos de Família (wonca), Confederação Ibero-Americana de Medicina Familiar (CIMF), a Sociedade Equatoriana de Medicina Familiar (SEMF), o município do distrito metropolitano de Quito (DMQ) e a organização Panamericana da saúde/Organização Mundial da Saúde (OPS/OMS), teve como objetivo contribuir para o fortalecimento das políticas de saúde no campo da atenção primária e da medicina de família na ibero-américa.

Representantes dos Ministérios da Saúde da Ibero-América, representantes da Wonca, representantes da Wonca Ibero-Americana-CIMF, representantes da SEMF, representantes de saúde de governos municipais do equador e de outros países ibero-americanos, coordenadores/as de programas docentes de medicina de família, delegados/as da sociedade civil e representantes da ops/oms, analisaram os temas relacionados a seguir:
1. A Cobertura Universal e a Medicina de Família e Comunidade.
2. A participação e comunicação social para a Medicina de Família e Comunidade e a Atenção Primária à Saúde (APS).
3. A formação de médicos e médicas de família na Ibero-América.
4. A certificação e acreditação profissional.
5. A produção e difusão de conhecimentos em medicina de família e comunidade na Ibero-América.
Como resultado desta análise dos grupos de trabalho formados por especialistas nas áreas mencionadas das organizações convocadas e as instituições que certificam esta Cumbre, foram geradas as seguintes definições e recomendações:
Definições

Cobertura Universal
É a garantia do exercício do direito à saúde para todos e todas, fornecido por um sistema integral e integrado de base estatal com financiamento público, que possibilita o acesso aos serviços, de maneira equitativa, igualitária, oportuna, integral e de qualidade, baseado nos princípios de solidariedade e participação social, tendo a Atenção Primária como eixo do cuidado, com médicos e médicas de família e comunidade nas equipes de saúde, assegurando o primeiro contato e o acompanhamento contínuo, centrado na pessoa em seu contexto familiar e comunitário, em conformidade com as necessidades de saúde que apresentam no curso de suas vidas.

Medicina de Família e Comunidade
A Medicina de Família e Comunidade é uma especialidade essencial para garantir a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Fornece cuidados centrados na pessoa em seu contexto familiar e comunitário de forma contínua, independentemente de sua idade, sexo, condição socioeconômica ou de saúde, integrando no processo de atenção os fatores físicos, psicológicos, sociais culturais e existenciais que contribuem no processo saúde-doença.
O médico ou médica de família tem uma responsabilidade profissional e social com a sua comunidade. Desempenha seu papel por meio da promoção da saúde, a prevenção da doença e a prestação de cuidados clínicos assistenciais, de reabilitação e paliativos; atua de acordo com as necessidades de saúde, respeitando a diversidade cultural e otimizando os recursos disponíveis na comunidade. Deve responsabilizar-se pelo desenvolvimento e manutenção de suas competências, valores e equilíbrio pessoal, como base para a prestação de cuidados efetivos e seguros. A Medicina de Família e Comunidade é uma ferramenta chave para o desenvolvimento e a manutenção da saúde dos povos.

Recomendações
1. Reconhecer o conceito da Cobertura Universal para que transcenda os aspectos técnicos do financiamento sanitário e incorpore os princípios de equidade, igualdade e solidariedade, no direito à saúde e na responsabilidade dos governos para estabelecê-la.
2. Gerar políticas e promover as mudanças necessárias para que os sistemas de saúde da Ibero-América alcancem a Cobertura Universal.
3. Reconhecer a especialidade de Medicina Família e Comunidade como parte da equipe de APS para alcançar a Cobertura Universal e o acesso efetivo da população aos serviços de saúde a partir de um olhar integral e integrador da APS.
4. Posicionar a especialidade de Medicina de Família como integrante fundamental dos sistemas de saúde que permitirá a implementar a Atenção Primária nos países da Ibero-América.
5. Reconhecer que os indicadores para medir o avanço à Cobertura Universal devem incluir aqueles relacionados com o fortalecimento da APS, incorporando o financiamento público, o acesso aos serviços, a qualidade dos mesmos, o número de equipes de saúde e o número de especialistas em Medicina de Família e Comunidade, com formação e capacitação qualificadas, envolvidos nestas equipes.
6. Incluir nos indicadores parâmetros de qualidade em relação à estrutura físico-funcional das unidades de saúde do primeiro nível, a fim de proporcionar que os médicos e médicas de família e comunidade possam alcançar a excelência clínica em sua capacidade resolutiva.
7. Promover que nos sistemas de saúde da Ibero-América a proporção de especialistas em Medicina da Família e Comunidade em relação ao total de especialistas alcance 50% e que este valor seja um indicador para o alcance da Cobertura Universal.
8. Consolidar a participação cidadã na saúde como um direito que promove a ação dos atores sociais na tomada de decisões e gestão pública da saúde para incidir nos determinantes sociais da saúde com igualdade e equidade.
9. Facilitar a articulação intersetorial dos grupos de agentes comunitários de saúde.
10. Promover a educação em saúde e o intercâmbio de experiências nacionais e internacionais, utilizando meios de comunicação de massa, tais como rádio, televisão, periódicos, websites, Facebook, Twitter e outros.
11. Integrar a participação e comunicação social ao setor acadêmico desde o estudante até a pós-graduação.
12. Advogar pela criação de uma aliança internacional permanente de participação e comunicação social para a Medicina de Família e Comunidade.
13. Promover que os governos, os gestores de saúde e de educação tomem decisões e desenvolvam políticas que permitam o fortalecimento de um primeiro nível de atenção qualificado, de maneira a contrariar os interesses antagônicos que nos últimos 100 anos privilegiaram a constituição de sistemas de saúde centrados na atenção hospitalar e na medicina superespecializada.
14. Apoiar a formação do talento humano em Medicina de Família e Comunidade, sua capacitação contínua e de qualidade e sua justa remuneração.
15. Reconhecer que a certificação e acreditação profissional em Medicina de Família e Comunidade permite o fortalecimento da qualidade de atenção no tempo e estimula a atualização do profissional.
16. Promover a pesquisa e a formação contínua como elementos fundamentais para manter o nível profissional dos médicos de família e comunidade.
17. Fortalecer a Rede Ibero-americana de Pesquisa em Medicina de Família e Comunidade (IBIMEFA) para fomentar a pesquisa, a formação de pesquisadores em Medicina de Família e Comunidade e a divulgação de novos conhecimentos em Medicina de Família e Comunidade e Atenção Primária à Saúde, em interação com outras redes de pesquisa na Ibero-América e no mundo, promovendo a questão para os órgãos internacionais, órgãos governamentais de saúde e de educação dos países da região.
18. Potencializar o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação nos processos de pesquisa e difusão em Medicina de Família na região; por meio da criação de bases de dados de informação de pesquisas, publicações, consultores, revisores e pesquisadores em Medicina de Família e Comunidade.
19. Incentivar o compromisso de todos os atores envolvidos na coparticipação do financiamento para a geração e difusão do conhecimento, através da pesquisa especializada em Medicina de Família e Comunidade; a mesma que implica uma responsabilidade das organizações ibero-americanas de Medicina de Família e Comunidade para evitar que tais pesquisas sejam influenciadas por interesses comerciais.
20. Incentivar as universidades e autoridades formadoras de profissionais da saúde para que fortaleçam o ensino e pesquisa em Atenção Primária e em Medicina de Família e Comunidade, tanto nos estudantes como na pós-graduação.
21. Promover que as sociedades de Medicina de Família de Comunidade da região tenham maior envolvimento nos processos técnico-políticos de fortalecimento do primeiro nível de atenção e da Medicina de Família e Comunidade em seus países, assim como nos processos de qualificação e desenvolvimento profissional contínuo, com certificação e recertificação de seus membros.
22. Recomendar aos médicos de família e comunidade, para que junto com os demais integrantes da equipe de APS nos países da região, tornem visível e evidenciem a transcendência da especialidade de Medicina de Família e Comunidade como primeiro contato e acompanhamento contínuo nos sistemas de saúde, aos membros da sociedade civil.
23. Promover a criação do Observatório de Medicina de Família e Comunidade na região com a participação da Wonca e Wonca Iberoamericana-CIMF, para fortalecer a identidade e a especialidade e que se constitua em uma ferramenta relevante para a tomada de decisões dos governos, os órgãos internacionais, a academia e a comunidade.

Autores: Carina Vance, Augusto Barrera, Michael Kidd, Manuel Pena, Maria Inez Padula Anderson, Edgar León

Nota da RBMFC: o documento original encontra-se disponível em

Carta de Quito – V Cumbre Iberoamericana de Medicina Familiar

Tradução: Rogério Machado (Secretário da SBMFC).