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Arquivo Mensal junho 2012

Saúde anuncia R$ 880 mi para UPAs e unidades básicas

O Ministério da Saúde divulgou na quarta-feira (6) a seleção de projetos para construção e ampliação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24 horas) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os benefícios chegarão a 29,6 milhões de pessoas de 2.265 municípios de 21estados do país.Serão repassados recursos federais para a construção de 136 novas UPAs e para ampliação de outras 56. Para as UBS, serão ampliadas 5.459 unidades. Ao todo, serão investidos R$ 880 milhões, sendo R$ 331,2 milhões para as UPAs e R$ 548,1 milhões para as UBS. Os recursos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
“Esses novos serviços para a população representam o compromisso do Governo Federal em aumentar o acesso, com qualidade, dos cidadãos aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). As UPAs e UBS estão inseridas nas redes prioritárias do Ministério da Saúde, que buscam desafogar os atendimentos nas emergências e ampliar a assistência especializada”, destaca o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Reforço à atenção básica – Os recursos liberados pelo Ministério da Saúde serão usados para ampliação de 5.459 unidades básicas em todo o país. A medida faz parte do programa Saúde Mais Perto de Você, que está aprimorando os serviços de atenção básica do SUS.

Fonte – site MS www.saude.gov.br

 

I Muestra Nacional de Atención Primária de Salud

I Muestra Nacional de Atención Primária de Salud y II Foro Nacional de Atención Primária de Salud y Participacion Comunitaria

 

A I Mostra Nacional de APS do Paraguai foi realizada nos dias 10, 11 e 12 de maio de 2012 e contou com o apoio da cooperação TC41 BRA-PAR, OPAS-Fiocruz, sob a coordenação de técnicos da ENSP e da UFRJ. Após eventos preparatórios regionais, os mais de seiscentos participantes se reuniram durante três dias na Praça da Democracia e no Hotel Guarani representando as 704 equipes de saúde da família implantadas nos últimos três anos e meio.Os eixos temáticos foram 1-a APS como eixo estruturador da reorganização do sistema de saúde, 2-a participação comunitária como estratégica para cumprir os princípios de um sistema universal e equânime 3- os determinantes sociais e a promoção da saúde.A abertura contou com a participação do Presidente da República e toda a equipe do MSPyBS. Estes enfatizaram a necessidade de garantir o direito à saúde a toda população. Com seis milhões de habitantes o governo prevê a implantação de 1.000 equipes de saúde da família para cobrir prioritariamente a população excluída do sistema de saúde. A partir das conferências e painéis considerados eixos do evento a Mostra garantiu uma ampla participação em suas mais distintas atividades: apresentação de pôster, feira da saúde com divulgação de experiências e serviços à população, estandes, conversatórios, mesas redondas, oficinas, painéis debate, apresentações de teatro, exposições fotográficas, de vídeos etc. Foram apresentados 140 trabalhos sendo 27 premiados, incluindo viagens de intercambio com as equipes brasileiras. Uma missão brasileira participou ativamente da Mostra de forma destacada em todos os níveis. Estiveram presentes representantes do nível de gestão federal e municipal, coordenadores, médicos, enfermeiros, agentes comunitários, acadêmicos. Assim foram cerca de 20 integrantes distribuídos em grande número de atividades. O envolvimento da cooperação TC-41 Bra-Par na I Mostra Nacional de Saúde da Família do Paraguai foi uma das atividades realizadas em conjunto com o governo do Paraguai desde 2008. Neste período a cooperação pode contribuir com a implantação das 704 equipes de SF naquele país desde o começo de sua implantação. Foram várias as ações de assessoria técnica, missões de técnicos paraguaios ao Brasil, elaboração conjunta de manuais e protocolos, eventos e oficinas técnicas e científicas, etc.

 

Carlos Eduardo Aguilera Campos – Professor Adjunto- FM-UFRJ e integrante do comitê coordenador da Rede APS

 

 

Mais informações http://www.mspbs.gov.py/v2/10409-DESDE-ESTE-JUEVES-10-Muestra-Nacional-de-APS-reunira-a-protagonistas-de-mas-de-700-Unidades-de-Salud-de-la-Familia-en-Asuncion

 

Sinvaldo Alves Pereira

Sinvaldo Alves Pereira atua, há oito anos, como Secretário Municipal de Saúde de Pirapora – Minas Gerais, cargo que exerceu também na cidade de Lagoa dos Patos por mais oito anos. Sua formação não é na saúde, mas seus longos anos de experiência (e prática com a área) o tornaram um respeitado gestor em saúde. As boas práticas em saúde em Pirapora já estão sendo divulgadas além de nossas fronteiras. Encontramos Sinvaldo apresentando a sua experiência na I Muestra Nacional de APS do Paraguai, onde gentilmente nos concedeu esta entrevista.

1)Como está sendo sua experiência, como gestor, tendo a APS como orientadora do sistema?
Pirapora é uma cidade situada ao norte de Minas, na mata, na Macrorregião de Montes Claros. É um polo microrregional que hoje vive momentos interessantes em relação à saúde pública pelo trabalho feito nos últimos oito anos, no qual sentamos com todos os trabalhadores de saúde para ouvir e tirar deles qual a melhor proposta, o melhor modelo de saúde para o município. Começamos, então, a fazer um levantamento dos principais problemas e demandas da população de Pirapora e, entre eles, havia a grande dificuldade de viabilizar o acesso às pessoas pela baixa estrutura da rede física que existia, pela falta de formação profissional e ausência de capacitações. Após um grande trabalho e planejamento estratégico, adotamos a metodologia de ter a Saúde da Família como o centro gravitacional e ordenador da Rede. A partir daí, houve todo um trabalho voltado para o fortalecimento da atenção primária e, principalmente, para a questão do financiamento. Nos últimos anos, o orçamento para a atenção primária vem aumentando de forma significativa e, hoje, 48% do nosso orçamento da saúde é destinado a ela. A partir daí, podemos aumentar nossa cobertura populacional de Saúde da Família. Atualmente estamos com 90%. E, também, junto ao governo do Estado, conseguimos investimentos para reformar e construir toda a rede física do nosso município. Agora, 80% das nossas unidades são novas.

2)Qual foi a principal ferramenta para o sucesso na implantação da Saúde da Família no município?
Tivemos momentos de grande participação da população no processo. Trabalhamos com diversas audiências públicas para saber se o que ela estava querendo era também o que estava sendo definido no nosso planejamento da saúde. Felizmente, houve uma grande sintonia porque havia históricos, relatórios das conferências municipais de saúde, tirados do Conselho Municipal de Saúde, que mostravam a real situação e apontavam para nós quais os caminhos que deveriam ser seguidos. Porém tínhamos que trazer para a nossa gestão algumas ferramentas importantes para ordenar o fluxo de informação. Assim, poderíamos tomar medidas importantes para não só desenhar o modelo de saúde do nosso município, mas, também, de certa forma, viabilizar o acesso das pessoas que, até então, dependiam muito do hospital. Aquele modelo era centrado no hospital e tínhamos, de fato, que reverter essa situação. Essa grande ferramenta foi construída por nossos próprios profissionais, enfermeiros, médicos da atenção primária, auxiliares de enfermagem. Montamos uma sala de situação para começar a ordenar o fluxo de informação e repassar essas informações para a equipe, mostrando o resultado que estava sendo apresentado naquele momento e qual que era o vislumbrado e necessário para que conseguíssemos, de fato, fortalecer a atenção primária. Após esse momento de estruturação da rede física e melhoria dos processos de trabalho, começamos a contabilizar alguns resultados importantes.

3)E quais foram as maiores dificuldades?
Havia uma taxa de mortalidade infantil bastante alta, em torno de 30 óbitos por 1.000 nascidos vivos. Em  2011 foram  12 óbitos em menor de 01 ano – redução de 60,5%); baixa adesão ao Pré-natal e aos programas de prevenção (câncer de colo, de útero); alto índice de hipertensão e de diabetes. Esses indicadores foram o norte do nosso trabalho. Sabíamos que tínhamos que nos preocupar com a atenção hospitalar, pois era um dos municípios que mais encaminhavam pacientes, mas, se não discutíssemos a atenção primária antes de mexer na questão assistencial, certamente não haveria sucesso. Então, esse foi o grande momento de se pensar num modelo assistencial. Mas como fortalecer a atenção primária e reverter esses indicadores que eram tão desfavoráveis para nós? Para isso, seria necessário muito trabalho e dedicação e, naquele momento, elegemos um grupo condutor que hoje eu chamo de grupo gestor. Tiramos do gestor municipal a responsabilidade de definir o que era melhor para o município e passamos a ter a colaboração de um grupo gestor, que alimentava as nossas reuniões com propostas e definições importantes para que saíssemos daquela situação. Percebemos que, durante esse processo, fomos bastante acompanhados pela mídia e autoridades sanitárias e que, na visão delas, de fato, estávamos no caminho certo. Passamos a ter uma boa credibilidade em relação às nossas propostas e às nossas ações de saúde. Com isso, acreditamos que o nosso trabalho estava correto e que precisávamos intensificar as nossas ações e planejamentos.

4)Quais foram as principais mudanças?
Eu vejo que Pirapora se destacou não só pelas questões dos resultados favoráveis dos nossos indicadores, mas, principalmente, pela questão da Rede, pela preocupação dos trabalhadores da saúde com o sistema. É importante que todos os envolvidos compreendam esse sistema e entendam que é preciso ter uma linguagem única para que possamos transmitir segurança para população. E o que se vê é que alguns programas importantes que foram implantados, como a classificação de risco da atenção primária, tiveram um bom começo e, hoje, são essenciais para fazer a gestão da Rede. Passamos por sérios problemas com a questão do fluxo totalmente desorganizado, pessoas que iam para as filas de madrugada procurar consultas médicas e, agora, isso não existe mais. Houve, da nossa parte, certa rigidez para que pudéssemos implantar corretamente essas propostas, mas tivemos um apoio muito grande da população, pois ela passou a entender o processo. Isso nos motivou e continua nos motivando a trabalhar.
5)O que é fundamental em todos os processos?
Sabíamos que, ao assumirmos a administração do município, era preciso priorizar algumas ações importantes, pois a questão da saúde é hoje uma das maiores preocupações do povo brasileiro. Então, adotamos a saúde de Pirapora como a prioridade da administração. E, naquele momento, eu, já como gestor há alguns anos, assumi um compromisso político com o nosso prefeito de que tínhamos que reverter a situação e que precisava do apoio dele, mas que, acima de tudo, eu traria os resultados esperados. A partir disso, fomos ao Secretário de Estado da Saúde do governo de Minas Gerais, solicitando a eles o apoio para que pudéssemos fazer as transformações no nosso município. A gente entende que não se pode fazer saúde “debaixo de uma mangueira” e Pirapora precisava ter estrutura física, gente com compromisso e destaque no orçamento para a saúde. Então, feito tudo isso, chamamos os nossos profissionais de saúde e estabelecemos uma meta que era, durante o nosso tempo de administração, a de mudar a cara da saúde do nosso município. E, para ter esse destaque, primeiro era preciso definir o modelo de saúde e identificar as pessoas que, de fato, gostavam e queriam trabalhar e assumir compromissos. Foi isso que fizemos. Assim, começamos um trabalho baseado na informação que foi primordial. Percebemos um grande avanço quando adotamos a sala de situação de saúde. Os municípios que estão trabalhando com essa estratégia têm se sobressaído em relação aos outros que não o fazem. Passamos a dar enfoque aos principais problemas da população: as doenças crônicas. Mas também não ficamos só nisso. Buscamos algumas experiências novas, como o importante trabalho de busca, a participação ativa em todas as discussões, mesas, não se esquecendo do debate. Tem-se que provocar o debate constantemente. Foi com muita coragem que colocamos para a população todas as nossas fragilidades, porém, foi um momento, também, de buscarmos apoio dela para conseguirmos fazer toda a mudança.

6)Qual foi a maior lição aprendida?
O conjunto de ações e de atitudes que nós tomamos e levamos para o governo de Estado foi uma proposta de acordo de resultados. Se não fizéssemos essa aliança, de buscar para as nossas propostas apoio financeiro e técnico, associado às vivências práticas de outros municípios, certamente continuaríamos fazendo o mesmo e tendo resultados iguais. Foi uma obsessão trabalhar na redução dos nossos indicadores e, quando conseguimos diminuir a taxa de mortalidade infantil, percebemos que tínhamos modificado e melhorado vários processos de trabalho que foram importantes para trabalharmos outros temas. Agora, não podemos nos esquecer de que o plano diretor da atenção primária foi um momento especial e de amadurecimento da nossa equipe. Promovemos a integração dessa Rede e colocamos a atenção primária para falar com todos os outros setores. Criamos uma comunicação interna, uma “infovia”, para que fossem eliminadas as distâncias, o tempo. Assim, a informação passou a circular rapidamente. O que eu sempre falo é: se quiser se organizar, você não pode ter medo de se expor. E acho que foi um grande crescimento nosso, porque nós nos expomos, colocamos a cara e assumimos os nossos problemas, mas passamos a valorizar todas as nossas conquistas. Isso mexeu com nossos profissionais, com a população e com todas as pessoas envolvidas e responsáveis pelo sistema de saúde.

Atenção Primária e Saúde Pública: uma integração ainda precária

O Institute of Medicine, uma organização privada sem fins lucrativos sediada em Washington DC (EUA), lançou em 2011 um relatório denominado Primary Care and Public Health: Exploring Integration to Improve Population Health, baseado em estudos de caso realizados naquele país. Entre as conclusões e recomendações destaca-se a necessidade de que seja intensificada a integração entre a Atenção Primária à Saúde (APS) e a Saúde Pública convencional, considerada precária e inadequada naquele país, para que o alcance da melhoria da saúde da população realmente ocorra. “Trata-se de tema particularmente sensível em um país como os Estado Unidos, onde predomina uma lógica privada no sistema de saúde, mas as conclusões do estudo certamente se aplicam a outras realidades mundiais, inclusive ao sistema brasileiro”, pondera o consultor da Opas, Flávio Goulart. O estudo recomenda, ainda, que as estruturas nacionais e o financiamento de APS e Saúde Pública sejam aprimorados, abrangendo aspectos tão diversos como a inserção da rede hospitalar no processo de mudança; o investimento em vigilância à saúde e em pesquisa, inclusive aquela voltada para o desenvolvimento clínico da APS; o desenvolvimento de novos modelos de financiamento e gestão relativos à força de trabalho; o desenvolvimento de liderança e senso de prioridades, bem como o investimento em modelos de saúde de base comunitária, com foco na prevenção e na promoção da saúde.

Fonte site www.apsredes.org

Apoio matricial em saúde do trabalhador: tecendo redes na atenção básica do SUS, o caso de Amparo/ SP

O Centro de Referência de Saúde do Trabalhador de Amparo/SP desenvolve ações voltadas para a saúde dos trabalhadores na atenção básica (AB). A fim de compreender esse processo, pesquisamos o Apoio Matricial (AM) em Saúde do Trabalhador (ST), sua trajetória dificuldades e potencialidades, mediante abordagem qualitativa de estudo de caso. As principais ações de AM são reuniões temáticas, apoio às demandas e produção de informativos. A troca de conhecimentos e experiências propicia maior vínculo entre os profissionais. O apoio técnico horizontal promove a reorganização do trabalho em saúde, corresponsabilização dos casos, um novo olhar sobre o adoecimento, integrando ações de assistência e vigilância. A sobrecarga de trabalho, a rotatividade dos profissionais, a subnotificação dos Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho e a organização regional são desafios enfrentados. O AM em ST é estratégico para a inserção de tais ações na AB e um passo à frente para a reorientação do modelo médico-assistencial, com a introdução da relação trabalho-saúde na saúde da família.
http://www.renastonline.org/node/522

 Fonte: http://blogsaudebrasil.com.br/